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A verdadeira essência da memória humana está no fato de os seres humanos serem capazes de lembrar ativamente com a ajuda de signos. Poder-se-ia dizer que a característica básica do comportamento humano em geral é que os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sob seu controle. Tem sido dito que a verdadeira essência da civilização consiste na construção propositada de monumentos para não esquecer fatos históricos. Em ambos os casos, do nó e do monumento, temos manifestações do aspecto mais fundamental e característico que distingue a memória humana da memória dos animais. (VIGOTSKY, 2007, p. 50).

Portanto, uma das diferenças entre o animal e o homem é a memória e as possibilidades de apoio construídas por ele. Vigotsky, assim como outros autores, nos deixou uma herança incalculável, um tesouro teórico para subsidiar as mais diversas práticas pedagógicas comprometidas com a evolução pessoal e social dos indivíduos frente a esta sociedade burocrática e automatizada. Registrar é uma forma de materializar o passado, dar vida a essa memória que não pode ser perdida pois tanto contribui em nosso processo de formação.

A Resolução do MEC n° 05/2009, em seu artigo 10, ao tratar da avaliação da EI determina: “II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.)”. Portanto, registrar não é uma tarefa opcional na EI. Sacristán (1999) afirma que o ato de escrever é um diálogo consigo mesmo e com uma tradição; escrevemos a partir de algo e para alguém. Assim, escrever é uma ação intencional que busca uma comunicação, daí a importância da clareza e do uso correto das normas ortográficas. Sendo o DC um documento de execução obrigatória para todos os docentes, optamos por pesquisá-lo na tentativa de identificar quais conhecimentos e atividades estão sendo privilegiados dentro de cada componente curricular da EI na rede municipal de Uberlândia/MG.

Weffort (1996) desenvolve suas reflexões preocupada principalmente com a EI. Suas colaborações baseiam-se em princípios freireanos. Para ela, a educação é uma arte, vinculada a emoção, a curiosidade, a socialização, ao planejamento e ao diário, entre outros aspectos. A autora afirma que há diversos tipos de registros, verbais ou não verbais. No entanto, estes só têm função significativa quando socializados, historicizando a existência social do indivíduo. Pois bem, pergunta a autora qual o sentido de registrar se esta ação não acarretará uma reação?

Mediados por nossos registros, reflexões, tecemos o processo de apropriação de nossa história, a nível individual e coletivo. [...] A escrita materializa, dá concretude ao pensamento, dando condições assim de voltar ao passado, enquanto se está construindo a marca do presente. É nesse sentido que o registro escrito amplia a memória e história o processo, em seus momentos e movimentos, na conquista do

produto de um grupo. Mediados por nossos registros armazenamos informações da realidade, do objeto em estudo, para poder refleti-lo, pensa-lo, e assim apreendê-lo; transformá-lo; construindo o conhecimento antes ignorado. O professor (orientador ou supervisor) tem seu espaço de registro, reflexão, concretização do seu pensamento, no diário. Registro da prática cotidiana, avaliação e planejamento de sua ação, junto aos seus educandos: crianças, adolescentes ou adultos. (WEFFORT, 1996, p. 41). Para subsidiar a reflexão teórica da pesquisa, o trabalho de Zabalza (2004) é imprescindível. Ao tratar do tema diário, apresenta uma fundamentação importante sobre como escrever e como analisar os diários, os tipos, a utilidade na prática e no processo de formação profissional, como podem auxiliar nos dilemas profissionais. De acordo com o autor:

[...] escrever sobre o que estamos fazendo como profissional (em aula ou em outros contextos) é um procedimento excelente para nos conscientizarmos de nossos padrões de trabalho. É uma forma de ‘distanciamento’ reflexivo que nos permite ver em perspectiva nosso modo particular de atuar. É, além disso, uma forma de aprender. (ZABALZA, 2004, p. 10, grifos nossos).

Em consonância ao trecho apresentado, temos Ostetto (2008) confirmando que a prática diária do registro é um campo privilegiado de reflexão para o professor, uma atitude indispensável que serve de apoio e base para prosseguimento dos trabalhos na Educação Infantil, devendo estar articulado ao planejamento e à avaliação. “Registrar é deixar marcas, tecer memórias, fazer história. É também a possibilidade de compartilhar descobertas, práticas e reflexões com outros educadores.” (OSTETTO, 2008, p. 8). A autora completa que ao escrevermos nossa experiência ganha visibilidade, pois se torna documento possível de ser objeto de reflexão, avaliação e projeção. É possível travar um diálogo com a própria prática, estabelecendo questionamentos, percebendo percursos, na medida em que o vivido se torna explícito.

