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MATÉRIA PRIMA

3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

3.3.2. Classificação Brasileira

No Brasil, a classificação definida pela Norma ABNT-NBR 10004 (1987) segue os critérios desenvolvidos pela EPA americana para de classificação dos resíduos com algumas adaptações classificado-os conforme sua periculosidade.

Na norma ABNT – 10.004, os resíduos são agrupados em três categorias: Resíduos Classe I – Perigosos, Resíduos Classe II – Não Inertes e Resíduos Classe III – Inertes.

Esta classificação baseia-se fundamentalmente na periculosidade dos resíduos, entendida como, características apresentadas por um resíduo que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas podem apresentar riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente.

Resíduos Classe I – Perigosos

São classificados como resíduos classe I ou perigosos, os resíduos ou misturas de resíduos que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar risco a saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada Rocca et. al. (1993) baseado na Norma ABNT-NBR 10.004 (1987) “Resíduos Sólidos: Classificação”, Tabela3.1.

Tabela 3.1 - Definições das propriedades características de um resíduo perigoso.

CARACTERÍSTICA IDENTIF. CÓDIGO PROPRIEDADES

INFLAMABILIDADE D001

Se uma amostra representativa do resíduo, obtida conforme a NBR 10.007 apresentar uma das seguintes propriedades: ser líquido e ter ponto de fulgor inferior a 600C, determinado conforme ASTM D93, excetuando-se

as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume; não ser líquida e ser capaz de , sob condições de temperatura e pressão de 250C e

0,1 Mpa (1atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando a extinção do fogo; ser um oxidante definido como substancia que pode liberar oxigênio e, como resultado estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material. CORROSIVIDADE D002 Se uma amostra representativa do resíduo, obtida conforme a NBR 10.007

apresentar uma das seguintes propriedades: ser aquoso e apresentar pH inferior a 2, ou igual ou superiora 12,5, e ser líquido e corroer o aço SAE1020 a uma razão maior 6,35mm ao ano, a uma temperatura de 550C,

de acordo com o método NACE (National Association Corrosion

Engineers) TM-01-69 ou equivalente.

REATIVIDADE

D003

Se uma amostra representativa do resíduo, obtida conforme a NBR 10.007 apresentar uma das seguintes propriedades: ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar; reagir violentamente com água; formar misturas potencialmente explosivas com água; gerar gases vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à saúde ou ao meio ambiente, quando misturados com água; possuir em sua constituição ânions, cianeto ou sulfeto, que possa por reação liberar gases, vapores ou fumos tóxicos em quantidades suficientes para pôr em risco a saúde humana ou o meio ambiente; ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou da temperatura em ambientes confinados; ser capaz de produzir prontamente reação ou decomposição detonante ou explosiva a 250C e

0,1Mpa (1atm); ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado prático, através de explosão ou de efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida em dispositivo para este fim.

Tabela 3.1 - Definições das propriedades características de um resíduo perigoso. (continuação).

TOXICIDADE

Se uma amostra representativa do resíduo, obtida conforme a NBR 10.007 apresentar uma das seguintes propriedades: possuir, quando testada, uma DL50 oral para ratos menor que 50mg/kg ou CL50 inalação para ratos

menor que2mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que

200mg/kg; quando o extrato obtido de uma nova amostra contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes da listagem no 7. Neste caso resíduo será caracterizado como

tóxico TL ( com códigos de identificação D005 a D029); possuir uma ou mais substancias constantes da listagem no 4 e apresentar periculosidade

levando-se em consideração alguns fatores (natureza da toxidez do resíduo; concentração do constituinte no resíduo, potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação tem de migrar do resíduo para o meio ambiente; sob condições impróprias de manuseio; persistência do constituinte ou de qualquer produto tóxico de sua degradação; potencial que o produto tóxico de sua degradação tem de se degradar em constituintes não perigosos considerando a velocidade em que ocorre a degradação; extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação é capaz de bioacumulação nos ecossistemas) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias da listagem no 5 (com código de identificação P001 a P123); resíduos de

derramamento ou produtos fora de especificação de quaisquer substâncias constantes nas listagens n5 e 6 (com código de identificação P001 a P123

ou U001 a U246).

PATOGENICIDADE D004

Se uma amostra representativa do resíduo, obtida conforme a NBR 10.007 apresentar uma das seguintes propriedades: caso o resíduo contenha microorganismos ou se as toxinas forem capazes de produzir doenças. Não se incluem nesta classificação os resíduos sólidos domiciliares e aqueles gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos.

Resíduos Classe II – Não Inertes

São classificados como Classe II ou Resíduos não Inertes, os resíduos sólidos ou misturas de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I – Perigosos ou na Classe III – Inertes podendo ter propriedades tais como combustibilidade, biodegradadbilidade ou solubilidade em água (ROCCA; IACOVONE; BARROTTI, 1993).

Resíduos Classe III – Inertes

Ainda segundo os autores na obra citada., são classificados como Classe III ou resíduos inertes, os resíduos sólidos ou misturas de resíduos sólidos que submetidos ao teste de solubilização conforme Norma ABNT – NBR 10.006 (1987), não tenham constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões definidos pela Norma ABNT – NBR 10.004 (1987).

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