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a economia portuguesa no contexto da união europeia

No documento Economia a 11o Ano (páginas 52-66)

12.1 – Noção e formas de integração económica 12.1.1 – Noção de integração económica 12.1.2 – Formas de integração económica

12.2 – O processo de integração na Europa 12.2.1 – Origens da União Europeia 12.2.2 – O Tratado de Roma 12.2.3 – O Acto Único Europeu 12.2.4 – O Tratado de Maastricht

12.3 – Estrutura e funcionamento da União Europeia 12.3.1 – Estrutura da União Europeia

12.3.2 – As políticas da Comunidade Europeia e os fundos comunitários

12.4 – Desafios da União Europeia na actualidade 12.4.1 – Os alargamentos

12.1. a integração económica

12.1.1. noção de integração económica

A integração económica é um fenómeno recente, uma vez que só se começou a falar dela após a segunda Guerra Mundial. A Europa, destruída pela guerra, viu-se obrigada a unir esforços e a estabelecer acordos de cooperação que permitissem o seu mais rápido desenvolvimento, para além do estabelecimento de uma paz duradoura.

Tornou-se, então, necessário acabar com a existência de economias fechadas, pois acreditava-se que a abertu- ra das economias ao comércio externo, a liberalização das trocas comerciais e o alargamento dos mercados contribui- riam para a dinamização das economias e o consequente crescimento económico.

Os defensores da integração económica consideravam como objectivos da criação de zonas de integração económicaos seguintes:

 aumento da eficiência na utilização dos recursos de cada país;  eliminação das restrições à livre circulação dos factores produtivos;

 aumentos de produção devido à divisão do trabalho e à especialização de cada país;  aumento da eficiência resultante do aumento de concorrência dentro dos países;  melhoria no desenvolvimento económico e social de cada país.

Considera-se que existe integração económica, quando dois ou mais países acordam entre si eliminar as barreiras comerciais existentes entre eles. Quer isto dizer, que o processo de integração económica junta mercados que antes se encontravam separados, para constituírem um só mercado de maior dimensão e com características próprias.

12.1.2. Formas de integração económica

Antes de iniciarmos o estudo das formas de integração convém definir alguns conceitos próprios: - países-membros: são os países que constituem a forma de integração:

- países terceiros: são os países que não são membros dessa forma de integração.

- taxas alfandegarias ou aduaneiras: é conjunto de taxas aplicadas à importação de mercadorias - direitos alfandegários ou aduaneiros: é o mesmo que taxas alfandegárias ou aduaneiras.

- pauta aduaneira: é conjunto das taxas aduaneiras aplicadas pelo país aos diversos tipos de mercadorias importadas.

Assim definida, a integração económica pode revestir várias formas, que traduzem diferentes graus de integra- ção: - sistema de preferências aduaneiras;

- zona de comércio livre; - união aduaneira;

- mercado comum;

- união económica;

- Sistema de Preferências Aduaneiras -

O Sistema de Preferências Aduaneiras, é uma forma extremamente simples de integração, visto que os países que a compõem apenas se limitam a concederem, entre si, algumas vantagens aduaneiras.

Assim, por exemplo, podem decidir baixar ou eliminar as taxas aduaneiras relativas a determinado tipo ou tipos de mercadorias que circulem entre esses países.

Constitui um exemplo desta forma de integração os países que integram a Comunidade Britânica.

- Zona de Comércio Livre -

A criação de uma Zona de Comércio Livre consiste num acordo estabelecido entre um conjunto de países, no sentido de eliminarem, entre si, as taxas alfandegárias.

Mas, cada país pertencente à Zona de Comércio Livre pode definir quais os direitos aduaneiros para com os paí- ses não membros. Assim, diz-se cada um dos países da zona de comércio livre tem a sua própria pauta aduaneira.

Vejamos o seguinte exemplo: os países Alfa, Beta e Gama constituíram entre si uma Zona de Comércio Livre. Nes- te caso, quando o país Alfa importa mercadorias do país Beta as mesmas não pagam direitos aduaneiros e nem são impostos limites de quantidades. A situação é idêntica para o país Gama.

