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c.s Fig 115 —À esquerda, havia a formação duma dupla ansa, que como as

r.stt r.st.h Fig

130 ÁLVARO RODRIGUES

G. c.s Fig 115 —À esquerda, havia a formação duma dupla ansa, que como as

do lado oposto estavam situadas na face profunda da veia jugular interna.

Do grande hipoglosso (XII), um pouco antes deste nervo entrar em relação com a carótida interna, destacava­se o seu ramo

descendente (d. h.) que, dirigindo­se desde logo para baixo, recebia a 1 centímetro da sua origem um filete proveniente do tronco do pneumogás­ trico (X) imediatamente abaixo do gânglio plexi­ forme. Assim constituído, seguia o descendent

hypoglossi ao longo do pescoço e recebia pouco

depois, com um intervalo de 1 centímetro entre eles, os dois ramos do plexo cervical ; o primeiro (d. c.i), proveniente, por duas raízes, da parte média da arcada C ' ­ C " e do ramo seguinte do plexo cervical (d. c.2), cruzava quási transversalmente a face profunda da jugular interna e lançava­se no

descendens hypoglossi ao nível do osso hioide ;

o segundo (d. c.2) destacava­se também da arcada O ­ C", junto agora da sua extremidade inferior e, fornecendo a referida raiz para o ramo d. c i , cruzava igualmente a face profunda da jugular interna e lançava­se no ramo do hipoglosso ao nível do bordo superior da cartilagem tiroideia, depois de ter seguido um trajecto levemente oblí­ quo para baixo e para diante.

O nervo resultante desta segunda anasto­ mose, seguia para baixo encostado à face externa da carótida primitiva e cruzava o tendão do ómò­ ­hioideu, depois de haver fornecido ao nível da porção terminal do tronco tirò­linguò­facial um

filete para o ventre anterior do ómò­hioideu (O. h.), bifurcando­se em seguida : o ramo anterior destinava­se à porção inferior do esterno­cleidò­hioideu, enquanto o posterior, ia inervar a porção correspondente do esternò­tiroideu.

No ponto donde da arcada O ­ C" se destacava a raiz superior do ramo (d. c.O ia lançar­se em sentido descendente um filete partido do gânglio cervical superior (G. c. s.).

r.st.h.

Fig. 115

(Obs. 96)

Obs. 97 e 98 — Cadáver de Joaquim C. de ■

cado em 28­111­1929.

anos, natural de Gaia. Disse­

Fig. 116 —Do lado direito a ansa era única e formava­se por trás do tendão do ómò­hioideu, na face superficial da veia jugular interna.

O descendens cervicalis (d. c.) era muito curto em consequência da reunião tardia e ao nível do 3.° anel da traqueia dos dois longos ramos que entravam na sua constituição ; o ramo anterior e o mais longo (d. c.i) partia do início da arcada

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C'i-O'i, abaixo do ponto onde nela se lançava um ramo (r2-3) partido do gânglio cervical superior, enquanto o posterior (d. c.2) se originava em O». Descendo no pescoço, seguiam um trajecto convergente, e, reunindo-se junto da face posterior da veia jugular interna, constituíam o descendens cervicalis, que. desde logo se encurvava para diante e fornecia a meio da face externa daquela veia um ramo para trás que ia inervar o ventre posterior do ómò-hioideu (O. h.). O descendens

cervicalis, atingindo o descendens hypo- glossi, dividia-se em dois ramos, que a

este se iam reunir em sentido ascendente e descendente.

