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OBSERVAÇÕES NO HOMEM A—Fetos.

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convexidade da ansa e logo se reuniam num único tronco que dois milíme- tros depois se bifurcava ; o ramo posterior era destinado ao ventre posterior do ómò-hioideu (O. h.), enquanto o anterior se ia distribuir ao esternò-tiroideu (St. t.). (Esta observação refere-se à esquerda do Feto e não à direita, como por lapso foi indicado na página anterior).

Fig. 24 — À direita, a ansa formava-se ao nível do bordo superior da car- tilagem tiroideia, e encontrava-se situada entre a carótida interna, prestes a bifur- car-se, e a veia jugular interna. O ramo descendente interno do plexo cervical (d. c.) era constituído pela reunião de duas raízes — uma da parte média da arcada C» - C"' e outra de O» — ; à primeira destas raízes ia lançar-se um filete muito del- gado nascido do gânglio cervical superior (G. c. s.), o qual para a atingir seguia uma direcção oblíqua para baixo e para fora. Assim constituído, dirigia-se o ramo descendente interno do plexo cervical primeiramente para baixo e depois fran- camente para diante, indo colocar-se neste seu trajecto entre a face externa da carótida primitiva e a profunda da veia jugular interna ; tendo atingido o bordo anterior desta artéria, anastomosava-se em ângulo recto com o descendente do hipoglosso (d. h.i) que deste emergia ao cruzar a carótida externa.

Do ponto de encontro daqueles dois ramos, isto é, junto do bordo anterior da carótida primitiva destacava-se um ramo que, depois de um trajecto de alguns milímetros, se bifurcava: o ramo de bifurcação externo era destinado ao ventre posterior do ómò-hioideu, enquanto que o interno, continuando para baixo a direcção do tronco que lhe deu origem, cruzava a face posterior deste último músculo e expandia-se depois em filetes que iam inervar os músculos esternò- -cleidò-hioideu (St. h.) e esternò-tiroideu (St. t.).

Mais interessante era a disposição do filete que ia inervar o ventre ante- rior do ómò-hioideu : do grande hipoglosso, 2 milímetros adiante da origem do seu ramo descendente, isto é, num ponto que estava situado entre esta e a origem do ramo do tirò-hioideu, destacava-se um filete (d. h.2) que, depois de um curto tra- jecto em sentido vertical, se reunia a um outro de trajecto transversal, partido do

descendens hypoglossi ; o raminho nervoso proveniente da reunião destes dois

filetes encamlnhava-se depois para baixo e para dentro em direcção ao ventre anterior do músculo já citado, e recebia, antes de o atingir, uma nova anastomose daquele ramo descendente, esta agora dirigida num sentido levemente ascendente Obs. 21 e 22— Feto çf, de 8 meses de gestação, dissecado em 20-11-1929. Fig. 25 — A disposição observada à direita, e que esta Figura reproduz e o esquema da Fig. 26 melhor representa, era, sob todos os pontos de vista, curiosa, atendendo às anastomoses que o ramo descendente do hipoglosso recebia do pneumogástrico e ao facto de os dois ramos do plexo cervical destinados a reiini- rem-se com o descendens hypoglossi caminharem isolados em quási todo o seu trajecto e na face profunda da veia jugular interna.

Como se pode vêr nas Figs. 25 e 26, o ramo descendente do hipoglosso (d. h.) originava-se junto da carótida externa e recebia, logo na sua origem, um

ANSA HYPOQLOSSI 67

Fig. 25 (Obs. 21)

filete (r. a.i), de direcção transversal, que se destacava do gânglio plexiforme do pneumogástrico (X); costeando a carótida externa, recebia, dois milimetros depois, novo filete (r. a.2) do gânglio plexiforme do pneumogástrico, disposto, como o anterior, em sentido transversal e formando uma leve arcada que cruzava a citada

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artéria. Continuando um trajecto levemente obliquo para diante, ia colocar-se entre a carótida primitiva e a jugular interna, e, ao nível da parte média da carti- lagem tiroideia, recebia a anastomose dos dois referidos ramos do plexo cervical (d. Ci e d. ci), que se reuniam num muito curto tronco comum que se lan- çava no ramo descendente do grande hipoglosso.

O ramo d. c.i nascia da parte superior da arcada C " - C ' " e recebia perto da sua origem um filete do ramo r3 que o gânglio cervical superior (G. c. s.) fornecia a C»>; seguindo, num trajecto quási recti- líneo e obliquamente dirigido para baixo e para diante, ao encontro do descendens hypoglossi, ocul- tava-se dentro em breve na face profunda da jugular interna. O ramo d. c.2 nascia de O " e seguindo, adiante do escaleno anterior pri- meiramente, e da carótida primi- tiva e pneumogástrico depois, um trajecto aproximadamente transver- sal, ia encontrar-se na face profunda da jugular interna com o ramo d. ci, e, unindo-se a êle, formava um tronco que, a menos de 1 milímetro de percurso, se ia lançar em ângulo agudo no descendens hypoglossi.

O tronco resultante desta reu- nião, continuava a direcção do ramo d. h. e, tendo fornecido para diante, ao nível da cartilagem cricoideia, um ramo (R. o. h.) que se destinava ao ventre anterior do ómò-hioideu, e pouco depois um outro, para trás, que se distribuía ao ventre posterior do mesmo músculo, aproximava-se do bordo externo do esternò-tiroideu. Quando o tinha atingido, abandonava, com o espaço de 1 milímetro entre um e outro, dois filetes (R. st. h.) que cruzavam em diagonal a face anterior deste mús- culo, e iam inervar a porção inferior do esternò-cleidò-hioideu; penetrando no tórax, terminava por um filete de reduzido calibre (R. st. t.) junto das inserções inferiores do esternò-tiroideu.

Embora sem relação alguma com a ansa do hipoglosso, vê-se ainda representado nas Figs. 25 e 26 o nervo frénico que, neste caso, nascia por uma só raiz de C'v e enviava, logo após a sua origem, um ramo anastomótico a Cv.

Fig. 26 (Obs. 21)