• Nenhum resultado encontrado

ÂMBITO DO APOIO PRESTADO ÀS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS

AUTO-REFLEXÃO PRÁXICA

2.2.1. F ASE A NTERIOR À F ORMAÇÃO

2.2.5.4. ÂMBITO DO APOIO PRESTADO ÀS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS

Mesquita, E. (2011) cita Esteve (1999:100): “…que seja facilitador da aprendizagem, pedagogo eficaz, organizador do trabalho de grupo, e que, para além do ensino, cuide do equilíbrio psicológico e afetivo dos alunos, da integração social e da educação sexual (p.32)”. Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

Durante o processo de ensino ao longo destes anos, procurei que a aprendizagem por parte dos alunos fosse boa. Claro que esta é diferente de ano para ano, tendo eu já tido a experiência do que é dar aulas de AEC`s e Educação Física, assim como de natação. No início do ano, a nível da EF são feitos testes diagnósticos de acordo com a modalidade que será abordada e o processo é sempre repetido a cada nova modalidade e a partir daí, estabelecem-se objetivos alcançáveis e exigidos/fundamentados também pelo programa do ME.

No que diz respeito às AEC`s esses testes diagnósticos não são feitos segundo uma ficha em que consigamos definir o grau em que se encontra o aluno segundo os variados conteúdos e critérios de êxito que definem determinado conteúdo, como na EF. Temos de ser um pouco autodidatas e moldáveis às condições de ensino, e tentar definir e perceber em que níveis se encontram, um pouco ao longo do tempo referente ao início do ano. Os conteúdos programáticos são muito diferentes dos de Educação Física e não existe portanto, ainda, uma base escrita ou um programa extensivo que nos possa guiar a nós professores

78 nas AEC`s. O programa abrange mais as capacidades dos alunos de uma forma mais abrangente, generalizada e não analítica, não de modo tão específico, por assim dizer. É uma das evoluções que surgiram ao longo dos anos ao nível do ensino e que nós, professores temos de estar preparados para dar respostas, adaptando-nos. Só com formações, convivências e experiências poderemos programar um ensino melhor para os nossos alunos.

Depois de percebermos as lacunas dos alunos, tento que estes evoluam, neste caso alunos que não consigam apanhar uma bola, que não conseguem chutá-la, não conseguem driblar; quando os colegas os descriminam porque ou são gordos ou porque tem um feitio diferente do deles, as crianças nestes casos conseguem ser bastante más, sem perceberem que o colega se vai sentir sozinho e desamparado. No meu caso quando me apercebo, instruo os restantes para não o fazerem, explicando-lhes, para que percebam que não gostariam que lhes fizessem a mesma coisa, no fundo o meu papel é variado e para que a aprendizagem funcione, todas as outras condicionantes têm de estar bem e é a mim que cabe esse papel.

Quando em situações que os alunos têm mais jeito para uma modalidade procuro falar com os pais/encarregados de educação e aconselhá-los a apostar neles para seguirem essa modalidade fora da escola.

Tento ao longo do ano instruir os alunos para a atividade física, alegando que faz bem à saúde, que se aprende e se divertem com os amigos a jogar; encontro muitas vezes crianças que se recusam a realizar os exercícios por não saberem, e costumo utilizar/aplicar a lógica de que: o Cristiano Ronaldo não nasceu assim, que precisou de treinar muito para aprender e evoluir; normalmente consigo assim cativar os alunos desta faixa etária com este exemplo. Em confronto com um aluno que seja mais forte de fisionomia, tento motivá-lo mais para as aulas, procurando saber se se trata também de outros motivos de saúde ou tentar perceber pelo seu comportamento se não gosta muito de atividade física e tento “chegar a ele”, como já aconteceu.

Realizei, como já referi num tópico anterior, uma prova de atletismo numa das escolas que lecionei, incentivando os alunos à pratica e cultivando o

79 “bichinho” pela competição, em que ganhavam medalhas os primeiros lugares de ambos os sexos e de cada ano escolar.

No ginásio Fitland - Amares, ao nível da natação, decidi criar um dia de jogos, em que os alunos poderiam trazer amigos para participar, sem nenhum custo, incentivando à prática da modalidade, objetivo que foi concretizado, conseguindo que alguns desses amigos se inscrevessem, à posterior, no ginásio e passassem a participar nas aulas, aumentando o gosto pela modalidade e pela aprendizagem.

No Colégio D. Diogo de Sousa, no final dos anos letivos, fazíamos provas em que os alunos realizavam 50metros bruços; 50metros crol e 50metros crol e costas partindo do plinto, com o intuito de ganharem mais gosto pela modalidade e vivenciarem/proporcionando-lhes experiências diferentes, ganhando e percebendo também o papel da competição. Eram entregues diplomas de participação a todos eles, e com o intuito de fomentar a continuação da prática da modalidade, sendo também um dia de diversão para eles.

