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A eficácia e os desafios dos mecanismos de combate e erradicação do trabalho

3. OS MECANISMOS DE COMBATE AO TRABALHO EM CONDIÇÕES

3.2 A eficácia e os desafios dos mecanismos de combate e erradicação do trabalho

A última “Lista de Transparência sobre Trabalho Escravo Contemporâneo”, divulgada no final de 2015, contém cerca de 340 (trezentos e quarenta) nomes de empregadores que foram flagrados e julgados administrativamente por acometerem seus trabalhadores a situações equiparadas ao trabalho escravo103.

No Nordeste, dos nove estados da região, sete se encontram na lista, o Maranhão com 20 (vinte) empregadores cadastrados é o estado com maior índice de trabalho análogo ao de escravo no Nordeste, seguido pelo Ceará com 8 (oito) infratores, Bahia com 4 (quatro), Alagoas e Pernambuco com 3 (três) casos, Piauí com 2 (dois) e, por fim, o estado da Paraíba com 1 (um) registro. Do total de casos, cerca

_A_experi%C3%AAncia_brasileira_no_combate_ao_trabalho_escravo_contempor%C3%A2neo_- _.pdf>. Acesso em: 24/11/2015.

102Câmara dos Deputados. Projeto de lei e Outras Proposições. Disponível em:

<http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=36162>. Acesso em 09/01/2016.

103Ministério do Trabalho e Emprego. Lista de Transparência sobre Trabalho Escravo

Contemporâneo 2015. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/wp- <content/uploads/2016/02/listadetransparencia_fevereiro2016.pdf>. Acesso em: 09/01/2016.

de 515 (quinhentos e quinze) trabalhadores estavam envolvidos nos registros do Nordeste, e na sua maioria, trabalhavam em fazendas e no setor da construção civil104. A Lei de Acesso à Informação, desta vez, foi quem possibilitou a divulgação destes dados, conforme discorre Leonardo Sakomoto:

As informações foram compiladas pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social a pedido da Repórter Brasil e do Instituto do Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) uma vez que uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 2014, segue em vigor, impedindo que o governo federal divulgue uma atualização do cadastro de empregadores flagrados com mão de obra escrava, a chamada “lista suja'',

que esteve público entre 2003 e 2014105.

A liminar foi concedida pelo Ministro Ricardo Lewandowisk e determinou a suspensão da Portaria Interministerial MTE/SDH nº 2, de 12 de maio de 2011 e da Portaria MTE nº 540, de 19 de outubro de 2004, que regulamentam a divulgação da “Lista Suja” até o julgamento final da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5209, interposta pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), com fundamento de que o cadastro seria inconstitucional, haja vista que os empregadores com nome na lista são submetidos a situações vexatórias e restritivas de direitos, por uma conduta que não é regulamenta por leis e sim por portarias interministeriais, como acontece com a ‘Lista Suja”, dentre outros argumentos106.

A suspensão da “Lista Suja” constitui um retrocesso para os órgãos de combate e fiscalização contra o trabalho em condições análogas ao de escravo. A lista, inclusive, foi reconhecida internacionalmente por sua eficácia e funcionalidade e sem a divulgação dos nomes dos infratores, as centenas de trabalhadores do Brasil e como consequência do Nordeste, tem um mecanismo a menos e as denúncias, que são constantes na região, não poderão contar com a transparência que era possibilitada com a lista.

104Ministério do Trabalho e Emprego. Lista de Transparência sobre Trabalho Escravo

Contemporâneo 2015. Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/wp- content/uploads/2016/02/listadetransparencia_fevereiro2016.pdf>. Acesso em: 09/01/2016

105SAKOMOTO, Leonardo. “Nova “Lista de Transparência” traz 340 nomes flagrados por trabalho

escravo”. Blog do Sakomoto. Disponível em:

<http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/02/05/nova-lista-de-transparencia-traz-340- nomes-flagrados-por-trabalho-escravo/>. Acesso em: 05/02/2016.

106STF – Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade: ADI 5209 DF. Relator (a)

Ministra Carmen Lúcia. Disponível em:<http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25352684/medida-

Por conseguinte, os Grupos Especiais de Fiscalização Móvel que resgataram 936 (novecentos e trinta e seis) trabalhadores em 125 (cento e vinte e cinco) operações em 2015, em conjunto com as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs), realizam com frequência ações nos estados da região Nordeste107, entretanto, a dimensão geografia da região e a falta de informação dos trabalhadores dificultam o trabalho dos grupos,

Em Pernambuco, por exemplo, as ações do GEFM são implementadas principalmente no polo têxtil do estado, que abrange as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, onde os chamados fabricos, utilizam mão de obra para confecção de roupas, muitas vezes, sem a observância da legislação trabalhista108, e na zona da mata do estado, onde se encontram as usinas e os engenhos de cana de açúcar do estado.

