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2.4 Metodologia

2.4.1 Objeto de Estudo

2.4.1.1 Áreas de Domínio

Torna-se essencial, contextualizar este objeto midiático dentro de suas áreas de domínio, porém serão abordadas aqui, somente duas áreas principais que se relacionam com o trabalho em questão, que são respectivamente, a publicidade e o design de embalagens.

A publicidade é definida por Sousa (2004, p. 175) como a “atividade organizada de publicitação social de bens, serviços ou mesmo idéias ou pessoas (no caso da propaganda política).” Este autor traz uma classificação relevante para o entendimento coerente das nuances desta área de conhecimento. As distinções são dadas pelos seguintes critérios:

Tabela 3: Categorização da publicidade

Publicidade comercial: divulgação de bens e serviços, levando em consideração o ato da compra, compreendendo assim a maioria das intervenções da publicidade.

Publicidade televisiva.

Publicidade de recursos humanos: destina- se a captação de quadros de colaboradores para empresas.

Publicidade gráfica (imprensa, cartaz, murais, folhetos, vestuário).

Publicidade política, ou propaganda: promoção de idéias políticas.

Publicidade por cartaz eletrônico (publicidade em ecrã vídeo que vai se modificando).

Publicidade institucional: realizada por instituições sem fins lucrativos.

Publicidade radiofônica. Publicidade mista: que se enquadra em

mais de um tipo dos citados acima.

Publicidade cinematográfica. Publicidade em slides; E-publicidade;

Vitrinismo;

Publicidade por amostra de produtos. Publicidade no ponto de venda.

Fonte: Sousa, 2004, p. 178

Vale destacar aqui que este autor referencia uma segunda opção de classificação pautada em Lampreia (1989):

Tabela 4: Categorização da publicidade

POR FORMA DE DIFUSÃO

POR ENTIDADE PROMOTORA

POR OBJETIVOS POR MEIOS DE

DIFUSÃO Publicidade aberta: modos comuns de publicidade. Publicidade privada: quando um anunciante privado expõe algo ou alguma coisa, o tipo mais comum de publicidade. Publicidade de lançamento: prepara acompanha o lançamento de um produto. Publicidade direta ou personalizada: dirigida a uma pessoa, ou a uma família (telemarketing, por exemplo). Publicidade fechada ou camuflada: compreende a publicidade dissimulada (tenta se passar pelo que não é); publicidade oculta (quando se utilizam produtos em um programa de TV, por Publicidade coletiva: quando vários anunciantes se juntam para divulgar um mesmo produto. Publicidade de expansão: conquista de novos mercados. Publicidade geral: visa atingir um público vasto.

exemplo, sem anunciá-lo diretamente); publicidade subliminar (quando se atinge o subconsciente do receptor, sem que ele se atente para este fato). Publicidade associativa: vários anunciantes de produtos ou serviços diferentes se reúnem para divulgar algo em comum. Publicidade de manutenção: manter a quota de mercado de um produto ou serviço. Publicidade

comunitária: tem por objetivo a utilidade pública ou interesse geral. Publicidade de recordação: para lembrar constantemente o público sobre determinado produto. Publicidade institucional: feita por instituições com uma finalidade informativa.

Fonte: Lampreia, 1989 apud Sousa, 2004, p. 179

O consumo está atrelado diretamente com a publicidade, é esta que promove o processo de persuasão e sedução do consumidor e portanto o conduz à compra. Esta é uma das áreas de atuação profissional, assim como o design, que manipula os elementos gráficos e os redireciona para que atuem de modo convincente dentro dos mais variados meios comunicacionais, incluindo nestes as embalagens.

