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AÇÕES PREVISTAS E/OU EXECUTADAS

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Os programas de resgate de fauna sempre geraram uma polêmica sobre o seu propósito e eficácia. Vários projetos tiveram mais um componente de resposta à sociedade civil organizada, que propriamente um retorno efetivo para a conservação e manejo de populações animais a priori e a posteriori ao desmatamento. No conjunto, estas ações ocasionaram uma série de atividades sem fundamentação científica e com resultados catastróficos, principalmente no que tange a adensamentos pontuais de grupos de espécies sociais (Silva Jr., 2008).

Mesmo assim é compreendido pelos órgãos deliberativos e executivos como uma forma de minimizar os impactos de qualquer ações antropicas sobre o ambiente natural como um desmatamento, conforme instrução normativa IN 146/2007.

5.2. Metodologia

Todas as atividades relacionadas com o resgate da fauna devem ser precedidas da triagem, ainda no processo de acompanhamento do desmatamento do local e na escolha das áreas de soltura de animais silvestres.

5.3. Resgate

O conjunto de atividades para conter e acondicionar os animais que estiverem na área do desmatamento, apresentando risco de sobrevivência na área de supressão. Durante todo o período do resgate, as equipes de captura deverão percorrer, diariamente, as áreas desmatadas com o objetivo de retirar desses locais os animais que não conseguirem se auto relocar. Para isso será necessário estabelecer vias de acesso para que as equipes possam se locomover dentro da área. Ou agrupar o material lenhoso em leiras no intuito de resgatar as espécies que entocadas por debaixo das arvores tombadas.

O resgate deverá obedecer aos seguintes princípios: 1) coordenação de uma equipe experiente;

2) observação da movimentação da fauna atingida;

3) triagem, identificação taxonômica, sexagem, registro e biometria; 4) realização de solturas / adensamentos;

5) acondicionamento e envio para instituições devidamente autorizadas pela SECIMA,

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6) Estabelecimento de vias de acesso no auxilio a captura dos animais maiores, quanto para segurança dos envolvidos no resgate.

O planejamento desta operação deverá ser feito com suficiente antecedência considerando as possíveis solicitações dos órgãos ambientais, empreendedor (Brasilagro) e empresa executora (Sensu Meio Ambiente e Infraestrutura). A interação com o SECIMA incluirá ainda a autorização de captura já obtida (Autorização para Manejo de Fauna nº 23581/2015) e a participação no estabelecimento de quantitativos de material zoológico a serem enviados a instituições, bem como o acompanhamento e fiscalização das atividades.

5.4. Equipes de Resgate

As equipes de resgate contarão com profissionais compostas de: 1 biólogo, 2 auxiliares por frente de desmatamento. O treinamento das equipes será realizado no início da supressão, com a distribuição de uniformes e EPI e uma documentação explicativa sobre o resgate, com as diretrizes, responsabilidades e normas de segurança.

Deverão ser utilizados laços, ganchos, redes, puçás, caixas de transporte e armadilhas para captura e transporte, porém sempre utilizando os equipamentos de proteção individual. As equipes deverão manter-se distantes, só agrupando-se em caso de captura de animais de comportamento gregário (e.g. primatas) ou situações que necessitem um esforço conjunto das equipes. A comunicação inter e intra-equipes e com as demais frentes de serviço do resgate deverá ser feita através de rádios transmissores móveis.

5.5. Triagem

A triagem será realizada por uma equipe composta por um biólogo, um auxiliar. No caso de algum animal encontrar-se machucado e necessite de atendimento foi realizado uma parceria com uma clinica veterinária de Mineiros, no qual o consultório Veterinario Neovet sob a responsabilidade da Medica Veterinaria Neuriane dos Reis Ribeiro (CRMV : 0499-0) declara que se dispõe a receber todo e qualquer animal que por ventura venha ser resgatado ferido durante a atividade de supressão (documento em anexo carta – convenio de recebimento de fauna). Ao chegar a base de resgate todos os animais deverão ser triados, onde o material, será separado e avaliado na seguinte sequência:

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b) registro geral – onde os dados do resgate (data, setor e período) serão anotados, juntamente com a identificação taxonômica e dados biológicos, com cada animal recebendo seu número de registro;

c) biometria e sexagem – medidas de peso, comprimento e confirmação da sexagem, foto abaixo;

Foto 01. Levantamento biométrico dos animais coletados.

Na translocação dos animais aptos a soltura, o biólogo responsável deverá utilizar a relação das áreas de soltura, estabelecendo a destinação final através do cruzamento dos dados de integridade das áreas com os parâmetros seguintes: a) proximidade do local da captura; b) comportamento social (gregário ou solitário); c) capacidade de recepção das áreas; d) tipo de ambiente natural. Além desses parâmetros deverá existir a preocupação de contemplar todas as áreas de soltura com a maior diversidade faunística. Dessa forma, exemplares da mesma espécie cujo comportamento é reconhecidamente solitário deverão ser distribuídos nas áreas selecionadas e não concentrados, mesmo que existam áreas com capacidade para receber todos os exemplares resgatados.

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Todas as atividades de soltura do resgate obedecerão aos critérios estabelecidos na escolha das áreas para soltura e nas atividades de soltura branda às áreas mais próximas.

5.7. Logística

O resgate deverá ter à sua disposição veículos 4x4. Além disso, a manutenção da base e equipes de campo demanda um tratamento especial e imediatista nas necessidades que se apresentam constantemente.

5.8. Animais Ameaçados ou Raros

A imprevisibilidade da ocorrência de tais animais, o resgate deverá estar preparado para os devidos cuidados na coleta, triagem e acomodação de possíveis espécimes. Aqueles grupos que porventura já estiverem sendo alvo de monitoramento específico passam a ter um tratamento continuado. Os que aparecerem como novidades serão avaliados em conjunto, como sugerido acima.

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