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1 INTRODUÇÃO

2.4 ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES

2.4.4 Índices de Rentabilidade e Lucratividade

Os Indicadores de Rentabilidade e Lucratividade medem a capacidade da empresa em gerar lucros através do volume de suas vendas, de seu ativo e dos investimentos realizados por proprietários e acionistas. Por este motivo, são indicadores que merecem atenção, pois evidenciam a geração de lucros e resultados. (GITMAN, 2010, p. 58).

Nesse sentido, Silva (2012a, p. 147) complementa o exposto por Gitman e considera que “esta análise busca a identificação do retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o retorno sobre o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas, sobretudo, da lucratividade do negócio.”.

Sheng (2012, p. 41) considera os indicadores de rentabilidade como os melhores para medir o desempenho das empresas e ressalta para uma diferença entre avaliar lucratividade e rentabilidade “o conceito de rentabilidade envolve resultado sobre capital investido, enquanto lucratividade envolve resultado sobre receita de vendas.”.

Dessa forma, verifica-se que são índices de grande relevância pelo fato de demonstrarem o sucesso ou não das organizações e a eficiência da administração em otimizar seus recursos, já que indicam quanto estão rendendo os capitais investidos e o resultado de suas vendas. (HOJI, 2012, p. 290).

2.4.4.1 Margem Bruta

A Margem Bruta (MB) indica quanto de lucro bruto a empresa obtém para cada unidade monetária de vendas. (GITMAN, 2010, p. 58). Hoji (2012, p. 290) complementa o exposto por Gitman de forma clara e objetiva: “Esse índice indica quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada R$ 1,00 de receita líquida.”

Compreende-se então que, com o percentual de lucro bruto obtido, a empresa ainda deve ser capaz de cobrir as demais despesas inerentes a sua atividade operacional e financeira e gerar lucro, descontados todos os gastos. (HOJI, 2012, p. 290). Sheng (2012, p. 41) ressalta que “trata-se de um primeiro nível de resultado, que nos permite apurar a margem comercial da empresa, sem considerar as despesas de natureza operacional, além de outras receitas e despesas.”.

Para cálculo da Margem bruta, divide-se o lucro bruto pela receita líquida e multiplica- se por 100 a fim de extrair resultado em percentual e facilitar a análise. (HOJI, 2012, p. 290).

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2.4.4.2 Margem Operacional

A Margem Operacional (MO), também conhecida como Margem de Lucro Operacional mede a porcentagem de lucro obtida através da venda de seus produtos e deduzida todos os custos e despesas operacionais, exceto as despesas de natureza financeira, os impostos e dividendos de ações preferenciais. É considerado um indicador puro, pois analisa apenas o lucro obtido a partir das operações. (GITMAN, 2010, p. 58-59).

Sheng (2012, p. 41) concorda com Gitman e explica “tal indicador revela o nível de lucratividade obtida pela empresa nas suas atividades operacionais normais. É um dos principais indicadores para se comparar com a média setorial e outras referências.”.

Obtém-se a margem operacional através da divisão do lucro operacional pela receita de vendas. (GITMAN, 2010, p. 59).

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2.4.4.3 Margem Líquida

A Margem Líquida (ML), também conhecida como Retorno sobre as vendas, demonstra a lucratividade líquida obtida pela empresa através de suas vendas líquidas.

Logicamente, quanto maior este índice, melhor. Porém não há um parâmetro ideal, pois fatores como o mercado, setor de atuação, atividade, giro de estoques, custos de produção e produtividade fazem com que haja variações muito elevadas de uma empresa para outra. (SILVA, 2012a, p. 148-149).

Geralmente é o indicador que mais gera interesse aos proprietários e acionistas visto que expressa o quanto de resultado a empresa está gerando no final de determinado período. Isso por que, já se extrai a margem líquida depois de deduzidos todos os custos e despesas operacionais e não operacionais, ou seja, representa o que sobra das vendas. (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2002, p. 240).

Para obtenção da margem líquida, divide-se o lucro líquido pela receita líquida e multiplica-se por 100, para transformá-lo em percentual. (HOJI, 2012, p. 290).