O descendens hypoglossi (d. h.) saía do xn par junto da carótida interna, e, seguindo o bordo anterior da veia ju- gular, fornecia a meio do pescoço um ramo de direcção aproximadamente trans- versal, que se ia distribuir ao ventre an- terior do ómò-hioideu e porção superior do esternò-cleidò-hioideu. Este ramo apre- sentava uma origem muito especial do

descendens hypoglossi: ao nível do

bordo superior da cartilagem tiroideia, saía um ramo (c), obliquamente descen- dente, que 2 centímetros percorridos se ia reunir a um outro, ascendente (d) tam- bém destacado daquele ramo do hipo- glosso, mas ao nível, da cartilagem cricoi- deia, ou seja, 4 centímetros abaixo da origem do ramo c; daqui resultava um nervo, que seguindo horizontalmente para diante, apresentava o destino referido.

Da reunião dos dois descendentes, resultava um nervo que, seguindo a prin- cípio a direcção do descendens hypo-

glossi (d. h.), se dividia dentro em breve, indo distribuir-se pelos dois ramos

resultantes (r. st h. e r. st. t.) à porção inferior do esternò-cleidò-hioideu e ester- nò-tiroideu.

Além do descrito, havia ainda nesta observação a presença duma anastomose da ansa do hipoglosso para o frénico, anastomose, que era constituída por um filete que saía do ramo d. c.2, junto da sua terminação, e que, seguindo obliqua- mente para trás e para baixo, se ia lançar no frénico, abaixo de C v, A notar neste frénico, havia ainda o facto de não apresentar raiz de O", nascendo apenas de C'v, e enviando uma anastomose a O do ponto em que cruzava este par cervical.

Fig. 116

(Obs. 97)

Fig. 117 —À esquerda, a disposição encontrada tornava-se notável pelas anastomoses que o pneumogástrico enviava aos dois ramos descendentes.

ANSA HYPOGLOSSI 159

O descendens hypoglossi (d. h.) apresentava duas raízes de calibre desigual e proveniência diferente. A raiz principal provinha do grande hipoglosso no momento em que este nervo cruzava a carótida interna. A esta raiz, que se dirigia para baixo e levemente para diante, vinha juntar-se outra (a) mais delgada e francamente oblíqua para diante e para baixo que provinha do gânglio plexiforme do pneumogástrico, junto da sua extremidade inferior. Assim se constituía o des-

cendens hypoglossi que, primeiramente coberto pela

face profunda da jugular, costeava no restante do seu trajecto a face anterior desta veia. Tendo cruzado o tendão do ómò-hioideu, encurvava-se a 3 centímetros do esterno para trás, cruzando a face superficial da referida veia e, a meio dela, anastomosava-se topo a topo com o descendens cervicalis, que até este ponto tinha também costeado a jugular interna, mas pela face posterior.

A semelhança do descendens hypoglossi, era constituído o descendens cervicalis (d. c.) por duas raí- zes de desigual importância. A principal (d. c.2) nascia de O", sendo a esta que, abaixo da cartilagem cricoideia, se vinha lançar a outra (d. c.i), mais fina e mais longa, proveniente de C ". Apesar de menor calibre, era esta raiz (d. c.j) a mais notável das duas, pois, recebia perto da origem dois filetes anastomóticos de órgãos vizinhos. O primeiro filete (b), que ao ramo d. ci se ia lançar junto de C H, provinha do pneumogástrico, junto do gânglio plexiforme deste nervo. O segundo (c), de natureza sim- pática, nascia do gânglio cervical superior e, descrevendo uma arcada, terminava no ramo d. c.i, a cerca de 1 cen- tímetro abaixo da origem deste.

Da convexidade da arcada formada por estes dois

ramos, partiam dois filetes (r. st. h. e r. st. t.) que, se- Fig. 117 guindo trajectos de direcção divergente se iam distri- íObs. 98) buir respectivamente à porção inferior do esternò-clei-

dò-hioideu e esternò-tiroideu. O último destes ramos costeava o bordo externo do músculo a que se destinava, até ao interior do tórax, nele se perdendo somente depois de ter cruzado a articulação esternò-costò-clavicular esquerda. Obs. 99 e 100 — Cadáver de Joaquim L., de 39 anos, natural da Vila da

Feira. Dissecado em 15-V-1929.