No ano de 2013, cerca 214 (duzentos e quatorze) trabalhadores foram encontrados no Engenho Bom Destino na cidade de Palmares/PE, em condições degradantes, sem acesso a água potável, alimentação adequada e equipamentos de proteção, em decorrência das operações realizadas pelo GEFM109.

No estado de Alagoas, por sua vez, motivados pelas operações do GEFM e por denúncias, existem oito inquéritos que investigam a ocorrência do crime tipificado no art. 149 do CP, os trabalhadores envolvidos no estado, em sua maioria, foram encontrados em usinas e mineradoras. Segundo André Costa, Delegado Superintendente da Justiça Federal de Alagoas, no estado “[...] são comuns locais com estrutura degradante, ausência de condições sanitárias, não fornecimento de alimento, sequer água, e também a privação de um lugar de descanso. Muitas vezes o trabalhador não tem nem onde dormir110”.

107Governo Brasileiro. Portal Brasil. Governo resgatou 936 pessoas do trabalho escravo em 2015.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/12/governo-resgatou-936-pessoas-

de-trabalho-escravo-em-2015>. Acesso em: 04/02/2016.

108SINAIT, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais. Pólo de confecções do Agreste de Pernambuco

é alvo de fiscalizações. Disponível em: <https://www.sinait.org.br/hotsite/noticia.php?id=7056>. Acesso em: 04/02/2016.

109BATISTA, Fabiana. MPT denuncia usinas de Pernambuco por trabalho escravo. Valor

Econômico, São Paulo, 14 out de 2013. Disponível em: <http://www.valor.com.br/agro/3304154/mpt- denuncia-usinas-de-pernambuco-por-trabalho-escravo>. Acesso em: 09/01/2016.

110BASTOS, Larissa. BARROS, Jobison. Polícia Federal investiga oito casos de trabalho escravo

em Alagoas. GAZETA WEB, Maceió, 27 jan. 2016. Disponível em: <http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia.php?c=3106>. Acesso em: 06/02/2016.

Ademais, a partir dos dados captados com todas as operações realizadas pelo GEFM em 2015, foi possível constatar que os trabalhadores encontrados eram, em grande parte, de outras regiões e estados.

[...] 74% das vítimas não vivem no município em que nasceram, e que 40% trabalham fora do Estado de origem. Em 2015, a maioria das vítimas é da Bahia, com 140 resgates, o que corresponde a 20,41% do total. Do Maranhão, foram localizadas 131 vítimas, ou 19,10%, e de Minas Gerais, 77

resgates, respondendo por 11,22% do total111.

Isto significa dizer, que o Nordeste é o principal alvo dos “gatos” para aliciar centenas de trabalhadores todos os anos. Neste sentido, a atividade do programa “Marco Zero” que possibilita a intermediação de mão de obra rural visando coibir a ação dos aliciadores na região, principalmente nos estados do Maranhão e Piauí, é de fundamental importância para mudar os números apresentados pelo MTE, haja vista a vulnerabilidade dos trabalhadores nesses estados.

Por meio do programa “Marco Zero” os trabalhadores são acompanhados em todos os momentos da contratação pelo empregador, com o intuito de garantir e estabelecer os direitos do contratado, a fim de evitar as ações dos “gatos”, que são atraídos para as cidades mais pobres e sem estrutura da região, onde os trabalhadores não veem outra opção, e se distanciam da sua família esperando proporcionar e melhorar a sua qualidade de vida.

Segundo Isaura Moreira, coordenadora da intermediação de mão de obra:

[...]quando o programa começou, a intenção era garantir os direitos trabalhistas dos trabalhadores rurais, mas o perfil do programa foi ampliado. Agora, nosso público-alvo também é o trabalhador da construção civil, que

tem sofrido com o assédio de aliciadores112.

Desta forma, os trabalhadores dos estados onde o programa atua, estão sendo salvaguardados por mais um mecanismo de combate ao trabalho realizado em condições análogas a de escravo.

Por seu turno, o Governo do Estado da Bahia, que também sofre com altos índices de trabalhadores aliciados, criou a Comissão Estadual para Erradicação do

111Governo Brasileiro. Portal Brasil. Governo resgatou 936 pessoas do trabalho escravo em 2015.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/12/governo-resgatou-936-pessoas-

de-trabalho-escravo-em-2015>. Acesso em: 04/02/2016.

