Os resultados reforçam também a necessida- de de estudos que monitorem medidas educa- cionais, incluindo o comportamento no trânsito, o uso de álcool e drogas pelos condutores dos veículos e pelas vítimas, incluindo os pedestres, além de análises detalhadas das vias onde ocor- rem o maior número de atropelamentos e ou- tros acidentes fatais. Contribuíram também pa- ra fomentar as discussões de intervenções mais específicas, bem como políticas de mobilidade com adequação do espaço urbano, priorizando os gruposvulneráveis, melhorias no transpor- te coletivo, efetivo controle da velocidade com ações de fiscalização rigorosas e contínuas, além de estratégias que garantam a assistência pré- hospitalar e hospitalar oportuna e qualificada.
Como podemos perceber, todos os autores indicam que minorias e gruposvulneráveis originam-se em relações de assimetria social (econômica, educacional, cultural etc.). Nessa perspectiva, minoria pode ser definida a partir de uma particularização de um grupo, já que a maioria se define por um agrupamento generalizado, ou seja, por um processo de generalização baseado na indeterminação de traços, os quais indicam um padrão de suposta normalidade, considerada majoritária em relação ao outro que destoar dele. A vulnerabilidade advém, pois, de pressões desse suposto padrão de normalidade, que pressiona tudo e todos que possam ser considerados diferentes. A violência, por sua vez, tanto pode ser física quanto
O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces) e a International Finance Corporation (IFC) partem da convicção de que é possível aprimorar a trajetória de instalação e operação grandes empreendimentos na Ama- zônia. Com base em um amplo diálogo, no qual já se engajaram mais de 90 organizações, de diversos setores, a iniciativa busca consolidar aprendizados e propor diretrizes orientadas pela promoção do desenvolvimento local. O processo organiza-se em grupos de trabalho temáticos: Planejamento Territorial e Monitoramento do Desenvolvimento; Instrumentos Financeiros; GruposVulneráveis e Direitos Humanos (foco em crianças, adolescentes e mulheres e em povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas); Capacidades Institucionais;
daí, uma lista de medidas a serem adotadas por Estado, empresas e sociedade civil visando a garantia da prioridade da proteção dos direitos desses gruposvulneráveis. Também foram delimitadas linhas estruturais de uma Matriz de Responsabilidade que, a partir da avaliação de impactos em direitos humanos, busca orientar as ações das empresas e do Estado no território amazônico, oferecendo subsídios para o aprimoramento dos equipamentos sociais e para a gestão empresarial para controle de impactos. Em todos esses processos, a participação de crianças, adolescentes e mulheres é essencial para garantir a priorização de seus direitos.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos impulsionou a criação de várias organizações internacionais e, com elas, a elaboração e aprimoramento de diversos mecanismos de proteção e promoção desses direitos. Entretanto, várias dificuldades ainda existem. Entre elas, a necessidade de adequação dos ordenamentos jurídicos domésticos dos Estados com os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, inclusive suas Constituições. Assim, verifica- se a influência do Direito Internacional dos Direitos Humanos na atuação política e jurídica dos Estados com vistas à proteção de gruposvulneráveis. Justifica-se a escolha do tema com o fito de colaborar para a implementação de um sistema jurídico que busca proteger e promover os direitos humanos, visando realizar a necessária adequação do Direito Interno com as normas contidas nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Para enfrentamento do problema, valeu-se do método dedutivo, com apresentação de conceitos gerais que possibilitaram realizar uma análise pormenorizada da evolução do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Para tanto, utilizou-se de pesquisa bibliográfica e documental.
Um seminário de três dias, em Brasília, com a presença de diversas lideranças dos movimentos sociais, órgãos federais, instituições financeiras e de pesquisa, consolidou a última reunião do Grupo de Trabalho (GT) em Direitos Humanos, com foco em Povos Indígenas, Populações Tradicionais e Quilombolas em 2016. O encontro teve a missão de coletar um apanhado amplo de possíveis diretrizes para as relações entre esses grupos, empresas e governos. A pauta se dedica à proteção de direitos de povos e populações tradicionais afetados pelas grandes obras na Amazônia, num contexto de inclusão, participação social e representatividade nas tomadas de decisão.
Indígenas,
Comunidades
Tradicionais
e
Quilombolas);
Capacidades
Institucionais
e
Articulação
das
Políticas
Públicas;
e
Ordenamento
Territorial
e
Biodiversidade.
Os
grupos
vêm
produzindo
documentos
com
subsídios
para
as
discussões
e
para
a
realização
de
oficinas
temáticas.
O
acúmulo
desses
apontamentos
será
debatido
em
seminários
específicos
e
fóruns,
que
devem
resultar
em
um
conjunto
de
orientações
com
alto
grau
de
aplicabilidade.
