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Área da secção transversa unitária do núcleo

A Fig. 09 apresenta a área da secção transversa unitária do núcleo estimados a partir da

leitura de 150 campos microscópicos para cada grupo. Os valores da área da secção transversa

unitária do núcleo foram maiores no grupo Senil nas regiões ventriculares direita e esquerda

(2,082 µm2 e 2,318 µm2 respectivamente) do que no grupo Adulto (2,040 µm2 e 2,015 µm2

respectivamente). A região Septal apresentou um valor médio maior no grupo Adulto (2,145

µm2) do que no grupo Senil (1,997 µm2) (P>0,05).

Em ambos os grupos não houve diferença estatisticamente significante entre as três regiões

analisadas (p>0,05). 65 75 85 95 105 S VD VE 65 75 85 95 105 S VD VE

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Figura 09 – Área da secção transversa unitária do núcleo do coração humano. A – Grupo adulto;

B – Grupo senil. 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 S VD VE 1,8 1,9 2 2,1 2,2 2,3 2,4 S VD VE

6 DISCUSSÃO

O conhecimento do processo de envelhecimento do coração é importante para a melhor

compreensão dos processos patológicos que se instalam mais comumente no indivíduo senil.

Contudo uma das maiores dificuldades encontradas no estudo dos efeitos do envelhecimento

sobre o sistema cardiovascular é a de se isolar e se identificar os efeitos do processo normal ou

fisiológico de envelhecimento sobre àqueles relacionados com a presença de estados patológicos

específicos associados. Na espécie humana é comum a ocorrência de aterosclerose, diabetes e

doenças cardíacas isquêmicas e é sabido que a severidade dessas condições patológicas aumenta

com a idade (OLIVETTI et al., 1991). Além disso, outras dificuldades são relatadas quando se

deseja realizar uma investigação apenas do processo fisiológico de envelhecimento, tais como o

estilo de vida de cada indivíduo, (nível de atividade física e estresse, hábitos alimentares, ingestão

de álcool e tabagismo). Todos esses fatores podem contribuir para desencadear alterações na

função cardiovascular no decorrer do envelhecimento do indivíduo, embora sua específica

contribuição seja muito difícil de quantificar (SAFAR, 1990; LEWS e MARON, 1992).

No presente estudo, semelhantemente ao protocolo adotado na literatura em trabalhos em

humanos (KITZMAN et al, 1990, OLIVETTI et al., 1991; CHIDA et al., 1994; OLIVETTI et al.,

1996) foram utilizados apenas corações provenientes de necrópsia de indivíduos não portadores

de cardiopatias, a fim de diminuir a possibilidade de eventual presença de condições causadoras

de hipertrofia miocárdica.

A Estereologia permite-nos determinar a tridimensionalidade de um órgão, tecido, celula,

etc, atraves de cortes histologicos com imagens bidimensionais. Em Esteriologia o primeiro

mandamento é trabalhar com poucos individuos, poucos campos microscopicos analisados, gastar

pouco (poucas laminas histologicas) mas sem perder a acurácia dos resultados. Segundo

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individuos num determinado estudo para se obter resultados exploráveis estatisticamente será de

05 individuos. Em nosso estudo obedecemos esse critério e utilizamos uma amostra de cinco

individuos por grupo.

Quando comparados os valores da área da secção transversa unitária do miócito nos

grupos adulto e senil observamos que no grupo senil as áreas da secção transversa do miócito nas

regiões septal e ventricular direita foram menores do que no grupo adulto, embora essa diferença

não tenha sido estatisticamente significante. Entretanto, a região ventricular esquerda do grupo

senil apresentou valor ligeiramente maior do que aquele encontrado no grupo adulto.

ENGELMANN et al. (1987) em um estudo experimental com ratos normotensos com idades de

1, 6, 12, 18 e 24 meses, analisou a área da secção do miócito do corações desses animais e

demonstraram haver um aumento significante da área da secção do miócito nos animais com 12 e

18 meses de idade e uma diminuição significante da área da secção do miócito nos animais com

idade entre 18 e 24 meses. Entretanto, esses autores, não especificaram as regiões cardíacas

utilizadas como amostra para esse estudo. Quando analisado os resultados dentro de cada grupo

observou-se que o aumento da área da secção transversa do miócito na região ventricular

esquerda foi estatisticamente significante quando comparado aos valores obtidos nas regiões

septal e ventricular direita do grupo senil. BURNS et al. (1990) também observaram uma

hipertrofia relativa dos miócitos mais acentuada na senilidade.