Larossa (2013), em entrevista à Revista Educação, defendeu a escrita de ensaios, afirmando que estes favorecem o treino de duas habilidades fundamentais: a própria capacidade de escrever e a organização do pensamento. Esclarece que escrever é uma tarefa difícil, citando o relato de um amigo, professor do curso de jornalismo, que afirma ter apenas quatro alunos que sabem realmente escrever (de um total de 50 alunos). Para este autor, a escrita pode ser uma forma de autoavaliação pois exterioriza o próprio pensamento. Segundo ele, o ato de escrever é horrível pois deixa a sensação de que não houve clareza, que a ideia não foi transmitida corretamente. Em contrapartida, o resultado pode ser muito bom! Para as professoras da EI a escrita é importantíssima, seja na produção do DC, nas avaliações, ou mesmo em seu caderno de anotações. Como as crianças ainda não dominam a habilidade da leitura e da escrita, faz-se necessário que os registros das práticas através de diversos meios

possíveis, os quais poderão ser úteis à avaliação, ao planejamento e a reorganização do trabalho pedagógico.

De acordo com Bloch (1965), há que se considerar as várias fontes para pesquisa; os diversos tipos de documentos escritos constituem apenas vestígios. “Mas os documentos materiais não são, bem longe disso, os únicos a ter o privilégio de serem assim tomados em primeira mão.” (BLOCH, 1965, p. 52). Paulo Freire (1997) considera que:

Boa disciplina intelectual para esse exercício de ‘leitura’ da classe como se fosse um texto seria a de criar na professora o hábito, que virasse gosto e não pura obrigação, de fazer fichas diárias com o registro do reações comportamentais, com anotações diárias com o registro de frases e seu significado ao lado, com gestos não claramente reveladores de carinho ou de recusa. (...) Precisamos exercitar a capacidade de observar, registrando o que observamos. Mas registrar não se esgota no puro ato de fixar com pormenores o observado tal qual para nós se deu. Significa também arriscar- nos a fazer observações críticas e avaliativas a que não devemos contudo, emprestar ares de certeza. (p. 46, grifo do autor).

Nesta pesquisa estudamos apenas os DC’s, ou seja, aqueles registros que as professoras fazem obrigatoriamente. A importância dos demais tipos de registros é inquestionável; no entanto, a delimitação se deu pela opção de buscarmos conhecer as descrições correspondentes ao trabalho realizado com as crianças, se estão de acordo com as diretrizes oficiais que regem a educação brasileira, bem como as diretrizes municipais.

Sabemos que, historicamente, os diários têm um certo poder de controle sobre o trabalho docente. Através deles, a coordenação pode verificar o que está sendo trabalhado, quantos dias e horas aulas estão sendo ministradas, o cumprimento dos prazos estipulados, dentre outros. Contudo, estes documentos não contemplam todo o trabalho educativo realizado pelo professor, visto que, como explicamos anteriormente, no DC da rede municipal de ensino de Uberlândia/MG, o espaço disponível para o registro dos conteúdos ministrados e atividades desenvolvidas corresponde ao total de 400 caracteres, ou seja, os registros devem ser feitos resumidamente.

A importância dos diários é defendida por Zabalza (2004) conforme excerto:

Pelas anotações que vamos recolhendo no diário, acumulamos informação sobre a dupla dimensão da prática profissional: os fatos de que vamos participando e a evolução que tais fatos e nossa atuação sofreram ao longo do tempo. Dessa maneira, revisando o diário podemos obter essa dupla dimensão, sincrônica e diacrônica, de nosso estilo de ensino. (ZABALZA, 2004, p. 10).

O autor se refere ao diário de maneira mais ampla, tal como o chamado caderno de notas do professor, sendo que suas observações valem para o DC ou qualquer instrumento de registros dos docentes. A prática do registro é também determinada pelo documento RCNEI (1998) como ação paralela à observação e a avaliação formativa. Constitui-se uma atividade fundamental em todas as modalidades de ensino.

