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Capítulo I Formação urbana de João Pessoa – Paraíba

1 A ARQUITETURA DE FORMAÇÃO DA PAISAGEM URBANA

Nos primeiros 20 anos de fundação da cidade de Felipéia já se instalaram três ordens religiosas:

áà idade,à ueà est à situadaà peloà ioà a i aà aoà lo goà dele, pôsto que pequena, todavia é povoada de muitas casas, tôdas de pedra e cal e já enobrecida de três religiões que nela assistem com seus conventos, a saber, o da Ordem do Patriarca São Bento e os religiosos de Nossa Senhora do Carmo com os do Seráfico Padre São Francisco da Província Capucha de Santo Antônio, que tem um convento suntuoso, oà elho à dosà da uelaà O de à deà todoà oà Estadoà doà B asil à áGUIá‘à &à OCTãVIO,à 1985, p.59)

O Convento Franciscano (Convento de Santo Antônio da Ordem Franciscana) foi fundado em 1591 (BARBOSA,1994,p.130). O início da construção do Conjunto Beneditino é de 1600, mas assim como a construção franciscana, a primeira edificação foi considerada provisória, e ocupou o mesmo lugar em que se encontra hoje (BARBOSA, 1994,p.79).

No período de ocupação holandesa (1634-1654) Elias Herckmans como governante elaborou um relatório sobre a cidade. Ali se encontra um relato sobre Duarte Gomes da Silveira, responsável por parte importante do desenvolvimento da cidade antes da ocupação holandesa, que ergueu a Igreja da Misericórdia e a Santa Casa de Misericórdia, além de distribuir premiações aos que construíssem casas de pedra e cal, elevando o prêmio se esta fosse um sobrado. Elias Herckmans elataà ue:à Eleà p p ioà leva touà u à ag ífi oà p dioà ao lado ocidental do convento de S. Bento para lhe servir de casa; mas não está acabada, e se acha quase que somente em caixão, mostrando

u oàg a deàse iaàseàestivesseà o luída. à HE‘CKMáN“,à ,p.

O levantamento realizado por Herckmans (1982) enumerava 6 igrejas e conventos: Oà o ve toà deà “.à F a is oà àoà aio à eàoà aisà elo:àest à e adoà deà u à u o,à eà po à de t oà foià o st uídoà uià egula e te. à HE‘CKMáN“,à ,àp.à .àáàt oàelogiadaàest utu aàfoiàe p egadaà como morada dos governadores holandeses, dos soldados e dos mercadores que necessitassem. Já o Convento dos Carmelitas não foi invadido pelos holandeses e permaneceu ocupado pelos frades, asàsuaàest utu aà oàestavaàai daàte i ada.à Oà o ve toà oàest àai daàdeàtodoàa a ado,àpo ueà somente há pou osà a osà ueà esteà luga à à idade,à eà e à g a deà pa teà lhesà falta a à osà eios. à (HERCKMANS, 1982, p.13-14). O Convento de São Bento foi encontrado sem cobertura, apenas com asàpa edes.à Elesàoàte ia à o st uídoà o ve ie te e te;à as,à o oàpo ào asi oàdoà erco achou-se que esse lugar estava mui bem situado para servir de fortificação, diante da cidade levantou-se uma t i hei aàe àto oàdoà o ve to. à HE‘CKMáN“,à ,p. .àNoàa oàdeà ,àeleàfoiàdevolvidoàaosà frades da mesma maneira que encontraram, removendo a trincheira, quando foram ocupar o Convento de São Francisco. As igrejas complementam a listagem. A matriz era a principal delas, mas oàseàe o t avaàfi alizada.à Éàu aào aà ueàp o eteàse àg a diosa,à asàat àoàp ese teà oàfoià

acabada, e assim conti ua,à a ui a doà adaàvezà aisà deà diaà e à dia. à HE‘CKMáN“,à ,p. .à á Ig ejaàdaàMise i diaàseàe o t avaà uaseàa a adaàeà osàPo tuguesesàse ve -se dela em lugar da at iz. à áàse taàeàúlti aàig eja,à ueàassi alaàta àli iteàe t e oàdaà idade,à àu a igrejinha, ou, para melhor dizer, uma simples capela com a denominação de São Gonçalo. (HERCKMANS, 1982, p. 14). A Capela de São Gonçalo faria parte do Conjunto Jesuítico.