Estudos também demonstraram, em corações humanos, que a área da miocélula próxima

às região endocárdica se apresentava maior do que àquelas próximas às regiões epicárdicas

(BRANDI e McGREGOR, 1969; GERDES et al., 1979), embora HATT et al. (1979) só tenham

observado esse comportamento em corações humanos hipertróficos. Em nosso trabalho não foi

realizado um estudo relativo a área da miocélula com relação a sua posição nas diferentes

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Os miócitos do grupo senil, nas regiões septal e ventricular direita, apresentaram valores

médios do comprimento do perímetro unitário menores do que nas regiões semelhantes do grupo

adulto, porém, na região ventricular esquerda o valor médio do comprimento do perímetro

unitário do miócito foi maior no grupo senil. Quando analisado os resultados dentro de cada

grupo observou-se que no grupo senil o valor médio do comprimento do perímetro unitário do

miócito na região ventricular esquerda foi estatisticamente significante quando comparado aos

valores obtidos nas regiões septal e ventricular direita. O comprimento do miócito é uma

dimensão difícil de se obter na miocélula, particularmente no miocárdio adulto, devido a

dificuldade de se obter verdadeiros cortes longitudinais da célula (CANALE et al, 1986), fato

este que pode justificar a escassez de dados na literatura sobre o comprimento do perímetro

unitário do miócito seja em trabalhos experimentais ou em humanos.

Obtivemos valores médios do volume unitário dos miócitos maiores no grupo senil do que

no grupo adulto, porém, essa diferença não se mostrou estatisticamente significante. Quando

analisado os valores das três regiões desse mesmo grupo encontrou-se um volume unitário do

miócito maior no ventrículo esquerdo do que nas regiões septal e ventricular direita No grupo

adulto não houve diferença significante entre as três regiões estudadas . ÁGUILA et al (1998)

analisando amostras das regiões septal e ventricular esquerda do miocárdio de ratos com idade de

3 e 15 meses observaram que o volume dos miócitos diminui de 76,7% no grupo de animais mais

jovens para 72,2% nos animais de 15 meses de idade.

Segundo POMERANCE (1975), ANVERSA et al. (1986), KITZMAN e EDWARDS

(1990), ocorre no miocárdio humano, durante o envelhecimento, uma diminuição no número de

miocélulas seguido de um aumento no tamanho das mesmas. Com relação à densidade

volumétrica dos miócitos também observamos uma diminuição da mesma no grupo senil, embora

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15 meses, ÁGUILA et al. (1998) também observaram uma diminuição significativa da densidade

volumétrica dos miócitos nos animais com idade de 15 meses, animais considerados nessa faixa

etária como idosos. Entretanto, ENGELMANN et al. (1987) demonstraram haver um aumento do

volume percentual do ventrículo esquerdo ocupado por miócitos em ratos normotensos com idade

de 12 a 18 meses. Quando analisado apenas o grupo senil, observamos que o valor percentual foi

significantemente maior no ventrículo esquerdo quando comparado com a região ventricular

direita e septal. Não foram encontrados na literatura, entretanto, dados a cerca da densidade

volumétrica dos miócitos nas diferentes regiões ventriculares e na parede septal.

Com relação ao número de miócito por unidade de volume observamos um aumento no

grupo senil. Da mesma forma, experimentalmente em ratos, ÁGUILA et al. (1998) também

observaram um aumento de 5,42 para 13,26x 103 mm3.

A densidade volumétrica nuclear foi maior nas três regiões do coração do grupo senil,

entretanto não apresentou diferença estatisticamente significante. Não foram encontrados na

literatura, entretanto, dados a cerca da densidade volumétrica nuclear durante o envelhecimento.

Nossos dados demonstraram um aumento do número de núcleos por milímetro cúbico nas

regiões ventriculares direita e esquerda e septal do grupo senil, embora essa diferença não tenha

sido estatisticamente significante. Esses resultados são semelhantes com os descritos por

OLIVETTI et al. (1991).que demonstraram um aumento no volume do miócito por núcleo em

ambos os ventrículos.

Não foram encontrados, na literatura consultada, dados acerca dos valores do volume

unitário médio do núcleo. Nossos resultados demonstraram que os valores do volume unitário

médio do núcleo foram maiores no grupo adulto nas três regiões estudadas (ventriculares direita e

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Os valores da área da secção transversa unitária do núcleo foram maiores nas três regiões

ventriculares direita e esquerda no grupo senil. Entretanto, a região septal apresentou um valor

maior no grupo adulto. Não foram encontrados na literatura, entretanto, dados a cerca da área da

secção transversa unitária do núcleo nas diferentes regiões ventriculares (direita e esquerda) e na

parede septal.

