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CAPITULO 2- A QUESTÃO AMBIENTAL E O PLANEJAMENTO

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1.1. A Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí

portuário do Estado, sua economia é sustentada pelo porto, comércio atacadista de combustível, pesca e setor de produção industrial.

Como Itajaí trata-se de uma cidade portuária e com muitas ofertas de emprego por causa das empresas de grande porte, é comum o efeito "pêndulo" das populações. Moradores de Navegantes e região deslocam- se diariamente para Itajaí. A ligação entre as duas cidades se dá pela BR-101 e pelo transporte fluvial, esses movimentos fazem com que o limite de Itajaí não seja, necessariamente, seu limite administrativo.

As cidades de Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú vem mostrando um processo de conurbação13 devido a proximidade das cidades limítrofes, o aeroporto de Navegantes, o Porto de Itajaí, A UNIVALI, a vocação turística, atrativos naturais, entre outras questões. Cada vez mais torna-se necessário planejar as cidades no contexto regional e não somente municipal (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAI, 2006).

O Rio Itajaí-Açu tem grande importância para o município, possibilitando o desenvolvimento industrial e comercial da região. E justamente por sua vocação hídrica e condições geológicas, há o favorecimento de frequentes inundações em suas áreas urbanas e rurais (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAI, 2013a).

Como é possível verificar no mapa de altitude, em anexo, a maior parte da área urbana de Itajaí encontra-se abaixo de 5m. Em algumas áreas, ocorrem altitudes de 0,0m ou abaixo desse valor. Além da cidade ser plana, a topografia que a circunda, a proximidade com o mar e com os rios, entre outros determinantes, favorecem as inundações.

Outras características importantes, são os índices pluviométricos e o clima do município. A temperatura média anual do município de Itajaí é de 20,16ºC, a umidade relativa média anual é de 85,75 %, o clima é considerado mesotérmico úmido com verão quente e a precipitação média anual é de 1733,90mm (SANTA CATARINA,1997). Em novembro de 2008 a intensidade de chuva foi considerada excepcional sendo de 500mm em dois dias nessa região, próxima à Blumenau (FRANK; SEVEGNANI, 2009).

3.1.1. A Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí

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Conurbação- Trata-se de um encontro de duas ou mais cidades próximas em razão de seu crescimento.

Itajaí faz parte da bacia hidrográfica do rio Itajaí. Os municípios que fazem parte da bacia integram a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI) e a Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí- Açu (AMFRI). A Bacia tem como limites geográficos, A Serra Geral e Serra dos Espigões a oeste, Serras da Boa Vista, dos Faxinais e do Tijucas ao sul e Serras da Moema e do Jaraguá ao norte, pelo Oceano Atlântico a leste. Possui área total de 15.000km², que corresponde a 16,15% do território catarinense e a 0,6% do território brasileiro. Possui uma densidade de drenagem de 1,61 km/km² e uma vazão média de longo período de 205 m³/s, é uma das bacias mais expressivas do estado, tanto relacionada à hidrografia quanto aos aspectos socioeconômicos (SANTA CATARINA, 1997). A Bacia do Itajaí é formada por 47 municípios (COMITÊ ITAJAÍ, 2010). O principal rio do Vale é o Itajaí Açu, suas águas descem as corredeiras do Alto e Médio Vale até desembocar no Oceano Atlântico, nos municípios de Itajaí e Navegantes (SILVA, 1975).

A bacia hidrográfica sofre degradação ambiental decorrente de atividade agropecuária, poluição causada por uso de agrotóxicos e dejetos de suínos, além da concentração industrial-urbana. A bacia sofre também processos de erosão, pelos maus usos do solo resultando em assoreamento dos rios e empobrecimento do solo (SANTA CATARINA, 1997).

Figura 5- Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. Fonte: COMITE ITAJAI(2010) mapa modificado pela autora.

Figura 6- Bacia hidrográfica do rio Itajaí: sub-bacias e hidrografia principal. COMITE ITAJAI(2010)

As águas provenientes da cidade de Rio do Sul chegam à Itajaí através do Rio Itajaí-Açu. As águas vindas de Brusque, escoam através do Rio Itajaí-Mirim para o Rio Itajaí-Açu.

O Rio Itajaí-Mirim, principal afluente do Rio Itajaí Açu, corta a cidade de Brusque e Itajaí. No caso da inundação de 2008, o escoamento do Rio Itajaí-Mirim pode ter sido agravado pelas canalizações e retificações executadas nele ao longo desses municípios (TACHINI, 2009). No ítem 3.2 serão demonstrados os diversos agravantes da inundação de 2008, em relação à bacia hidrográfica.

Figura 7- Hidrografia do Município de Itajaí. Fonte: Prefeitura do Município de Itajaí e UNIVALI (2006) mapa modificado pela autora.

Além de Itajaí, outras cidades do Vale do Itajaí também sofrem com inundações. Em 2008, o morro do Baú, situado em Ilhota sofreu deslizamentos e acarretou em várias mortes. As cidades de Brusque e Blumenau também possuem histórico de inundações. A cidade de Navegantes, que faz limite com Itajaí à norte, sofre com inundações e possivelmente com a mesma intensidade que Itajaí, porém, em função da baixa visibilidade política e econômica do município, acaba não recebendo a mesma atenção.

Navegantes particularmente, parece sempre estar em segundo plano em relação a Itajaí: nota-se que em um dos primeiros planos

desenvolvidos pela JICA14 com o objetivo de redução de inundações, previa-se um canal de desvio do rio Itajaí-Açu passando por dentro de Navegantes. Contudo, o município não foi consultado ou teve a oportunidade de manifestar-se sobre os impactos que este projeto poderia causar em sua estrutura urbana e social.

Figura 8- Canal extravasor em Navegantes . Fonte: Google Earth e Projeto JICA modificado pela autora.

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JICA ( Japan International Cooperation Agency) desenvolveu, na década de 90, um plano diretor para controle de enchentes no Vale do Itajaí, intitulado PLADE.

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