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4. ANÁLISE DOS DADOS E PRINCIPAIS RESULTADOS

4.1 A AMOSTRA DE BANCOS E DESCRIÇÃO DOS DADOS

O critério para escolha da amostra das instituições financeiras sob análise tomou como base o relatório 50 Maiores Bancos por ativo22 divulgado pelo BCB23. Desde março de 2003, o BCB passou a distinguir o Consolidado Bancário I, cuja diferenciação em relação aos outros grupos é basicamente a autorização para operar carteira comercial.24 Em junho de 2003, o Consolidado Bancário I contava com 112 conglomerados bancários e/ou instituições bancárias independentes.25

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Os bancos da amostra estão relacionados no Anexo 9.

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O conceito utilizado é o valor do ativo total deduzido da intermediação (de títulos – posição financiada).

23

Ver http://www.bcb.gov.br/fis/top50/port/default.asp?parmidioma=P&id=TOP50

24

O Consolidado Bancário I compõem-se de Conglomerados Bancários I e Instituições Bancárias Independentes I. O Conglomerado Bancário I é o conglomerado em cuja composição se verifica pelo menos uma instituição do tipo banco comercial ou banco múltiplo com carteira comercial. As instituições bancárias independentes são instituições financeiras do tipo banco comercial, banco múltiplo com carteira comercial ou Caixa Econômica que não integrem conglomerado bancário.

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O Consolidado Bancário II, que é composto por Conglomerados Bancários II e Instituições Bancárias Independentes II, contava, em junho de 2003, com mais 34 grupos bancários. Basicamente, as instituições que compõem o consolidado bancário II não operam com carteira comercial.

Cada conglomerado pode contar com mais de uma instituição bancária (com número de CGC diferentes) e não bancária. Por exemplo, o maior grupo financeiro privado brasileiro, o Bradesco, possuía 19 instituições financeiras, sendo que 8 eram instituições bancárias. Em junho de 2003, existiam ao todo 145 instituições bancárias ativas no país. Portanto, este grupo constitui a amostra potencial para análise deste trabalho.

Em relação a essa amostra potencial de bancos faz-se necessário uma importante observação. Caso o interesse do trabalho fosse unicamente na análise da eficiência técnica dos bancos brasileiros no período da análise, seria possível utilizar um painel de dados não balanceado. No entanto, como o trabalho fará uso do índice de produtividade total de Malmquist, será necessário a adoção de um painel de dados balanceado de forma a se acompanhar a evolução de um mesmo grupo de bancos do início ao final de período de análise.

Esta exigência sujeita o trabalho a dois tipos de críticas. A primeira diz respeito ao viés de seleção da amostra, pois os bancos que deixaram de operar no período sob análise eram provavelmente menos eficientes do que àqueles que se mantiveram até junho de 2003. Cabe ressaltar que CAMPOS (2002), que analisou a eficiência e produtividade dos bancos privados entre 1994 e 1999, teve a mesma restrição aqui apresentada, tendo também utilizado um painel balanceado. Em segundo lugar, para se separar os bancos nos três subgrupos por origem acionista majoritário foi levada em consideração a condição do banco em junho de 2003, desconsiderando as trocas de controle acionário ocorridas entre o 1º semestre de 1995 e aquela data.

Por conta da necessidade de se ter um painel balanceado foram eliminados 26 bancos que não operavam no início de 1995, do total de 145 instituições da amostra potencial.26 Além disso, 28 bancos foram excluídos da análise porque apresentaram um valor igual a zero para um dos produtos ou um dos fatores de produção escolhidos para o cálculo da DEA. Por fim, foram excluídas quatro instituições da amostra pois apresentavam uma estrutura de balanço extremamente diferente das instituições remanescentes. Basicamente, o financiamento de suas operações ativas era realizado com capital próprio, fator de produção desconsiderado na análise.

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Alguns desses 26 bancos já existiam em junho de 1995, porém não operavam com carteira comercial excluindo a possibilidade de se avaliar sua natureza de emprestador.

A amostra somou 87 bancos múltiplos e comerciais, cujo controle era de origem privada nacional, estrangeira ou pública (ver Anexo 10). Foi utilizado como fonte de dados o balancete 4010 – Agências no País, final de semestre, que trazem unicamente as operações dentro do país. Esses dados foram obtidos do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro – COSIF e atualizados monetariamente para junho de 2003 pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).27 Por fim, esses bancos representavam 63% do número total de instituições bancárias, porém sua participação era de mais de 90% do ativo total e dos depósitos do total do Consolidado Bancário I.28

CAMPOS (2002) exclui de sua análise os bancos estaduais sob a justificativa de que esses bancos tiveram problemas em sua contabilidade de tal forma que os dados não refletiam a realidade financeira dessas instituições. Apesar dessa visão estar correta, não se pode afirmar com certeza que a supervisão da autoridade monetária nas instituições financeiras privadas era mais eficiente à época, vis-à-vis os casos dos bancos Nacional e Econômico.

No entanto, após a crise mexicana em 1994, a autoridade monetária empreendeu considerável esforço para aumentar a supervisão tanto de instituições privadas como públicas. Diante disso, decidiu-se incluir tantos os bancos públicos estaduais como os federais. Considera-se também que esses bancos passaram por processos de reestruturação durante a última década cujo intuito foi torná-los mais eficientes, seja preparando-os para privatização ou de forma a atuar em igualdade de condições com o setor bancário privado.

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