A
contínua
articulação
institucional
e
promoção
de
diálogo
almejam
que
todo
o
processo
possa
inspirar
aprimoramento
das
práticas
empresariais,
bem
como
das
políticas
públicas,
e
fortalecer
o
debate
pela
sociedade
civil.
É preciso que haja uma situação mista ou pluralística para o problema da representação dos interesses difusos. Tal, naturalmente, não precisa ser incorporada numa única proposta de reforma. O importante é reconhecer e enfrentar o problema básico nessa área: resumindo, esses interesses exigem uma eficiente ação de grupos particulares, sempre que possível; mas grupo particulares nem sempre estão disponíveis e costumam ser difíceis de organizar.
Pacientes suspeitos, infectados com o vírus da COVID-19, profissionais da saúde, de serviços essenciais e outros indivíduos em contato próximo com os pacientes afetados estão também [r]
Em resumo, as delegacias especializadas representaram o reconhecimento, pelo Estado, da violência contra mulheres como crime e proporcionaram maior visibilidade ao problema. A DEAM tornou-se uma referência para as vítimas, apesar dos descompassos existentes desde sua criação, como a desconexão com as demais instâncias sociais de atendimento e o pouco preparo dos funcionários que atuavam no acolhimento e orientação das usuárias. Sendo assim, os serviços ofertados não foram suficientes para resolver o moroso percurso que as mulheres tinham que percorrer para obter alguma forma de segurança e justiça em relação aos seus algozes. Ademais, a ênfase na criminalização dos agressores deixou de fora outros aspectos importantes para a proteção às mulheres vítimas de violência, como a capacitação dos agentes das delegacias dentro de uma perspectiva de gênero e a criação de casas abrigo. (PASINATO; SANTOS, 2008; TAVARES; SARDENBERG; GOMES, 2011). Desta forma, a década seguinte, 1990, trouxe consigo certa desilusão dos grupos feministas com as DDM:
Resumo: O presente artigo se apresenta como parte de um projeto maior, intitulado “Inserção, representação e construção identitária de minorias e gruposvulneráveis na mídia”, que utiliza o quadro teórico-metodológico da Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough. O interesse recai sobre o modo como esses grupos são silenciados, mesmo quando, aparentemente, são inseridos na mídia, e sobre os conflitos e embates discursivos advindos dessa tentativa de inclusão. Neste trabalho, são analisados dois textos, um publicado na revista “Época”, antes do lançamento de Clarinha, boneca com traços da Síndrome de Down, e outro publicado na “Folha de São Paulo”, após seu lançamento. A análise indica o hibridismo discursivo, apontando diferentes visões sobre o grupo que a boneca representa, havendo uma tensão entre o lado social e o objetivo publicitário. Permeando esse viés, percebe-se um despreparo geral para lidar com a diversidade.
No que se refere à prevenção de agravos e pro- moção da saúde, de um modo geral, o fisiotera- peuta pode estar contribuindo na identificação de gruposvulneráveis da área de atuação e de fato- res de risco para doenças crônicas; na investiga- ção de evidências da efetividade de ações de práti- cas de cinesioterapia/atividade física e recursos analgésicos no controle e prevenção de doenças crônicas; em campanhas de estímulo a modos de viver saudáveis com objetivo de reduzir fatores de risco; na oferta de suporte e orientações a famili- ares e cuidadores na prevenção de quedas, inca- pacidades e deformidades; na capacitação da Equi- pe de Saúde da Família, no que concerne às suas habilidades e competências profissionais; na arti- culação com gestores para mobilização de recur- sos e fortalecimento de ações para um estilo de vida saudável, construção de espaços para práti- cas de atividade física/cinesioterapia e educação em saúde e na mobilização da comunidade para transformação do ambiente para condições fa- voráveis à saúde e acessibilidade a edificações, mobiliários e espaços urbanos, etc.
Diante de um cenário de enormes violações de direitos que a população carcerária feminina vivencia, verifica-se a real importância de se tra- tar da temática e dos direitos dessa população. Este trabalho, portanto, tem por objetivo retratar as violações das mulheres em situação de cárcere a partir do princípio da dignidade da pessoa humana, como valor fundante de todo o sistema jurídico-social brasileiro. Assim, procu- rou-se analisar o conceito de vulnerabilidade social, minorias e gruposvulneráveis, qualificando a mulher encarcerada como grupo vulnerá- vel, precisamente no sentindo de dar condição de igualdade em relação aos demais indivíduos da sociedade. Para a efetiva concretização dos direitos sociais, por meio das ações positivas por parte do Estado e sociedade que promovam a dignidade da pessoa humana e a garantia do mínimo vital, deve-se se passar pela adequada consideração do âmbito da norma, isto é, de seu suporte fático concreto e abstrato. Este tra- balho, entretanto, tem por objetivo retratar as violações das mulheres presas, os desafios enfrentados pelo Estado na efetivação dos direitos sociais e a relevância do direito à educação para a factual ressocialização. Empregou-se, para tanto, o método dedutivo de abordagem com o intuito de levantamento de hipóteses reflexivas sobre a temática do cárcere brasileiro e seus problemas, especificamente o encarceramento feminino e as violações de direitos sofridas pelas mulheres. Quanto aos métodos de investigação, utiliza-se o bibliográfico, a partir de uma revisão de literatura de obras, artigos de periódicos e documentos eletrônicos oficiais.
