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Área 4 – Desenvolvimento Profissional

4. O TRAJETO PERCORRIDO

4.3. Área 4 – Desenvolvimento Profissional

Esta área consiste nas experiências mais marcantes que contribuíram de forma enriquecedora para o meu desenvolvimento profissional.

Todos os relatos anteriormente já abordados foram contribuindo para que o meu “eu professor” fosse melhorando. Em cada bocadinho desta minha etapa foi possível encontrar algo que tenha aumentado o meu conhecimento enquanto professor, tal como fui referindo ao longo de todo este meu relatório.

Mais uma vez evoco o poder que a reflexão teve sobre mim durante este ano e a forma como contribuiu para a minha melhoria ou tentativa de melhoria dia após dia. O simples facto de me sentar a pensar acerca do que tinha acontecido durante a lecionação das aulas ou durante momentos que foram surgindo neste meu trajeto, aumentava a minha capacidade de perceção sobre como lidar com os mesmos problemas no futuro.

Pretendia a cada reflexão que realizava, analisar os erros cometidos e os problemas que tinham surgido, sendo minha intenção principal não voltar a cometer os erros da mesma forma. Desejava definir algumas soluções para os problemas para poder tentar resolvê-los com essas mesmas conclusões, tendo sempre a certeza que a repetição do erro seria iminente, mas com o cuidado de realizar uma ação diferente, porque assim tinha a certeza que com algumas tentativas o erro seria contornado e ultrapassado.

O NE e em concreto a minha Professora Cooperante tiveram crucial importância nesta minha evolução. Com eles aprendi, trabalhei, stressei e aborreci, mas só com a ajuda de todos consegui levar o meu trajeto até ao fim.

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A forma como a minha PC abordava alguns assuntos e nos punha a pensar sobre eles, fazem agora todo o sentido, mesmo quando não o compreendia no momento.

A realização de trabalhos exigidos por ela foram fazendo sentido ao longo do tempo e agora percebo o quão mais culto fiquei. Tivemos de realizar um sobre as características de adolescentes dos 13 aos 18, tendo ficado cada um de nós com dois anos desta adolescência. Este trabalho ajudou-me a perceber um pouco melhor alguns comportamentos e atitudes destes, bem como me fez recordar o meu ser com estas idades. Pela leitura de certos artigos confirmei também aquilo que sinto e que hoje observo nestes jovens.

Um trabalho sobre o Estatuto da Carreira de Docente foi de igual forma exigido pela PC na parte final do ano, em que para além de entregarmos o dito em papel, tínhamos de o apresentar em conjunto. Numa altura em que os trabalhos e testes se acumulavam, parecia não fazer sentido a realização de um trabalho deste género e com algum grau de exigência. Apesar de tudo, olhando agora para trás, à custa desse trabalho fiquei a saber um pouco mais sobre o meu estatuto enquanto professor e sobre os meus direitos e deveres. Sinto ainda que talvez me pudesse ter empenhado um pouco mais na elaboração do mesmo, pois algumas dúvidas ficaram por esclarecer. A dissipação dessas dúvidas é algo que irei realizar a curto prazo.

Por fim (embora tenha sido a primeira a tarefa realizada), a elaboração de uma lista de tópicos a abordar na primeira aula, foi algo que me ajudou bastante e que sinto que me irá acompanhar ao longo de todo o meu processo e carreira enquanto professor. A presença dessa lista deixou-me mais tranquilo no momento de falar com a turma, já sabia o que ia abordar e caso não soubesse tinha aquela pequena “cábula” para me ajudar. Com isto, o meu foco de atenção ficou facilitado pois não tinha de me preocupar com o que ia dizer a seguir e em não me esquecer de alguma coisa, porque isso estava no papel que se encontrava à minha frente, mas sim perceber o que me rodeava, analisar os alunos e os seus comportamentos. Estava desta maneira mais tranquilo e confiante, qualidades que foram fundamentais para a primeira abordagem para com uma turma.

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Os meus colegas do NE ajudaram-me na resolução de vários problemas e aprendi com os problemas deles. Íamo-nos ajudando mutuamente e em conjunto fomos subindo um degrau de cada vez. Os seus feedbacks às minhas aulas eram de elevada importância, sabia que ao estarem de fora conseguiam perceber situações que a mim me escapavam. Ao observar as aulas deles, percebia que aquele erro detetado de fora, igualmente o cometia, podendo desta feita corrigir o meu colega e corrigir-me numa próxima aula que lecionasse. Foram, sem hesitação, uma parte importante no meu desenvolvimento profissional.

Os meus alunos por tudo que já foi referido e relatado atrás, foram um pilar no meu desenvolvimento. Sem eles os desafios não surgiam e como tal a evolução estagnava. Fizeram-me pensar, e querer dar-lhes algo novo e diferente a cada momento que passava. Nem sempre o consegui, mas sinto que a intenção foi valorizada e sentida. Fizeram-me querer mais deles e ao mesmo tempo de mim próprio. Por tudo isto foram os que mais contribuíram para o meu crescimento, porque acabam por ser os atores principais deste processo, tendo aumentando a minha vontade pela busca incessante de ser “bom professor”.

Essa busca veio a ser valorizada pelo estudo realizado sobre a perceção dos alunos acerca das qualidades do “bom professor” de EF, tendo-me ajudado a perceber o que os nosso pupilos mais valorizam, tentando por isso, ir encontro dessas qualidades sempre que possível. Aprendi também que o nível de conhecimento era o mais valorizado em ambos os ciclos estudados, o que me leva a afirmar que esta é sem dúvida a qualidade principal para um bom profissional, o seu conhecimento, não só acerca do que é ensinado mas de todos os pormenores que nele estão inerentes.

Foi um trajeto longo durante este ano, a aprendizagem foi constante e a cada momento mais uma pecinha era acrescentada ao meu puzzle do conhecimento acerca da vida, do “ser professor” e do ser “bom professor”.

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Apesar de tudo isto o puzzle ainda agora começou a ser montando, ainda nem uma imagem se distingue, e muitas peças nem se quer se sabe da existência delas. Muito há para aprender, e é isso que pretendo continuar a fazer a cada dia futuro.