Surgiram novas igrejas durante o Século XVIII. A Igreja do Rosário, por exemplo, data oficialmente de 1720 e se localizava na Rua da Baixa (atual Duque de Caxias), na atual Praça Vidal de Negreiros, e em sua lateral havia uma rua que dava acesso à Rua Visconde de Pelotas (antiga Rua da Cadeia Velha) e uma nova Igreja do Rosário foi construída no bairro de Jaguaribe. É surpreendente observarmos que, embora mais recentes, a maioria dessas igrejas do Século XVIII não existem mais atualmente.

A Igreja das Mercês recebeu a benção canônica em 1741 e como supõe Barbosa(1994) faltava construir as duas torres. Ela se localizava no extremo sul da Rua Visconde de Pelotas na atual Praça 1817.

A Igreja Mãe dos Homens (Figura 15) que Walfredo Rodrigues (1994,p.175) afirma ser do Século XVIII, se localizava na atual Praça Coronel Antônio Pessoa com a frente para oeste. Foi demolida em 1925 em conseqüência do plano de urbanização da cidade para dar continuidade e alargar a Rua do Tambiá. O mesmo autor apresentou uma foto da igreja neste mesmo livro na página 28 e escreveu na legenda que ela foi construída no século XIX e demolida em 1923, na administração de Guedes Pereira.

Figura 15 - “1912- Antiga Igreja da Mãe dos Homens, no Tambiá (desaparecida)”. Fonte: Rodrigues, 1974.

Estas duas igrejas foram construídas respectivamente próximas às antigas localizações, mas com fachadas de características menos elaboradas.

A Igreja de São Bom Jesus, atual Igreja Nossa Senhora de Lourdes, não apresenta documentos e relatos de sua implantação. Assim, de acordo com Barbosa (1994) a igreja não é mencionada diretamente nos documentos estudados entre o período de 1639 e 1817, mas considera possível que ela existisse em 1754, quando Padre Domingos Lôreto Couto descreveu a cidade da Paraíba.

A partir do final do Século XIX alguns prédios classicistas são construídos para a administração pública ou mesmo alguns antes de aparência colonial receberam tratamento de fachada para se transformarem em um edifício de aparência classicista imperial40 como é o caso do

Conjunto Jesuítico e do Palácio do Bispo (antigo Convento dos Carmelitas). Exemplares disso são o prédio do Tesouro, o Quartel de Polícia e o Teatro Santa Roza. Ou seja, a remodelação da paisagem u a aàdaà idadeàa o te euàta àe àfo aàdeà a uiage à asàfa hadasàdosàedifí iosà olo iais,à além de abertura e alargamento de ruas.

40 Termo adotado por Sousa (1994) para qualificação da arquitetura classicista adotada no Brasil no período

O Século XX tem em seus primeiros 15 anos a implantação de serviços públicos de energia, abastecimento e saneamento, tornando onerosa a administração pública e portanto impedindo a construção de prédios públicos. Na fase seguinte, de 1916 a 1940 juntamente com as reformas urbanas de embelezamento, são construídos novos prédios públicos em busca da extinção das feições coloniais que se opunham aos anseios de progresso (ARAÚJO, 2008).

Figura 16 – Desenho em perspectiva do Projeto do Instituto de Educação. Fonte: Depto de Estatística e Publicidade do Estado da Paraíba, 1938

O Instituto de Educação (Figura 16 e 17) inaugurado em 1939 é um marco importante da arquitetura modernista construída na Paraíba. Localizada em uma área nova da cidade, na porção sudeste da Lagoa, apresentava características harmoniosas com o novo conjunto do parkway. A obra foi executada pela DVOP (Diretoria de Viação e Obras Públicas) e projetado por Ítalo Joffily (ARAÚJO, 2008). Figura 17 Construção do Instituto de Educação no ano de 1938. Fonte: Depto de Estatística e Publicidade do Estado da Paraíba, 1938