• Nenhum resultado encontrado

2 CONCEITOS TEÓRICOS SOBRE MAMOGRAFIA

3.2 A COMPRESSÃO E A RADIAÇÃO ESPALHADA

Estudo feito por Dance e Day (1983), mostra que a taxa de radiação espalhada aumenta à medida que aumenta a espessura do objeto radiografado, evidenciando assim a nec

espessura e conseqüentemente reduzir a radiação espalhada.

Conforme Barnes (1999), a radiação espalhada acaba sensibilizando posições indesejáveis do filme provocando o borramento ou a diminuição do contraste radiográfico e, conseqüentemente

pela interação dos fótons com o corpo radiograf

conhecido como efeito Compton (espalhamento incoerente).

pelo efeito Compton ocorre com a interação dos fótons com o objeto radiografado. Essa radiação espalhada afeta

Figura 9: Esquema de representação das radiações: espalhada e primária

A taxa que representa a quantidade de radiação espalhada radiação primária que atravessou o objeto radiografado

conforme estudo feito por Dance e Day (1983)

.2 A COMPRESSÃO E A RADIAÇÃO ESPALHADA

Estudo feito por Dance e Day (1983), mostra que a taxa de radiação espalhada aumenta à medida que aumenta a espessura do objeto radiografado, evidenciando assim a necessidade de compressão da mama para reduzir sua espessura e conseqüentemente reduzir a radiação espalhada.

Conforme Barnes (1999), a radiação espalhada acaba sensibilizando posições indesejáveis do filme provocando o borramento ou a diminuição do contraste

conseqüentemente, afetando a nitidez da imagem. Ela é provocada pela interação dos fótons com o corpo radiografado (figura 9) através do fenômeno conhecido como efeito Compton (espalhamento incoerente). A radiação espalhada

pton ocorre com a interação dos fótons com o objeto radiografado. Essa radiação espalhada afeta a qualidade das imagens radiografadas.

Esquema de representação das radiações: espalhada e primária (DENUC. UFRGS) (http://www.cefest.edu.br/~radiologia)

representa a quantidade de radiação espalhada (S que atravessou o objeto radiografado (P), é representada tudo feito por Dance e Day (1983), (tabela 1).

Estudo feito por Dance e Day (1983), mostra que a taxa de radiação espalhada aumenta à medida que aumenta a espessura do objeto radiografado, essidade de compressão da mama para reduzir sua

Conforme Barnes (1999), a radiação espalhada acaba sensibilizando posições indesejáveis do filme provocando o borramento ou a diminuição do contraste afetando a nitidez da imagem. Ela é provocada ado (figura 9) através do fenômeno A radiação espalhada pton ocorre com a interação dos fótons com o objeto radiografado.

a qualidade das imagens radiografadas.

(DENUC. UFRGS)

S), em função da ), é representada por S/P,

Tabela 1: Relação entre a radiação espalhada (S) e a radiação primária (P) para uma mama de área média e um receptor com 100% de eficiência de absorção de fótons (Dance e Day, 1983).

Energia (kVp) S/P para as espessuras de mama

2 cm 4 cm 6 cm 8 cm 12,5 0,327 - - - 15 0,269 0,581 1,93 - 17,5 0,271 0,497 0,757 1,65 20 0,275 0,428 0,676 0,958 22,5 0,267 0,438 0,622 0,892 25 0,272 0,431 0,610 0,831 30 0,263 0,435 0,617 0,788 35 0,246 0,410 0,574 0,768 40 0,228 0,414 0,544 0,726 50 0,217 0,388 0,508 0,629

Em estudo feito por Helvie et al (1994) com base em 250 mamografias nas incidências médio lateral obliqua e craniocaudal, tinha o objetivo de explicar parcialmente por que alguns tumores são visualizados melhor na incidência crâniocaudal quando comparado com a incidência média lateral oblíqua.

As mulheres que participaram dos exames tinham idades entre 30 e 87 anos, cuja idade média era de 51 anos. As mamografias foram obtidas por sete técnicos em radiologia certificados com experiência entre 5 e 20 anos (média de 10 anos). Os radiologistas não tiveram conhecimento do propósito dos exames, portanto eles os fizeram de forma habitual usando compressão de mama adequada para ambas às incidências.

