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Relatório final de percurso académico e profissional

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

RELATÓRIO FINAL

DE PERCURSO ACADÉMICO E PROFISSIONAL

Dissertação de Mestrado em Educação Física e Desporto – especialização em desenvolvimento da criança

(2)

Vila Real, 2012

Sónia Alexandra Ribeiro Fernandes (Mestrado)

Dissertação submetida à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para obtenção do grau de Mestre em Professor de Educação Física e

Desporto – especialização em desenvolvimento da criança

Orientador:

Prof. Doutor Jorge Campaniço

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2012

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II

Pensamento

“O mestre disse: por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta.” Confúcio http://webgleu.blogspot.pt/2008/02/autores-famosos-frases-sobre-educao.html em 10 de outubro

“A educação é para a alma o que a escultura é para um bloco de mármore.” Joseph Addison Consultado em 10 de Outubro, em

http://webgleu.blogspot.pt/2008/02/autores-famosos-frases-sobre-educao.html

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Nelson Mandela Consultado em 10 de Outubro, em http://pensador.uol.com.br/frases_sobre_educacao/2/

“Ousarei expor aqui a mais importante, a maior, a mais útil regra de toda a educação? É não ganhar tempo, mas perdê-lo.” Jean Jacques Rousseau Consultado em 10 de Outubro, em http://pensador.uol.com.br/frases_sobre_educacao/2/

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III

ÍNDICE GERAL

Pensamento Dedicatória Agradecimentos Resumo Abstract Abreviaturas/ Siglas Índices INTRODUÇÃO

PARTE I – REVISÃO DA LITERATURA

1. ENQUADRAMENTO – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA/PROFESSOR DE NATAÇÃO

1.1. A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO DOCENTE 1.2. PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA/PROFESSOR DE NATAÇÃO

1.3. COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR 1.4. “PERFIL” DO PROFESSOR

PARTE II – AUTO-REFLEXÃO PRÁXICA

2. AUTO-REFLEXÃO PRÁXICA 2.1. DADOS PESSOAIS

2.2. BREVE DESCRIÇÃO CURRICULAR 2.2.1. FASE ANTERIOR À FORMAÇÃO

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IV 2.2.2. FASE FORMAÇÃO INICIAL/ LICENCIATURA E

ACTIVIDADE PROFISSIONAL

2.2.3. FASE PRÁTICA PEDAGÓGICA ASSISTIDA/ ESTÁGIOS

2.2.4. FASE DE INDUÇÃO

2.2.5. FASE FORMAÇÃO EM SERVIÇO/ DESEMPENHO COMO DOCENTE/ TREINADOR

2.2.5.1. ÂMBITO DO CUMPRIMENTO DO SERVIÇO LETIVO

2.2.5.2. ÂMBITO DA PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES LETIVAS

2.2.5.3. ÂMBITO DA RELAÇÃO PEDAGÓGICA E PESSOAL QUE CRIAMOS COM OS ALUNOS

2.2.5.4. ÂMBITO DO APOIO PRESTADO ÀS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS

2.2.5.5. ÂMBITO DA PARTICIPAÇÃO NAS

ESTRUTURAS DE ORIENTAÇÃO EDUCATIVA E NOS ÓRGÃOS DE GESTÃO

2.2.5.6. ÂMBITO DA RELAÇÃO QUE ESTABELECEMOS COM A COMUNIDADE

2.2.5.7. ÂMBITO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA REALIZADA

2.2.5.8. ÂMBITO DAS PRINCIPAIS DIFICULDADES E AS ESTRATÉGIAS USADAS PARA AS SUPERAR

CONCLUSÃO/ REFLEXÃO FINAL Bibliografia

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V Anexos

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VI

Agradecimentos

Este é o espaço dedicado aos que nos ajudam quando decidimos “abandoná-los” um pouco em prol de mais formação, como todo o relatório o indica.

Em primeiro lugar, quero agradecer ao Professor Doutor Jorge Campaniço, não por o ter abandonado, neste caso, mas até por dar muito trabalho e exigir dele, mas agradeço, mesmo, toda a disponibilidade, sacrifício e dedicação para que cumpríssemos com o prazo a que nos prometemos, sendo que para ele é complicado, devido à sua enorme carga de trabalhos que acompanha e que um relatório destes acarreta. Agradeço imenso os conselhos, os comentários, a orientação e todo o tempo apostado em mim.

Em segundo lugar, quero agradecer ao meu marido, por toda a compreensão, força e confiança, que sempre deposita em mim, a coragem transmitida e a ajuda, sendo um dos mais penalizados em relação ao meu tempo disponível.

Como não poderia deixar de ser, agradeço aos meus Pais por me incentivarem sempre a continuar em busca de mais e melhor, fazendo parte dos valores que me incutiram, ao longo de toda a minha educação.

Ao meu irmão e cunhada, por sempre me apoiarem, com carinho!

(8)

VII

soniafer81@hotmail.com

RELATÓRIO FINAL DE PERCURSO ACADÉMICO E PROFISSIONAL

N.º de palavras: 189

Resumo

Este relatório será desenvolvido em prol do mestrado em Educação Física e Desporto – especialização em desenvolvimento da criança. Através dele, tentarei demonstrar todo o meu percurso académico, facultando todas as formações adjacentes a este, ou seja, até à obtenção da Licenciatura em Educação Física e Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o que todo este percurso contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e que no futuro se repercutiu ao nível profissional, assim como tentar demonstrar que com a experiência ao longo dos anos e o confronto com a realidade em concreto, coloquei ou não em prática toda a minha aprendizagem ou se adotei novas estratégias, se continuei a aprender também com os erros do dia a dia e tentando em cada um deles ser cada vez melhor.

A sociedade está sempre em constante mudança e nós se queremos dar respostas aos problemas com os quais nos deparamos, temos de tentar evoluir e estudar/formar sempre mais e melhor para conseguir alcançar os objetivos a que nos propomos. Pois os alunos que temos hoje, não são os alunos de amanhã nem os de ontem, temos que nos adaptar diariamente.

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VIII

Abstract

This report will be developed in support of the master's degree in Physical Education and Sport - specialization in child development. Through it, try to show my entire academic career, providing all the formations adjacent to this, in other words, until to obtain the Bachelor of Sport and Physical Education from the University of Tras-os-Montes and Alto Douro, which all contributed this route for my personal development and the future was reflected at the professional level, as well as try to demonstrate that with the experience over the years and the confrontation with reality in concrete, or do not put into practice all my learning or adopted new strategies, it also continued to learn from the mistakes everyday and trying on each one getting better and better.

The society is always changing and we want to give answers to the problems that we face, we must try to evolve and study / train more and better in order to achieve the targets we set ourselves. Because, the students we have today are not the students of tomorrow nor yesterday, we have to adapt daily.