Mas o mesmo não acontece quando o país Alfa compra mercadorias a um país não membro da Zona de Comércio Livre, o país Delta. Neste caso, o país Alfa pode estipular uma taxa aduaneira de por exemplo 10% e o país Beta quando importa mercadorias do mesmo país Delta pode definir uma taxa diferente de por exemplo 15%.

Exemplo de uma Zona de Comércio Livre: a Associação Europeia do Comércio Livre (EFTA).

Conclusão: A Zona de Comércio Livre caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias entre os seus países membros e cada um utiliza a sua própria pauta aduaneira.

- União Aduaneira -

Na União Aduaneira são eliminados os direitos aduaneiros que impedem a livre circulação de mercadorias entre os seus países membros. Por outro lado, o conjunto destes países membros decide quais as taxas a aplicarem nas trocas comerciais com países terceiros. Estas taxas são as mesmas para todos os países membros da união aduaneira, ou seja, existe uma pauta aduaneira comum.

Vejamos o exemplo anterior: os países Alfa, Beta e Gama são, agora, membros de uma União Aduaneira e o país Delta é um, país terceiro. Neste caso, quando o país Alfa importa mercadorias do país Beta ou do país Gama não paga direitos aduaneiros. Mas se importar mercadorias do país Delta, país terceiro, tem de pagar uma taxa alfandegária e esta taxa será a mesma se as mercadorias fossem importadas pelo país Beta ou pelo país Gama.

Exemplo de uma União Aduaneira: a Comunidade Económica Europeia (CEE), na sua fase inicial.

Conclusão: A União Aduaneira caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias entre os países membros e que utilizam uma pauta aduaneira comum.

- Mercado Comum -

O Mercado Comum é uma forma de integração mais evoluída, na medida em que não existe apenas a livre cir- culação de mercadorias, mas também a livre circulação de serviços, pessoas e capitais. Esta forma de integração alarga a livre circulação de mercadorias, objectivo da união aduaneira, à circulação de pessoas, capitais e serviços. Também no mercado comum, os países membros utilizam uma pauta aduaneira comum para com países terceiros.

Exemplo de um Mercado Comum: a Comunidade Económica Europeia (CEE), a partir de 1986.

Conclusão: O Mercado Comum caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais e que utilizam uma pauta aduaneira comum, para com países terceiros.

- União Económica -

A União Económica é uma forma de integração superior ao Mercado Comum, pois caracteriza-se pela livre circu- lação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais entre os países membros a pela aplicação de políticas económicas comuns. Relativamente a países terceiros utilizam uma pauta aduaneira comum.

Exemplo de uma União Económica: a União Europeia (UE), a partir do tratado de Maastricht, em 1992.

Conclusão: A União Económica caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais e ainda pela aplicação de políticas económicas comuns. Quanto a países terceiros, utilizam uma pauta aduaneira comum.

- Integração Económica Total -

A Integração Económica Total é a forma mais complexa de integração pois caracteriza-se para alem da livre cir- culação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais entre os países membros, pela aplicação de políticas económicas, monetárias e sociais comuns. Também relativamente a países terceiros utilizam uma pauta aduaneira comum.

Exemplo: a União Europeia (EU) na actualidade encontra-se a percorrer esta forma de integração.

Conclusão: A Integração Económica Total caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais e também pela aplicação de políticas económicas, monetárias e sociais comuns. Quanto a países terceiros, uti- lizam uma pauta aduaneira comum.

FORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONÓMICAS

VANTAGENS PAUTA LIVRE CIRCULAÇÃO POLÍTICAS COMUNS

FORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONÓMICAS

ADUANEIRAS COMUM

BENS PESSOAS ECONÓMICAS SOCIAIS

SISTEMA PREFERÊNCIAS ADUANEIRAS XXXXXX

ZONA DE COMÉRCIO LIVRE XXXXXX

UNIÃO ADUANEIRA XXXXXX XXXXXX

MERCADO COMUM XXXXXX XXXXXX XXXXXX

UNIÃO ECONÓMICA XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX

12.2. o processo de integração europeia

12.2.1. origens

As origens do processo de integração económica na Europa remontam aos anos que se seguem à Segunda Guerra Mundial. Esta guerra que rebentou na Europa, deixou-a completamente destruída. Milhões de europeus morreram, a economia europeia ficou destruída, o mesmo tendo acontecido ao poder e à influência da Europa no mundo.

