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Matar vida é um tema bastante sério. Temos um requisito estrito: praticantes não podem matar. Seja na Escola Buda, na Escola Tao ou no sistema Qimen, não importa a escola ou o caminho, todas as práticas de cultivo de Fa reto proíbem matar. Não há dúvida quanto a isso. Matar traz sérias consequências. Vou explicar o tema em detalhes. No ensinamento original de Sakyamuni, matar referia- se principalmente a matar seres humanos; é o mais grave. Mais tarde, matar criaturas grandes ‒ como animais de criação e outras criaturas maiores ‒ também foi considerado grave. Por que no mundo do cultivo matar foi sempre considerado tão seriamente? No Budismo, desde tempos antigos, eles dizem que se alguém que ainda não deveria morrer é morto, ele se torna uma alma solitária, um fantasma desamparado. O antigo ritual de redimir almas é para livrar essas vidas desse estado lastimável. Sem ele, elas sofreriam de fome e sede, a situação seria terrível. É o que é dito desde antigamente no Budismo.

Dizemos que quando alguém faz mal ao outro, ele dá a este uma considerável quantidade de virtude, porém, isso se refere a situações comuns como apossar-se de coisas alheias. Mas, uma vez que alguém tira uma vida, seja a de um animal ou a de outro ser vivente, isso gera grande quantidade de carma. Antigamente, matar referia-se principalmente a tirar a vida humana, pois gera relativamente muito mais carma. Porém o carma gerado ao se matar outros seres viventes também não é pequeno, também gera diretamente bastante carma. Algumas poucas tribulações estão estabelecidas em diferentes níveis especificamente para cada praticante, todas as quais resultam do próprio carma de cada um. São colocadas em diferentes níveis de modo a ajudá-lo a se elevar no cultivo e, à medida que você eleva o xinxing, você se torna capaz de superá-las. Mas, se de repente, uma quantidade de carma tão grande assim fosse colocada sobre você, como você conseguiria superá-lo? Com seu nível de xinxing, você não conseguiria; possivelmente, seria o fim do seu cultivo.

Descobrimos que quando alguém nasce, com ele, nascem muitos outros “ele” dentro de certa uma extensão do espaço cósmico. Todos se parecem, compartilham o mesmo nome e fazem coisas parecidas. Pode-se dizer que são partes da totalidade desse ser. Isso envolve um problema: se alguém (isso também vale para animais um pouco maiores) morre subitamente sem que os outros “ele” em cada uma das outras dimensões tenham completado o curso originalmente arranjado para suas vidas ‒ isto é, tenham ainda anos por viver ‒ esse que morreu ficará desamparado, vagando no espaço cósmico. Antigamente, as pessoas diziam que as almas solitárias e os fantasmas desamparados padecem de fome e de sede, que sofrem muito. Pode ser assim, pois sem dúvida vemos que ele fica em situação lastimável enquanto fica à espera de seu destino final, enquanto aguarda que todos os “ele” nas outras dimensões terminem o curso de suas vidas. E quanto mais tempo isso dura, mais ele sofre e, quanto mais sofre, mais carma é gerado, o qual é continuamente acrescentado ao corpo de quem o matou. Imagine o quão grande seria o carma adicionado a você? É o que vemos por meio de capacidades sobrenaturais.

Também observamos esta situação: quando uma pessoa nasce, o perfil de sua vida inteira já existe numa certa dimensão, ou seja, o que ela fará ao longo de sua vida já está lá nessa dimensão. Está tudo lá. Quem organiza a vida desse modo? Obviamente são vidas de níveis mais elevados. Por exemplo, em nossa sociedade de pessoas comuns, depois de nascer, a pessoa fará parte de uma certa família, estudará em determinadas escolas, e quando adulta, trabalhará em certos locais. Por meio do trabalho e da vida social, ela estabelecerá diversos relacionamentos sociais. Em outras palavras, a sociedade inteira é planejada desse modo. Mas se uma vida morrer inesperadamente, ou seja, se essa morte não ocorrer conforme planejada, as coisas são alteradas e, por isso, as vidas de níveis mais elevados que organizaram essas coisas punirão quem bagunçou o que elas planejaram. Pensem: cultivadores querem cultivar para níveis elevados, mas, se essas vidas de nível mais elevado punirem quem matou, como ele poderá cultivar depois disso? O nível de alguns mestres nem sequer chega ao dessas vidas que planejam essas coisas, por isso, o mestre da pessoa também sofrerá as consequências e será lançado a um nível mais baixo. Pensem: é um problema comum? Por isso, uma vez que alguém faz algo assim, fica muito difícil cultivar.

