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CAPÍTULO IV MATERIAIS E MÉTODOS

GEOLOGIA CLASSES

PESO INFILTRAÇÃO ÁREA (km²) ÁREA % Granulitos 2 2,93 1,79 Migmatitos heterogêneos 2 74,68 45,68 Quartzo-mica xistos 3 5,63 3,45 Granitos 4 3.71 2,27

Depósitos Quaternários (Aluviões) 1 29,32 17,93 Rochas Sedimentares (Depósitos

Continentais e Fluviais) 5 47,22 28,88

TOTAL 163,49 100,00

Pela distribuição apresentada na Tabela 5.9, pode se observar que embora apresente a maior distribuição areal (45,68%), os migmatitos heterogêneos, contribuem com peso 2 para o processo de infiltração na bacia em função da sua estrutura, constituições mineralógica/geoquímica e ao grau de fraturamento (médio). Refletindo suas propriedades geológicas em relação à capacidade de infiltração, podemos dizer que as rochas granulíticas possuem alto grau de coesão entre seus constituintes e uma composição granulométrica fina, com isto, mais resistente à decomposição e apresentando baixo grau de permeabilidade, grau de heterogeneidade média a baixa e presença discreta até a ausência de planos de descontinuidade o que não favorece a desagregação mecânica e por conseguinte a penetração de água.

As rochas sedimentares da Formação Caçapava (depósitos fluviais), segunda em expressão areal na bacia (28,88%) reflete propriedades geológicas em relação a capacidade de infiltração mais favoráveis como por exemplo: grau de permeabilidade, grau de heterogeneidade, e ocorrência de planos de descontinuidade. Composto de arenitos, argilitos e subordinadamente

folhelhos e conglomerados, embora apresente composição heterogênea, são bons “produtores” de água, conforme relatório do DAEE (1977), citado no capítulo 3.

As aluviões apresentam boas condições de infiltração no que se refere as propriedades geológicas, no entanto, quando consideramos uma de suas principais características: posição do nível do freático próximo a superfície, a ponderação para infiltração é a mais baixa.

Os migmatitos heterogêneos e o quartzo-mica-tito representam condição intermediária, em função basicamente do seu manto de alteração que é arenoargiloso.

5.4.2. Geomorfologia

Com base em Ponçano et al. (1981), reconhecem-se na bacia do Guaratinguetá as seguintes unidades: Planícies Aluviais, Colinas Pequenas com Espigões Locais, Morrotes Baixos, Morros Paralelos, Morros com Serras Restritas, Escarpas Festonadas. Estas unidades serão descritas em seguida e podem ser visualizadas no mapa geomorfológico da bacia (Figura 5.4.2).

Relevo de agradação

• Planícies Aluviais – Áreas com declividades inferiores a 5% sendo parte delas sujeitas periodicamente à inundação. As maiores áreas de planície aluvionar são aquelas acompanhando o curso principal do ribeirão Guaratinguetá chegando a atingir em torno de 1000 metros de largura. Faixas mais estreitas são encontradas acompanhando os principais afluentes. Estas áreas tem sido sujeitas periodicamente à inundações localizadas.

Relevos de degradação

• Colinas Pequenas com Espigões Locais – possuem topos amplos e arredondados com declividades de até 20%, raramente atingindo 30%. Este tipo de relevo está mais associado às seqüências de rochas sedimentares. Predominam interflúvios sem orientação, topos aplainados e arredondados, vertentes ravinadas com perfis convexos a retilíneos, drenagem de média a baixa densidade, padrão sub-paralelo a dendrítico, vales fechados, planícies aluviais interiores, restritas.

• Morrotes Baixos – correspondem a relevos ondulados onde predominam amplitudes menores que 50 metros. Os topos são arredondados e as vertentes apresentam perfis convexos a retilíneos. A drenagem possui alta densidade e os vales apresentam-se tanto fechados quanto abertos. Na área da bacia este padrão de drenagem ocorre em uma pequena faixa na sua região norte. Os morrotes baixos ocupam uma pequena faixa associada às cotas mais elevadas da bacia em sua porção noroeste.

• Morros Paralelos – nesta unidade predominam relevos com topos arredondados e vertentes com perfis retilíneos a convexo. A drenagem possui alta densidade, os vales são fechados a abertos e ocorrem planícies aluvionares interiores restritas. Os morros paralelos ocupam uma pequena faixa no centro da bacia.

• Morros com Serras Restritas – nesta unidade os morros são arredondados, as vertentes possuem perfis retilíneos e ocorrem localmente serras restritas. A drenagem é de alta densidade, os vales são fechados e as planícies aluvionares interiores restritas. Da mesma maneira que os morrotes baixos, esta unidade ocupa as porções mais elevadas na região noroeste da bacia.

