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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.2 Fatores determinantes do sucesso

2.2.4. Fatores relacionados à gestão dos negócios

2.2.4.5 Ação governamental

A abertura comercial e a concorrência acirrada por ela desencadeada colocaram em xeque as vantagens ou desvantagens competitivas do setor, tanto em termos fiscais como na produção. Com o agravamento da concorrência, a maioria das micro e pequenas empresas se viram em real desvantagem gerencial. A gestão e a capacidade dos dirigentes para reagir às mudanças foi fator determinante para que algumas empresas conseguissem permanecer em atividade.

No ano de 1991, aconteceram várias mudanças, na política econômica do País. No final de janeiro desse ano foi decretado um plano econômico, denominado de Plano Collor II, que teve as seguintes medidas:

- congelamento de preços e salários.

- criaram-se os fundos de aplicação financeira em substituição ao

- foram extintos todos os indexadores, como o BTN e o BTN Fiscal; - criou-se uma nova taxa de referência para corrigir os títulos públicos e

privados.

Diante das dificuldades que as empresas estavam atravessando, essas se viram forçadas, pela recessão econômica, a baixar seus preços e reduzir o seu quadro de funcionários. Com as medidas econômicas impostas pelo governo, as empresas tiveram suas margens de lucro reduzidas justamente para poder enfrentar um mercado de demanda abatido (Exame, 1992).

Nesse período o setor de confecções teve um aumento de 1,2% na sua produção. Mas como a preferência do consumidor voltou-se para os produtos de menor preço, o faturamento das empresas não se sustentou. Os produtos com menor sofisticação proporcionaram incremento nas vendas, os confeccionistas reduziram suas margens de lucro e dentro desse quadro, a variação de preços do vestuário ficou abaixo da inflação do período (Exame,

1992).

No ano de 1992 o setor procurou utilizar matérias-primas com menor custo e buscou também a simplificação da produção, com a redução na variedade dos modelos e na quantidade de detalhes que eles incorporam, permitindo que o setor aumentasse em 1992 em 41%. A opção pela confecção de produtos com custos mais baixos, feitos de malhas no lugar dos tecidos planos, foi fundamental para esse incremento. Apesar do aumento do volume de produção e vendas, não foi em 1992 que o setor conseguiu recuperar sua rentabilidade (Exame, 1993)

O período que antecede ao Plano Real (1994) foi marcado por uma grande expectativa de expansão por parte da indústria. O aumento nas exportações se deu mais entre os países do Mercosul, além da China e dos Estados Unidos, devido a condições de comércio mais favoráveis e pelo aumento da competitividade do produto brasileiro (Exame, 1994).

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Em junho de 1994, foi implantado no Brasil, o plano de estabilização econômica - Plano Real. Com a moeda estável, os consumidores passaram a ter uma noção do valor real dos produtos. Com isso as empresas tiveram que se adaptar à nova realidade econômica e mais uma vez os importados começaram a conquistar espaços antes ocupados por produtos nacionais, pois os consumidores podiam comprar produtos de melhor qualidade com um custo mais baixo do que os dos produtos nacionais.

O Brasil mudou desde a implantação do Plano Real. Após um período de 12 meses de uma economia estabilizada, as empresas puderam experimentar um período de prosperidade, não experimentado anteriormente. O nível de emprego cresceu em 2,7% na indústria. O aumento de consumo decorrente da melhora no nível da renda real foi explosivo. O governo, para conter o consumo, acelerou a abertura da economia. Acabou com isso, incentivando na prática, a importação de mercadorias, pois o real ficou valorizado em quase 20% em termos nominais diante do dólar (Exame, 1995).

Para as empresas administrarem essa realidade tiveram de se tornar mais enxutas e, principalmente gerenciar os seus custos. Neste contexto, a competitividade das empresas vem à tona e é colocada em discussão a qualidade dos produtos (Exame, 1996).

O ano de 1998 foi marcado por um cenário de incertezas, resultado das sucessivas crises financeiras internacionais, como a moratória decretada pela Rússia, as quais diminuíram a credibilidade brasileira no exterior e obrigaram o governo a tomar medidas de contenção, como a elevação dos juros internos, a redução de gastos e o fechamento de linhas de crédito para investimentos nas indústrias (Prado, 1999).

No ano de 1999, o governo brasileiro, pressionado pelo desaquecimento da economia e pela perda de credibilidade internacional, mudou sua política monetária, desvalorizando o real frente ao dólar e adotando uma política de

câmbio flutuante. A medida gerou incertezas e provocou um impacto inicial sobre a produção (Prado, 1999).

2.2.4.5.a. A abertura comercial - impactos no setor de confecção.

Para Mariano (2000), a abertura comercial teve seu início em meados dos anos 90, se consolidando em meados de 94 com a implantação do Plano Real (1994). As indústrias têxteis e de confecção foram obrigadas a se adaptar à nova realidade do mercado. Ao contrário da euforia que se viu após a implantação do plano real, o que se vê hoje é uma preocupação dos empresários com a sua verdadeira vocação industrial, procurando consolidar- se não só através do preço e da qualidade, mas também pelos bons serviços prestados aos clientes, em relação principalmente ao atendimento, pois o cliente passou a ser um poderoso agente de equilíbrio no faturamento das empresas

Esclarece ainda aquele autor que segundo o economista Marcelo Prado, diretor do IEMI, instituto especializado na análise dos números das industrias têxteis e de confecção, a projeção para os próximos anos é de crescimento. Hoje a indústria têxtil está voltada basicamente para duas atividades: a de produção de tecidos prontos para tingir, em grande escala, com qualidade e preços adequados; e a produção de tecidos para moda, diferenciados e exclusivos, sustentados por um canal de distribuição, às vezes próprio e totalmente informatizados.

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