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Alguns de vocês, estudantes do Falun DaFa, possivelmente combateram em tempos de guerra. Essas guerras são um tipo de estado decorrente de grandes mudanças celestiais de abrangência geral e você é apenas um elemento dentro desse tipo de estado. Se sob efeito dessas mudanças celestiais ninguém atuasse, tal estado não poderia ser trazido à sociedade das pessoas comuns nem poderíamos chamá-lo de mudança celestial. Esses eventos decorrem de grandes mudanças, por isso, é algo que não pode ser inteiramente colocado em sua conta. Aqui, quando falamos de carma, falamos do carma acumulado devido à obstinação por se fazer coisas más na busca de interesses pessoais, devido a motivos egoístas e a tudo mais relacionado diretamente à própria pessoa. Mas quando decorre de mudanças celestiais que afetam todos, quando resultam em grandes mudanças no estado geral da sociedade, não é assunto de sua responsabilidade.

Matar vidas gera enorme carma. Talvez alguém esteja pensando: “Não posso matar, mas sou eu que preparo a comida em casa. O que minha família comerá se eu não matar animais?”. Não falo de assuntos específicos. Estou aqui para ensinar o Fa aos praticantes, não para ensinar a pessoas comuns como viverem suas vidas. Ao lidar com assuntos específicos, você deve avaliá-los com o DaFa e fazer o que julgar ser mais apropriado. Pessoas comuns fazem o que elas desejam fazer; lidam com as coisas como pessoa comum. É impossível que todos cultivem genuinamente. Porém, por ser um praticante, você deve exigir de si mesmo cumprir padrões elevados; os requisitos que exponho aqui são para praticantes.

Seres humanos, animais e plantas não são os únicos que têm vida. Qualquer matéria manifesta vida em outras dimensões. Quando seu tianmu alcança o nível da visão-Fa, você descobre que as pedras e as paredes também falam, que as coisas cumprimentam você, falam com você. Alguém talvez esteja pensando: “O que fazer já que os cereais e as verduras que comemos também têm vida? Além disso, há moscas e mosquitos em casa. O que fazer? É um incomodo ser picado por mosquitos no verão; teremos que ficar olhando isso sem reagir? E quanto às moscas que pousam sobre a comida contaminando-a, teremos que ficar vendo as moscas fazendo isso sem poder matá-las”. Digo a todos que não podemos tirar vidas casualmente, sem razão. Contudo, não devemos nos tornar cavalheiros cautelosos demais, sempre focados em coisas triviais, andando aos pulos com medo de pisar em formigas. Digo que viver assim faz da vida um fardo. Não é também um apego? Mesmo que você caminhe aos pulos para não pisar em formigas, possivelmente muitos microrganismos morram quando você, pulando, pisa neles. No nível microscópico existem incontáveis vidas, como os fungos e as bactérias, e não são poucas as que morrem quando você pisa. Nesse caso, não poderíamos viver. Não queremos ser esse tipo de gente; não há como cultivar assim. Devemos ver as coisas de uma perspectiva ampla e cultivar de maneira grandiosa, digna e reta.