Os verdadeiros vencedores desta guerra foram os Estados Unidos e a então União Soviética que, cada um deles convencido da sua ideologia, estendiam as suas zonas de influencia a todo o Mundo.

É neste contexto de destruição da Europa e da submissão às duas superpotências que surgem as primeiras de ideias de integração europeia com o objectivo de pôr em comum os destinos dos povos europeus, de forma a ultrapassar os antagonismos nacionais.

Os Estados Unidos propuseram um programa de ajuda à reconstrução europeia e que ficou conhecido pelo Pla- no Marshall. Uma parte substancial do auxílio americano destinou-se a revitalizar as economias destruídas pela guerra, uma vez que se reconhecia que a economia mundial não podia funcionar normalmente sem que a economia europeia fosse restaurada como um todo.

Este plano proporcionou a criação, em 1949, da Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE) com o objectivo de coordenar e distribuir essa ajuda americana. Esta organização elaborou estimativas das necessidades de cada país tendo por base os défices das balanças comerciais e de pagamentos e assim procedeu à atribuição de fundos destinados à recuperação económica de cada país. Mais tarde, em 1961, a OECE transformou-se na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tendo como principal objectivo o apoio a nível das trocas comerciais.

Depois de vários desaires nas iniciativas de integração, sobretudo pelas posições antagónicas da França e da Grã-Bretanha, é assinada, em 1950 em Paris, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).

Esta comunidade traduziu-se na criação de uma espécie de “mercado único” restito ao sector do carvão e do aço, bens de importância fundamental, por constituírem a base da industrialização e do desenvolvimento económico. Além disso, havia a preocupação de evitar que a Europa voltasse a ser palco de conflitos sangrentos e, por isso, era fun- damental envolver a França e a Alemanha na gestão deste sector energético.

Aderiram à Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), seis países, a saber: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo e Itália.

A CECA, para além das vantagens económicas que proporcionou, veio demonstrar que o caminho para a inte- gração económica da Europa era não só viável mas desejável.

Em 1957 o processo de integração deu um passo decisivo, ao ser assinado o tratado de Roma que criou duas novas comunidades: a Comunidade Europeia de Energia Atómica (CEEA), destinada a fomentar a cooperação no desen- volvimento da utilização pacífica de energia nuclear, e a Comunidade Económica Europeia (CEE) com o objectivo de integrar globalmente as economias dos países membros, os seis países que já tinham constituído a CECA.

Estes três tratados, a CECA, a CEEA e a CEE, assinados pelos seis países (Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo e, Itália), deram origem à Comunidade Europeia.

Os primeiros anos da Comunidade Europeia, foram caracterizados por importantes realizações no campo da coopera- ção e da integração e os progressos registados atraíram novos países.

Assim dos seis países iniciais, a Comunidade Europeia alargou-se sucessivamente para nove, em 1973, para dez, em 1981, e para doze, em 1986.

Em 1995, transformou-se em União Europeia e alargou-se a 15 membros. Mas, o maior alargamento da sua história verificou-se com a entrada simultânea de mais dez países da Europa Central e Oriental, passando a 25 membros, em 2004, e a 27 com a prevista adesão da Bulgária e da Roménia em 2007.

AS ETAPAS DA UNIÃO EUROPEIA

Europa DOS 6 EUROPA DOS 9 EUROPA DOS 10 EUROPA DOS 12 EUROPA DOS 15 EUROPA A 25

( 1957 ) ( 1972 ) ( 1981 ) ( 1986 ) ( 1995 ) ( 2004 )

Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha

Bélgica Bélgica Bélgica Bélgica Bélgica Bélgica

França França França França França França

Holanda Holanda Holanda Holanda Holanda Holanda

Itália Itália Itália Itália Itália Itália

Luxemburgo Luxemburgo Luxemburgo Luxemburgo Luxemburgo Luxemburgo

Dinamarca Dinamarca Dinamarca Dinamarca Dinamarca

Irlanda Irlanda Irlanda Irlanda Irlanda

Reino Unido Reino Unido Reino Unido Reino Unido Reino Unido

Grécia Grécia Grécia Grécia

Espanha Espanha Espanha

Portugal Portugal Portugal

Áustria Áustria Finlândia Finlândia Suécia Suécia Polónia Hungria Malta Estónia Letónia Lituânia Rep. Checa Chipre Eslováquia Eslovénia EFTA