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IX

ABREVIATURAS/ SIGLAS

ABREVIATURAS

p. – página

SIGLAS

FCDEF – Faculdade de Ciência de

Desporto e Educação Física

FADEUP – Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto

AEC`S – Atividades de Enriquecimento Curricular

EE – Encarregado de Educação

EF – Educação Física

CIDESD – Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano

UTAD – Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro

AMA – Adaptação ao meio aquático

CMB – Câmara Municipal de Braga

(11)

X

ÍNDICE DE ANEXOS

Fotocópia de cartão de cidadão ... 110

Diploma – “II Encontro Nacional de Estudantes de Ciências do Desporto e Educação Física” (2001). ... 111

Diploma – “III Encontro Nacional de Estudantes de Ciências do Desporto e Educação Física” (2003). ... 111

Certificado – “II Seminário Internacional das Arividades Aquáticas” (2003). ... 113

Certificado – “IV Seminário Internacional das Arividades Aquáticas” (2003). ... 114

Certificado – “Curso de elementar de arbitragem de Natação pura” pela Federação Portuguesa de Natação (2004). ... 115

Certificado – “8 horas de Masters” pela XI Convenção Internacional de Fitness (2004). ... 116

Certificado – “Masters classes 2/3 dias; Pequeaerobic; Reebok core Pilates Training e Aeróbica (avançado) – Have a break down” pela Convenção Internacional da Promofitness Reebok (2004). ... 117

Certificado - “Ensinar o jogo pelo jogo” na Escola Secundária/3 de Latino Coelho – Lamego (2004). ... 118

Certificado - “Gira – Volei nível I” pela Federação Portuguesa de Voleibol (2004). ... 119

Certificado – “III Jornadas Ténicas de Futebol+Futsal” pelo Gabinete de Futebol do Departamento de Desporto da UTAD (2004). ... 120

Certificado – “Formação de treinadores de Basquetebol” pela Associação de Basquetebol de Vila Real (2004). ... 121

Certificado – “Árbitra de Futebol” pela Federação portuguesa de Futebol (2004). ... 122

Certificado - “Atividades Desportivas Outdoor” pelo Diverlanhoso Adventure Park (2005). ... 123

Certificado – “GAP” pela 6ª convenção ibérica de fitness de Guimarães (2006)... 124

Certificado - Organizadora da Ação de formação “Obesidade Infantil” pelo Núcleo de Estágio de Educação Física da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso (2007). ... 125

Certificado - “Deepwater” pela seção de Natação do S. C. de Braga (2008). ... 126

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Certificado – “Fitball Trainer” pelo instituto Fitball de Portugal (2009). ... 128 Certificado - “Férias desportivas da Páscoa” pelo Gabinete de Animação Desportiva da Câmara Municipal de Braga (2010). ... 129

Certificado - “Palavras, Lugares e gestos da fé” pelo Externato Paulo VI (2010). ... 130 Certificado – “Orientação e condução do exercício de Atividades Físicas Desportivas” pelo Instituto do Desporto de Portugal (2010). ... 131

Certificado - “Treinadora de grau II da Natação pura” pela Federação Portuguesa de Natação (2010). ... 132

Certificado - “ Jornada de Atletismo e Férias Desportivas da Páscoa” pelo Gabinete de Animação Desportiva da Câmara Municipal de Braga (2011). ... 133

Certificado - “Avaliação aptidão física e funcional em idosos; jogos e brincadeiras para crianças e Masters classes -2 dias” pela 12ª Convenção Ibérica Promofitness (2011). ... 134

Certificado - “ Torneio de Natal; Jornada de Atletismo e Férias Desportivas da Páscoa” pelo Gabinete de Animação Desportiva da Câmara Municipal de Braga (2012). ... 135

Certificado - “1º Fórum de Educação – Politicas e Dinâmicas de Educação” pelo Município de Braga. ... 136

Cartão Nadador Salvador (o primeiro tirado a 07/11/2006 e renovado desde então de 3 em 3 anos), pelo Instituto de Socorros a Náufragos (2012). ... 137

Notícia do jornal “Correio do Minho” a 04 de março de 2011 – p.33... 138 Notícia do jornal “Correio do Minho” a 28 de novembro de 2012 p.08. ... 139 Cartaz da Ginástica de Manutenção/ Localizada e Fitball da Junta de Freguesia Passos S. Julião – Braga (2008 a 2013) ... 140

Ficha de inscrição da Ginástica de Manutenção/ Localizada e Fitball da Junta de Freguesia Passos S. Julião – Braga (2008 a 2013)... 141

Torneio realizado pela Empresa responsável pelo Desporto, a cargo da Câmara Municipal de Barcelos (2007/2008)... 142

Cartaz da corrida solidária na Escola EB1 da Ortigueira (03/06/2011), com objetivo da compra de um colchão para a Escola. ... 143

Diploma de participação da corrida solidária na Escola EB1 da Ortigueira (03/06/2011), com objetivo da compra de um colchão para a Escola. ... 144

Medalhas para os 1ºs lugares - masculino/feminino da corrida solidária na Escola EB1 da

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Notícia do jornal “Correio do Minho” a 21 de junho de 2011 p.32... 146 Cartaz das aulas de Natação na Junta de Freguesia de Passos S. Julião – Braga (2009 a 2012 – alterando pormenores do cartaz). ... 147

Ficha de inscrição das aulas de Natação na Junta de Freguesia de Passos S. Julião – Braga (2009 a 2012) – alterando pormenores à ficha de inscrição). ... 148

Piscina onde são realizadas as aulas de Natação na Junta de Freguesia de Passos S. Julião – Braga (2009 a 2012). ... 149

Certificado do curso de Educação Física e Desporto, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (18/06/2007). ... 150

Tempo de serviço das Escolas EB1 de Alvelos e EB1 de Pereira (2007/2008), pela entidade

responsável pelo Desporto, ao serviço da Câmara Municipal de Barcelos. ... 151 Tempo de serviço das Escolas EB1 de Areias S. Vicente e EB1 de Galegos S. Martinho (2008/2009), pela entidade responsável pelo Desporto, ao serviço da Câmara Municipal de Barcelos. ... 152 Tempo de serviço da Escola EB1 da Estrada (2008/2009), ao serviço da Câmara Municipal de Braga. ... 153 Tempo de serviço da Escola EB1 da Sé (2009/2010), ao serviço da Câmara Municipal de Braga. 154 Tempo de serviço da Escola Externato Paulo VI (2009/2010). ... 155 Tempo de serviço da Escolas EB1 da Ortigueira (2010/2011). ... 156 Tempo de serviço da Escolas EB1 de Semelhe e EB1 de Maximinos (2011/2012) ... 157

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INTRODUÇÃO

Segundo Alves, J. M. (2009): “…ser professor passa, necessariamente, por saber ensinar e saber ensinar implica um agir e um interagir específico (p.11)”. Céu Roldão, M., Alves, J. M. (pref.). (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia – Portugal. Fundação Manuel Leão

Para iniciar este trabalho faço uma pequena introdução para que se perceba melhor o propósito do ensino.

Segundo Alves, J. M. (2009): Ensinar não é “dar matéria”, “cumprir o programa”, “sumariar os conteúdos previstos e planificados”. Ensinar é, como nos refere a autora, “acionar e organizar um conjunto variado de dispositivos que promovem ativamente a aprendizagem do outro”. E esta deslocação do foco é fundamental na ação do professor. Poderíamos até dizer que só se é professor na medida em que geramos aprendizagens multidimensionais no outro. Quando o outro não aprende a missão do professor, entra em crise (mesmo quando a responsabilidade primeira por essa não aprendizagem lhe não caiba).

A segunda decorre desta e centra-se no pensar o que é ser profissional do ensino. Sem entrar na discussão sociológica de saber se o professor é um funcionário, um técnico, um profissional, ou até tudo isso em simultâneo em doses variáveis, se é uma profissão ou uma semiprofissão, a obra permite definir a rosa-dos-ventos da profissionalidade. E, para além do conhecimento especializado, quero aqui destacar o conceito de compromisso e responsabilidade em relação ao outro que tem de ajudar a crescer, porque ser profissional do ensino não pode deixar de integrar esta dimensão ética essencial.

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A terceira ideia sublinha a ação estratégica do professor: criar oportunidades, ativar situações e dispositivos que façam aprender alunos e os próprios professores. As aulas mais interessantes são, certamente, as que implicam os alunos em atividades de diversa natureza, as que se centram em questões-problema, em desafios pertinentes e relevantes. É este saber em ação que se adapta aos contextos, às pessoas, aos recursos; que cria, mobiliza, interage e transforma que marca muito do que é ser professor (p.11). Céu Roldão, M., Alves, J. M. (pref.). (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia – Portugal. Fundação Manuel Leão

Ligado ao ensino temos como ação - reação (ou pelo menos, deveria ser sempre esse o resultado), a aprendizagem.

