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CAPÍTULO IV MATERIAIS E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2 Elementos do Meio Físico

5.2.8. Áreas Homólogas

5.2.8.1. Integração das Grades de Valores Numéricos – Escala Regional

O conjunto de 6 (seis) grades numéricas descrevendo os planos de informação foi integrado somando-se no contexto vertical os valores ponderados pré-estabelecidos para cada classe.

No intuito de melhor expressar o comportamento das áreas segundo sua capacidade de infiltração e também tornar possível a visualização em um mapa temático estabeleceu-se uma linguagem de qualificadores a cada um destes intervalos (Tabela 5.7).

Tabela 5.7 – Intervalos propostos para o fatiamento da grade numérica e seus respectivos qualificadores.

INTERVALOS QUALIFICADORES ÁREA (km²) ÁREA %

Peso Infiltração 2,00 Muito Baixo 206.17 3,23

2,00 < Peso Infiltração 3,00 Baixo 2.663.06 41,58

3,00 < Peso Infiltração 3,50 Moderado 2.517.32 39,33

3,50 < Peso Infiltração 4,00 Médio 919.42 14,36

4,00 < Peso Infiltração Alto 97.23 1,50

TOTAL 6.403.20 100,00

Tabela 5.8 – Intervalos propostos e cores associadas as área homólogas

INTERVALOS QUALIFICADORES CORES

Peso Infiltração 2,00 Muito Baixo Verde escuro

2,00 < Peso Infiltração 3,00 Baixo Verde claro

3,00 < Peso Infiltração 3,50 Moderado Amarelo

3,50 < Peso Infiltração 4,00 Médio Marrom

4,00 < Peso Infiltração Alto Vermelho

O resultado da soma das grades gerou uma outra grade contendo os valores integrados de todas as grades de variáveis e também uma imagem representando todas as áreas homólogas segundo os valores resultantes (Figuras 5.2.8).

Enquanto procedimento metodológico, a identificação de regiões com boa capacidade de infiltração (vermelho) representam aquelas que tem a melhor conjugação de possibilidades para que a água permaneça e se infiltre no perfil de solo. Nas condições de infiltração regulares (amarelo) representam as regiões em que estes fatores apresentam condicionantes (elementos da paisagem) que inviabilizam, em parte, a infiltração de água no solo. A condição menos favorável aparece na cor verde.

Desta forma, procurou-se ver a região estudada como uma área sistêmica de produção, armazenamento e disponibilização de água pela conjugação dos elementos da paisagem.

Considerando a precipitação como elemento de entrada de água no sistema, as áreas homólogas da Figura 5.2.8 representam as regiões com maior ou menor facilidade de infiltração. Embora as classes dentro dos planos de informação possam responder de forma individual, suas características quanto à capacidade de infiltração está ligada a integração dos elementos da paisagem e se constitui em uma interessante forma de análise na distribuição espacial das condições de infiltração.

Em escala regional, observa-se pela Figura 5.2.8 que o extremo nordeste da área, correspondendo a Serra da Bocaina, apresenta a maior área contínua com boa capacidade de infiltração. Isto pode ser explicado por um conjunto de fatores positivos como elevadas precipitações médias anuais (1800 a 1900mm), relevos predominantes tipo Mar de Morros, declividades médias baixas (3 a 12%), predominância de Latossolos Vermelho-Amarelos e alto grau de fraturamento.

Áreas expressivas com boas condições de infiltração ainda ocorrem nos contrafortes da Serra do Mar, na região entre Cunha e Lagoinha e em parte dos terrenos colinosos que acompanham o rio Paraíba do Sul na porção norte da área.

Nos contrafortes da Serra do Mar, as áreas de boa infiltração englobam as nascentes dos rios Paraibuna e Paraitinga. As áreas com boa capacidade de infiltração ocorrem de forma fragmentada e são caracterizadas por fatores como pluviometria média (1400 a 1600mm) e relevos predominantemente constituídos de serras e solos de B textural incipiente (Cambissolos). De uma maneira geral, estas condições não seriam muito favoráveis à infiltração. Entretanto as condições de uso da terra são muito favoráveis, pois nesta região se concentra a maior parte dos fragmentos de mata da área de estudo.