Como seres humanos, temos o direito de manter a vida humana, por isso, o ambiente em que vivemos deve atender às necessidades da vida humana. Não podemos prejudicar vidas intencionalmente, mas também não podemos nos restringir demais por coisas menores. Por exemplo, vegetais e cereais têm vida, porém, não podemos deixar de comer e beber por causa disso, de outro modo, como poderíamos praticar? Devemos ter um olhar mais amplo. Por exemplo, quanto você caminha na rua, formigas e outros insetos que foram para onde você pisará possivelmente morram. Naturalmente, eles teriam que morrer, porque você não os matou intencionalmente. No campo da biologia e da microbiologia, eles falam de equilíbrio ecológico; uma quantidade excessiva torna-se uma infestação. Falamos de cultivar de maneira grandiosa, digna e reta. Se há moscas e mosquitos em nossas casas, podemos afugentá-los e instalar telas que os impeçam de entrar. Mas nem sempre conseguimos expulsá-los do local, então, se precisarmos matá-los não será um problema. Se eles picam ou prejudicam as pessoas no espaço onde elas vivem, certamente podemos expulsá-los e, se não conseguirmos expulsá-los, não podemos ficar olhando eles picarem pessoas. Você é praticante, não os teme e é imune a eles, mas seus familiares não são praticantes; eles são pessoas comuns e podem pegar doenças contagiosas. Não podemos ficar olhando um mosquito picar o rosto de uma criança, sem fazer nada.

Vou dar um exemplo; há uma história sobre Sakyamuni em seus primeiros anos. Um dia, Sakyamuni estava no bosque e quis tomar um banho. Ele pediu a um de seus discípulos que limpasse a banheira. O discípulo foi até a banheira, mas ela estava cheia de vermes se arrastando por todos os lados. Se limpasse a banheira, ele mataria os vermes. O discípulo voltou e disse a Sakyamuni: “Mestre, a banheira está cheia de vermes”. Sem olhar para o discípulo, Sakyamuni disse: “Vá e limpe a banheira”.

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O discípulo foi novamente até a banheira, mas não havia como limpá-la sem matar os vermes. Ele voltou outra vez e disse a Sakyamuni: “Venerável Mestre, a banheira está cheia de vermes e, para limpá-la, terei de matá-los”. Sakyamuni olhou para ele e disse: “O que eu pedi para você fazer foi limpar a banheira”. O discípulo entendeu no mesmo instante e, logo em seguida, limpou a banheira. Essa história esclarece um princípio: não temos que deixar de tomar banho por causa de vermes nem buscar outro lugar para viver só porque há mosquitos; tampouco devemos fechar a garganta e deixar de comer e beber só porque os cereais e as verduras também têm vida. Não é assim. Devemos encontrar um equilíbrio nessas questões e cultivar de forma grandiosa, digna e reta. Não podemos prejudicar vidas intencionalmente e, ao mesmo tempo, o ser humano deve ter um ambiente adequado para viver e manter uma vida normal.

No passado, falsos mestres de qigong disseram: “É permitido matar no primeiro e no décimo quinto dia do mês do calendário lunar chinês”. Alguns deles até afirmaram: “É permitido matar animais de duas patas”, como se animais de duas patas não fossem vidas. Se matar no primeiro ou no décimo quinto dia do mês não é matar, é o que então? “Escavar a terra?”. Os falsos mestres de qigong podem ser identificados por suas palavras e ações, por aquilo que dizem e buscam. Os mestres de qigong que dizem essas coisas geralmente estão possuídos por futi. Basta olhar o modo como esses mestres de qigong com futi de raposa comem uma galinha: eles a devoram, engolem-na como um tigre e não querem sequer cuspir os ossos.

Matar vidas além de produz enorme carma envolve a questão de ter um coração de misericórdia. Cultivadores devem ter misericórdia, não é? Quando a misericórdia emerge em nós, podemos ver que todas as vidas estão sofrendo, podemos sentir que todos estão sofrendo. Isso ocorre.

