• Nenhum resultado encontrado

Taxa de Urbanização (%) 67,56 77,80 80,97 83,44 Densidade demográfica

6.2. Atributos do meio físico adotados restritivos para a disposição de resíduos sólidos

6.2.9. Áreas de recarga

Na área de recarga de um aqüífero ocorre a sua realimentação através da infiltração da água da chuva de chuvas ou de rios. Nestas áreas geralmente ocorre o afloramento do aqüífero, ou este se encontra coberto por material muito permeável, sendo completamente desaconselhável o assentamento de aterros onde há estas ocorrências (LEITE, 1995).

Devido a sua localização e suas características geomorfológicas de natureza sedimentar, na área de estudo ocorrem áreas de recarga, principalmente nas Formações Pirambóia e Botucatu, litologicamente constituídas de areia, fazendo parte do Aqüífero Botucatu-Pirambóia, o Aqüífero Guarani.

6.2.10. Declividade

A declividade, é um dos fatores de maior influência nos processos ligados às ocupações em condição de risco, a partir da associação com outros elementos do meio físico. Sendo um atributo das feições de relevo, está correlacionada à ocorrência das variações do terreno. As unidades onde ocorrem os platôs e encostas suaves, em função da declividade do terreno e da espessura de material inconsolidado que apresentam, são mais favoráveis à implantação de aterros. Os relevos escarpados, as cristas, os interflúvios estreitos e as encostas íngremes, geralmente apresentam uma declividade muito acentuada e pouca ou nenhuma espessura de material inconsolidado, sendo portanto descartados. As planícies de inundação e terraços fluviais, quase sempre apresentam declividades inferiores a 2%, e estão

localizadas próximo às drenagens, consequentemente em geral apresentam nível d’água muito raso e também não favorecem a instalação de aterros (LEITE, 1995).

Para representar estas ocorrências no meio físico, utiliza-se a carta de declividades. Documento cartográfico que indica a inclinação do terreno e apresenta as áreas críticas do mesmo, possibilitando localizar e avaliar os terrenos de acordo com o grau de instabilidade ou susceptibilidade dos solos do maciço do aterro, geralmente ligados a deslizamentos, erosão e inundação.

Para a instalação de aterros sanitários os terrenos com declividades superiores a 20% são inadequados, pois em terrenos com esta inclinação ocorre a produção de um grande volume de percolado durante a digestão dos resíduos, dificultando a estabilidade do material inconsolidado, além do que, a erosão também é mais atuante em terrenos muito inclinados, devido à ação mais intensa das águas de escoamento superficial (LEITE 1995).

Ainda segundo a autora, em terrenos com declividades inferiores a 2%, o escoamento superficial não é eficiente, dificultando a drenagem, propiciando ocorrência de áreas alagadiças, aumentando a taxa de infiltração e prejudicando a captação de chorume, inviabilizando o assentamento do aterro, pois aumenta a susceptibilidade do lençol freático em relação a contaminação pela percolação.

Para autora na obra citada, as declividades mais adequadas, estão no intervalo de 2 a 20%, por minimizarem os escoamentos para a área do aterro. Não havendo a disponibilidade de áreas neste intervalo, as mesmas poderão ser utilizadas desde que projeto de assentamento do aterro tenha um sistema especial de drenagem para desviar as águas de escoamento superficial.

Basilio (2001), adota uma outra distribuição das faixas de declividades dos terrenos para construção de aterros: apontando como os mais indicados aqueles que apresentam declividades no intervalo de 2 a 5%, podendo-se entretanto utilizar os terrenos com até 10% de declividade. Os terrenos com declividades inferiores a 2%, favorecem o acúmulo de água dificultando a percolação dos líquidos poluentes, formando várias frentes de poluição retendo- os ao redor da fonte poluidora, não permitindo o transporte para pontos topograficamente mais baixos, tornando-os inadequados a implantação de aterros. Os terrenos que apresentam

declividades maiores que 10%, ocorre um aumento na susceptibilidade a erosão e movimento gravitacional de massa, e ainda dificultam a movimentação de máquinas. Nas áreas com declividades acima de 20%, é muito maior o potencial à erosão e movimento de massa e os problemas com mecanização e movimento de máquinas tornam-se extremos.

As cartas de declividade representam as variações topográficas da superfície do terreno, agrupadas em faixas de inclinação do terreno, classificadas dentro dos intervalos de interesse para análise da ocupação pretendida. Neste caso, verificar quais são as áreas favoráveis à implantação de aterros, de acordo com classificação proposta pela metodologia aplicada.

Para os atributos considerados neste trabalho, adotou-se a classificação e os intervalos de variação, propostos na metodologia, conforme a Tabela4.4, introduzindo-se algumas modificações como pode ser visto na Tabela 6.1.

TABELA 6.2 - Atributos selecionados e suas classes de adequabilidade para a instalação de aterros sanitários na área mapeada

Componentes ATERRO SANITÁRIO

Atributos/Classes FAVORÁVEL MODERADO SEVERO RESTRITIVO

(1) Litologia Fm Corumbataí Fm Serra Geral Fm Pirambóia Fm Itaqueri Fm Pirassununga Fm Santa Rita Fm Botucatu Quaternário

Substrato Rochoso (2)Profundidade (m) > 10 5 - 10 2- 5 < 2

(3) Textura Argilo-siltosa Argilosa ou Areno-argiloso Silte Arenosa Arenoso

(4) Mineralogia Mineral argiloso do tipo 2 x 1 Mineral argiloso do tipo 1 x 1 Minerais inertes Minerais inertes

(5) Blocos de rocha Poucos e pequenos ou

ausentes Poucos e pequenos Muitos e pequenos Muitos e grandes

(6) C.T.C. (**)

(meq/100g) > 15 5 - 15 < 5 < 2

(7 Material colapsível Não ocorre Na camada superficial

(2m) Na camada superficial (4m) Na camada superficial (6m) (8) Características para

compactação Adequado Adequado Inadequado Inadequado

Materiais Inconsolidados (9) Permeabilidade (cm/s) 10-4 10-3 - 10-4 > 10-3 10-1 (10) Nível da água subterrânea (m) > 10 > 5 2- 5 < 2 (11) Escoamento

superficial Laminar Laminar (baixo) Laminar (alto) Concentrado

Ág

ua

(12) Área de recarga Não Não Não Ocorre

Os solos da região estudada foram amostrados e caracterizados por Castro (1998), Lorandi et. al. (1999), Torezan (2000), que determinaram os valores de Análise Granulométrica,

conjunta, Massa específica dos Sólidos, Massa específica seca de campo, Índice de vazios natural, Permeabilidade, Erodibilidade. Classificação MCT e Porosidade.

Os resultados desses ensaios mostrados no ANEXO I, foram incorporados a este trabalho, e utilizados em ambiente SIG, por representarem as características do material inconsolidado úteis para a finalidade pretendida.

Documentos relacionados