FUNDADORES SAÍRAM ACTUAIS

Áustria Dinamarca (73) Islândia Dinamarca Grã-Bretanha (73) Liechtenstein Grã-Bretanha Áustria (86) Noruega

Noruega Portugal (86) Suíça

Portugal Suécia (95) Suíça Finlândia (95) Suécia ADERENTES Finlândia Islândia Liechtenstein

12.2.2. O Tratado de Roma

Como vimos, em 25 de Março de 1957, foi assinado em Roma, o chamado Tratado de Roma, pela Alemanha, Bél- gica, Holanda, Luxemburgo, Itália e França que criou a Comunidade Económica Europeia (CEE).

Este tratado visava fundamentalmente a criação de um mercado comum, através da junção dos vários merca- dos nacionais. Mas, nesta primeira fase, como já vimos, tratou-se de uma união aduaneira.Com efeito, os seis países começaram por gradualmente reduzir e, finalmente, eliminar os direitos alfandegários nas trocas de mercadorias entre si. Em 1968 a união aduaneira tinha sido concretizada. Assim, em Junho desse mesmo ano foram eliminados os direitos alfan- degários à importação de mercadorias entre os países membros e criada uma pauta aduaneira comum nas trocas comer- ciais para com países terceiros.

12.2.3. O Acto Único Europeu

Em Fevereiro de 1985 foi assinado o Acto Único Europeu (assim chamado por reunir num só os três tratados (CECA, CEE e CEEA), alterando e completando o Tratado de Roma.

O seu grande objectivo foi dar um novo impulso à integração europeia, realizando o grande mercado interno de mais de trezentos milhões de pessoas, o mercado único europeu.

Concretizavam-se, assim, as quatro liberdades fundamentais: liberdade de circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais. Tratou-se de uma importante etapa da integração europeia – a criação dum mercado comum. Os grandes objectivos do Acto Único eram os seguintes:

- criação de um mercado interno, onde a circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais seja livre; - adopção de políticas comunitárias comuns;

- reforço da coesão económica e social e redução das desigualdades entre as regiões da Comunidade; - intensificação da cooperação no campo das ciências, tecnologias e ambiente.

Já vimos que um dos objectivos do Acto Único era o reforço da coesão económica e social. Com efeito, é sabido que os níveis de desenvolvimento dos países e das regiões dentro de um mesmo país não são uniformes, verificando-se mesmo enormes desigualdades. Para combater esta situação é que o Acto Único obrigava a Comunidade não só a reali- zar o grande mercado interno, mas também a reforçar a coesão económica e social entre os seus membros, corrigindo as disparidades e eliminando gradualmente as desigualdades de desenvolvimento dentro das regiões.

Foi dentro desta lógica que se procedeu à reforma dos fundos estruturais, sendo as verbas canalizadas para o desenvolvimento regional, para a modernização da agricultura e para a formação profissional.

O direito à formação profissional constitui um dos direitos dos trabalhadores previstos no Acto Único, que preconi- zava ainda a harmonização da legislação sobre higiene e segurança no trabalho.

Mas, só com a igualdade de direitos entre trabalhadores europeus e a concessão aos trabalhadores europeus a exercerem funções fora do seu país dos mesmos direitos atribuídos aos cidadãos nacionais é que se pode falar de livre cir- culação de pessoas no espaço comunitário.

12.2.4. – O Tratado de Maastricht

A 7 de Fevereiro de 1992 foi assinado em Maastricht o Tratado da União Europeia. A assinatura do Tratado de Maastricht (nome pelo qual é mais conhecido) foi o culminar de longas negociações e representa um importante passo na evolução do processo da integração europeia, ao criar uma união cada vez mais estreita entre os povos da Europa, em que as decisões devem ser tomadas ao nível mais próximo dos cidadãos.