A dose da radiação em miligray (mGy) foi calculada usando um espectro molibidênio/molibidênio para 28 kVp e usando um fantoma de BR 12. As doses foram feitas para espessuras de 3,0; 4,0; 4,5; 5,0; 6,0 e 7,0 cm, para uma densidade óptica de 1,23 ± 0,03. Uma curva de dose-espessura baseada nessas medidas foi construída e usada para a interpolação. Foram calculadas as diferenças de qualidade de imagem para diversas espessuras observadas. O borramento geométrico era determinado para uma lesão de superfície e uma lesão no meio da mama. A degradação do contraste da imagem devido ao espalhamento foi calculada usando dados modificados para o alvo de tungstênio e diferentes espessuras a 32 kVp.

Os resultados mostraram que a espessura média da mama na incidência craniocaudal era 4,4cm variando de 1,4 a 7,2cm e para a incidência médio lateral oblíqua era de 4,8cm variando de 1,2 a 8,1cm. A espessura da incidência médiolateral oblíqua era significativamente maior que a espessura de incidência craniocaudal (p< 0,0001). A força de compressão para a incidência craniocaudal era de 30 a 170N, (média de 86N) e para a incidência média lateral obliqua era de 40 a 200N, (média de 93N). A força de compressão era significativamente maior na incidência médio lateral oblíqua que na craniocaudal (p< 0,0001).

O borramento geométrico (f × d2/d1) onde f é o ponto focal, d2 é à distância objeto até o filme e d1 é à distância da fonte até o objeto, teve um acréscimo de 8% quando uma lesão próxima de superfície foi comparada com uma imagem de 4,4cm de espessura contra uma de 4,8cm. Se a lesão estivesse no centro da mama o borramento geométrico teria um aumento de 6%. O borramento geométrico aumenta 19% quando comparada uma espessura de 4,4cm com outra de 5,4cm para uma lesão próxima da superfície. Ocorre uma perda de contraste de 5% a 12% devido a radiação espalhada quando calculado para espessura de fantoma de 4,4cm, 4,8cm e 5,4cm respectivamente.

Concluiu-se que a mama depois de comprimida, para fazer a mamografia da incidência médio lateral obliqua, apresenta uma espessura 8% maior quando comparada com a espessura da mama depois de comprimida, para fazer a mamografia da incidência craniocaudal. Essa diferença estatisticamente significante resulta na perda da qualidade da imagem além de um aumento na dose para a paciente. Essa perda na qualidade da imagem, pode explicar parcialmente por que alguns carcinomas são visualizados melhor na incidência craniocaudal.

O estudo feito por Guest et al (2000) ocorreu com 300 mamografias de mulheres entre 32 e 88 anos (média de 53 anos). Inicialmente, as pacientes respondiam um questionário informando peso e altura, através dessas informações era calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada paciente usando a fórmula (peso em quilograma dividido pela altura em metros elevado ao quadrado). Com base nos resultados as pacientes eram classificadas em:

o - magras (IMC menor que 20); o - normais (IMC entre 20 e 24,9);

o - obesas (IMC maior que 30).

As mamografias das pacientes foram feitas em duas incidências a craniocaudal e a média lateral obliqua. Foram registrados dados sobre a força de compressão, a espessura da mama após a compressão, a quilo-voltagem (kV) aplicada, a miliampère-segundos (mAs) aplicada e o tipo de alvo e filtro usado. Um método foi previamente definido para o posicionamento da mama para as duas incidências. A densidade da mama foi classificada em 4 categorias, sendo 1 para as mamas quase que totalmente adiposas e 4 para as mamas muito densas.

Os dados coletados durante a realização das mamografias foram lançados num programa de Base de Dados (Excel, Microsoft, Redmond, WA). A análise estatística foi feita por pacote estatístico para as Ciências Sociais, (PCs /Chicago, IL). Uma correlação padrão foi calculada entre os dados numéricos de categorias de IMC, para cada um dos seguintes parâmetros: compressão média, espessura da mama depois de comprimida, kV, mAs e força de compressão. O borramento geométrico foi determinado para lesões de superfície e no meio da mama para ambas as incidências. A degradação do contraste da imagem causada pelo espalhamento foi calculada pelo método Monte Carlo. A dose glandular média em miligray (mGy) para a exposição foi obtida com base nas tabelas de kV e mAs e as espessuras médias de compressão, supondo uma mama com 50% de tecido adiposo e 50% de tecido fibroglandular e um alvo/filtro molibdênio/molibdênio.

