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A CLASSE CRIATIVA

No documento Andanças do turismo criativo (páginas 36-40)

O modelo de desenvolvimento económico tradicional (industrial) que se movimentava em função do emprego entrou em ruptura; surge um novo modelo económico baseado na informação, indústrias culturais e criativas, tecnologia e capital criativo. A criatividade, particularmente, o capital criativo, é o recurso mais importante (Lopes, 2007) e a sua valorização converte

(Keegan & Green, 1999; Lerner, 2005)

Figura

Assim, a exploração de novas ideias

ambiente de trabalho e é uma força face a uma concorrência cada vez maior entre as organizações (Cohen, 1999).

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o processo de inovação está dependente de ideias criativas e competências técnicas que são torneados por factores críticos como os

, o conhecimento tácito da empresa, as informações do

organizacional norteado pela criatividade e inovação desafios na selecção de profissionais criativos para as empresas intensivas conhecimento (Pitcher, 1995; Quinn, 1996; Sveiby, 1997).

O modelo de desenvolvimento económico tradicional (industrial) que se movimentava em função do emprego entrou em ruptura; surge um novo modelo económico baseado na informação, indústrias culturais e criativas, tecnologia e capital criativo. A particularmente, o capital criativo, é o recurso mais importante (Lopes, 2007) e a sua valorização converte-se numa fonte de competitividade nas organizações

Lerner, 2005) (ver figura5).

Figura 5 - Modelos económicos. Fonte: Lopes, 2007.

Assim, a exploração de novas ideias contribui para aumentar a motivação dentro do ambiente de trabalho e é uma força face a uma concorrência cada vez maior entre as

(Cohen, 1999).

está dependente de ideias criativas e tores críticos como os recursos , o conhecimento tácito da empresa, as informações do

organizacional norteado pela criatividade e inovação trás desafios na selecção de profissionais criativos para as empresas intensivas em

O modelo de desenvolvimento económico tradicional (industrial) que se movimentava em função do emprego entrou em ruptura; surge um novo modelo económico baseado na informação, indústrias culturais e criativas, tecnologia e capital criativo. A particularmente, o capital criativo, é o recurso mais importante (Lopes, fonte de competitividade nas organizações

contribui para aumentar a motivação dentro do ambiente de trabalho e é uma força face a uma concorrência cada vez maior entre as

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O potencial criativo e o crescimento pessoal devem ser reconhecidos, valorizados e nutridos; as organizações precisam agregar valor aos produtos e saber ao capital humano (Pereira, 1996).

A criatividade humana é um factor chave na economia e na sociedade e a classe criativa é a força condutora para a transformação da sociedade porque empreende acções criativas que agregam valor à produção (Florida & Tinagli, 2006).

O conceito de nova classe criativa apresentado por Florida (2002) é composto por pessoas cujo potencial se baseia na utilização da criatividade como ferramenta laboral, procuram e valorizam um espaço com características muito específicas como a diversidade, a tolerância e incentivos culturais. Esta nova classe criativa é definida por uma variedade de colectivos que a formam. Geralmente são tolerantes face a diversidade étnica e sexual e estão compostos por colectivos como boémios, artistas, escritores, músicos, desenhadores, informáticos, assessores financeiros, arquitectos, artesãos, etc., ou seja, pessoas cujo potencial se baseia na criatividade e sobretudo que procura um espaço com características muito específicas para desenvolver um meio ambiente distinto. Para a classe criativa a envolvente cultural é mais valorizada que a recompensa financeira. Os seus gostos diferem completamente com os da antiga cultura urbana das cidades industriais (composta pelos grandes centros comerciais, estádios desportivos, etc.). Têm uma inclinação pelos espaços urbanos com uma rica cena artística musical, nocturna e um grau de apreço pelo entorno arquitectónico do lugar (Florida & Tinagli, 2006).

A identidade desta nova classe social traça-se pelo culto do estilo individual – a expressão criativa - a procura de um estilo de vida experimental que favorece a individualidade, a auto-afirmação, a aceitação da diferença, o desejo de experiências multidimensionais, um trabalho informal no código de vestuário e no horário, profissões em que a separação entre horas de lazer e trabalho se tornam difusas e nas quais a segurança de um posto de trabalho decorre da sua autonomia (Florida, 2002).

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A atracção e a retenção de talento profissional apresentam-se como estratégia para desenvolver e manter a qualidade de vida de um território, para o crescimento e desenvolvimento económico (Lerner, 2005). Neste sentido, Florida (2002) indica que a classe criativa é possivelmente a principal responsável do crescimento dos Estados Unidos desde os anos 80; o tempo de trabalho e o tempo de ócio do profissional criativo entrelaçam-se; este tipo de profissional funciona com parâmetros muito diferentes dos tradicionais: procura um ambiente e projectos excitantes e um local onde possa viver e ter experiências reais onde possa aprender e desenvolver-se. A esta definição e re-definição constante das identidades individuais Florida (2005) designa de ética criativa. Sugere que o que a classe criativa procura nas comunidades são experiências qualitativas abertura e diversidade e oportunidade para validar as suas identidades enquanto pessoas criativas.

Desta forma, as indústrias da cultura e da informação, converteram-se no novo motor das economias urbanas. A necessidade de retenção deste tipo de capital humano por parte dos governos locais justifica-se a partir da importância que representa em termos de crescimento económico. Isso facilitou o desenvolvimento de uma gama importante de políticas culturais destinadas a melhorar a imagem do entorno e a regenerar culturalmente a área a partir da promoção de bens e serviços culturais (Lerner, 2005).

Carla Filipe 46 CONCLUSÃO

Dos contributos das leituras efectuadas constata-se que são infindas, controversas e não consensuais (Fleith e Alencar, 2005) as definições encontradas sobre o conceito criatividade. Diferem de acordo com a orientação teórica e é sujeito de diferentes conotações ao longo da história evoluindo de um conspecto espiritualista para um mais racional e científico (ver 1.1.).

A sociedade tradicionalmente baseada no trabalho tem caminhado para uma sociedade criativa na qual o paradigma central é que a criatividade cria valor económico (ver 1.2.).

As indústrias criativas são o exemplo deste novo arquétipo colocando a criatividade como elemento central no processo produtivo (ver 1.3.). A emergência das indústria com base na criatividade culmina em definições diferentes, em novas teorias e em projectos-piloto, nomeadamente no que concerne a práticas turísticas seja em espaços rurais e urbanos (ver capítulo II).

No contexto competitivo actual as organizações vêem a criatividade e a inovação como forma de sobrevivência e expansão (ver 1.4.), necessitando por isso de profissionais criativos (ver 1.5.).

CAPITULO I I – CRIATIVIDADE(S), TURISMO

No documento Andanças do turismo criativo (páginas 36-40)

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