Com efeito, a construção europeia deixa de ser uma construção principalmente económica para se tornar tam- bém uma construção política com preocupações sociais.

Assim sendo, o Tratado de Maastricht centra-se fundamentalmente em dois objectivos: a criação de uma União Política e a criação de uma União Económica e Monetária.

- União Política –

O Tratado da União Europeia fundou uma verdadeira União Política, que promove o reforço da democracia e do Estado de direito, bem como o respeito pelos Direitos Humanos e pelas liberdades fundamentais.

Nesse sentido, a União Política estabelece os seguintes objectivos: a criação de uma política externa e de segu- rança comum, a instauração de uma cidadania europeia e a construção de uma Europa social.

- uma política externa e de segurança comum: cabe à Comunidade Europeia a definição de uma política comum nas relações externas e de segurança e por outro lado, também é a Comunidade Europeia que decide as acções comuns a executar sempre que os Estados Membros tenham interesses comuns.

A ideia de uma política externa e de segurança comum assenta na vontade de transformar a União Europeia numa potência homogénea, isto é, capaz de responder a questões de defesa e segurança externas, a uma só voz.

- a instauração da cidadania europeia: o tratado de Maastricht marca um forte progresso ao fazer referência aos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, instaurando assim a cidadania europeia. Não se pretende acabar com o conceito de nacionalidade, mas sim, de alargar esse conceito ao de cidadania europeia.

De facto, considera-se cidadão europeu toda a pessoa que tenha a nacionalidade de um dos Estados-membros da União Europeia. Assim, para além do conjunto de direitos e deveres de que gozamos enquanto cidadãos de um país membro da União europeia, ainda usufruímos de um conjunto de direitos e deveres como cidadãos europeus. De facto, para além dos direitos que goza enquanto cidadão português, francês, ou alemão, o cidadão europeu goza ainda de um conjunto de direitos ligados à sua qualidade de cidadão da União Europeia.

- a construção de uma Europa social: no sentido de melhorar as condições de vida e de trabalho das pessoas e dos trabalhadores, prevê-se no tratado de Maastricht que sejam tomadas decisões conjuntas em matérias como: a segu- rança e a protecção social dos trabalhadores; a igualdade de direitos entre homens e mulheres no acesso ao mercado de trabalho; a protecção social no desemprego e as condições de trabalho.

- União Económica e Monetária –

A criação de uma União Económica e Monetária constitui uma das etapas mais elaboradas de todo o processo de integração europeu.

O Acto Único que institui o Mercado Único caminha no sentido da eliminação de todas as fronteiras, de forma a circularem livremente no espaço comunitário, as mercadorias, os serviços, as pessoas e os capitais, estabelecendo assim uma união ao nível económico.

No entanto, era necessário derrubar outro obstáculo que agora se colocava à livre circulação, as diferentes moedas dos países-membros. Neste sentido estabeleceu-se como meta a alcançar, a prazo, o estabelecimento de uma união monetária e a adopção de uma moeda única em todo espaço comunitário.

Com a assinatura do Tratado de Maastricht foram definidas as fases para a construção da União Económica e Monetária, de forma a obrigar os Estados-membros a adoptarem uma política monetária única, com vista à adopção de uma moeda única. Desta forma estabeleceram-se três fases para a construção duma União Económica e Monetária:

A primeira fase, decorreu entre 1990 e 1994. Caracteriza-se esta fase pela adopção de leis e de reformas tenden- tes à livre circulação de capitais.

A segunda fase, decorreu entre os anos de 1994 e 1988. Foi criado nesta fase o Instituto Monetário Europeu, que virá a transformar-se no Banco Central Europeu. Nos finais desta fase ficaram definidos os critérios de convergência neces- sários para os países poderem aderir à moeda única.

A terceira fase, foi iniciada em 1 de Janeiro de 1999. Marca a entrada em funcionamento da União Económica e Monetária. São fixadas as taxas de conversão das moedas nacionais dos países-membros relativamente à moeda única. As moedas nacionais são substituídas pelo EURO.

Para participarem na União Económica e Monetária, os países tiveram de cumprir um determinado número de

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