Está bem estabelecido que, em ambos humanos e animais, a proliferação das miocélulas

ocorre de maneira diminuída após o nascimento e que o crescimento do coração, durante as fases

pós-natal e antes que a maturidade sexual seja alcançada, é controlada por hipertrofia das

miocélulas e hiperplasia das células endotelias, capilares e fibroblastos (RAKUSAN, 1984; ZAK,

1984).

Observa-se, entretanto, que a diminuição da massa cardíaca que é decorrente de uma

contínua perda de miócito nas regiões ventriculares ocorre como um aspecto funcional da idade.

Em contraste, o volume celular da miocélula por núcleo aumenta progressivamente compensando

a perda funcional do músculo. Além disso, essas alterações quantitativas na miocélula são mais

acentuadas no ventrículo esquerdo do que no direito. Todos esses fenômenos celulares culmina

dando lugar a alterações externas na espessura da parede de ambos os ventrículos (KITZMAN et

al, 1988; OLIVETTI et al., 1991; CHIDA et al., 1994).

As alterações na estrutura ventricular parecem acarretar hipertrofia das miocélulas, como

é observado na hipertensão ou doença vascular, enquanto que a hiperplasia ou

“pseudohipertrofia” resulta da re-ocupação de áreas de miocélulas por tecido não contrátil como é

observado na doença cardíaca isquêmica (UNVERFERTH et al., 1983; MESSERLI, 1984). A

hipertrofia miocárdica por sua vez é a tentativa de adaptação do coração à sobrecarga de trabalho,

evoluindo para a falência cardíaca quando o processo de adaptação é esgotado (MANDARIM-

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O processo de envelhecimento normal está associado a uma variedade de mudanças.

Vários estudos já demonstraram que o envelhecimento estava associado com o aumento da

espessura da espessura da parede ventricular esquerda e da massa cardíaca. Entretanto, essas

mudanças são graduais e relativamente moderadas, e, segundo LEWIS E MARON (1992) as

medições absolutas da espessura da parede cardíaca em indivíduos idosos raramente excedem os

valores aceitos geralmente como normais. Entretanto, essas mudanças, as quais usualmente

discretas, podem diminuir a capacidade do coração senil em se adaptar ao estresse imposto a

partir da instalação de alguma doença cardiovascular (KITZMAN e EDWARDS, 1990). Em

nosso estudo encontramos diferenças quando comparamos os grupos adulto e senil, porém, essas

7 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos no estudo realizado em corações humanos de indivíduos

adultos e senis podemos concluir que:

- Ocorrem modificações nas dimensões da miocélula do coração humano no decorrer do

envelhecimento do indivíduo, entretanto, essas diferenças são sutis e parece significar a

adaptação do tecido às mudanças funcionais que se instalam no decorrer da vida;

- Na fase senil observa-se um aumento da área da secção transversa unitária do miócito, do

comprimento do perímetro unitário do miócito e do volume unitário do miócito mais

acentuada na parede do ventrículo esquerdo;

- O aumento da área da secção transversa unitária do miócito, do comprimento do

perímetro unitário do miócito e do volume unitário do miócito nos leva a concluir que

durante o envelhecimento ocorre perda de miocélulas com provável hipertrofia das células

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ANEXOS

TÉCNICAS HISTOCITOMÉTRICAS (FÓRMULAS FINAIS)

a) Área de secção transversa unitária da miocélula

(4) ao mioc = Ao mioc/Nmioc

b) Comprimento unitário do perímetro da miocélula

(7) lo mioc = Lo mioc/Nmioc

c) Volume unitário da miocélula

(10) vo mioc = (hmioc * ao mioc) * fs^-3 ou vo mioc = (hmioc * ao mioc) *

(ls/l'o)^-3

d) Volume percentual de miocélula (densidade volumetrica)

(11) Vvmioc = Pmioc/Pt

e) Número de miocélulas por unidade de volume

(12) Nmm^3mioc = 10^9/96.04 * Nmioc/hmioc * (ls/ló)^3 / (lo/lc)

i) Fração de volume nuclear

(16) Vvnu = Pnu/ {Pt * 1 + 1.23[t/(hnu * lo/lc)]}

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(18) Nmm^3nu = 10^9/(96.04*t) * Nnu/[hnu * (lo/lc) + t] * fs^3

k) Volume unitário médio do núcleo

(19) vnu = (10^9 * Vvnu)/ Nmm^3nu

l) Área de secção unitária média do núcleo

(20) anu = 0.9604 * (Pnu/Nnu) * {[hnu * (lo/lc) * t]/ [hnu * (lo/lc) * 1 + (1.23 * t)]}

Descrição das Fórmulas

O comprimento da miocélula (hmioc = distância inter-nuclear) foi medido diretamente no

microscópio com uma ocular 10X + 100X (objetiva de imersão), sendo que a direção do maior

eixo da miocélula era paralelo ao fio da navalha ou seja, perpendicular a direção do corte

(Chizzola et all, 1967). Nestas condições não foi necessário a correção para a compressão, apenas

para à retração. Os fatores de compressão e retração foram considerados para cada bloco de

tecido, tendo em vista as variações de um para o outro.