Segundo Céu Roldão, M. (2009): a aprendizagem é um fenómeno complexo que ocorre, no ser humano inserido em contextos sociais, praticamente em permanência ao longo da vida, por força das interações com esses contextos. No caso da aprendizagem curricular escolar, modalidade de aprendizagem de que aqui nos ocupamos, trata-se de um tipo particular de aprendizagem que pode designar-se por “aprendizagem sustentada por ensino” o que implica uma intencionalidade e uma condução orientada do processo. Céu Roldão, M., Alves, J. M. (pref.). (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia – Portugal. Fundação Manuel Leão

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Para melhor entender-mos este assunto, vou, através deste relatório e apoiada por revisão bibliográfica tentar sistematizar as competências e perfil do professor e a importância da sua constante formação.

Para além disto, farei uma auto-reflexão práxica, assim como uma conclusão/reflexão final de acordo com a experiência que obtive ao longo destes anos.

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PARTE I

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1. ENQUADRAMENTO – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO

FÍSICA

1.1.

A

FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO DOCENTE

Segundo O Santos, F. (n.d): com os impositivos dos tempos atuais desafiando os atores da educação profissional, …, quais os conteúdos da educação profissional? É possível pensar num prescritivo de conteúdos para os currículos formadores de profissionais que atuarão num mercado volátil, em que as regras mudam no decorrer do jogo e a tenologia transforma-se a cada dia? O Santos, F., (n.d). História e reflexão da formação do professor: a ideologia da elite e a máquina do estado. Consultado em 25 de Abril, emartigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1297642360_23.doc .

Segundo Perrenoud, “adquirir conhecimentos não basta para, hoje, um profissional atuar de modo competente. Para esse educador, as ações dos profissionais requeridos pelo mercado de trabalho contemporâneo exigem competências que “utilizam, integram ou mobilizam” os conhecimentos. Em exemplo interessante sobre a atuação de um médico, esse estudioso indica que (…) as competências clínicas de um médico vão muito além de uma memorização precisa e de uma lembrança oportuna de teorias pertinentes. Nos casos em que a situação saia da rotina, o médico é exigido a fazer relacionamentos, interpretações, interpolações, inferências, invenções, em suma, complexas operações mentais cuja orquestrada só se pode construir ao vivo, em função tanto de seu saber e de sua perícia quanto de sua visão da situação.

Nessa ordem de ideias, adquirir conhecimentos, apenas, não é suficiente para a adequada atuação profissional: para além dos conhecimentos, o sujeito deve desenvolver habilidades, valores, atitudes e a capacidade de mobilizar, articular e integrar os conhecimentos na prática da vida profissional.

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24 Perrenoud cita Morin (n.d.), que sinaliza para a necessidade de se desenvolver uma cabeça benfeita em oposição à cabeça bem cheia, no entendimento de que conhecimentos são rapidamente superados, desfasados, porém capacidades são mais duradouras e permitem a permanente aquisição de novos conhecimentos: “uma cabeça benfeita significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor de uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; e princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”.

Segundo Perrenoud: “assim, o ensino educativo – como prefere esse educador – não deve bastar-se em transmitir um mero saber, mas uma cultura, que permita compreender a condição de complexidade dos problemas quotidianos, ajude a viver e, ao mesmo tempo, favoreça um modo de pensar aberto e livre.” Perrenoud, (n.d.). Formando professores profissionais: quais estratégias, quais competências?

Com estes parágrafos, concluo que realmente o conhecimento não é o fator primordial da formação/conhecimentos, cada um de nós, não deve apenas absorver conteúdos, mas sim saber conjugá-los de acordo com a situação do momento e de acordo com a nossa personalidade; devemos saber pensar e agir de modo perspicaz e rápido. Devemos também aplicar os conhecimentos, para daí podermos absorver cada vez mais outros conhecimentos, pois com cada situação vamos aprendendo e moldando também a nossa personalidade/maneira de agir.

O Santos, F. (n.d), cita Frigoto (2007), “tanto a formação docente, quanto a formação discente no ensino básico e médio, o objetivo é o mesmo: formar pessoas para as exigências do mercado, como acontecia na relação de Dominadores e Dominados. Devemos considerar que isto é muito bem orquestrado pela política do governo que procura manter as classes sob opressão em uma espécie de “apatia das massas”, como aponta Fernandes (1981), desta maneira, impossibilitadas de guiarem-se, as classes, são direcionadas a

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25 satisfazer as necessidades dos dominantes, através da educação e sob um rígido controle governamental prevalecendo o senso comum nas relações.” O Santos, F. (n.d). História e reflexão da formação do professor: a ideologia da elite e a máquina do estado. Consultado em 25 de Abril, emartigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1297642360_23.doc .

O Santos, F. (n.d). cita, sob esta mesma perspectiva, Frigoto (2007): observa que existem mecanismos neoliberais que manipulam e ditam regras aos países, estes mecanismos organizam e direcionam como se fará a educação, sobretudo sua intenção prioritária é manter o controlo unilateral do mundo e, somente será possível, através do controle da educação, com a intenção de manter o conhecimento formal sob rígido controlo. O Santos, F. (n.d). História e reflexão da formação do professor: a ideologia da elite e a máquina do estado. Consultado em 25 de abril, em

http://artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1297642360_23.doc

Segundo O. Santos, F., (n.d.): Um exemplo muito claro sobre isto é o financiamento da educação pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), este concede dinheiro, a juros, mas controla o conteúdo que será ministrado, assim a educação do país subsidiado é controlada diretamente por organismos externos e neoliberais, que a pretexto de ajuda financeira manipulam o ensino e a educação, tornando-a ilustrada. Esta forma de controlo é um mecanismo extraordinário, pois, mostra-se somente como parte da verdade, encobrindo suas reais intenções.

O Santos, F. (n.d). História e reflexão da formação do professor: a ideologia da elite e a máquina do estado. Consultado em 25 de abril, em

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26 De acordo com Rios (2000), é essa a função da ideologia: “dissimular a realidade apresentando como naturais” (p.36).

Durante o processo evolutivo da humanidade, de acordo com Nóbrega (2010), em todas as sociedades os homens procuraram transmitir o legado cultural de seu povo, isto foi realizado de várias maneiras, como por exemplo: de maneira oral, escrita e desenhada. Mas, no ocidente e parte do oriente, a escrita prevaleceu como forma institucionalizada e superior de conhecimento. De maneira óbvia, pode-se perceber que esta construção é uma ideologia dominante que possui o interesse em manter as classes separadas. Também, torna-se claro, que foram necessários lugares e pessoas para transmitir o legado cultural e ideológico, assim nasceram a escola e o professor. Mas, com o surgimento da instituição e do profissional, também foi necessário surgir o molde: o currículo.

Nestes, como afirma Silva (2009), estão representados os interesses e as ideologias dominantes. É no currículo que se proporciona a formação docente, tanto de maneira ideológica, como profissional.

De acordo com Contreras (2002), a formação autónoma e profissional do docente é mais uma ideologia dominante, que para satisfazer as expectativas dos docentes, afirmam que o currículo é a ferramenta ideal de ensino, no entanto, o governo dita como será o currículo, como já demonstrado anteriormente.” O Santos, F. (n.d). História e reflexão da formação do professor: a ideologia da elite e a máquina do estado. Consultado em 25 de abril, em artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1297642360_23.doc .

Portanto toda a formação profissional do Docente irá refletir-se no processo ensino-aprendizagem, não pelos conteúdos que este mesmo estudou mas por

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27 todo um meio envolvente, que varia também de acordo com o público-alvo a que estamos sujeitos.

