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Guião de entrevista

II- Âmbito da aplicação

O Decreto-Lei n.º 3/2008 constitui o enquadramento legal para o desenvolvimento da Educação Especial, define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, tendo em vista a criação de condições para a adequação do processo educativo destes alunos. Para se proceder à elegibilidade do público-alvo da educação especial, define nos artigos nº 5 e 6 os procedimentos a ter em conta, nomeadamente, na determinação das necessidades educativas do aluno e a sua tipologia, decorrente da avaliação por referência à CIF.

Esta avaliação resulta obrigatoriamente do trabalho conjunto de todos os intervenientes no processo ensino aprendizagem da criança/jovem, consubstanciando-se no Relatório Técnico-pedagógico.

III – Procedimentos a ter em conta no processo de referenciação dos alunos para a educação especial

1. Processo de referenciação:

1.1.Devem ser referenciadas as crianças que eventualmente possam vir a necessitar de respostas educativas no âmbito da educação especial.

1.2. Podem efetuar a referenciação os Pais e Encarregados de Educação, Serviços de Intervenção Precoce, Docentes, Serviços de Saúde, Serviços de Segurança Social, Serviços de Educação, outros.

1.3. A família deve ser sempre contactada para autorizar o início do processo de avaliação.

1.4. A referenciação deve ser acompanhada do conjunto de preocupações e problemas detetados em relatório que deve ser anexado. Deve anexar-se também toda a informação considerada importante para este processo.

1.5. A referenciação é feita em formulário próprio ao Órgão de Gestão do Agrupamento de Escolas, que desencadeia os procedimentos necessários que levam à tomada de decisão final.

2. Etapas do processo:

2.1 O Órgão de Gestão solicita ao Grupo de Educação Especial e aos Serviços Técnico-pedagógicos de apoio aos alunos (SPO) a avaliação da criança/jovem referenciada.

2.2. O grupo de educação especial reúne com o SPO de modo a analisar a documentação disponível e decide se se está perante uma situação de intervenção no âmbito da educação especial ou não – reunião 1.

2.2.1. Caso seja evidente a não existência de NEECP, os elementos referidos elaboram um relatório onde descrevem a situação e encaminham para outros apoios constantes do Projeto Educativo do agrupamento, encerrando-se o processo.

2.2.2. Caso se coloque a hipótese de se estar perante um quadro de NEECP, constitui-se a Equipa Interdisciplinar (EI) responsável pela avaliação das necessidades específicas de cada aluno.

3. Planificação do processo de avaliação

3.1. A EI é composta por dois docentes do grupo de educação especial, pelo docente titular do grupo/turma ou diretor de turma, pelo SPO, pelos técnicos intervenientes com a criança/jovem e pelo Encarregado de Educação.

3.2. A EI reúne com convocatória própria e ata as vezes consideradas necessárias ao processo.

3.3. A EI é responsável pelo roteiro de avaliação completo (incluindo seleção de categorias a avaliar).

3.4. Os docentes constroem os instrumentos necessários à recolha da informação necessária para proceder à avaliação.

3.5. No caso dos 2º e 3º ciclos, todos os docentes que fazem parte do conselho de turma devem participar na avaliação do aluno, preenchendo o documento de recolha de informação elaborado pela EI para o efeito.

3.6. O final do processo consubstancia-se na elaboração conjunta do relatório técnico-pedagógico (RTP).

3.7. O RTP é apresentado na reunião de equipa alargada constituída pelos elementos da EI, o subcoordenador do grupo de educação especial e um elemento da Direção do agrupamento que, após análise detalhada, ratificará ou não a informação nele constante.

3.8. Haverá lugar a PEI ou não, de acordo com a decisão tomada no documento anterior.

4. Atribuição de qualificadores às categorias a avaliar

No que respeita à avaliação da componente da Atividade e Participação, a atribuição dos qualificadores a cada categoria selecionada deve basear-se numa avaliação rigorosa do desempenho evidenciado pela criança/aluno. Para tal, considera-se a observação naturalista como o método por excelência a implementar podendo, no entanto, ser complementado nos anos escolares mais avançados, pelo recurso à avaliação escrita. Em qualquer dos casos,

considerando-se um mínimo de 10 situações de avaliação, os qualificadores devem atribuir-se seguindo o seguinte esquema:

 Realiza 100% do que lhe é pedido - qualificador 0 (sem dificuldade)  Realiza 90% - 80% do que lhe é pedido - qualificador 1 (dificuldade

ligeira)

 Realiza 70% - 50% do que lhe é pedido - qualificador 2 (dificuldade moderada)

 Realiza 40% - 20% do que lhe é pedido - qualificador 3 (dificuldade grave)

 Realiza 10% - 0% do que lhe é pedido - qualificador 4 (dificuldade completa).

Na avaliação da componente dos Fatores Ambientais deve utilizar-se um modelo de entrevista a realizar ao encarregado de educação e, nos anos de escolaridade mais avançados, ao aluno em avaliação.

5. Elaboração do relatório técnico-pedagógico (RTP)

O RTP é elaborado por todos os elementos da EI, resulta da avaliação por referência à CIF-CJ realizada e reflete a utilização de uma linguagem comum numa abordagem biopsicossocial do indivíduo. Assim, o perfil de funcionalidade aí constante tem que abranger todas as áreas avaliadas, divididas em potencialidades e áreas a intervencionar, referindo em que medida os fatores ambientais podem ser barreiras ou facilitadores do desenvolvimento da criança/jovem. As propostas de medidas contempladas neste documento devem refletir de forma inequívoca a informação atrás mencionada.

O RTP é analisado em sede de reunião da equipa alargada constituída por um representante de Direção do agrupamento, a subcoordenadora do grupo de educação especial e todos os elementos da EI, de modo a conferir maior rigor à decisão tomada pela EI.

 Relatórios pedagógicos que acompanham o documento de referenciação;

 Roteiro de avaliação;  Checklist;

 Grelha de atribuição de qualificadores;  Modelo de ata de EI;

 Relatório técnico-pedagógico;  Programa Educativo Individual