Figs. 118 e 119 — A direita, havia a presença de duas ansas que se forma- vam a alturas diferentes na face superficial da jugular interna.

O descendens hypoglossi (d. h.) originava-se por duas raízes do xn par. A primeira (b), mais delgada e muito obliquamente dirigida para diante e para baixo, saía daquele nervo junto da carótida interna e caminhava encostada pri-

160 Á L V A R O R O D R I O U E S

AJkt*]***^?

Fig. 118

(Obs. 99)

meiramente ao tronco do hipoglosso e em seguida à segunda raiz (c) que daquele saía junto do bordo posterior da carótida externa, e que desde logo seguia quási verticalmente para baixo. Da reunião destas raízes, ao nível dum plano que pas-

ANSA HYPOQLOSSI 161

sava 1 centímetro acima do osso hioide, se constituía o descendens hypoglossi (d. h.) que, descrevendo uma curva de concavidade posterior, se aproximava do bordo posterò-externo do esternò-tiroideu, entrando em relação com a glândula tiroideia. Fornecendo ao nível da parte média da cartilagem tiroideia um ramo (r. o. h.) para o ventre anterior do ómò-hioideu, abandonava logo abaixo um outro (b) que ia inervar a porção correspondente do esternò-cleidò-hioideu, em seguida ao que se encurvava para trás, um pouco antes

de cruzar o tendão intermediário daquele mús- culo. Atingindo o bordo anterior da jugular in- terna, dividia-se em dois ramos: o superior anastomosava-se topo a topo com o primeiro ramo do plexo cervical (d. c.i), formando com este uma arcada acima do ómò-hioideu. O se- gundo, acrescentado com as fibras que o ramo d. c.2 lhe enviava, dirigia-se para baixo e um pouco obliquamente para diante e, entrando em relação com a face anterior do esternò-tiroideu, dividia-se por sua vez em vários ramos (r. st. h. e r. st. t.) que iam inervar, respectivamente, os músculos esternò-cleidò-hioideu e esternò-tiroi- deu, junto das suas inserções inferiores. O ramo destinado a este último músculo, cruzava a face posterior da articulação esternò-costò-cla- vicular, antes de nele terminar.

O descendens cervicalis era constituído por dois ramos de calibre desigual, cada um dos quais descrevia uma arcada na face superfi- cial da veia jugular interna, ramos que caminha- vam encostados na última parte do seu trajecto O primeiro (d. c.i) era constituído pela fusão de duas longas raízes (c e d) partidas do meio

da arcada C"-C"> e de O», raízes que se fusionavam ao nível da cartilagem cricoideia, depois de um trajecto para baixo em que seguiam encostadas ; assim formado, dirigia-se obliquamente para diante e, entrando em relação com a face superficial da jugular interna, descrevia uma arcada, vindo juntar-se-lhe neste ponto o ramo d. c.2 que na sua porção ascendente a êle se encostava e, lado a lado, iam terminar junto da face anterior da mencionada veia, anastomosando-se com o descendens hypoglossi.

O ramo d. c.2, de muito menor calibre, afectava uma disposição bastante rara nas minhas observações.

Nascido dum dos ramos de divisão de C'v, tornava-se desde logo obliqua- mente descendente, e a 1 centímetro do esterno, tendo encontrado a face super- ficial da jugular interna, encurvava-se para diante ; descrevendo uma arcada e tornando-se ascendente, seguia ao longo da referida veia e, ainda na sua face superficial, encontrava o ramo d. c.i ; encurvando-se de novo para diante, seguia

u r.st.t

Fig. 119

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desde então encostado a esse ramo com o qual trocava algumas fibras, nesta parte do seu trajecto. Atingindo o descendens hypoglossi, as suas fibras tomavam duas direcções diferentes : umas, superiores, tornavam-se ascendentes e seguiam ulte- riormente o destino das do ramo d. c.i ; as outras, inferiores, iam reunir-se ao refe- rido ramo inferior do descendens hypoglossi. O ramo, assim constituído, aproxima- va-se do bordo do esternò-tiroideu e, fornecendo um filete para a parte inferior do esternò-cleidò-hioideu, penetrava no tórax e terminava no primeiro destes músculos. Da convexidade da arcada formada pelo ramo d. c.2, partia um ramo para trás, que se destinava ao ventre posterior do ómò-hioideu.