Como citado anteriormente, e muito bem esclarecido por Freire (1997), a prática de registrar não deveria ser feita exclusivamente por obrigação. Os professores muitas vezes não têm clareza acerca das diversas possibilidades permitidas nesta ação, tais como: planejamento sistematizado com explicitação de objetivos; cronograma estrutural a partir dos objetivos estabelecidos; relato de ações desenvolvidas; elucidação de resultados positivos e/ou negativos, dentre outros.

De acordo com Sacristán (1999), o ato de escrever é primeiramente um diálogo consigo mesmo e com uma tradição; só se escreve a partir de algo e para alguém.

Devemos explicar a nós mesmos as dúvidas para nos sentirmos um pouco seguros na insegurança. Esclarecer o mapa dos problemas não é resolvê-los, mas, ao menos, deixa-nos mais tranquilos para continuar. Nesse sentido, o ‘só sei que nada sei’ é uma manifestação da sabedoria sobre o que se sabe e o que se considera que não sabe. Não é um diálogo ensimesmado, porque quer, com modéstia e partindo da distância que a lembrança lhe traz, responder a perguntas, acompanhar debates e auxiliar no desenvolvimento das inquietações transmitidas por estudantes, por estudiosos e por colegas que, com suas dúvidas, estimulam a perfilar os argumentos que atenuem um pouco a insatisfação. (SACRISTÁN, 1999, p. 12).

Assim sendo, os professores podem se questionar sobre as dúvidas e as certezas (ou pretensões) com o trabalho educativo, bem como quais objetivos devem ser alcançados frente ao público a quem se destina a escrita. Sacristán (1999) se refere ao filósofo grego Sócrates ao mencionar “só sei que nada sei”, ou seja, é preciso ter a humildade necessária para entender que não chegamos ao estado de conhecimento total; o mundo é dinâmico, as informações mudam, realidades são construídas e/ ou transformadas. Não chegamos ao ponto ideal, portanto em nenhum momento é desnecessária a formação continuada.

Nóvoa (2009) trata da formação docente continuada, enfatizando a importância da modernização e sua transformação. Alerta sobre a importância e a presença das novas tecnologias, fato dado e irrevogável. Questiona se o futuro ainda demora muito tempo para chegar. Ao defender a formação construída dentro da profissão, o pesquisador alerta que a escola não pode se limitar ao já sabido, ela deve antecipar os caminhos do futuro presente.

O que verificamos em Uberlândia/MG, desde 2015, quando o antigo diário de papel foi substituído pelo DC eletrônico, foi um cenário misto com profissionais satisfeitos e outros insatisfeitos com essa mudança. Esta informatização já era esperada, visto que a tendência mundial tem sido a substituição do diário de classe manuscrito pelo diário de classe digital. No entanto, muitos foram os professores, das mais diversas áreas, que ficaram desesperados por terem que sair do que lhes era costumeiro. O processo de implantação do DC eletrônico ocorreu da seguinte forma:

[...] treinamento dos(as) profissionais das escolas de ensino fundamental da Rede Municipal de Educação, realizado pelo NTE (Núcleo de Tecnologia e Educação) em

parceria com o setor de Estatística da SME. Inicialmente, o projeto contemplou 06 (seis) escolas piloto, atendendo a um público de aproximadamente 250 professores(as). Dando prosseguimento a este trabalho, o treinamento do diário eletrônico foi disponibilizado para as demais escolas do ensino fundamental, formando outros(as) 235 profissionais multiplicadores(as), abrangendo as demais escolas desta modalidade de ensino. No primeiro semestre de 2015, o treinamento atendeu os(as) profissionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental, totalizando um público de 1.485 pessoas. (NOVAIS; SILVA; NUNES, 2016, p. 143).

Dessa forma, parte dos profissionais da rede municipal de educação foram treinados para utilizarem o sistema Web Acadêmico e tornaram-se treinadores para outros professores. Todos os docentes da SME foram convocados a participar, o treinamento ocorreu em um único encontro com duração média de duas horas. Consolidada a versão digital, o sistema eletrônico de registro dos DC’s da EI da rede municipal de ensino de Uberlândia/MG manteve a estrutura com as mesmas divisões do documento manuscrito.