Segundo Aranha, A. (2005): o processo ensino-aprendizagem carateriza-se pela existência de uma relação pedagógica de interdependência e influência recíproca e define-se como sendo a interacção que se estabelece entre o professor e os alunos, em que o primeiro assume a responsabilidade de direcção, da sistematização e da estruturação dos conteúdos e das estratégias de ensino a utilizar, enquanto ao segundo cabe a tarefa de se apropriar dos conteúdos de forma ativa e criadora (participativa e empenhada), sob a concretização de experiências de aprendizagem, que vividas e conceptualizadas, operarão as necessárias e desejáveis modificações comportamentais (p.3). Aranha, A..(2005). Pedagogia da educação física e do desporto I – Processo ensino-aprendizagem; organização do ensino. Vila Real - Portugal. Estilos de ensino

Constata-se portanto, de acordo com a maioria dos autores, que: realmente a formação contínua do docente, seja ele de que área for, é bastante importante e fulcral, mas não o ponto primordial, temos de ter a consciência que a nossa aprendizagem não advém apenas de cursos frequentados, de notas alcançadas, e de toda a matéria estudada e apreendida, mas sim da “ escola da vida”, como diziam as pessoas mais antigas e que na verdade, tinham razão. Aprendemos ao lecionarmos, pois não só ensinamos e instruímos nesse momento os nossos alunos, como é de lá que conseguimos tirar as conclusões do nosso modo de atuar, de como deveríamos ter atuado e de nos prevenirmos em situações idênticas que aconteçam no futuro. Só colocando em prática os conteúdos que apreendemos, em situações específicas, conseguimos perceber o resultado da nossa intervenção e só com a análise desse mesmo resultado, conseguimos

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28 melhorar a nossa intervenção futura em situações que sejam idênticas às quais nos deparamos anteriormente. É portanto um processo complexo e trabalhoso, que exige o melhor de nós para conseguirmos alcançar também o melhor, com muita dedicação, e daí advém, como refere a autora Aranha (2005): “um professor eficaz”(p.8). Aranha, A..(2005). Pedagogia da educação física e do desporto I – Processo ensino-aprendizagem; organização do ensino. Vila Real - Portugal. Estilos de ensino

Torna-se por isso muito importante a nossa evolução como pessoa (valores, ideais, etc), para sabermos melhor responder em situações profissionais.

Estas duas vertentes conjugadas, consegue fazer de nós um melhor preletor.

Albuquerque, A., Aranha, A., Gonçalves, F. (2008) declaram (estando de acordo com o parágrafo anterior): algumas vezes, dos bons professores, que “nascem para ensinar”. Embora muitos possuam realmente a priori capacidades importantes para o ensino, a investigação mostra que essas capacidades podem ser aprendidas por aqueles não tão “dotados” com tais características. Este comentador diz-nos também: os professores já não precisam somente de dominar as matérias escolares, pois todo o sistema está envolto numa complexidade cada vez maior. Esta complexidade está relacionada com a diversidade cada vez maior das populações escolares, que vai, naturalmente, condicionar a actuação de cada professor. Este deve, então, dominar e conhecer relativamente bem os âmbitos (pedagógico, escolar, social, cultural, …) em que está inserido, adequando a partir daí os seus comportamentos em função desse contexto (p.7). Albuquerque, A., Aranha, A., Gonçalves, F. (org.) e Sousa, M. R. (pref.). (2008). Avaliação – um caminho para o sucesso no

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29 processo de ensino e de aprendizagem. Editora CIDESD. Consultado em 02 de abril, em http://www.cidesd.utad.pt/cidesd/newsletter/nl_ppi/IPP_V2N2_2011.pdf

Tentando abranger a área em que tenho mais experiência, sendo ela a Natação: “A formação do professor de natação acontece nos cursos de graduação em Educação Física, e, por essa razão, entendemos que esse profissional é, antes de tudo, um professor de Educação Física que trabalha em um contexto específico, cuja formação não pode ocorrer de forma isolada e independente da formação do educador e do professor de Educação Física. O professor de natação… é considerado como um profissional graduado em curso superior de Educação Física cujo foco de trabalho está na compreensão, elaboração e aplicação de processos de ensino-aprendizagem, a fim de promover a autonomia do aluno em sua prática motora dentro do universo de práticas aquáticas.”

Indo a fundo no processo de ensino-aprendizagem direcionado especificamente à Natação, os autores - Hall, (1991); Adrian e Cooper, (1995): “tradicionalmente considera-se que a técnica desportiva pode ser analisada de um ponto de vista qualitativo ou quantitativo”. Segundo Knudson e Morrison, (1997): “a análise qualitativa consiste na observação sistemática e na avaliação qualitativa do movimento humano, no sentido de aumentar a sua eficiência. Os procedimentos qualitativos são efectuados fundamentalmente por agentes de ensino (professores) e agentes desportivos (treinadores)”.

Barbosa, T.M. (2005) citaCampaniço e Silva, (1998), em geral, a análise qualitativa, na Natação Pura Desportiva, surge associada à capacidade de deteção e análise do erro técnico. A capacidade de observação, a capacidade de identificação e capacidade de intervenção face aos erros técnicos, por parte do professor de natação, são factores decisivos para um aumento da qualidade do processo ensino-aprendizagem. Assim, é

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30 objetivo desta comunicação apresentar os principais modelos de análise qualitativa e aplicá-los à Natação Pura Desportiva, tendo em vista a observação, a identificação e a intervenção dos professores sobre os erros mais frequentes durante o ensino das técnicas. (Observação, identificação e intervenção do professor de natação sobre as faltas mais usuais durante o ensino das técnicas de crol e de costas. Barbosa, T.M. (2005). Observação, identificação e intervenção do professor de natação sobre as faltas mais usuais durante o ensino das técnicas de crol e de costas. Biblioteca Digital IPB. Consultado em 06 de abril, em https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/4039.

De acordo com Carvalho (1994), Valdivielso (1978), Raposo (1981), Bordat (1983), Escobar e Taffarel (1987), Catteau e Garoff (1988), citados por Accioly (1991): “O processo ensino-aprendizagem da natação está fundamentado no trinómio: Equilíbrio – Respiração – Propulsão, Neste sentido, espera-se que o professor tenha conhecimentos na área da Biomecânica do Desporto, pois de acordo com Maglischo (1999), Palmer (2001) e McGinnis (2002), a natação e as atividades aquáticas necessitam do entendimento das forças do fluido (resistência da água) para melhorar o desenvolvimento da aprendizagem.” Andrea Ferreira Leite. Andrade, E. J., Esteves, T. M., Leite, A. F., Rocha, W. S & Silva, E. A. (n.d). Natação – conhecimento e formação do professor. Pós-graduação em Educação Física – UGF, Brasília, Brasil. Consultado em 22 de maio, em

http://aquabarra.com.sapo.pt/Artigos/Aprendizagem/Texto_12.pdf

Em consulta à wikipédia deparamo-nos com a definição da palavra Natação: é a capacidade do homem e de outros animais de se deslocarem através de movimentos efetuados no meio líquido, geralmente sem ajuda artificial. A natação é uma atividade que pode ser

(27)

31 simultaneamente útil e recreativa. As suas principais utilizações são recreativas, balneares, pesca, exercício e desporto. Natação. (n.d.) – wikipédia, a enciclopédia livre. Consultado em 22 de Maio, em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nata%C3%A7%C3%A3o

1.2.

P

APEL DO

P

ROFESSOR DE

E

DUCAÇÃO

F

ÍSICA

Segundo Al- Ghazali (n.d.): O papel e a atuação do professor já não é há muito tempo a mesma do passado. Antes ele detinha “todo” conhecimento e depositava nos seus alunos aquilo que havia estudado. Porém, esse estudo era normalmente lido e repassado para eles sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos.

Hoje, felizmente, podemos e devemos ensinar nossos alunos a pensar, a questionar e a aprender a ler a nossa realidade, para que possam construir opiniões próprias.

Para que isto ocorra o professor deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo que faz, ou seja, através de seus atos e ações ele servirá de modelo para seus alunos; se ele ensina a refletir ele deve também refletir, se ele ensina a respeitar o próximo ele deve respeitar seus alunos e assim por diante. Deste modo ele está sendo uma prova viva daquilo que está ensinando, pois bem à sua frente existem seres humanos que estão sendo moldados por ele.