O tema comer carne

O tema comer carne também é delicado, mas comer carne não é o mesmo que matar. Embora muitos de vocês já estudem o Fa há bastante tempo, não exigimos que parem de comer carne. Há muitos mestres de qigong que, assim que você entra na sala de aula, lhe dizem: “A partir de agora você não pode mais comer carne”. Talvez você pense: “Não estou preparado mentalmente para deixar de comer carne tão de repente”. Talvez a comida a ser servida hoje em sua casa seja um frango ou um peixe assado e, embora o cheiro seja apetitoso, você não poderia comê-la. No cultivo religioso, eles também obrigam os praticantes a parar de comer carne. Nas práticas da Escola Buda em geral e em algumas práticas da Escola Tao, eles também proíbem comer carne. Aqui não exigimos isso, porém também é um tema do qual devo falar. O que tenho a dizer sobre isso? Em nosso método de gong, o Fa refina o praticante, por isso, alguns estados se manifestam a partir do gong e do Fa. Durante a prática surgem diferentes estados em diferentes níveis. Um dia, ou depois da minha aula de hoje, possivelmente alguns de vocês entrem num estado em que não consigam comer carne, um estado de repugnância ao cheiro de carne, de sentir ânsia de vômito ao colocar carne na boca. Ninguém o obriga a não comer carne nem você tem que se conter para não a comer, em vez disso, é algo que vem do coração. Ao chegar a esse nível, como efeito de seu gong, você não conseguirá comer carne, pois se comê-la, seguramente vomitará.

Os nossos estudantes veteranos sabem que esse estado pode surgir no cultivo do Falun DaFa, que nos diferentes níveis manifestam-se diferentes estados. Temos estudantes que gostam muito de comer carne, que estão bastante apegados à carne e que habitualmente comem bastante carne. Enquanto os outros sentem esse estado de repugnância à carne, eles não; eles conseguem comê-la. O que fazer então para que abandonem esse apego? Se comerem carne, eles sentirão dor de estômago, e se não comerem, não sentirão. Se esse estado se manifestar em você, significa que você não deve comer carne. Isso quer dizer que daí em diante esses praticantes terão de evitar a carne? Não é assim. Como lidamos com isso? Quando você não puder comer carne, isso virá verdadeiramente do fundo do coração. Com que propósito? Tanto a abstinência à carne imposta nos monastérios como esse tipo de estado que surge no nosso caminho e que o impede de comer carne têm como objetivo eliminar o desejo e apego humano de comer carne.

Alguns não querem comer se não há carne em seus pratos; é um desejo de pessoa comum. Numa manhã, quando eu passava pelo portão dos fundos do Parque do Triunfo na cidade de Changchun, três

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pessoas estavam saindo por lá falando alto. Uma delas disse: “Que tipo de prática de qigong é essa que proíbe comer carne? Prefiro dar dez anos de minha vida a deixar de comer carne!”. Que desejo forte! Pensem todos: esse desejo não deve ser descartado? Deve definitivamente ser descartado! O processo de cultivo é justamente para descartar todo tipo de desejo e apego. Para ser claro, se o desejo de comer carne não foi eliminado, não significa que o apego ainda existe? Assim, como é possível alcançar a perfeição no cultivo? Sempre que houver um apego, ele terá de ser eliminado. Mas isso não quer dizer que você nunca mais poderá comer carne. O propósito não é esse: é fazer você eliminar o apego. Depois de o apego ser eliminado durante período em que não puder comer carne, você possivelmente consiga comê-la depois, pois seu cheiro e sabor já não lhe causarão aversão. Então, comer carne não será um problema.

Quando puder comê-la novamente, é porque o apego e desejo de comê-la já terão desaparecidos. No entanto, ocorre uma grande mudança: ao comê-la de novo, já não será saborosa ou terá sabor. Se servirem carne em sua casa, você poderá comê-la com seus familiares, no entanto, a carne não lhe fará falta nas refeições, pois já não lhe despertará o apetite. Essa mudança ocorre, mas como o cultivo entre as pessoas comuns é complicado, se em sua casa sempre servirem carne nas refeições, com o tempo, você possivelmente voltará a senti-la saborosa. Isso pode ocorrer repetidamente durante o processo de cultivo. De repente, você não conseguirá comê-la. Quando não puder comê-la, não coma. Você realmente não será capaz de comê-la e, se tentar comê-la, vomitará. Quando puder comê-la, siga o curso natural. Não comer carne não é em si o propósito; o ponto-chave é eliminar o apego.