A EI da rede pública municipal de Uberlândia/MG é destinada às crianças com idades de zero a cinco anos; organiza-se com os seguintes grupos etários: Berçário a partir de quatro meses; Grupamento 1 (G1) crianças de um ano de idade; Grupamento 2 (G2) crianças de dois anos de idade; Grupamento 3 (G3) crianças de três anos de idade; 1° período crianças de quatro anos de idade; 2° período crianças de cinco anos de idade. Estrutura-se em oito componentes curriculares, conforme preconiza o documento RCNEI (1998) volume 3:

 Identidade e Autonomia - desenvolvimento da autonomia, autoconfiança e autoestima; cuidados de saúde e bem estar; atitudes de respeito, ajuda e colaboração, estabelecimento de vínculos afetivos.

 Linguagem Oral e Escrita - utilização de linguagens diversas de acordo com as situações, expressando suas ideias e construindo significados; comunicação e interação social; incentivo à escrita.

 Matemática - noções de números/ quantidades, grandezas, medidas e formas; assimilação dos conceitos temporais como as horas, os dias, semanas, etc.

 Natureza e Sociedade - compreensão do próprio corpo, seus limites e potencialidades; conservação do ambiente; conhecimento e preservação da natureza; também os cuidados de saúde e bem estar.

 Culturas regionais e locais - conhecimento de manifestações culturais, respeito e valorização da diversidade.

 Movimento – deslocamentos no espaço da sala de aula e demais dependências da escola; danças; jogos orientados; brincadeiras diversas; atividades específicas para a coordenação motora; curiosidade na exploração do ambiente.

 Artes Visuais – apreciação de obras artísticas; produção, individual e/ ou coletiva, através da manipulação de materiais diversificados valorizando a criatividade.  Música – conhecimento de cantigas de rodas e outras; estimulação à produção de

sons e criação de melodias; uso de canções de acordo com temas específicos das aulas.

Deste total de oito componentes, os quatro primeiros são ministrados pela Regente 1 (R1), ou seja, são desenvolvidos pela professora que trabalha permanente em uma determinada turma. A R1 pode ser graduada em pedagogia ou normal superior. A Regente 2 (R2) trabalha com os demais conhecimentos, são as chamadas aulas especializadas, onde a docente não tem uma única turma, sua carga horária de 20 horas semanais pode ser dividida entre várias turmas. As R2 podem ser graduadas em Educação Física e em Artes, no entanto, a maioria tem graduação em pedagogia ou normal superior, ou seja, não é exigida a habilitação específica para as aulas especializadas. Nas OSC’s uma mesma professora pode ministrar todos os componentes curriculares em sua turma.

Para o preenchimento do DC eletrônico o professor deve acessar o sistema Web Acadêmico da PMU com cadastro/ login e senha próprios. A plataforma é a mesma para todos, da EI, do ensino fundamental e do ensino médio. Esta é a tela inicial onde escolhem no campo ‘Situação’ uma dentre as opções: efetivo, contratado, OSC. Entretanto, até o momento as OSC’s ainda não utilizam o sistema. No campo ‘Usuário’ deve digitar a matrícula individual e a senha. Em seguida clicar em ‘Ok’.

Fonte: Uberlândia (2018).

Ao clicar em ‘OK’ o usuário é direcionado para a segunda tela onde consta o ano letivo e se deve escolher uma opção em ‘Escola’. São apresentadas todas as escolas onde o usuário trabalha. Ao clicar em ‘Continuar’ chega-se à próxima tela.

Para preencher a frequência deve-se clicar em ‘Atividades’ depois ‘Diário de Classe Digital’ e ‘1-Frequência’. A professora R1 ministra os quatro componentes curriculares: Identidade e Autonomia, Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Natureza e Sociedade. Os componentes curriculares Culturas regionais e locais, Artes, Movimento e Música são ministrados pelas professoras R2. Cada professora R2 pode ministrar de um a quatro dos componentes curriculares citados, respeitando o limite de 16 horas/aulas, as combinações variam e geralmente são feitas de acordo com os horários de aulas das instituições. Algumas professoras R2 optam por trabalhar um único componente curricular em várias turmas, outras preferem concentrar o trabalho em apenas duas turmas acumulando componentes curriculares variados. Para preencher a frequência e o conteúdo ministrado clica-se em uma das disciplinas (nomenclatura apresenta no sistema Web Acadêmico), passando para a tela dos registros. Caso seja necessário, o campo para registro de ocorrência encontra-se na mesma tela:

FIGURA 3 – Registro de atividade (s) desenvolvida (s), frequência, e ocorrência

Fonte: Prodaub (2018).

