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CAPITULO 3- Metodologia de investigação

1. Opção metodológica: estudo de caso

3.2. A Escola

História

A Escola Moranguinhos é atualmente uma escola de 2º e 3º ciclo e secundária. Teve a sua origem no inicio de 1958, sendo publicada no decreto nº 41744 de 19 de julho de 1958 (apesar da criação da Escola já estar prevista no Decreto-Lei nº 36409 de 11 de janeiro de 1947), com a designação de Escola Industrial. No ano de 1971 iniciou-se a transferência para o atual edifício, sendo em primeiro lugar transferida a secção de Mecânica e, posteriormente, os outros setores.

Em 1977/78 a Escola Industrial transforma-se em Escola Secundária nº1 e, a partir de 2 de abril de 1987, com a portaria nº 261/87, passou a ter a denominação do seu

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

105 patrono. No ano letivo 1983/84 a escola alarga-se em termos pedagógicos e, em 84/85, surge o primeiro Curso Técnico de Instalações Elétricas, seguindo-se cursos de Informática, Assistente de Gestão, Eletrónica e Contabilidade.

Em 2014 a Escola Secundária junta-se a 2 Escolas Básicas (EB1 e pré-escolar), constituindo o Agrupamento de Escolas Moranguinhos, passando a usufruir de uma oferta formativa diversificada desde a Educação Pré-Escolar, ensino profissionalizante, ensino regular, até aos cursos para adultos, assim se mantendo até hoje. Assim sendo, a oferta é basicamente nas áreas das Ciências da Vida, da Informática, da Eletrotecnia e da Eletrónica, da Mecatrónica, das Artes, dos Audiovisuais e do Comércio e Serviços, em resultado da formação dos docentes e do investimento realizado pela Escola Secundária, sempre com a missão de dar resposta às solicitações de formação por parte da comunidade. A Escola teve sempre como finalidade dar resposta às carências de formação das pessoas quer dentro da escolaridade obrigatória, quer na idade adulta através dos cursos de Educação e Formação de Adultos e dos Cursos do Ensino Recorrente por Módulos Capitalizáveis. Recentemente embrenhou-se na formação de indivíduos estrangeiros, ao nível da língua portuguesa, colaborando desta forma para a sua integração na comunidade.

No que concerne à rede escolar da zona objeto de estudo, verifica-se a existência de 41 estabelecimentos de educação quer públicos quer privados. Com a reorganização da rede escolar, foram constituídos três Agrupamentos de Escolas, cujas sedes são as Escolas Secundárias.

Nível socioeconómico

Em termos da população ativa do meio onde se encontra inserida, 60,8% está empregada na área da indústria e comércio; a taxa de desemprego na cidade é geralmente inferior à nacional. Por outro lado, é de salientar que em consequência das condições atrativas que a cidade tem, verificam-se muitos movimentos pendulares, deslocando-se de outros municípios pessoas que possuem aqui os seus empregos e desfrutam dos serviços e comércio, aumentando assim diariamente a sua população. De acordo com os dados que nos foram fornecidos pela Diretora do Agrupamento, verifica-se que a taxa de desemprego do pai se situa nos 10% e da mãe nos 22%.

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106 Breve caracterização dos alunos

O agrupamento recebe discentes dos concelhos vizinhos, sendo frequentada no ano letivo 2015/2016 por 1166 alunos (633 - 54,3% alunos do sexo masculino e 533 - 45,7% alunos do sexo feminino), distribuídos da seguinte forma: 5 turmas do pré-escolar; 13 turmas do 1º Ciclo; 6 turmas do 2º Ciclo; 7 turmas do 3º Ciclo; 22 turmas do Secundário (16 turmas de cursos profissionais e 6 turmas dos cursos científico- humanísticos) e 1 turma do Ensino Recorrente.