• Escarpas Festonadas – os topos são angulosos e as vertentes apresentam perfis retilíneos. A drenagem possui média densidade e vales fechados. O relevo de escarpas festonadas ocupa uma porção bastante expressiva em termos espaciais sendo a principal unidade associada as rochas pré-cambrianas.

Com base no mapa geomorfológico e em face de suas características morfométricas, as unidades geomorfológicas foram reagrupadas em seis classes e atribuídos pesos para cada classe, segundo a capacidade de infiltração considerando as diferentes expressões e configurações da paisagem morfológica (altitude, amplitude e comprimento de rampa). É apresentada a distribuição em área (km2) e em percentagem das morfoestruturas indentificadas na bacia.

Tabela 5.10 – Geomorfologia, peso de infiltração e área

SIGLA FORMA UNIDADE PESO

INFILTRAÇÃO

ÁREA (km²)

ÁREA %

111 Continentais Planícies aluviais 1 10,58 6,47

214 Relevo Colinoso Colinas pequenas com espigões locais 5 59,45 36,36

231 Relevo de Morrotes Morrotes baixos 4 8,92 5,45

244 Relevo de Morros Morros paralelos 4 12,28 7,52

245 Relevo de Morros Morros c/ serras restritas 4 7,16 4,38

521 Escarpas Escarpas festonadas 2 65,10 39,82

TOTAL 163,49 100,00

Pela distribuição apresentada na Tabela 5.10 observa-se que o relevo dominante na bacia são as escarpas festonadas e as colinas pequenas com espigões locais, e de forma subordinada morros, morrotes e planícies aluviais; juntos estes últimos representam, aproximadamente dois terços de um dos relevos dominantes da bacia.

O relevo colinoso (colinas pequenas com espigões locais) apresenta a segunda maior expressão areal contribuindo com peso 5 para o processo de infiltração na bacia em função de suas propriedades geomorfológicas ou padrões morfológicos que facilitam os processos de interação água-vertente, favorecendo os processos de infiltração e percolação.

Esta região representa um relevo com suave desnivelamento altimétrico, constituindo de morrotes e colinas alongados, vertentes ravinadas com perfis convexos a retilíneos, topos aplainados ou arredondados e fundos de vale abertos e planos. Trata-se de um relevo que tem origem em rochas cristalinas de diversificada litologia retrabalhadas intensamente por paleoclimas.

Embora com uma expressão areal maior que o relevo colinoso, as escarpas contribuem com peso 2 para o processo de infiltração em função de apresentarem encostas bastante entalhadas, com perfis predominantemente retilíneos, vales profundos com drenagens encaixados, e paredões rochosos, topos estreitos e alongados e os vales fechados e abruptos, sendo freqüente a ocorrência de cabeceiras de drenagem superficial e com isto menor retenção de água na superfície do terreno e, portanto menores montantes disponíveis para a infiltração e percolação no abastecimento da água subterrânea.

5.4.3 Declividade

A declividade se refere ao espaçamento entre as curvas de nível de valores consecutivos ou entre curvas e pontos cotados em uma determinada superfície tomada perpendicularmente. Em ambiente GIS, a declividade pode ser calculada para cada triângulo de um TIN (Triangulated Irregular Network) ou para cada célula de um arquivo raster.

No caso deste trabalho, a declividade foi gerada a partir do DEM, pelo comando slope do Arc-GIS® cujo cálculo foi baseado em porcentagem. Os valores “default” gerados pelo software foram reclassificados nas seguintes faixas: 0-3%, 3-12%, 12-30%, 30-50%, 50-100% e > 100%. O mapa de declividade apresentado na Figura 5.4.3 mostra estas faixas e sua distribuição espacial.

Os valores das faixas de declividade foram estabelecidos considerando as formas de usos existentes na bacia conforme o procedimento efetuado na abordagem regional. Neste sentido, os valores limites de cada faixa de declividade têm um significado para as diversas formas de uso conforme a Tabela 5.11.

Pelo mapa de declividade se pode observar que os relevos com menores declividades (< 30%) correspondem aos terrenos colinosos situados na porção média inferior da bacia e aos terrenos amorreados correspondendo as unidades “Morros com Serras Restritas” e “Morrotes Baixos” situados no extremo oeste da bacia. As regiões com declividades entre 50 e 100% estão associadas quase que exclusivamente com a unidade de relevo “Escarpas Festonadas”. Os setores com declividades superiores a 100% são espacialmente pouco expressivos ocorrendo em pequenos trechos de encostas encontrados também na unidade “Escarpas Festonadas”.

Com base nas faixas de declividade e em face de suas características e aptidões foi feita uma classificação baseada na declividade das vertentes que foram reagrupadas em sete classes e atribuídos pesos para cada classe, segundo a capacidade de infiltração considerando as diferentes classes e aptidões de uso. É apresentada a distribuição em área (km2) e em percentagem das classes identificadas na bacia.

Tabela 5.11 – Declividade, peso de infiltração e área

FAIXA