Além do descrito, recebia ainda a raiz superior do ramo d. c.i, partida de C " , um delgado filete, nascido da convexidade duma arcada formada pelo ramo comunicante de C1".

Figs. 120 e 121 — À esquerda, a ansa era dupla e formava-se na face super- ficial da jugular interna; porém, as duas arcadas encontravam-se quási encostadas e formavam-se ao nível da cartilagem cricoideia.

O ramo descendente do hipoglosso (d. h.) originava-se deste último nervo por duas raízes, que logo se fusionavam e que seguiam encosta- das no seu curto trajecto. Estas raízes nasciam junto do bordo anterior da carótida interna, e o ramo formado pela sua reunião cruzava em diago- nal a carótida externa e, entrando em relação, ao nível da cartilagem tiroideia, com a face anterior da carótida primitiva, costeava-a no restante do seu trajecto, aproximando-se progressivamente da glândula tiroideia. Ao nível do bordo inferior desta cartilagem, encurvava-se para trás e, havendo rece- bido a anastomose do primeiro ramo do plexo cer- vical (d. ci) que descrevia uma arcada na face superficial da jugular, reúnia-se logo abaixo, em ângulo agudo, ao segundo ramo (d. c.2), constituindo com êle um tronco (c) que seguia durante um curto percurso a face superficial da referida veia e se ia distribuir, por uma disposição várias vezes descrita em observações anteriores, à parte inferior dos músculos esternò-cleidò-hioideu e esternò-ti- roideu.

O primeiro ramo do plexo cervical (d. c.i), mais longo e o mais volumoso, saía da arcada C" - O " do plexo cervical e, costeando por trás a veia jugular interna, era acompanhado, desde a tiroideia, pelo segundo ramo do plexo cervical (d. c.2), nascido de O". Ambos estes ramos se encurvavam para diante ao nível da cartilagem cricoideia e, entrando em relação com a face superficial da

r.sb

r.st.h.

Fig. 121

(Obs. 100) parte média da cartilagem

ANSA HYPOOLOSSI 163

Fig. 120 (Obs. 100)

veia jugular interna, reuniam-se a meio dela com o descendens hypoglossi, segundo o modo já descrito.

O ramo d. c.2, no momento em que ia a cruzar a veia jugular, fornecia para baixo um ramo (b) que continuava ao longo do bordo posterior da referida veia o seu trajecto. Este ramo, 1 centímetro acima da clavícula, encurvava-se para trás, e,

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descrevendo uma arcada completa na face superficial do escaleno anterior, tor- nava-se ascendente e ia reiinir-se ao 4.» par cervical. O ramo b, 1 centímetro abaixo da origem no ramo d. c.2, fornecia um filete ascendente que, reunindo-se a um outro destacado da convexidade da arcada descrita pelo ramo d. c.2, ia entrar na constituição dum nervo (r. o. h.), sob cuja dependência estava a iner- vação do ventre posterior do ómò-hioideu.

O ramo b descrevia assim uma terceira arcada, sem constituir, contudo, uma terceira ansa do hipoglosso, pois não apresentava quaisquer relações com ramos deste nervo. Poder-se ia pensar que este nervo representava uma daquelas anastomoses, assinaladas pelos autores do século passado, da ansa para Ov. Porém, o filete ascendente que este ramo fornecia para o nervo do ventre poste- rior do ómò-hioideu atesta que o ramo b, ao lado dos filetes provenientes do ramo d. c.2, transporta também fibras fornecidas pelo 4.° par cervical.