Na região entre Cunha e Lagoinha (centro-sul da área), existe uma “mancha” que apresenta uma boa capacidade de infiltração. Nesta região as precipitações são relativamente baixas (1400 a 1500mm). Entretanto, diversos condicionantes da paisagem são favoráveis à infiltração (Ponderações 4 e 5) tais como: o predomínio de Mar de Morros, as baixas declividades (3-12%), a presença de Granitóides muito fraturados e a presença de Latossolos Vermelho- Amarelo.

Na porção norte da área ocorre uma estreita faixa de terrenos com boa infiltração. Esta área está inserida em elementos da paisagem com condições favoráveis de infiltração (Ponderação 5) tais como: relevos colinosos, baixas declividades (3-12%) e latossolos vermelho- amarelos.

As condições menos favoráveis de infiltração ocorrem em diversas áreas no interior da região estudada tais como: no extremo sul (região entre Cunha e São Luis do Paraitinga), na porção noroeste (planície aluvionar do rio Paraíba do Sul), no extremo norte (Serra da Mantiqueira) e em uma longa faixa SW-NE dividindo a área ao meio (Serra do Quebra Cangalha).

Na região entre Cunha e São Luis do Paraitinga ocorrem as menores médias anuais de precipitação (1200 a 1400mm). Na sua maioria, os condicionantes da paisagem também não são muito desfavoráveis (predomínio de ponderações 1 e 2). Entre estes se destaca o relevo de Serras, declividades elevadas (30 a 100%) e cambissolos háplicos. A vegetação na região está representada por pequenos fragmentos de capoeira sem expressão espacial.

Na planície aluvionar do Rio Paraíba as condições de infiltração são muito reduzidas principalmente devido às condições dos solos predominantes (Gleissolos Melânicos). Estes solos estão, na sua maioria, em condições próximas à saturação (solos hidromórficos) e são ricos em matéria orgânica o que propiciam condições pouco favoráveis à infiltração. Um outro aspecto importante para reduzir a capacidade de infiltração destes solos é a elevada quantidade de área impermeabilizada fruto do processo de conurbação das cidades próximas ao rio Paraíba do Sul.

Na região da Serra do Quebra Cangalha a precipitação média anual é relativamente baixa (1200 a 1400mm). O relevo é formado predominantemente por uma escarpa estabelecendo um divisor de águas entre a região compreendida entre a Serra do Mar e a Serra do Quebra Cangalha e entre a Serra da Mantiqueira e a Serra do Quebra Cangalha. As declividades são relativamente elevadas (30 a 100%) e os relevos estão em uma zona de transição entre os Latossolos e os Cambissolos. A vegetação é constituída de fragmentos de capoeira e algumas áreas descontínuas de reflorestamento.

No extremo norte e nordeste ocorrem faixas contínuas com infiltração menos favoráveis (regular). Ainda que nestas áreas ocorra uma quantidade relativamente significante de vegetação — principalmente capoeira — as condições de relevo (escarpas), de várias classes com

declividades médias elevadas (12 a 30, 30 a 50 e 50 a 100%) e de solo (Cambissolos Húmicos) não favorecem, no contexto regional, as condições de infiltração.

De uma maneira geral a região entre a Serra do Quebra Cangalha e a Serra do Mar apresenta condições de infiltração variando de boa a moderada. O mapa da Figura 5.2.9 mostra claramente a importância desta faixa — ou compartimento — como área de produção e disponibilização de água para o sistema Paraíba do Sul.

A região que compreende o Vale do Paraíba - região entre as Serras do Quebra Cangalha e a Serra da Mantiqueira — apresenta as maiores expressões espaciais em áreas com capacidade regular de infiltração. Parte disso se deve as condições de solos hidromórficos representados pela várzea do rio Paraíba do Sul.