Neste nosso caminho Falun DaFa é possível fazer progressos rapidamente; ao elevar seu xinxing, você ultrapassa rapidamente cada nível. Há pessoas que naturalmente não têm forte apego à carne e pouco lhes importa comer ou não carne. Para essas pessoas, leva de uma a duas semanas para desgastar o apego até que desapareça. Para outras, é necessário de um a três meses, talvez meio ano. Exceto em casos bem especiais, não leva mais que um ano para poder comê-la novamente. A carne tornou-se um item básico da alimentação humana. Entretanto, os cultivadores que vivem em templos ou monastérios não podem comer carne.

Falemos um pouco do entendimento do Budismo sobre comer carne. Nos ensinamentos originais do Budismo não havia a proibição de comer carne. Naqueles tempos, quando Sakyamuni conduzia seus discípulos para cultivarem penosamente nas florestas, não havia o preceito que proibia comer carne. Por quê? Quando Sakyamuni ensinou seu Fa há mais de dois mil e quinhentos anos, a sociedade humana era pouco desenvolvida. Não era em todas as regiões que havia plantações; a terra cultivável era pouca, havia florestas por todos os lados e o suprimento de grãos era escasso. Recém-saídos de uma sociedade primitiva, as pessoas viviam basicamente da caça e, em muitas regiões, a carne era o alimento básico. Para que seus discípulos abandonassem ao máximo seus apegos, Sakyamuni não permitia que eles tivessem dinheiro ou bens materiais. Sakyamuni levava seus discípulos a mendigar comida. Eles comiam o que lhes dessem, pois como cultivadores, não deviam escolher o que comer. Comiam o que lhes era dado e nisso possivelmente havia carne.

No Budismo original havia a abstinência hun, ou seja, não comer determinados alimentos vem dos ensinamentos originais do Budismo e atualmente inclui a carne. Na realidade, naquela época, a carne não estava entre os alimentos hun, mas sim a cebolinha, o gengibre e o alho. Por que esses alimentos eram considerados hun? Atualmente os monges não sabem mais o porquê disso. A maioria dos monges não cultiva realmente, por isso há muitas coisas que eles não sabem. O método que Sakyamuni ensinou consiste em preceito, concentração e sabedoria. Preceito implica abster-se de todos os desejos de pessoa comum; concentração significa praticar em estado de transe e isso requer meditar de pernas cruzadas em profunda concentração. Tudo que perturbasse o estado de concentração na prática era considerado uma grave interferência. Quando alguém comia cebolinha, gengibre ou alho, exalava um forte odor. Naquela época, costumeiramente, ao meditar de pernas cruzadas nas florestas ou nas cavernas, os monges se sentavam formando círculos de sete ou oito pessoas, formavam vários círculos. Se alguém comesse essas coisas, produziria um odor penetrante que afetava a concentração dos outros durante a meditação, que atrapalhava seriamente a prática dos outros. Por isso, no Budismo existe o preceito que proíbe comer alimentos considerados hun. Odores fortes incomodam os incontáveis seres que se manifestam no corpo

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humano durante o cultivo. Além disso, comer excessivamente cebolinha, gengibre ou alho também pode estimular desejos humanos, pode se tornar um hábito vicioso. É por isso que foram considerados hun.

No passado, muitos monges, depois de alcançarem níveis elevados por meio do cultivo, em estado de iluminação completa ou semi-iluminação, também perceberam que, na realidade, o preceito em si mesmo não é o que importa no processo de cultivo, pois quando o apego é descartado, o aspecto material deixa de ter efeito. O que realmente interfere com o praticante é o apego. Ao longo da história, vários monges de níveis elevados também entenderam que não comer carne não é o ponto-chave, que o ponto-chave é poder abandonar o apego, que, quando não se tem o apego, não importa o que se come para encher o estômago. Mas como os monges cultivam nos monastérios há muito tempo dessa maneira, as pessoas já se acostumaram a isso, além disso, não comer carne deixou de ser um preceito e tornou-se regulamento nos monastérios. Eles não comem carne; eles se acostumaram a cultivar desse modo.

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