(28)

32 O aluno é como se fosse um solo fértil, onde o professor semeia suas melhores sementes para que se produzam belos frutos. A relação professor/aluno deve ser cultivada a cada dia, pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos. E é nessa relação madura que o professor deve ensinar que a aprendizagem não ocorre somente em sala de aula. Se estivermos atentos aprendemos a todo momento e não só na escola com o professor. Assim, o aluno irá desenvolver um espírito pesquisador e interessado pelas coisas que existem; ele desenvolverá uma necessidade por aprender, tornando-se um ser questionador e crítico da realidade que o circunda. Como diz o filósofo: O verdadeiro objetivo da Educação não é meramente prover informação, mas o estímulo de uma consciência interna.

No sentido formal, docência é o trabalho dos professores; na realidade, estes desempenham um conjunto de funções que ultrapassam a tarefa de ministrar aulas. As funções formativas convencionais, como ter um bom conhecimento sobre a disciplina e sobre como explicá-la, foram-se tornando mais complexas com o tempo e com o surgimento de novas condições de trabalho.

ME (2012) cita, segundo o nosso Diário da República, 1ª serie-N.º172-5 de setembro de 2012 o papel do professor fica bastante explícito:

“Artigo 41.º

Papel especial dos professores

1 — Os professores, enquanto principais responsáveis pela condução do processo de ensino, devem promover medidas de carácter pedagógico que

(29)

33 estimulem o harmonioso desenvolvimento da educação, em ambiente de ordem e disciplina nas atividades na sala de aula e na escola.

2 — O diretor de turma ou, tratando -se de alunos do 1.º ciclo do ensino básico, o professor titular de turma, enquanto coordenador do plano de trabalho da turma, é o principal responsável pela adopção de medidas tendentes à melhoria das condições de aprendizagem e à promoção de um bom ambiente educativo, competindo -lhe articular a intervenção dos professores da turma e dos pais ou encarregados de educação e colaborar com estes no sentido de prevenir e resolver problemas comportamentais ou de aprendizagem”.

“Artigo 42.º

Autoridade do professor

1 — A lei protege a autoridade dos professores nos domínios pedagógico, científico, organizacional, disciplinar e de formação cívica.

2 — A autoridade do professor exerce -se dentro e fora da sala de aula, no âmbito das instalações escolares ou fora delas, no exercício das suas funções.

3 — Consideram -se suficientemente fundamentadas, para todos os efeitos legais, as propostas ou as decisões dos professores relativas à avaliação dos alunos quando oralmente apresentadas e justificadas perante o conselho de turma e sumariamente registadas na ata, as quais se consideram retificadas pelo referido conselho com a respetiva aprovação, exceto se o contrário daquela expressamente constar.

4 — Os professores gozam de especial proteção da lei penal relativamente aos crimes cometidos contra a sua pessoa ou o seu património, no exercício das suas funções ou por causa delas, sendo a pena aplicável ao crime respetivo agravada em um terço nos seus limites mínimo e máximo (2012)”. Portaria nº51/2012 de 5 de Setembro. Diário da República, 1.ª série — N.º 172.Ministério da Educação. (2012). Consultado em 06 de abril, em

(30)

34 Pois esta forma tão sucinta e fria, abrangida apenas pela lei, não chega para explicar o papel do professor que é tão grande e muito mais complexo, podemos verificá-lo através dos parágrafos seguintes, em que o professor é constantemente deparado com diferentes sociedades e tem de se moldar e saber agir de acordo com o meio em que se encontra inserido.

O papel do professor em face da diversidade cultural (2008) cita: “Na maioria

das vezes os professores não receberam uma educação para lidar com as adversidades e preconceitos existentes em sala de aula…”.

Uma educação sem fronteiras e que trabalhe no sentido de mitigar as diferenças existentes, não é tarefa fácil, requer preparo por parte do professor, uma vez que para lidar com as adversidades é necessário compreender como elas se manifestam e em que contexto. Entretanto o professor que acolhe seus alunos, sendo um professor reflexivo que percebe e respeita as diferenças de cada um, constrói um ambiente de igualdade, sem fronteiras e propicia uma segurança que refletirá em um melhor e maior aprendizado.

O papel do professor em face da diversidade cultural (2008) cita Alarcão,

I. (2004): a noção do professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores. É central, nesta conceptualização, a noção do profissional como uma pessoa que, nas situações profissionais, tantas vezes incertas e imprevistas, atua de forma inteligente e flexível, situada e reativa (p.41). O papel do professor em face da diversidade cultural. (2008).

(31)

35 Consultado em 10 de dezembro, em http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/o-papel-do-professor-em-face-da-diversidade-cultural-614591.html

Embora esteja a citar o papel de um professor em geral, este não se consegue dissociar do de um professor de Educação Física ou de qualquer um outro, nomeadamente de um de uma modalidade específica, como, Natação, no qual me vou debruçar mais na elaboração deste trabalho e segundo a minha experiência. Contudo, existem factores específicos do papel para cada área que o professor administra, passando a citar algumas das características do professor de Natação:

Dionísio Torres (n. d) cita Rubem Alves (2005) e concordando com ele: …professor tem de estar muito seguro do que está a fazer já que tem papel fundamental como mediador nessa relação da criança com a piscina.

A relação é a base de todo processo de ensino, desde a apresentação aluno-professor, a entrada do aluno na água e a aula propriamente dita. Na verdade, a importância de olhar para os olhos do seu aluno e sempre ser verdadeiro em relação a tudo o que diz e faz, é um ponto-chave, pois trata-se de uma relação de confiança que começa naquele momento. Torres, D.. (n.d.) (para.8). Aprender nadar brincando – Iniciação a natação – Adaptação as aulas de natação e a ludicidade. Consultado em 10 de dezembro, em http://www.estreladaguanatacao.com.br/iniciacao-a-natacao.html

Segundo Müller, L.S. (2002), “devemos pensar de uma maneira construtivista e repensar o papel do professor, pelo qual ele, na sua relação com

(32)

36 os alunos, buscará formas de facilitar o aprendizado e fazer seus alunos se interessarem, buscarem e construir o seu conhecimento”.

Cita ainda que: poderemos buscar, nas palavras de CHAUÍ (1980), uma confirmação do exposto: Ao professor não cabe dizer “faça como eu”, mas: “faça comigo”. O professor de natação não pode ensinar o aluno a nadar na areia fazendo-o imitar seus gestos, mas leva-o a lançar-se n’água em sua companhia para que aprenda a nadar lutando contra as ondas, fazendo seu corpo coexistir com o corpo ondulante que o acolhe e repele, revelando que o diálogo do aluno não se trava com seu professor de natação, mas com a água (p.39). Müller, L.S.. (Novembro 2002). A interação professor – aluno no processo educativo. Consultado em 22 de maio, em http://www.usjt.br/proex/arquivos/produtos_academicos/276_31.pdf

Concluo que, o papel do professor é muito abrangente, não se fica apenas por transmitir conhecimentos na sala de aula, à procura da absorção por parte dos alunos, consiste em criar uma relação professor-aluno, aprender a conhecê-lo e ao seu meio, aprender a conhecer-se a si próprio, auto-analisar e evoluir para poder aplicar o conhecimento com maior capacidade, criando motivação e empenho e a capacidade de evoluírem eles próprios com um espírito aberto e crítico perante os assuntos que lhes são apresentados. E só passando à prática poderei perceber se os conteúdos que absorvi conseguem responder às situações com que me deparo e perante elas, um bom professor, terá de ter destreza psicológica para em pouco tempo descobrir uma outra alternativa/estratégia que possa solucionar o seu problema.