Com os resultados constatou-se que para as mamografias com incidência média lateral oblíqua, a diferença de espessura média das mamas depois de comprimida, entre as mulheres normais e obesas era de 18mm (p < 0,01), o que corresponde a um borramento geométrico de 32% para lesão de superfície e 24% para lesão no meio da mama. Já entre as mulheres magras e obesas, a diferença de espessura média é de 33mm (p < 0,01), que corresponde a um aumento do borramento geométrico de 79% para lesão de superfície e 57% para lesão no meio da mama. Na incidência craniocaudal, a diferença de espessura média das mamas entre as mulheres normais e obesas é de 10mm (p < 0,01), que corresponde a um aumento do borramento geométrico de 19% para lesões de superfície e 14% para lesões do meio da mama. Já entre as mulheres magras e obesas a diferença de espessura média é de 24mm (p< 0,01), que corresponde a um aumento do borramento geométrico de 56%, quando a lesão é de superfície e de 41% quando a lesão está no meio da mama.

O aumento da kV e da mAs estão diretamente correlacionados com o aumento do IMC. Os mAs médios para as mamografias das mulheres obesas eram 47% maiores na incidência média lateral obliqua e 38% maiores na incidência craniocaudal, se comparadas com as mamografias das mulheres normais. Agora comparando com as mulheres magras com as obesas os mAs foram 220% maiores nas incidências médios laterais obliquas e 185% na incidência craniocaudal.

A força de compressão também aumentou com o aumento do IMC. As mulheres obesas toleraram um aumento médio de 20% na força de compressão na incidência media lateral obliqua e 15% na incidência craniocaudal, quando comparada com as mulheres normais.

As densidades das mamas eram inversamente proporcionais ao IMC. As diferenças entre as mulheres normais e as com sobre-peso e entre as normais e as obesas eram significativas (p< 0,05).

Neste estudo foi encontrada uma relação significativa entre o IMC e a espessura da mama depois de comprimida. O aumento de espessura da mama causa degradação da imagem. O borramento geométrico, por exemplo, causa um aumento da penumbra na borda de um objeto projetado na imagem. Com o aumento da penumbra, ocorre uma redução no contraste da imagem, contribuindo assim para dificultar a visualização de massas e de pequenas microcalcificações, justificando por que em mulheres com sobre-peso e obesas os tumores somente são visualizados quando já estão maiores. Para essas mulheres constatou-se nas mamografias um aumento significativo do mAs. Embora o tempo de exposição tenha sido menor que 3 segundos isso teoricamente pôde contribuir para o aparecimento do borramento em função do movimento. Como a exposição mais longa aumenta a dose recebida pelas pacientes, essa dose foi-se estimada com um aumento médio de 136% (72 mGy) nas mulheres obesas quando comparadas com as normais e um aumento de 233% (156mGy) quando comparado com as mulheres magras.

Os técnicos em radiologia não tiveram dificuldades em posicionar as mamas das mulheres de pesos diferentes no mamógarafo. Entretanto, relataram dificuldades em posicionar as mamas de mulheres dos extremos de pesos, isto é, as muito magras e as muito gordas.

Conforme estudo feito por Irita et al (2000), para avaliar o quanto à radiação espalhada interfere também no processamento de imagens mamográficas e prejudica

a detecção computacional de microcalcificações realizada com o sistema de Auxilio Computadorizado ao Diagnóstico (CAD), foi desenvolvido um método que permite acrescentar radiação espalhada a uma imagem mamográfica digitalizada. As informações de tensão (kVp), espessura da mama, mAs, área da mama e fator de grade utilizados para obter as mamografias são conhecidos. Com esses dados calculou-se a radiação espalhada na imagem original, o espalhamento decorrente do defeito Compton adicional, como se a mama tivesse outros valores: maior espessura e utilização de maior valor de kVp. Concluiu-se que o método adotado para realizar a simulação comportou-se como o esperado. O efeito do aumento da kV aplicada e o aumento da espessura da mama são coerentes com o descrito em outros estudos. O aumento do espalhamento não foi influenciado somente pelo valor da tensão, mas também pela quantidade de fótons relacionados com a energia. O aumento da espessura implica no aumento da atenuação da radiação primária e a taxa de espalhamento. Com as imagens acrescidas de espalhamento foi notado que há mudanças na detecção das microcalcificações, ocorrendo uma degradação na imagem devido ao efeito Compton.

Documentos relacionados