A área total das secções transversas das miocélulas foi estimada em cortes

perpendiculares ao maior eixo da miocélula. O valor destas áreas (Amioc), é dado pela relação

entre o número de pontos que caem nas estruturas em tela (Pmioc) e, o número total de pontos do

sistema-teste (Pt).

(1) Amioc = Pmioc/Pt

No nosso caso, a área das secções transversas das miocélulas na área-teste é dada em

µm2: Amioc = (Pmioc/Pt) * At , onde (At) é a área total do sistema-teste em µm2 = 96,04 e (Pt)

= 100, logo:

37

(3) Ao mioc = 0.9604 * Pmioc * (lo/lc)

O número de secções transversas de miocélulas na área-teste (nmioc), foi contada;

a área de secção transversa unitária em µm2 será, então:

(4) ao mioc = Ao mioc/Nmioc ; este procedimento permite estimar o valor unitário

médio da área de secção transversa da miocélula, onde (Nmioc) é o número de miocélulas

contadas nos campos correspondentes. A contagem das miocélulas foi feita em cada campo

microscópico separadamente levando em conta as “linhas proibidas”(Weibel, 1978).

Para determinar a medida do perímetro das secções transversas, usamos a fórmula baseada

no teorema de Buffon (Weibel e Elias, 1967):

(5) L = n * (PI/2) * D ,sendo (n) o número de intersecções das linhas-teste com os

contornos das transecções e (D) é a distância entre retas paralelas do sistema-teste.

Tomando como base a fórmula 5, o comprimento (Lmioc), do perímetro das secções

transversas de miocélulas na área-teste é:

(6) Lcmioc = Imioc * (PI/2) * D , onde (Imioc) corresponde ao número de

intersecções de miocélulas na área-teste. Utilizando o Fator de Compressão corrigimos a fórmula

6 para:

(6a) Lo mioc = Imioc * (PI/2) * D * (lo/lc)

Sendo (Nmioc) o número de secções transversas de miocélulas na área-teste, o

comprimento unitário do perímetro da miocélula em µm resulta em:

(7) lo mioc = Lo mioc/Nmioc

A medida da superfície celular lateral unitária (comioc) pode ser dada pelo produto do

perímetro unitário das secções transversas de miocélulas (lomioc), pelo comprimento unitário

celular médio (hmioc) obtido pelas distâncias inter-nucleares.

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correção da compressão, tendo em vista que esta medida foi obtida seguindo a direção do corte

paralelo ao fio da navalha, contudo não se encontra “desretraída”, portanto, considerando para o

estado retraído temos:

hmioc(retr.) = hmoc(desretr.) * ls/ló, logo: hmioc(desretr.) = hmioc(retr.) * ló/ls, pelo mesmo

raciocínio temos: lo mioc(desretr.) = lo mioc(retr.) * ló/ls, donde:

(8) co mioc = hmioc(retr.) * lo mioc(retr.) * (ló/ls)^2

Analogamente, o volume unitário (vmioc) é dado pelo produto da área de secção

transversa (aomioc), pelo comprimento da miocélula:

(9) vmioc = hmioc * aomioc , este volume foi obtido no tecido retraído; para ter o

volume (vo) estimado em suas dimensões correspondentes aos procedimentos prévios à fixação e

inclusão (no material a fresco), utilizamos a fórmula: vo = vs * fs^-3, onde o (vo) é o volume

original antes do pós-processamento e, (vs) é o volume após processado, sendo fs^-3 = (ls/ló)-3,

portanto corrigindo a fórmula 9, temos:

(10) vo mioc = (hmioc(retr.) * ao mioc) * fs^-3 ou vo mioc = (hmioc(retr.) * ao mioc) *

(ls/ló)^-3

O volume percentual da miocélula (densidade volumétrica) é dada pela fórmula:

Vvi = Pi/Pt (Weibel,1966), que aplicado ao nosso sistema-teste temos:

(11) Vvmioc = Pmioc/Pt , onde (Pmioc) é o número de pontos que caem nas

estruturas e, (Pt) é o número total de pontos do sistema-teste.

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