112Governo do Estado do Maranhão. Dia de combate ao trabalho escravo é lembrado em Bacabal,

30 de jan de 2013. Disponível em: <http://www2.ma.gov.br/index.php/tag/governo-do-

Trabalho Escravo – COETRAE, que inspirada pela Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, estabeleceu o Plano Estadual de Combate ao Trabalho Escravo, com o objetivo de criar uma política pública estadual de combate ao crime, por meio de ações efetivas de prevenção, repressão, atendimento e atenção às vítimas113.

No que diz respeito a Comissão da Pastoral da Terra, no ano de 2013 dados sobre a sua atuação foram levantados e a CPT, como os outros mecanismos, tem demonstrado papel fundamental na erradicação do trabalho escravo no Nordeste. Os dados demonstram que 42 (quarenta e dois) casos foram identificados pela CPT na região, com 603 (seiscentos e três) trabalhadores envolvidos e 330 (trezentos e trinta) resgatados.

Outrossim, a campanha da CPT “De olho aberto para não virar escravo”, que atingiu os estados da região, foi de fundamental importância, uma vez que os trabalhadores passaram a conhecer os seus direitos, através da conscientização implementada pela campanha, por meio de cursos e seminários, além do mais, a campanha inspirou os estados da região na criação de cartilhas e na comunicação com os trabalhadores sobre os direitos previstos na legislação brasileira e sobre o crime de aliciamento e o crime de redução à condição análoga à de escravo114.

Todos os mecanismos de combate e erradicação ao trabalho em condições análogas a de escravo tem se mostrado eficazes na região Nordeste, entretanto, como exemplo da ADI nº 5209 que proibiu liminarmente a divulgação da “Lista Suja”, existem outras dificuldades para total eficácia das ações propostas pelos agentes de combate e erradicação.

O Projeto de Lei 3.842/12, do ex-deputado Moreira Mendes prevê a mudança da redação do art. 149 do CP, com a retirada das expressões “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” da definição do crime. O relator do projeto, argumenta que a Emenda Constitucional nº 81/2014, que determina a expropriação de terra ou o confisco das propriedades que forem flagradas utilizando o trabalho

113Governo da Bahia. Plano Estadual de Combate ao Trabalho Escravo. Disponível em:

<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0a hUKEwj_xKSe-ffKAhXFG5AKHYqdD-

IQFggcMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.reporterbrasil.org.br%2Fdocumentos%2Fplanos%2FBahia.d oc&usg=AFQjCNGJ972G4CkSU4QpY9e1BWXXn4Wfuw&bvm=bv.114195076,d.Y2I>. Acesso em: 06/02/2016.

114OIT, Trabalho escravo no Brasil do séc. XXI. Disponível em:

<http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/forced_labour/pub/trabalho_escravo_no_brasil_do_ %20seculo_%20xxi_315.pdf. Acesso em: 06/02/2016.>

análogo ao de escravo, pode ocasionar desapropriações injustas se as expressões não forem retiradas do conceito legal do crime115.

Desta forma, se a mudança ocorrer, a caracterização do crime será mais difícil e milhares de empregadores que expõem seus empregados a jornadas exaustivas e condições degradantes ficaram impunes, mesmo que haja o desrespeito dos direitos mínimos inerentes a todos os cidadãos.

O Governo brasileiro dispõe de mecanismos eficientes na guerra contra o trabalho escravo, entretanto, é preciso um maior emprenho de todos os envolvidos nessa batalha. A legislação brasileira não pode retroceder, os direitos humanos precisam ser respeitados, os trabalhadores da região Nordeste e de todo país precisam ser protegidos e a população precisa conhecer o problema, que infelizmente, mesmo com novas características, esteve sempre presente nas raízes do Brasil.

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115Câmara dos Deputados. Comissão aprova projeto que muda definição de trabalho escravo no

Código Penal. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS- HUMANOS/486200-COMISSAO-APROVA-PROJETO-QUE-MUDA-DEFINICAO-DE-TRABALHO- ESCRAVO-NO-CODIGO-PENAL.html>. Acesso em: 06/02/2016.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As disposições normativas do Brasil, que são precedidas por princípios, visam antes de mais nada, preservar o ser humano, de modo a garantir sua dignidade, liberdade, além de promover a igualdade entre todas as pessoas. Embora a perceptível evolução, em especial, da legislação trabalhista, com princípios que regem a relação contratual, o trabalho escravo persiste em meio ao sistema capitalista, que submete milhares de trabalhadores a situações humilhantes em nome do lucro.