Em ‘Qtd. Aulas’ é possível escolher entre uma aula ou até cinco aulas geminadas, conforme a grade horária da professora. No retângulo ‘Atividade(s) Desenvolvida(s), a

professora registra o conteúdo ministrado e quais as atividades foram realizadas naquele dia. Caso seja necessário lançar informações referentes a atestados médicos de alunos, dia escolar, sábado letivo, projetos interdisciplinares, dentre outros, ao lado há o campo ‘Ocorrência’ para estes fins. Abaixo segue a lista com os nomes dos alunos. Em ‘Frequência’ todos os quadros já aparecem marcados automaticamente; caso o aluno tenha faltado, o professor deve desmarcar o quadro na linha do seu nome. Concluído, a professora deve clicar em ‘Gravar’ ou pressionar a tecla F12.

Para realização desta pesquisa, protocolamos no dia 04 de janeiro de 2018 na SME carta com solicitação17 para pesquisar os DC’s da EI da rede municipal de ensino de Uberlândia/MG. Nossa carta foi recebida pela assessora Bruna Peres do gabinete da Secretária de Educação, juntamente com nosso projeto de pesquisa e dados pessoais das pesquisadoras. Posteriormente foi-nos solicitado comprovante de cadastro da nossa pesquisa junto ao Comitê Nacional de Ética em Pesquisa18. Entregamos o comprovante de cadastro, contudo, entregamos também as normativas esclarecendo que tal cadastro era desnecessário por ser uma pesquisa documental (sem envolvimento direto com seres humanos). Nosso pedido foi autorizado pela coordenadora da assessoria pedagógica, a senhora Rosana G. Torquette19, dia 12 de março de 2018. Neste mesmo dia entregamos a autorização para pesquisa à senhora Izilda Pinho Martins Rocha, coordenadora do setor de inspeção da SME. A reunião do material foi realizada nas dependências da SME. A senhora Izilda nos encaminhou ao responsável pelo sistema do DC eletrônico, que prontamente nos atendeu realizando a cópia dos arquivos solicitados em pen drive.

Para cópia de cada DC faz-se necessário o preenchimento no sistema de todos os dados requeridos: nome da escola, ano, turma, turno, opção simples ou completo. Deve-se escolher também: R1 ou aulas especializadas. No caso de escolha do diário de uma R1 o sistema gera automaticamente um arquivo com os quatros componentes curriculares (Identidade e Autonomia, Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Natureza e Sociedade); caso a opção seja pelo diário de aulas especializadas tem-se os demais componentes curriculares (Culturas regionais e locais, Artes, Movimento, Música), nesse caso há opção para selecionar todos ou apenas o que tiver interesse. Os documentos podem ser gerados por algum período específico ou de todo o ano letivo.

17 Anexo 1

18 Anexo 2 19 Anexo 3

No primeiro momento de coleta de dados escolhemos DC’s de forma aleatória, observando apenas a aquisição da mesma quantidade de documentos de cada ano da EI. Entretanto, após reunião com a orientadora desta pesquisa, concordamos que nosso conjunto de diários deveria ser composto pela mesma quantidade de escolas de cada uma das seis regiões da cidade. Assim, retornamos à SME, onde realizamos nova coleta de dados, entretanto, não foi possível mantermos uma quantidade padronizada de documentos por ano de escolarização e por cada uma das regiões. Isto porque há setores com predominância de determinadas turmas e carência de outras, por exemplo, na zona rural, existe apenas uma escola que atende crianças de zero a dois anos. Por ser uma tarefa demorada, o funcionário da SME continuou realizando as cópias em momentos oportunos, durante a sua jornada de trabalho. Posteriormente retornamos à SME e então reunimos nosso material de pesquisa que totalizou 190 DC’s.

Numa primeira aproximação dos DC’s da EI, solicitamos ao funcionário da SME que nos fornecesse a mesma quantidade de DC’s de R1 e de aulas especializadas, sendo assim, recebemos no pen drive, 76 documentos em formato Portable Document Format (pdf). Após conferir esse material, verificamos que um dos DC’s, de uma escola de zona rural, apresentava falha ao abrir. Entramos em contato novamente com esse funcionário que nos enviou outro DC