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2.4.4.4 Rentabilidade do Capital Próprio

A Rentabilidade do Capital Próprio (RCP), também conhecido como rentabilidade do patrimônio líquido, representa o retorno que sócios e acionistas estão obtendo sobre o capital próprio investido na empresa. Este retorno deve ser compatível com os riscos assumidos pelo investimento e superior a taxa de aplicação do mercado. (SILVA, 2012a, p. 150).

Dessa forma, Ribeiro (2009, p. 172) comenta sobre a interpretação desse indicador e aprofunda que:

A interpretação desse quociente deve ser direcionada para verificar qual é o tempo necessário para obter o retorno do capital próprio investido na empresa, ou seja, quantos anos serão necessários para que os proprietários obtenham de volta o valor do capital que investiram na empresa.

Assim, ressalta-se a importância em gerar retornos superiores aos acionistas para que estes continuem a capitalizar a organização, como forma de investir seus recursos e receberem maior retorno sobre este capital. (SILVA, 2012a, p. 150).

Quanto maior este indicador, melhor, pois indica que há uma considerável lucratividade sobre o patrimônio líquido. Para a obtenção da Rentabilidade do Capital Próprio, divide-se o lucro líquido pelo saldo médio do patrimônio líquido do período. (HOJI, 2012, p. 291).

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2.4.4.5 Ebitda

O Ebitda é um dos indicadores de grande importância para mensurar e avaliar o desempenho obtido pela empresa ao final de seu exercício e sua capacidade de geração de caixa. Desde os anos 90, vem sendo cada vez mais utilizado, pois revela quanto dinheiro os ativos operacionais vem gerando. (CREPALDI, 2012, p. 418).

Dessa forma, Ching, Marques e Prado (2010, p. 121) apresentam para cálculo do Ebitda, utilizar o lucro operacional e deduzir as despesas financeiras, as despesas de depreciação e o resultado de equivalência patrimonial.

Lucro Operacional

( + ) Despesas Financeiras Líquidas

( + ) Despesas de Depreciação e Amortização ( + )( - ) Resultado de Equivalência Patrimonial = Ebitda

O quadro trazido por Hoji (2012), apresentado abaixo, demonstra na prática o cálculo do EBITDA a partir do lucro operacional. Se o Ebitda for positivo, significa que a empresa está conseguindo gerar caixa. Se o mesmo se apresentar negativo, significa que as operações da empresa estão utilizando toda a geração de caixa, o que pode levá-la a insolvência se esta situação se perpetuar por um longo período. (2012, p. 320). Ainda, Hoji (2012, p. 320)

complementa: “Evidentemente, o EBITDA deve ser suficiente para pagar os juros e os impostos sobre o lucro e, ainda, distribuir os dividendos adequados.”

Quadro 1: EBITDA calculado a partir do lucro operacional. Fonte: Hoji (2012, p. 320).

Assim, não são considerados os gastos financeiros, apenas indica-se o dinheiro gerado pelos ativos operacionais, de forma a determinar a qualidade do negócio. O Ebitda é utilizado por muitos especialistas como um indicador que demonstra a capacidade da empresa em se fortalecer ou não perante os concorrentes, já que analisa sua geração de caixa. (CREPALDI, 2012, p. 418).

O Ebitda ganhou status de indicador de geração de caixa de uma empresa. Trata-se de uma ferramenta analítica que mostra a capacidade de geração de caixa operacional da empresa, ou seja, o quanto ela gera de recursos apenas com sua atividade fim (core business). No cômputo do Ebitda, elimina-se o impacto da despesa de depreciação, ou amortização, que não implica saída de caixa, mas diminui o lucro da empresa. Além disso, o indicador elimina também o efeito do resultado financeiro e tributário sobre o lucro da empresa, bem como o impacto de transações não ligadas à atividade fim da empresa, como resultado de equivalência patrimonial, amortização de ágio, etc. (CHING; MARQUES; PRADO, 2010, p. 121).

Porém, o Ebitda não é uma ferramenta que deve ser analisada isoladamente. A capacidade de geração de caixa é fundamental para uma organização, todavia é importante que se avalie a composição de endividamento dessa empresa e suas imobilizações para que

estas questões não comprometam sua estrutura ao longo do tempo. (CREPALDI, 2012, p. 418).

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