No que diz respeito aos escalões de ação social escolar, cerca de metade dos alunos da Escola são apoiados por estas medidas constituíndo um indicador através do qual se pode avaliar a sua origem socioeconómica podendo evidenciar uma população escolar com algumas carências materiais. Com efeito, no ano letivo de 2015/16 foram apoiados 255 alunos (22%) com escalão A e 318 alunos (27%) com escalão B.

De acordo com o Projeto Educativo de 28/10/2015, as taxas de aprovação de 2012/13 eram para o 7º ano, 8º ano e 9º ano de 70,97%, 76,67% e 89,89%, respetivamente. Os dados fornecidos pela Diretora, para o ano letivo de 2015/16, revelam que houve uma melhoria significativa neste indicador, uma vez que a taxa de aprovação se situou para o 7º ano, 8º ano e 9º ano em 91%, 98% e 94,5%, respetivamente. Assim, concluímos que o insucesso escolar para o 3º ciclo se situa em média, em 5,5%. Ainda de acordo com o Projeto Educativo de 28/10/2015, retirámos a informação de que as repetências para o ano letivo de 2012/13 apresentaram valores elevados, nomeadamente para o 3º ciclo onde mais de 50% dos alunos patentearam pelo menos uma retenção.

Pessoal docente

O Agrupamento ostenta um quadro docente relativamente estável a exercer funções com cerca de 130docentes, maioritariamente do sexo feminino e pertencente ao quadro de agrupamento ou quadro de zona pedagógica, nos últimos anos.

Pessoal não docente

De acordo com o Projeto Educativo de 28/10/2015, o pessoal não docente do Agrupamento de Escolas Moranguinhos, conta com 34 assistentes operacionais e 8 assistentes técnicos (42 elementos), maioritariamente do sexo feminino e com contrato de trabalho por tempo indeterminado e 1 técnico superior (psicóloga). Também possui 7 assistentes operacionais com vínculo à Câmara Municipal.

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107 As instalações

A Escola Moranguinhos não possui uma arquitetura recente, apresentando instalações já com muitos anos de uso, encontrando-se repartida da seguinte forma:

 um bloco central constituído por cinco pisos: cave (com poucas salas de aula e o arquivo morto); rés do chão (onde funciona a secretaria, PBX, Direção, gabinete do Serviço de Psicologia e Orientação, sala da rádio, gabinetes dos diretores de turma, salas de informática, sala de convívio para pessoal não docente, reprografia e papelaria); 1º andar (existe a sala dos professores e várias salas de aula); 2º andar (existem várias salas de aula e a sala do GIP- Gabinete de Intervenção Prioritária); 3º andar (2 salas de aula de reduzida dimensão);

 um bloco constituído pelo ginásio e cantina;  um bloco onde funcionam as oficinas;

 um bloco onde funcionam a biblioteca e o auditório;  um bloco onde funcionam o bar e sala de convívio;  1 campo de jogos ao ar livre;

 a sede da associação de estudantes;

 várias zonas ao ar livre que circundam os vários blocos servindo para lazer.

No Plano de Melhorias da escola realizado em fevereiro do corrente ano, foram reconhecidos vários problemas na escola, mas, neste ponto do nosso trabalho, cabe realçar um que achamos importante ao nível das instalações. O Projeto Educativo da Escola salienta como uma fraqueza no ambiente interno desta, “Níveis alarmantes de degradação dos espaços físicos na escola sede, nomeadamente o ginásio, as salas de artes e as oficinas; Necessidade de requalificação dos laboratórios de Física, Química e Biologia; Espaços pouco humanizados”.

Foram desenvolvidas ações de melhoria pela Escola com os objetivos de a) “Melhorar as infraestruturas do pavilhão desportivo e do bloco das oficinas da escola sede.” b) “Diligenciar no sentido de alertar a tutela para a premência de uma intervenção nas instalações na escola sede.” a serem iniciadas em março e concluídas em dezembro de 2016.