É possível perceber que a abolição da escravatura, ocorreu parcialmente, haja vista que os trabalhadores realizam atividades que se esquiparam as obrigações dos escravos do período colonial. A única diferença, encontra-se no poder de propriedade que os fazendeiros, donos de confecções têxteis e encarregados da construção civil, por exemplo, não podem exercer sobre seus trabalhadores como antes.

Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, é crime segundo artigo 149 do Código Penal do Brasil, entretanto, são mínimos os casos onde o artigo mencionado é aplicado, uma vez que a dificuldade em encontrar os verdadeiros responsáveis que submetem seus trabalhadores às condições elencadas no tipo penal é enorme.

Ao longo da pesquisa, foi possível concluir que o trabalhador que se submete a jornadas exaustivas de trabalho, que realiza o trabalho forçado e/ou trabalho degradante é o objeto de proteção do art. do CP, logo, a saúde, o bem estar, a vida, a liberdade, segurança e integridade física do trabalhador são os bens juridicamente protegidos.

É possível perceber ainda, o avanço das políticas públicas do Brasil em coibir a pratica escravocrata moderna, com planos, pactos e ratificações de recomendações internacionais, como as convenções de nº 29 e 105 da Organização Internacional do Trabalho, que versam sobre a eliminação de todas as formas de trabalho escravo existentes.

Depreende-se que o os órgãos de combate ao trabalho escravo internacionais, pressionam o Brasil e sempre fiscalização a atuação no país em relação ao assunto, haja vista que quando houve o reconhecimento de trabalho escravo no ano de 1995, o Brasil liderava o ranking de países escravocratas.

Deste modo, o Brasil por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, com as suas subdivisões que tratam sobre a erradicação do trabalho em condições análogas à de escravo, tem tomado medidas fundamentais ao longo dos últimos anos para erradicar e fiscalizar as propriedade e estabelecimentos que são alvos de denúncias. A atuação do GEFM, por exemplo, apresenta dados que reforçam o combate ao problema, e o Cadastro de Empregadores Infratores, conhecido como “lista suja” é considerado elemento essencial na tentativa de prevenir a sujeição dos trabalhadores a condições aviltantes.

No Nordeste do Brasil, as maiorias das políticas públicas são voltadas para prevenir o aliciamento dos trabalhadores por meio dos “gatos” que fazem falsas promessas para o trabalhador e sua família, garantindo uma qualidade de vida melhor, em outro estado ou região, mas, no entanto, visam apenas a exploração da mão de obra do indivíduo aliciado de maneira exaustiva. Outro problema consiste na falta de informações dos trabalhadores em relação aso seus diretos como trabalhador, mas, sobretudo, como ser humano. Neste sentido, a atuação da CPT e da ONG Repórter Brasil, com a divulgação de cartilhas, por exemplo, é importantíssima.

A dimensão geográfica do Brasil, é outro ponto negativo, haja vista que as dimensões continentais do país favorecem a atividade exploradora. Pois, o governo brasileiro, mesmo com os consideráveis avanços, não possui equipes em números suficientes para a fiscalização e o combate que é necessário, de acordo com as inúmeras denúncias recebidas pelos órgãos competentes.

Conclui-se com o estudo, que o problema da equiparação de trabalhadores a condições análogas á de escravos do período colonial, é intrínseco a realidade social que o Brasil proporciona para os seus milhões de cidadãos. Haja vista que os trabalhadores saem em busca de uma vida nova por não terem como sustentar as suas famílias no locam onde vivem, por não terem condições financeiras de proporcionar uma educação digna e mínima aos seus filhos e por verem suas famílias passarem fome.

A falta de amparo estatal é o ponto desencadeador do problema, uma vez que região a Nordeste, já fora considerada por muitos anos a região com maior índice de pobreza no pais. As políticas estatais de combate ao problema, só terão plena eficácia quando for percebido que a economia e estrutura do Brasil, é construída, principalmente, nas costas de pessoas que tem sua dignidade e liberdade suprimidas ao serem expostas ao trabalho escravo moderno, ou seja, é necessário “concertar” os

problemas pendentes com a população nordestina, para, só assim, obter a eficácia das políticas que visam erradicar o trabalho realizado em condições análogas à escravidão de forma plena na região.

Além do mais, os avanços legislativos que ocorreram ao longo dos últimos anos, precisam ser preservados e colocados em prática, os interesses políticos por trás do problema, não podem retroceder a legislação, que caminha em passos lentos para combater o trabalho análogo ao de escravo, mas que possui pequenos avanços que dão esperança para os trabalhadores Nordestinos que sofrem com a prática.

REFERÊNCIAS

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