• Nenhum resultado encontrado

Os alunos participantes

No documento Bullying em contexto escolar: estudo de caso (páginas 123-129)

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

1. Opção metodológica: estudo de caso

3.3. Os alunos participantes

A população escolar objeto de estudo corresponde a alunos do 3º ciclo, repartidos por 2 turmas do 7º ano, 3 turmas do 8º ano e 2 turmas do 9º ano, perfazendo uma totalidade de 148 alunos. No entanto, apenas 127 alunos foram alvo da aplicação do questionário, e os restantes não o preencheram por razões várias, designadamente: por terem anulado a matricula, por terem faltado desde o início do ano, por terem faltado

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

110 nesse dia e, por fim, pelo facto do E.E. não ter autorizado a realização do questionário. Dois alunos submeteram o questionário sem realizar qualquer resposta, revelando falta de envolvimento no seu preenchimento, pelo que decidimos não validar e retirar esses dois questionários da análise em estudo. Posto isto, a nossa amostra passou a ser de 125 alunos, conforme se demonstra na tabela abaixo:

Tabela nº 16- Distribuição da população escolar do 3º ciclo

Anos de escolaridade Alunos

Inquiridos Total M F N % N % N % 7º 43 33 76,7 19 57,6 14 42,4 8º 65 56 86,2 36 64,3 20 35,7 9º 40 36 90,0 16 44,4 20 55,6 Total 148 125 84,5 71 56,8 54 43,2

Na tabela apresentada, constata-se que a amostra de alunos inquiridos atinge 84,5% do total de alunos que frequentam o 3º ciclo. No que concerne ao género, verificamos que os rapazes têm maior peso, pois 56,8% são do sexo masculino e 43,2% são do sexo feminino. Por anos de escolaridade, mantem-se a predominância dos rapazes nos 7º e 8º anos, sendo neste último bastante acentuada (64,3%). Apenas no 9º ano é maior o peso das raparigas, com 55,6%.

Verifica-se também nesta escola, tal como aludimos na revisão da literatura realizada sobre Portugal e outros países, que é intensificada a diferença de género no que se descreve em relação ao envolvimento em conflitos, resultando comportamentos de indisciplina e de violência, sendo estes mais constantes nos rapazes, e o seu maior número nas turmas patenteia, à partida, como um fator de risco, (Olweus, 2005; Amado, 1998; Carvalhosa, Lima & Matos, 2001; Fante, 2005; entre outros).

Segundo a idade, a população inquirida situa-se entre os 12 e os 17 anos, estando a sua grande maioria, no grupo dos que têm 13 anos (29,60%); seguindo-se os alunos com 14 anos (20%); os alunos com 15 anos (17,6%); os alunos com 12 anos (16,8%); os alunos com 16 anos (10,4%) e, em último, temos apenas 3 alunos com 17 anos (2,4%). 4 alunos não responderam.

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

111 Gráfico nº 32- Distribuição da população escolar do 3º ciclo, por idade

Tabela nº 17- Distribuição dos alunos por idades e ano de escolaridade

Anos de escolaridade 12 13 14 15 16 17 N/R N % N % N % N % N % N % N % 7º 21 63,6 8 24,2 3 9,1 0 0 0 0 0 0 1 3,0 8º 0 0 29 51,8 15 26,8 8 14,3 2 3,6 0 0 2 3,6 9º 0 0 0 0 7 19,4 14 38,9 11 30,6 3 8,3 1 2,8 Total 21 63,6 37 76,0 25 55,3 32 65,7 13 34,2 3 8,3 4 9,4

De acordo com a Tabela nº 17, podemos observar que o 7º ano é composto na sua maioria por alunos com doze anos de idade (63,6%) e apenas 33,3% são alunos com 13 e 14 anos de idade. No 8º ano a generalidade dos alunos possui treze anos de idade (51,8%); os restantes alunos possuem idades entre os catorze e os dezasseis anos, tendo pouca expressão esta última idade. Por último, no 9º ano verificamos a predominância dos alunos com 15 e 16 anos de idade (38,9% e 30,6%, respetivamente) enquanto 8,3% dos alunos tem 17 anos de idade.