A Corte Constitucional colombiana tem dado especial proteção, no direito à saúde, para gruposvulneráveis que contam com a atenção constitucional 255 . Em sua fala na Reunião da Subcomissão para a América Latina da Comissão de Veneza, o presidente da Corte Constitucional da Colômbia, Luis Ernesto Vargas Silva inicia a apresentação ressaltando a desigualdade social que marca severamente os países da América Latina. Afirma que, deste quadro, outra vantagem não se pode tirar que não a reafirmação do compromisso das jurisdições nacionais para promover a efectividade constitucional e dos direitos sociais. “Ao termos desenvolvimentos insuficientes em situações de exclusão social, estes excluídos se tornam prioridade para os juízes, buscando o direito na constituição, a via para a eficácia e igualdade oportunidades e a cidadania activa” – assevera Silva 256 .
Buscando fornecer subsídios que ampliem o conhe- cimento sobre o tema e auxiliem o setor Saúde em suas ações preventivas a partir da identificação de grupos vulneráveis, este estudo te[r]
Importa lembrar, que as exposições dos gruposvulneráveis a situações de desrespeito, violações de direitos e específicas formas de violência, está ligada à condição de “subordinação de status” , aproveitando o argumento de Fraser, a que estão submetidos. Estes grupos enquadram-se na descrição que faz a autora das “coletividades bivalentes”, grupos que sofrem tanto com a má distribuição econômica como com o não reconhecimento cultural e legal. Nessa perspectiva, a superação da injustiça a que estão submetidos, deveria se dar em duas frentes: de um lado, transformações de ordem político-econômica a eliminar a falta de acesso aos bens materiais necessários a uma vida digna que os aflige, e, de outro, a desconstrução dos padrões culturais institucionalizados, que os impedem de atuar de forma igual, paritária, no centro das decisões políticas. Pelas suas contradições e limitações, acredita-se não se prestar o Direito Penal, como instrumento de reconhecimento em nenhuma dessas abordagens.
As mulheres são mais vulneráveis a violências ocorridas em ambientes domésticos e cometidas por pessoas conhecidas, enquanto os homens são mais vulneráveis nos esp[r]
0,5 ponto: exposição a poluentes químicos 0,5 ponto: uso de indicadores da saúde pública 0 ponto: identificação de grupos de trabalhadores vulneráveis 0 ponto: desenvolvimento de cenário[r]
Além do forte crescimento do desemprego aberto, bem como da sua incidência em grupos específicos da PEA, alguns entre os mais vulneráveis, verificou-se um agrava- mento ainda maior das condições de desemprego na me- dida em que o tempo médio de procura por trabalho pas- sou de 22 semanas, em 1995, para 51 semanas, em 2002, ou seja, um aumento de cerca de 150,0% no tempo neces- sário para a obtenção de um novo emprego (Gráfico 14). Ademais, elevou-se substancialmente o conjunto de trabalhadores que compõem o chamado “desemprego de longa duração”, referente àqueles desempregados há mais de um ano buscando trabalho. De fato, de acordo com o Gráfico 15, a participação desse grupo, que correspondia a 6,4% do total de desempregados, em 1995, passou para 24,1%, em 2002. Diminuiu bastante, portanto, a partici- pação dos desempregados obtendo uma nova ocupação em menos de 30 dias: em 1995 eles eram 29,9% do total, pas- sando para 14,6% em 2002.
De fato, a transição para o regime democrático no Brasil trouxe, além da maior mobilização dos movimentos e organizações em torno dos direitos humanos, uma mudança em suas estratégias de atuação. Se antes esses grupos estavam articulados enquanto movimentos de oposição e resistência ao regime, com o fim da ditadura eles passaram a participar ativamente do processo de redemocratização do país, contribuindo inclusive para a redação da nova Constituição Brasileira, promulgada em 1988 (SANTOS, 2007). Essa aproximação entre sociedade civil e governo também pode ser vista nas políticas de compensação para os abusos ocorridos durante a ditatura, que de acordo com Engstorm (2011) foram articuladas a partir de uma estreita colaboração entre esses dois lados.