Se citarmos a wikipédia (2002), esta apenas nos diz que: um professor ou docente, é uma pessoa que ensina uma ciência, arte, técnica ou

(33)

37 outro conhecimento. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações académicas e pedagógicas, para que consiga transmitir/ensinar a matéria de estudo da melhor forma possível ao aluno. É uma das profissões mais antigas, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela. Já Platão, na sua obra, A República, alertava para a importância do papel do professor na formação do cidadão. Professor. (02 de abril, 2002). Consultado em 20 de janeiro, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Professor

Contudo, já verificamos pela documentação consultada que não basta apenas as habilitações para que nos tornemos bons nesta profissão.

Assim como, nos dias de hoje o papel do professor encontra-se bastante alterado relativamente à época de escrita desta obra de Platão, pois antes as pessoas compreendiam que realmente alguém que chegasse a qualquer profissão, não importava ela qual fosse, chegavam, porque um dia, tiveram professores e estes eram estimados porque eram vistos como se tivessem feito um ótimo trabalho. Hoje, deparamo-nos com outra realidade e o professor não é tão querido pela sociedade. Tem como seu trabalho não apenas ensinar o educando, transmitindo conteúdos, mas também tem de ser educador e em simultâneo tratar de imensas burocracias que em parte se poderiam evitar afim de aproveitar as aulas em benefício dos alunos, aumentando o tempo potencial de aprendizagem.

(34)

38

1.3. C

OMPETÊNCIAS DO PROFESSOR

Paola Gentile e Roberta Bencini em entrevista a Perrenoud (1999): O conceito de competência não é novo. Ele começou a ser discutido mais amplamente na área pedagógica a partir da década de 1990, destinando-se ao ensino de crianças nas séries iniciais. No entanto, o conceito de competência ganhou tamanha amplitude que acabou incorporado pelo meio empresarial e industrial, que encontrou nele um aliado para os modelos recentes de gerenciamento de pessoas, baseados nos ideais da qualidade total. Perrenoud, comunicação pessoal, setembro, (2000). Construindo competências (1999). Consultado em 25 de janeiro, em http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_2000/2000_31.html

Deste modo, Perrenoud (n.d.), cita Gentile e Bencini (2000 apud Rodrigues; Pariz, 2005), “as competências são entendidas como a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações (p.109)”.

Segundo Perrenoud (1999): as competências referem-se ao domínio prático de um tipo de tarefas e de situações e, neste ponto, os educadores estão certos em questionar sua teoria, mas, por outro lado, tais domínios práticos só podem ser alcançados se junto com eles desenvolvemos também as habilidades dos alunos, o que só se pode

(35)

39 realizar a partir da compreensão do conteúdo que explica aquele domínio. Por exemplo, se queremos desenvolver o domínio prático da Matemática nas tarefas quotidianas dos alunos, precisamos desenvolver suas habilidades numéricas. Para tanto, precisamos introduzir conceitos sobre número, quantidade, agrupamento etc., que fazem parte do conjunto de temáticas que formam os conteúdos (p.2). Perrenoud, P..(1999, p.2). Philippe Perrenoud e a teoria das competências. Consultado em 25 de janeiro, em http://pt.scribd.com/doc/119193112/Perrenoud-e-a-Teoria-das-Competencias.

Veiga, I.P.A, D`Ávila, C., Lima, A.C.R.E., Souza, E.C., Maheu, E., Sonneville, J. J., Libâneo, J. C., Fornari, L.S., et.al. (2008) citam Enguita: a categoria de competência, diz respeito à identidade coletiva, social e política do profissional da educação, conferida por uma formação específica, que lhe permite compartilhar, identificando-se com os seus pares, saberes, conhecimentos, metodologias, valores e normas da sua profissão. Sua competência é produto de uma formação específica, geralmente de nível universitário. Por conseguinte, os profissionais docentes devem ser pessoas capazes de produzir conhecimento sobre seu trabalho e de tomar decisões em favor de uma prática profissional ajustada às suas necessidades e às necessidades dos educandos e ao espaço de trabalho (compreendido este como um microcosmo dentro do macrocosmo social e político que nos entorna) (p.28). Veiga, I.P.A, D`Ávila, C., Lima, A.C.R.E., Souza, E.C., Maheu, E., Sonneville, J. J., Libâneo, J. C., Fornari,

(36)

40 L.S., et.al..(2008). Profissão docente: novos sentidos, novas perspetivas. Consultado em 25 de janeiro, em http://books.google.pt/books?id=Cc6zxji1m0sC&pg=PA28&lpg=PA28&dq=segundo+en guita+a+categoria+de+compet%C3%AAncia&source=bl&ots=7pAnm2CXxI&sig=0fvIVP jRcnQv4lIXL0bmmALDDb0&hl=pt-PT&sa=X&ei=6cOwUeqqC8WHOKiLgbAC&ved=0CCsQ6AEwAA#v=onepage&q=segu ndo%20enguita%20a%20categoria%20de%20compet%C3%AAncia&f=false

Wadsworth (1993): “Na Natação, características como afetividade, empenho e engajamento (envolvimento na tarefa) podem ser notadas."

Segundo Andrade, E. J., Esteves, T. M., Leite, A. F., Rocha, W. S & Silva, E. A., por outro lado, além do conhecimento técnico espera-se do professor de

natação competência pedagógica para ensinar.

Citam ainda: Luckesi (1994) e Glagliardi (2002), sintetiza algumas tendências pedagógicas do ato de ensinar em dois grupos: as Liberais e as Progressistas. As tendências progressistas têm-se manifestado em três tendências: a libertadora, a libertária e a crítico-social dos conteúdos que, diferentemente das liberais, acentuam a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. Têm em comum o antiautoritarismo, a valorização da experiência vivida com base na relação educativa. Em função disso, dão valor ao processo de aprendizagem grupal. Já as tendências liberais sustentam a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso os

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41 indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores e as normas vigentes na sociedade de classes através do desenvolvimento da cultura individual. Andrade, E. J., Esteves, T. M., Leite, A. F., Rocha, W. S & Silva, E. A. (n.d) (p.55). Natação – conhecimento e formação do professor. Pós-graduação em Educação Física – UGF, Brasília, Brasil. Consultado em 22 de maio, em http://aquabarra.com.sapo.pt/Artigos/Aprendizagem/Texto_12.pdf

Segundo a revisão bibliográfica em: a técnica e a observação qualitativa da execução de um gesto desportivo, em si próprio, capítulo III,normalmente, “o que é transmitido é a informação que está à disposição de qualquer um na forma de livros. Este sistema apenas pode sobreviver numa sociedade que não valoriza a investigação e que não exige produtividade académica do corpo docente das suas universidades…”

Segundo Maslow (n.d.): todo este processo é legitimado pela política do país onde são vários os níveis e os grupos de responsabilidade no processo de educar os cidadãos…transmitir o maior número de factos ao maior número de indivíduos, de modo a que se possam assegurar os requisitos mínimos para uma mão-de-obra adequada ao desenvolvimento industrial e económico do país. Esta política é imposta aos professores, no entanto, há outros que entendem o seu estatuto social de educadores numa perspetiva diferente e que se carateriza por formar mais e melhores seres humanos. Isto é conseguido fazendo com que os alunos aprendam a aprender e que comecem a criar horizontes para a definição da sua identidade e autenticidade. A técnica e a observação qualitativa da execução de um gesto desportivo, em si próprio, capitulo III.

(38)

42

1.4.

“P

ERFIL

DO PROFESSOR

Sobre o desenvolvimento das competências, em seu livro 10 novas competências para ensinar, Perrenoud (2000), apresenta uma lista de competências necessárias aos professores para ensinar com base na sua teoria. São elas:

“1. organizar e dirigir situações de aprendizagem; 2. administrar a progressão das aprendizagens;

3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação;

4. envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; 5. trabalhar em equipe;

6. participar da administração escolar; 7. informar e envolver os pais;

8. utilizar novas tecnologias;

9. enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; 10. administrar a própria formação.”

