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ÁREA DE INVESTIGAÇÃO: ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA DE INVESTIGAÇÃO: ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE

O município de Tenente Laurentino Cruz está situado em região de Caatinga, especificamente na Mesorregião Central do Rio Grande do Norte, Microrregião Serra da Santana, (6° 08’ 53” S, 36° 43’ 09”W) distando cerca de 229 km de Natal (IBGE, 2010). O município localiza-se sobre área de planalto, com cerca de 700 metros de altitude, coberto parcialmente por exuberante vegetação arbóreo-arbustiva. Juntamente com mais 06 municípios, constitui o complexo serrano localmente conhecido como Serra de Santana.

Figura 1: mapa de localização de Tenente Laurentino Cruz

No que concerne ao clima de Tenente Laurentino Cruz, o município apresenta relevantes peculiaridades. Em todo o território do Seridó há uma predominância do tipo BSw’h’, da classificação climática de Koppen, caracterizado por um clima muito quente e semi-árido, uma vez que está localizado no semi-árido do Sertão nordestino. No entanto, a Serra de Santana,

especificamente Tenente Laurentino Cruz, possui temperaturas médias entre 16° e 30°C, dispondo de um micro-clima que diferencia a área serrana das demais regiões circunvizinhas (BRASIL, 2006). A média pluviométrica do município é de 656,9 mm anuais, irregularmente distribuídos, com maior ocorrência entre os meses de janeiro a maio.

O conjunto dessas características constitui um relevante potencial turístico, com a ocorrência de locais para a realização de trilhas ecológicas e apreciação das paisagens, além da riqueza e diversidade natural, inclusive com a existência de espaços naturais que guardam aspectos faunísticos, florísticos e histórico-culturais que denotam relevância para a criação de Unidades de Conservação com fins de uso sustentável, na forma de Parque Nacional ou Área de Proteção Ambiental - APA que visam, além da preservação de ecossistemas naturais de relevância ecológica e cênica, o desenvolvimento de atividades de interpretação e educação ambiental, de desenvolvimento sustentável, de recreação em contato com a natureza e de Turismo Ecológico (BRASIL, 2000).

Este município faz parte do Seridó Potiguar, região de destaque no Rio Grande do Norte, por se diferenciar quanto seus aspectos hidrológicos, geológicos, de vegetação e clima. Além disso, a região dispõe de grande riqueza mineral, e possui traços culturais distintos, que encontram na figura do sertanejo um importante ícone de expressão. “A região do Seridó não se define por uma única dimensão, foi construída histórica e culturalmente por aspectos que reproduziram a vida do sertanejo, constituindo-se espaço de reprodução econômica, lócus de representação política e lugar de identidade cultural. Assim, tendo sua elaboração presidida por processos sociais caracterizadores de uma dada feição, representada pelos costumes do interior potiguar, a região apresenta-se como um espaço com caráter particular” (MORAIS, 2005, p. 30).

Some-se a isso o fato de que Tenente Laurentino Cruz faz parte do Pólo Seridó, região que vêm sendo estruturada para integrar o Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, projeto que objetiva estimular o desenvolvimento turístico em cidades interioranas, com o intuito de

desconcentrar o fluxo turístico da região litorânea do Estado, e estimular a inserção das manifestações e expressões culturais de roteiros alternativos (BRASIL – 2007).

A partir da divisão do bioma caatinga em ecorregiões, constata-se que a Serra de Santana adéqua-se às características da ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional, cuja paisagem é mais típica do semi-árido nordestino. A altitude varia de 20 a 500 metros na área de depressão, com elevações de 500 a 800 metros. Esta região não contém rios permanentes, mas abrange enclaves de brejos de altitude (VELOSO, SAMPAIO e PAREYN, 2001).

Os solos da Serra de Santana são predominantemente os latossolos vermelho/amarelo distrófico, podendo ser bem visualizado pela paisagem agrícola da microrregião Serra de Santana, com a presença marcante da fruticultura (BRASIL, 2006).