De salientar que a média de idades no 7º ano é de 12,5 anos aproximadamente e a moda é de 12 anos; no 8º ano a média é de 13,7 anos aproximadamente e a moda é de

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

112 13 anos; por último, no 9º ano a média é de 15,3 anos aproximadamente e a moda é de 15 anos. Assim, podemos concluir que a idade dos alunos está adequada aos anos que frequentam, excetuando o 9º ano (ano terminal do 3º ciclo).

Correlacionando a idade com o género, podemos observar na Tabela nº18 que os alunos do género masculino assumem maior relevo em todas as idades com exceção na idade dos 15 anos onde o género feminino tem maior predominância.

Tabela nº 18- Distribuição dos alunos por idade e género

Género 12 13 14 15 16 17 N/R N % N % N % N % N % N % N % Feminino 7 33,3 17 46,0 9 36,0 13 59,1 6 46,1 1 33,3 1 25,0 Masculino 14 66,7 20 54,0 16 64,0 9 40,9 7 53,9 2 66,7 3 75,0 Total 21 100 37 100 25 100 22 100 13 100 3 100 4 100

No que diz respeito aos E.E podemos constatar que 94,4% alunos responderam que o E.E. é o pai/mãe, 3,20% responderam que era outro familiar, 0,08% responderam outra situação mas não concretizou qual era, e, por último, simplesmente não responderam 1,6% alunos.

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

113 Gráfico nº 33- Tipo de Encarregado de Educação

Relativamente às pessoas com quem os alunos vivem, e tendo em consideração a importância da família no desenvolvimento psicossocial e na socialização das crianças e, concludentemente, no seu equilíbrio socio afetivo (Olweus, 2005; Lopes Neto, 2005; Amado & Freire, s.d.), procurámos saber como eram compostos os agregados familiares dos alunos do 3º Ciclo, que frequentavam a Escola Moranguinhos.

Podemos observar no Gráfico nº 34 que o agregado familiar da maioria dos alunos é constituído pela mãe, pai e irmão(s) (41,60%) - a designada “família nuclear”. De seguida encontramos 20% dos alunos que vivem com a mãe e irmão e 16% com a mãe e o pai. 8% dos inquiridos assinalaram a categoria “outra”, mencionando que para além de viverem com os pais ou a mãe, também viviam com os avós; 1 resposta mencionou que vivia só com os avós e outra com os tios e primo. Dos restantes, 6,4% vivem só com a mãe, 4% vivem com o pai e irmão e, por fim, 4% dos alunos não responderam à questão: ou porque não souberam (ou não quiseram) fornecer informações sobre o seu agregado familiar, pelo que foram incluídos na categoria designada por “N/R”. A resposta vive “só com o pai” não foi assinalada por nenhum inquirido.

CAPITULO 3- Metodologia de investigação

114 Gráfico nº 34- Constituição do agregado familiar dos alunos

No que respeita às habilitações académicas dos pais/mães dos alunos, segundo os dados apurados junto da Direção da escola10 a sua distribuição processa-se da seguinte forma:

Gráfico nº 35- Distribuição das habilitações escolares dos pais dos alunos do 1º, 2º e 3º ciclo

Assim, de acordo com o Gráfico nº 35, constatamos que as habilitações escolares dos pais dos alunos do ensino básico da Escola Moranguinhos se distribuem de forma muito equitativa entre os três ciclos, sendo que predomina o 3º ciclo com 20% e, logo de seguida, o 2º e 1º ciclos com 18% e 17%, respetivamente. De notar que não existem pais com o nível de ensino secundário ou superior, segundo as informações que a Direção da escola nos prestou. Podemos sintetizar algumas ilações importantes: a grande maioria dos alunos vive integrada em famílias que podem ser consideradas tradicionais (ou seja, a família nuclear - seja com ou sem irmãos); e as habilitações escolares dos encarregados de educação dos alunos do agrupamento não são elevadas.

10 Existe uma questão sobre as habilitações académicas dos pais/mães e/ou E.E. dos alunos, mas esta não pôde ser tratada devido a um problema na “configuração” do questionário on- line.

CAPÍTULO 4 – Bullying entre alunos do 3º Ciclo da Escola Moranguinhos: análise e discussão dos

No documento Bullying em contexto escolar: estudo de caso (páginas 123-129)