Geraldes (1999) aponta alguns itens que acentuam a importância da publicidade:

Incentivo a concorrência e redução dos preços – quanto maior o reconhecimento de um produto, maior a quantidade de futuros e possíveis compradores; e quanto mais produto se vender, menor será o preço a se cobrar;

Permite meios economicamente acessíveis - permite que os consumidores não paguem os custos de produção das mídias;

Gera emprego - contribui para a venda e escoamento dos produtos; por sua vez as vendas ajudam as empresas a fortalecerem-se e a manterem-se em atividade, assegurando os postos de trabalho dos seus funcionários;

Subsidia o entretenimento - quando uma empresa patrocina um evento, ajuda a trazer esse evento até ao público e a pagar a produção do mesmo. Sem esses patrocínios, a única maneira de cobrir os custos seria através de preços de bilhetes muito elevados;

Permite o direito de escolher - ao informar sobre os produtos e serviços disponíveis, dá a conhecer diferentes tipos de um mesmo produto ao consumidor, ou seja, permite que este amplie sua percepção quanto à qualidade inerente ou associada de determinado produto e a possibilita estabelecer comparações entre as diversas características destes produtos e preços que são oferecidos.

A subseqüente área de domínio e intervenção das mídias a ser explorada aqui, é o design, mais especificamente o de embalagens.

O design de embalagens trabalha com os elementos estruturais e comunicacionais que constituem este objeto midiático. Sua função é não somente aplicar conceitos de tangibilidade à este, permitindo que haja a sua configuração volumétrica e portanto a compreensão de suas funções físicas e químicas, mas também a aplicação de caracteres intangíveis, mais subjetivos que trabalhem principalmente com a emoção humana, permitindo então a impulsão do consumidor à compra.

De acordo com Giovannetti (1997) em qualquer projeto de design de embalagens deve-se sempre, partir de um objetivo inicial, que surgirá com a análise de algum fenômeno social. Em seguida estabelece-se o problema, ou seja, as necessidades que este projeto deve atender. O problema pode ainda ser subdividido em subproblemas, constituindo deste modo um sistema hierárquico. Parte-se então, para o desenvolvimento de alternativas que possam solucionar o problema ou os subproblemas. Estas alternativas são denominadas hipóteses. Neste momento, pode-se fazer uso de várias técnicas ou métodos de geração de idéias, como Brainstorming, Discussão 66, Método 635, dentre outros. O próximo passo é o projeto em si, onde o designer desenvolve planos, desenhos, modelos de simulação, para poder visualizar

suas idéias. Finalmente passa-se para a produção, geralmente em larga escala, de seu projeto.

De acordo com Stein (1997) independentemente do método projetual adotado, alguns critérios devem sempre ser levados em consideração no desenvolvimento de projetos de embalagens, quaisquer que sejam as subáreas de atuação. Pode-se citar como estes pontos relevantes a compatibilidade química e física com o produto a ser armazenado; a ausência de toxinas; a proteção sanitária; a proteção contra perda ou assimilação de gases, aromas ou umidade; a proteção contra luz; a resistência ao impacto; a inviolabilidade; a facilidade para a impressão; o custo; a resistência no armazenamento e transporte; e acima de tudo proporcione a capacidade de atrair os consumidores.

Ainda de acordo com Stein (1997), versando sobre estudos de Dufour (1996), existem alguns atributos, que podem ser aplicados no desenvolvimento de projetos de embalagens que valorizam e aumentam a atratividade das mesmas:

Atributo psicológico: é o efeito psicológico gerado pela aparência, ou seja, pelas linhas, cores e signos, que surgem na configuração da forma.

Atributo identificação: a primeira identificação de uma embalagem é pela sua aparência, que está fortemente ligada ao desempenho do produto a que corresponde.

Atributo amenidade: é a integração do produto com o homem, fazendo com que haja uma situação de uso no mínimo agradável.

Atributo expressão: onde a aparência deve expressar sua intenção.

Com esta breve explanação sobre esta área de intervenção midiática, percebe-se enfim, que um processo projetual dentro do segmento de embalagens equivale a qualquer outra intervenção projetual de outros setores, porém ressalta-se que existem algumas peculiaridades, já citadas, que fazem com que ele se torne único.

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