Também no Relatório de Autoavaliação de janeiro de 2016, foram identificadas algumas mudanças sentidas ao nível do agrupamento, a saber: "Maior ação no arranjo de jardins e espaços envolventes dos edifícios; Colocação de bancos nos espaços exteriores e hall de entrada para uso dos alunos.”

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108 Gabinete de Educação para a Cidadania (GEC)

O GEC é uma estrutura intermédia de coordenação educativa e supervisão pedagógica, constituído por serviços de psicologia e orientação; um elemento do grupo de recrutamento da educação especial; pelo coordenador da equipa de Promoção e Educação para a Saúde (PES); por titulares de turma do 1.º CEB e diretores de turma do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico e secundário; pelo coordenador do Gabinete de Intervenção Prioritária (GIP) e por professores tutores da equipa de tutorias. O GEC prossegue um conjunto de objetivos (constantes no ponto 5 do artigo 35.º do EAEE) dos quais passamos a mencionar alguns considerados relevantes para o nosso estudo: “colaborar junto da direção na sinalização de alunos tidos como alvo de intervenção prioritária; colaborar proativamente com a Direção, com as demais estruturas intermédias de coordenação pedagógica e com as instituições locais nos processos de alunos sinalizados; promover o envolvimento da Associação de Pais, da Associação de Estudantes e da Assembleia de Delegados de Turma, nas ações a desenvolver”.

Gabinete de Intervenção Prioritária (GIP)

O GIP é uma estrutura intermédia de coordenação educativa e supervisão pedagógica, constituído por um coordenador designado pelo diretor; uma bolsa de professores com componente não letiva; uma comissão restrita de professores do GIP a designar pelo diretor, de entre a bolsa de professores referidos anteriormente e uma equipa de vigilância, com voluntários. O GIP visa a atuação imediata na gestão de conflitos envolvendo alunos.

O Projeto Educativo da Escola

O PE foi concebido, tal como referimos anteriormente, com uma dimensão orientadora da prática educativa e sustentado num contexto de identidade e de autonomia, com vista a criar condições para melhorar o processo de ensino aprendizagem.

Neste sentido, a Escola Moranguinhos para proceder à identificação dos seus problemas, construiu uma matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,

Threats), na relação escola/comunidade, apresentando, no ambiente interno, as forças e

as fraquezas e, no ambiente externo, as oportunidades e as ameaças (mencionadas no PE de 28 de outubro de 2015). Assim, identificou no seu PE vários problemas a resolver, onde passamos a descrever apenas alguns relacionados com a vida escolar dos alunos, nomeadamente:

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109 1. Resultados escolares dos alunos;

2. Baixas expetativas escolares de um grande número de alunos;

3. Aumento do número de participações de ocorrências disciplinares, dentro e fora da sala de aula;

4. Insuficiente envolvimento dos pais e E. E. no projeto educativo da escola;

5. Inexistência de programas de melhoria que consolidem um planeamento estratégico sustentado;

6. Recursos escassos ao nível da oferta de um plano de transição para a vida ativa.

Tendo em consideração os problemas diagnosticados, quer no PE de outubro de 2015 quer no Relatório de Autoavalaição de janeiro de 2016, e o contexto socioeconómico no qual a Escola Moranguinhos se encontra inserida, foram nomeadas um conjunto de linhas diretoras para a prossecução de um percurso sólido visando a qualidade do Agrupamento9, e que passamos a citar algumas que achamos mais relevantes para o nosso estudo:

“1- Melhorar os Processos relativos à estratégia e organização; 2- Envolver a Comunidade Educativa na vida da escola;

3- Fomentar a cultura de formação contínua com vista à melhoria de desempenhos; 4- Avaliar o impacto da formação nos dois anos seguintes à sua conclusão;

5- Melhorar os resultados dos alunos;

6- Promover Supervisão Pedagógica, a articulação inter e intra departamental e a colaboração entre todos;

7- Promover o desenvolvimento simbiótico de parcerias; 8- Melhorar as infraestruturas da escola.”

No documento Bullying em contexto escolar: estudo de caso (páginas 118-123)