Segundo Mesquita, E. (2011): …ser ativo, participativo, explorador, colaborador, interveniente, questionável, contribui para que o aluno se aproprie de significados, valores e atitudes (p.131). Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

Reflectindo:

Após a percepção das dificuldades dos alunos, procurei sempre entender os seus medos apoiando-os, percebendo as suas capacidades e tentando desenvolvê-las cada vez mais e que conseguissem realizar as tarefas em que não tinham nenhuma facilidade, foi um patamar sempre presente para mim e com isto sinto que fiz com que os alunos progredissem na sua aprendizagem, na obtenção de conteúdos e na ultrapassagem de problemas, tanto a nível pessoal como

80 pedagógico, perspetivando sempre a facilidade de lidar com frustrações quando algo que pretendemos, mas não o conseguimos alcançar.

Procurei: nunca prejudicar ninguém e ser fiel à avaliação, sem tentar beneficiar nem penalizar ninguém.

Segundo Mesquita, E. (2011): um bom professor é um indivíduo culto que possui uma especialização numa determinada área, mas antes de transmitir os seus conhecimentos cria uma relação de amizade com os alunos para que estes desenvolvam um nível de confiança que irá permitir ao professor socializar-se com eles, sendo assim possível (…) saber como funciona a turma individualmente e em grupo, podendo desta forma, estruturar o conhecimento a transmitir para que eles estejam motivados para o interiorizar (p.132). Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

2.2.5.5.Â

MBITO DA PARTICIPAÇÃO NAS ESTRUTURAS DE ORIENTAÇÃO

EDUCATIVA E NOS ÓRGÃOS DE GESTÃO

Mesquita, E. (2011) cita Cró (1998:32) e Campos (2003): “…o professor através do seu empenho, vontade, arte e competência, trabalhe na realização de um projeto educativo em cooperação com todos os implicados no processo de ensino (p.32)”. Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

Ao iniciar a vida profissional, tenho de ser sincera, e esclarecer que não entendia muito bem porque tínhamos de estar em muitas reuniões em que eram

81 discutidos assuntos extra a minha atividade de lecionação. Percebi nessa altura que o tal papel de professor já tanto falado no decorrer deste relatório, não se restringia apenas às minhas aulas, mas nesta fase não tinha essa consciência. Teria de fazer parte de um todo, da escola, de perceber os problemas transmitidos pelos pais aos diretores de turma e que muitas vezes só nos chegam através desses mesmos colegas, em relação às restantes atividades desenvolvidas. Caso fosse necessário intervir perante a atitude de um aluno, seria adequado poder saber do que se tratava, qual o seu meio ambiente e saber agir/responder, estar a par da dificuldade dos meus alunos noutras disciplinas de modo a ajudar nos seus futuros, lidar com os meus colegas, sendo esta uma altura de convívio em que muitas das vezes vemos os colegas que não vemos durante o horário normal de aulas, pois durante este é quase nulo.

Desde então procurei sempre participar em todas as reuniões a que era solicitada, participar e ajudar em todas as atividades desenvolvidas, fossem ou não da minha área, como é o caso do festejo do dia de S. Martinho, em que geralmente se realiza uma festa e precisam de ajuda para acompanhar as crianças; a festa de Natal (em que normalmente treino uma coreografia para apresentar, com todas as turmas); no carnaval, participando nos desfiles pelas freguesias e escola e normalmente no final do ano, realizando também uma coreografia para apresentar aos pais e a toda a comunidade escolar. Geralmente, dependendo dos agrupamentos, há atividades que se estendem ao ensino básico e neste caso os alunos participam, na escola sede, em corta-matos e tenho de os acompanhar em autocarros e dar apoio aos meus colegas de profissão, já lá na escola, cronometrando, entregando diplomas, etc.

Segundo Mesquita, E. (2011): “durante o exercício de funções, o profissional de ensino, vai percecionando a diversidade que, inexoravelmente, se reproduz na sua sala de aula, e onde se configuram obstáculos que se torna necessário contornar (p.136)”. Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

82 Reflectindo:

Deste modo penso ter cumprido com mais um, dos entre muitos, papéis de professor, pois desde que percebi o quão importante era o seu papel, não apenas a lecionar e a transmitir conhecimento e matéria, procurei estar disponível para ajudar e contribuir para uma melhor formação dos meus alunos, diariamente e fazendo parte das suas vidas também, esclarecendo com as famílias os seus problemas e dificuldades e lutando em conjunto para um melhor aproveitando da parte deles.

Mesquita, E. (2011) cita Perrenoud (2000:49): para estes alunos/professores a capacidade de administrar situações problemáticas constitui-se como um desafio da escola atual que o professor deve saber gerir, se quiser oferecer oportunidades de aprendizagem a cada um dos seus alunos. Portanto, cada professor terá de ser capaz de “pensar por si mesmo, em função dos seus alunos do momento, a relação entre o que ele lhes diz para fazer e a progressão das aprendizagens (p.137). Mesquita, Elza, (2011). Mesquita, E. e Dewey, J. (pref.) (2011). Competências do professor – representações sobre a formação e a profissão. Lisboa – Portugal. Edições Sílabo.

83 No que diz respeito aos órgãos de gestão, tal papel nunca me foi solicitado, mas caso venha a surgir a oportunidade, estarei disponível para abraçar mais um novo projeto.

2.2.5.6. ÂMBITO DA RELAÇÃO QUE ESTABELECEMOS COM A