Segundo Perrenoud (2000) afirma: “a necessidade de se desenvolver uma décima primeira competência ligada ao trabalho docente, que está relacionada à ação do professor enquanto um ator coletivo no sistema de ensino e enquanto um direcionador do movimento dos educadores no sentido da profissionalização e da prática reflexiva sobre seu próprio fazer.”

“Diante de tais competências profissionais, devemos, também, favorecer de forma organizada o desenvolvimento das habilidades requeridas no âmbito

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43 escolar. Para tanto, devemos rever os currículos escolares de forma a permitir que os conteúdos sejam, de facto, compreendidos pelos alunos, tanto pela via intelectual, quanto pela via prática” (p.5). Perrenoud, P.. (2000). Philippe Perrenoud e a

teoria das competências. Consultado em 15 de fevereiro, em

http://pt.scribd.com/doc/119193112/Perrenoud-e-a-Teoria-das-Competencias.

Como professor de Natação: “a relação do professor com o aluno, principalmente em crianças pequenas, é de grande importância, pois é a partir dessa relação que a criança se sente segura e aceite no ambiente, favorável para um bom desenvolvimento e aprendizagem. Sem contar que esta esfera da afetividade e da interação emocional pode permitir estímulos motivacionais que proporcionam mais adesão e interesse pela atividade.

Segundo Wadsworth (1993), a motivação, é considerada aquilo que ativa o comportamento. Pode-se notar também a influência da brincadeira na construção destes sentimentos, do raciocínio e dos planos de ação para os movimentos aquáticos. Ou seja, no desenvolvimento integral da criança, pode-se atribuir mudanças à forma com que a motivação influencia a auto-estima, que é uma caraterística que pode influenciar sua interação social, escolhas, tarefas e a satisfação pessoal, enfatizada pela questão do prazer e ambiente de aprendizagem com emoções positivas e afectividade, que permitem os avanços do aprendizado

Alguns professores olham para si próprios e se designam experts em determinado assunto deixando metáforas vazias ao redor do que ensinam. Os melhores professores são aqueles que guiam: eles dividem

(40)

44 o que sabem e não se tornam os centros das atenções, os estudantes é que são o objetivo final de tudo.

Não é o suficiente saber o seu programa e material. Você precisa conhecer o seu grupo, saber quem são as pessoas que você vai ensinar. Os talentos, os defeitos, as fraquezas. Você precisa saber onde eles estão e procurar olhar onde eles poderão chegar. Junior, R.V., Santiago, V. (2004/2005). Ludicidade, diversão e motivação como mediadores da aprendizagem infantil em natação: propostas para iniciação em atividades aquáticas com crianças de 3 a 6 anos. Consultado em 27 de maio, em

http://www.efdeportes.com/efd117/iniciacao-em-atividades-aquaticas-com-criancas-de-3-a-6-anos.htm

Nocentini, R. M., cita a frase visionada numa citação de Pfrimer, L. D. F. M., de Chuck Salter (Novembro, 2002): "A melhor maneira de ensinar não está em uma fórmula, é algo pessoal. Diferentes pessoas ensinam a mesma matéria de forma diferente porque são diferentes e vêem o mundo de forma diferente. Nós ensinamos o que somos. O ato de ensinar requer coragem para explorar o seu próprio sentimento de identidade". Nocentini, R. M.. (2011). Técnica de nado. Consultado em 27 de maio, em http://tecnicadenado.blogspot.pt/2011/05/frase.html

(41)

45 Pinho, S. T., Andrade, D.M, referem que: atualmente percebe-se que ao trabalho do professor de Educação Física não é dado seu devido valor, visto que ainda encontramos pessoas sem a devida formação atuando como instrutores em clubes e academias, entre tantos factores que contribuem para a desvalorização do mesmo. Cabe ao profissional de Educação Física, devidamente qualificado para tal, a construção de sua imagem e importância frente à sociedade, com base na qualidade de seu trabalho, tornando este o grande diferencial (p.1). Pinho, S. T., Andrade, D.M.. (2009). Perfil dos professores de hidroginástica na cidade de Pelotas, RS. Consultado em 27 de maio, em http://www.efdeportes.com/efd136/perfil-dos-professores-de-hidroginastica.htm

(42)

PARTE II

(43)

47

2. AUTO-REFLEXÃO PRÁXICA

2.1.

DADOS

PESSOAIS

Nome: Sónia Alexandra Ribeiro Fernandes Idade: 32

Nacionalidade: Portuguesa Naturalidade: França Filiação: Simplicio Lopes Fernandes

Maria Eduarda Ribeiro Fernandes Estado civil: Solteira

Cartão de Cidadão: 12019881 9 –ZZ5

Residência habitual: Rua José Alvares de Araújo nº4 3ºesquerdo 4700–433 Braga

Telemóvel: 963781757

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48 Formação:

1. Licenciatura em Educação Física e Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

2.2.

B

REVE DESCRIÇÃO CURRICULAR

2.2.1.

F

ASE

A

NTERIOR À

F

ORMAÇÃO

Soares, J. M., Gomes, L. (2001) cita Pisani, Pereira e Rizzon (1994): “O adolescente precisa fazer suas escolhas. De acordo com seu futuro profissional é definido nesta etapa…(p.65)”. A vivência escolar primária e sua influência na decisão pela continuidade dos estudos académicos. Consultado em 07 de abril, em

http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Psico logia/boletins/2/4_a_vivencia_escolar_primaria_na_decisao_pela_ continuidade.pdf

Desde miúda que o gosto pela atividade física foi sendo desenvolvido.

Com apenas 6 anos pedia para me deixarem ir correr para a rua, dar voltas a um parque, até me cansar, pedindo que me ficassem a ver/guardar à janela, lembro-me de parar, feliz, sem que para isso me tivessem dado nada em troca, o que seria normal dado a idade. Nessa mesma fase da minha vida, durante a escola primária, gostava de participar nos saraus de ginástica que a mesma fazia, assim como nos corta-matos e lembro-me de ter ganho a primeira medalha com bastante emoção!

Os anos passaram, e a escola, assim como a “rua” junto a casa, fez sempre parte deste percurso no mundo do Desporto. No 9º ano participei nos torneios de Basquetebol da escola, e assim continuei até ao 12º ano.

(45)

49 Como todos nós, e eu não fugi à regra, passei momentos de incertezas e muitas dúvidas, principalmente por volta do 9º ano sem conseguir visualizar o futuro, como não tinha nada que eu visse que poderia seguir (porque penso na que altura deviam existir mais apoios nas escolas de modo a ajudar os alunos nestas escolhas), comentei com os meus pais que gostaria de ser cabeleireira, aliando a isso a finalização do 12º ano, através de um curso profissional, em parte por ter uma Tia que também era e como a ajudava por vezes, achava que poderia ser uma saída para mim, uma vez que não sabia o que estudar. Como seria de esperar, meus pais, tentaram demover-me a ideia e que continuasse os estudos. Quando comecei a pensar numa saída possível, e com a ajuda de muitos familiares apercebi-me que tinha vocação para o Desporto e que se queria seguir os estudos poderia fazer do que mais gostava a minha profissão.

Sempre que podia, aos fins-de-semana e férias era na rua que gostava de estar, nessa altura não era como hoje em dia e as brincadeiras consistiam em: jogar voleibol; futebol; ao elástico; ir à piscina e rios. Na escola os professores nem precisavam pedir, gostava sempre de participar nos torneios.

Na terra de meu Pai, praticava muito ciclismo, sem ter consciência, andava mais de 12km por dia, só pela sensação do vento bater na cara e sentir o corpo a puxar/mover-se, isto numa altura em que as bicicletas não tinham mudanças, pelo menos a minha e em que o esforço físico era enorme.