Tenente Laurentino Cruz é um dos municípios que compõem a bacia hidrográfica Piranhas-Açu. Seus principais rios temporários são o Capim Açu e Patacaroa. Destaca-se, ainda, a ocorrência de riachos formados em períodos de chuvas como o Muniz, Patrício, Dizimeiro, Cangaia, Curicaca, Lanchinha, Riachão e Umbuzeiro.

Nessa região, predominam os aquíferos cristalino, aluvião e barreira. “No aqüífero cristalino estão todas as rochas cristalinas. Os poços perfurados apresentam uma vazão média de 3,05 m³/h e uma profundidade de até 60m, com a água apresentando alto teor salino e com restrições para o consumo humano e o uso agrícola. Já o aquífero aluvião apresenta-se disperso, constituído pelos sedimentos depositados nos leitos e terraços dos rios e riachos de maior porte. Estes depósitos caracterizam-se pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e uma profundidade média de 7 metros; a qualidade da água geralmente é boa e pouco explorada. O aquífero barreira é formado por arenitos finos e grosseiros, conglomerados, arenitos, argilosos, caulinito e ferruginosos, níveis de cascalhos, lateritas, argilas variadas de coloração amarelada e avermelhada. Os poços possuem

entre 05 a 100m³/h com águas de excelentes qualidades químicas, podendo ser utilizada para quase todos os fins” (MEDEIROS, 2003, p.31).

A vegetação do Seridó está praticamente representada pela floresta subcauducifólia, com extrato arbóreo de aspecto pouco denso, pequeno porte e folhagem mais clara, típica de áreas serranas do semiárido nordestino. No entanto, “por estar em uma zona de altitude mais elevada e ter seu desenvolvimento beneficiado por climas menos secos, a vegetação do município é favorecida por árvores de maior porte, com cobertura arbórea mais extensa. Devido à ocorrência de desmatamento, está se instalando uma vegetação secundária (capoeiras), além dos cultivos e de pastagens” (BARROS, 1998, p. 08). A predominância da prática agrícola no município levou a substituição da vegetação nativa pelas árvores frutíferas como a pinheira, o cajueiro, a graviola, a jaqueira, a mangueira e a goiabeira, bem como pelas culturas de subsistência como a exemplo da mandioca, do algodão, do fumo, do milho, da fava, do feijão, entre outros. Diante disso, a vegetação do Planalto da Serra foi quase que totalmente suprimida e\ou modificada.

O município possui uma extensa área de produção agrícola. Muitos são os distritos e sítios cujas famílias têm a agricultura sendo a base econômica local, além de trilhas e diversidade natural de importância e beleza relevantes. Este Espaço é formado por 28 comunidades ou sítios, ocupados pela maior parte da população laurentinense (PREFEITURA MUNICIPAL DE TENENTE LauURENTINO CRUZ, Secretaria Municipal de Agricultura).

Figura 2: Mapa do município de Tenente Laurentino Cruz. Fonte: Secretaria Municipal de agricultura\2003

Apesar da substituição de grandes áreas de terra para a cultura agrícola e pecuária, o município ainda dispõe de uma grande diversidade de fauna e flora local. A sua cobertura arbórea é constituída por árvores de médio e pequeno porte, construindo uma imagem peculiar da Serra de Santana (E. M. X.FREIRE, informação verbal.), em meio ao espaço natural da caatinga do Seridó potiguar, formado por vegetação rasteira, solo seco e pedregoso e clima muito quente, conforme figura 03. Assim, a Serra de Santana e seus municípios, dentre eles Tenente Laurentino Cruz, se destacam pela beleza exuberante de sua cobertura verde, dos riachos temporários formados em meio às passagens de pedra, e das trilhas abertas pelo próprio homem ao desbravar a serra com fins de agricultura e retirada de lenha para fazer carvão, aspectos ilustrados na Figura 04.

Figura 3: vista parcial da Serra de Santana, município de Tenente Laurentino Cruz, com destaque para a da beleza cênica local.

Figura 4: vista parcial de trilha localizada na área rural do município de Tenente Laurentino Cruz

3.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE