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CAPÍTULO 5 A NOVA ESTRUTURA

64 Perda de transmissão nodal é a perda que ocorre durante o transporte da energia em grosso sendo isto medido em um ponto pré-definido.

5.5 Órgãos e atividades complementares relevantes

Além das mudanças gerais descritas acima e do novo papel do regulador, existiriam outros órgão que, dependendo do caso, teriam papel relevante para o desempenho da indústria. Dentre estes órgão destacam-se:

• o Agente Financeiro Setorial; • os Reguladores estaduais; • o Conselho de consumidores; • os Procons; • o CADE; • o BNDES; • o IBAMA;

67 Grandes o bastante em relação ao porte das demais distribuidoras; grandes o bastante para atingir economias de escala operacionais e para sustentar todo o espectro de capacitações comerciais necessárias.

• a Eletrobrás e outros.

A consultoria recomenda também a criação de diversas entidades para complementar as atividades das partes na nova estrutura do setor. O escopo deste trabalho circunscreve, basicamente, às principais mudanças estruturais e o papel do órgão regulador. Por isso foram destacados apenas os órgão complementares mais importante para o estudo, como foi o caso do ONS, do MAE e da ANEEL.

5.6 O Órgão Regulador (ANEEL)

Na concepção do Relatório .da Coopers & Lybrand, a organização da Agência Nacional de Energia Elétrica68(ANEEL) deverá compreender, basicamente, as seguintes funções: Concessões, Regulamentação Econômica e Regulamentação Técnica.

Além dessas três funções, encontram-se aquelas ligadas ao consumidor. Essa última função deverá ter um melhor desenvolvimento após a privatização das empresas estaduais, que atuarão de acordo com as diretrizes gerais da ANEEL. Numa segunda etapa, os próprios órgãos reguladores estaduais poderão atuar .no-controle de. preços da distribuição e do varejo. No que tange à prevenção de práticas não- competitivas, está sendo proposto que o CADE e a ANEEL estabeleçam um acordo que delimite seus papéis e áreas de atuação. Assim, ficaria com a ANEEL a incumbência de investigar os problemas potenciais, ficando sob responsabilidade do CADE o exame das provas e decidir sobre as medidas corretivas. Com respeito a esse ponto, a Medida Provisória 1531-15, 05.02.98, endossa as sugestões da Coopers & Lybrand, ao fazer incluir alterações na Lei n.° 9.427, de 26.12.96 (a lei que institui a ANEEL). A Medida Provisória recomenda a articulação da agência reguladora com o órgão de defesa da concorrência (CADE) e a realização de monitoramento das práticas danosas à livre concorrência, tudo com base na legislação em vigor.

A ANEEL será a principal agência reguladora e será encarregada de analisar as questões ligadas à geração, transmissão, distribuição e varejo de eletricidade, tendo também responsabilidade sobre o desenvolvimento, promulgação e aplicação

68 “A lei que cria a ANEEL estipula que, como ocorria com o DNAEE, esse órgão será responsável não apenas

pela regulação do mercado elétrico, como também pela licitação das concessões e celebração de contratos de concessão, outorgando-lhe assim o duplo papel de representante dos interesses do Estado e órgão arbitrai,

recomendações associadas às concessões, autorizações ou permissões para exploração dos serviços em qualquer um desses segmentos.

5.6.1 Regulamentação e o Atendimento ao Cliente

Para garantir o fornecimento seguro e confiável do serviço de eletricidade, as mudanças propostas requerem que sejam aplicadas regulamentações técnicas mínimas às etapas de projeto, planejamento e operação de todos os equipamentos conectados aos sistemas interligados e isolados. Tal regulamentação será aplicada no planejamento e operação de geração, nos sistemas de transmissão, nos sistemas de distribuição e na conexão de geração, aos clientes de grande porte, e levará em conta a qualidade dos serviços, a confiabilidade, a tensão e a freqüência.

Quanto ao atendimento ao cliente, a regulamentação será aplicada às atividades de varejo, ao mercado cativo, aos sistemas interligados e a todos os clientes dos sistemas isolados. Tal regulamentação tem como objetivo proteger os clientes de possíveis abusos do poder de monopólio69. Tais medidas estão associadas, sempre que possível, ao incentivo da concorrência, à separação de atividades (desverticalização), o oferecimento de livre acesso às redes de transmissão e de distribuição e à introdução de um mercado competitivo de eletricidade no atacado.

No segmento de geração, a nova operação do sistema vai se dar de forma competitiva, não exigindo, portanto, regulamentação econômica. No entanto, a energia velha (a já existente), vai se manter com regulamentação econômica, com o intuito de preservar a estabilidade de preço durante o período de transição, através de alocação de Contratos Iniciais. A regulamentação técnica será feita em toda a geração com o fim de assegurar a compatibilidade do sistema.

Nos segmentos de transmissão e distribuição haverá regulamentação econômica, por estas atividades serem consideradas como monopólios naturais, exigindo também regulamentação técnica através de padrões técnicos mínimos que devem variar de acordo com os custos de prestação do serviço (questões geográficas). O

responsável por dirimir divergências entre os agentes do mercado elétrico e entre estes e o Estado^íJPEA,

1997:54)

69 Com a regulamentação econômica baseada em incentivos, a mensuração da qualidade dos "produtos" é de particular importância, uma vez que há fortes incentivos para que as empresas controlem seus custos e, sem supervisão regulamentar, poderiam reduzir a qualidade do serviço para economizar recursos.

livre acesso deve ser regulamentado para proteger os consumidores e incentivar a concorrência nas atividades de geração e varejo.

O varejo para consumidores livres não exigirá regulamentação econômica ou de atendimento ao cliente, uma vez que a concorrência deverá ser suficiente para protegê-los e levá-los a ganhos de eficiência. Será necessária a regulamentação técnica, mas com certos limites, e, ainda, a supervisão por parte do órgão regulador, o que seria necessário, para assegurar que o arranjo quanto à concorrência no varejo seja eficaz.

Quanto aos consumidores cativos, a regulamentação econômica, técnica e de atendimento ao cliente devem se somar, uma vez que esta atividade é considerada um monopólio natural. A redução do mercado cativo vai ocorrer em 2003. No entanto, segundo estimativas da própria consultoria, os consumidores livres não deverão passar de 30% do consumo total70.

Os sistemas isolados exigirão regulamentação econômica baseada em incentivos para conter o nível de subsídios. Contudo, os sistemas que não forem subsidiados não exigirão regulamentação econômica detalhada.

No ONS e no Planejador Indicativo, a regulamentação econômica também não está sendo recomendada, porque as pressões para redução de custos podem resultar em ineficiência de operação ou de planejamento do sistema. Recomenda-se apenas que as regulamentações técnicas garantam os níveis adequados de segurança de planejamento e operação do sistema e serão aplicados pelo ONS e pelo Planejador Indicativo71.

Com relação ao Agente Financeiro Setorial, recomenda-se uma certa regulamentação econômica deste órgão para assegurar que suas operações financeiras não distorçam a concorrência, através da ANEEL e do CADE.

70 Há ainda os casos de consumidores comerciais que são atendidos em tensão menor que 69 kV e

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