Depois de tanta reflexão e com a ajuda do meu professor de Educação Física do 9º ano, que já havia sido também no 7º ano, que me incentivou a seguir por achar que teria capacidades, o professor Jorge Rito, antigo treinador do ABC (Andebol) e atual do Benfica (Andebol) - nem ele imagina como acarretei a sua opinião - no 10º ano tentei seguir Desporto, mas já não havia vagas na escola e tive de voltar para a minha escola anterior, ficando no agrupamento Científico Natural, porque seria o único a ter as mesmas disciplinas que haviam em Desporto, perspetivando que quando chegasse ao 12º ano (porque na altura era obrigatório), faria os pré-requisitos e poderia seguir Desporto para a universidade. Durante esses três anos, para poder desenvolver a parte desportiva e a minha performance, como deveria para quem sonhava seguir essa área,

(46)

inscrevi-50 me no Inatel em ginástica desportiva onde praticávamos tudo o que a escola não me podia dar (afim da preparação para os pré-requisitos, que obrigatoriamente teríamos de passar): paralelas assimétricas; trave; ginástica de solo de forma intensiva; corda (duas vezes por semana) e nos restantes dias, treinava Atletismo no antigo estádio do Sporting Clube de Braga e da cidade, Estádio 1º Maio, onde a câmara disponibilizava antigos atletas (pois faziam parte do seu quadro de funcionários) como Mário Silva e Manuela Machado para nos ajudar, a sonhar, treinando-nos com alguma técnica, a qual na altura nos era desconhecida, para podermos rentabilizar a corrida.

Terminando o 12º ano, foi desta forma, e realizando os pré-requisitos na antiga universidade FCDEF, agora FADEUP que consegui passar e entrar na Universidade (realizando-os dois anos consecutivos, pelo facto de no primeiro ano letivo ter reprovado com a disciplina de matemática, apenas).

Reflectindo:

Posso concluir que foi através das experiências/vivências do dia a dia que fui ganhando o gosto pela atividade física, pois era através desse conceito que nessa altura fazíamos amigos e nos divertíamos, tanto na escola como na rua junto a casa, onde passava a maioria do tempo, mesmo vivendo na cidade. Foi também através dos valores de meus Pais, que aceitavam e confiavam e me davam a liberdade para errar e aproveitar a infância, mas com responsabilidade, acreditando que a natureza dava algo em troca, talvez porque foram criados em meios humildes e por na altura deles não brincarem tanto como eu brinquei, porque desde cedo os fizeram trabalhar e tentavam por isso dar o seu melhor para que fossemos felizes.

(47)

51

2.2.2.

F

ASE FORMAÇÃO INICIAL

/

LICENCIATURA E ACTIVIDADE

PROFISSIONAL

Segundo Céu Roldão, M. (2009), O conceito de desenvolvimento profissional pode assumir um duplo significado – ou o percurso de aquisição gradual do estatuto social e profissão por um grupo de agentes de uma determinada atividade, como é aqui o caso, ou o percurso individual de um profissional ao longo da vida…Céu Roldão, M., Alves, J. M. (pref.). (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. Vila Nova de Gaia – Portugal. Fundação Manuel Leão.

Na fase inicial da frequência na universidade, muitas foram as diferenças e dificuldades sentidas, a distância da família e dos amigos mais queridos foram os factores mais sentidos. Sentimo-nos desamparados e sozinhos. É uma grande mudança quando temos de sair da nossa cidade para podermos obter a formação que pretendemos.

Inicialmente entrei na Universidade da Beira Interior em Ciências do Desporto, por engano e falta de informação, a que referi nos parágrafos anteriores, o tal apoio que deveria existir nas escolas, pois pensava que o curso seria idêntico ao da UTAD ou do antigo FCDEF e quando me deparei com o curso, nem queria acreditar. Vi-me num curso que não me realizava, pois não praticava Desporto, era muito à base da Matemática e das Físicas, que eu não gostava, pois até havia reprovado um ano no 12º ano apenas com a disciplina de Matemática. Tentei fazer o curso, porque sentia que havia já gasto bastante dinheiro aos meus Pais, pois encontrava-me longe de casa e era bastante caro, comparando até com outras cidades na altura. Fui-me aguentando até terminar lá o 2º ano (mas com os meus pais a apoiarem desde sempre que pedisse a transferência para o local para onde eu realmente gostava de ter entrado inicialmente, Vila Real). No final do 2º ano pedi então transferência para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para Educação Física e Desporto e finalmente consegui, para a minha maior satisfação. Vi um sonho realizado e um objetivo alcançado.

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52 Tive de iniciar tudo de novo, só deram equivalência a quatro cadeiras e duas delas acabei por não aceitar por ter conseguido uma melhor nota na UTAD. Frequentei o curso que me fazia sentir completa por fazer aquilo que mais gostava, terminando-o nos cinco anos previstos e aos quais me havia comprometido, pois já havia “perdido” três anos anteriormente. Durante a frequência do curso absorvi bastante informação (parte dela fomos colocando em prática nas aulas que eram dadas por nós), sendo esta o nosso alicerce, mas claro, só isto não chegava e fui percebendo desde cedo que seria necessário ouvir outras pessoas, tirar conhecimentos de outros locais e identidades e de pessoas com especialização em determinadas áreas, afim de aprender sempre mais. Assim, fui frequentando várias formações, com o propósito de uma melhor aprendizagem para no futuro me poder tornar também mais completa e tentar aplicar na prática o que fui aprendendo. Muitas das formações eram fornecidas pela própria universidade, outras por entidades ligadas directamente ao desporto.

As formações que tirei:

 III Seminário Internacional das Atividades Aquáticas, dias 29 e 30 de maio de 2003, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 IV Seminário Internacional de Atividades Aquáticas, a 12 de dezembro de 2003, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 XI Convenção internacional de Fitness, de 27a 29 de 2004, frequentando o curso Masters de 8 horas.

 Certificado de “Ensinar o jogo pelo jogo - o Ensino dos Jogos Desportivos Coletivos no contexto Escolar”, a 8 de março de 2004.

 XIII Convenção Internacional Promofitness Reebok do Porto, de 26 a 28 de março de 2004, frequentando os cursos: Master Classes 2/3 dias; Pequeaerobic; Reebok Core Pilates Training e Aeróbica (avançado) – Have a Break Down.

 Ação de formação – “Gira – Volei Nível I”, a 19 de abril de 2004,certificada pela Federação Portuguesa de Voleibol, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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53  III Jornadas técnicas de Futebol+ Futsal, a 10 de maio de 2004, organizado pelo Gabinete de Futebol do Departamento de Desporto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 Ação de Formação de Treinadores de Basquetebol, a 13 de maio de 2004.  Curso de Árbitros de Futebol com conclusão no ano de 2004.

 Curso de Árbitros de Natação com conclusão no ano de 2004.

 Ação de Formação “Atividades Desportivas Outdoor”, a 26 e 27 de novembro de 2005, no Diver Lanhoso - Adventure Park.

 6ª Convenção Ibérica de Fitness, de 18 a 20 novembro de 2005, frequentando o curso: GAP.

 Ação de Formação “Empreendedorismo Desportivo”, a 21 de março de 2006, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 Curso de Nadadora Salvadora concluído a 07.11.06.

Estas formações durante o decorrer do curso, permitiram-me conhecer melhor cada modalidade, conhecer melhor as técnicas, os critérios de êxito, abordar por vezes contextos que nas aulas não eram abordados e compreender melhor cada uma das áreas abrangidas.

Permitiram-me perceber mais especificamente modalidades que por norma não são abrangidas num curso universitário, como é o caso de GAP; Futsal, Natação para bebés.

Assim como o curso, me permitiram concluí-las com uma melhor performance (algumas delas, em que esse factor era exigido), sem ela seria impossível completar o curso de nadadora salvadora ou o de Atividades Desportivas Outdoor. Contudo, consegui dar melhor resposta aos problemas com que me deparei e deparo ainda hoje, em situações adjacentes a eles, como é o caso do curso de nadadora salvadora que ainda exerço nas épocas balneares e

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