4.1 OPERAÇÕES
4.1.3 A estrutura da rede de colaboração entre pesquisadores e instituições
Na Figura 3, buscou-se ilustrar a rede de colaboração entre os pesquisadores que publicaram sobre o tema serviços nos três periódicos de operações. Nela, são identificados com cores distintas, os diferentes componentes encontrados no período entre 1995 e 2008, ou seja, as diversas sub-redes que são totalmente interconectadas. O componente principal desta rede está representado pela cor rosa e ele indica a maior sub-rede totalmente interconectada, em que não existem laços externos à ela. Devido à importância identificada, ela será representada em uma nova figura (Figura 4)
Figura 3 : Estrutura da rede de colaboração entre pesquisadores sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Fonte: resultados da pesquisa. Nota: as cores dos nós indicam os componentes que fazem parte de toda a rede.
A Tabela 9 apresenta as estatísticas descritivas das estruturas de relacionamentos entre os autores e a sua evolução nos períodos analisados. Pode-se perceber que a rede da área de operações possui 30 autores isolados (ou seja, 5,18% do total de autores) e ela é composta por 159 componentes, sendo o maior deles com 90 autores (Figura 4). O segundo e o terceiro maiores componentes têm, respectivamente, 11 e 8 pesquisadores. Com relação ao componente principal, pode-se afirmar que ele é composto por apenas 15,54% do total de autores, fato que permite a afirmação de que se trata de uma rede fragmentada.
Tabela 9: Estatística descritiva da rede de colaboração das publicações sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Período 1 Período 2 Período 3 Total
1995-1998 1999-2003 2004-2008 1995-2008
Artigos 48 113 168 329
Autores 94 218 333 579
Autorias 101 263 396 760
Laços 140 426 618 1154
Média de Laços por Autor 1,489 1,954 1,861 2
Densidade 1,60% 0,90% 0,56% 0,35%
Autores Isolados 8 16 14 30
Número de Componentes 34 64 102 159
Tamanho do Componente Principal 4 17 26 90
Tamanho do 2° Maior Componente 3 13 9 11
Tamanho do 3° Maior Componente 2 8 8 8
Fonte: resultados da pesquisa.
Analisando a evolução dos dados entre os períodos, é possível perceber ainda que a rede cresceu ao longo dos três períodos, pois houve um maior número de pesquisadores que participaram dela, com conseqüente queda da densidade. Além disso, com relação ao período 1, pode-se afirmar que a rede é composta por 8,51% de autores isolados e 4,26% pertencendo ao componente principal. Já a rede do período 2 é composta por 7,34% de autores isolados e 7,80% pertencendo ao componente principal. E, por fim, o período 3 é composto por 4,20% de autores isolados e 7,81% pertencendo ao componente principal. Os dados (a diminuição dos valores relativos que se referem aos autores isolados e o crescimento do percentual de autores que fazem parte do componente principal) indicam, portanto que houve, ao longo dos períodos, uma diminuição na fragmentação da rede de co-autorias, e um crescimento, portanto, na estrutura de colaboração.
Ainda que tenha havido um crescimento na estrutura de colaboração, a rede apresenta-se fragmentada ao longo dos períodos, fato que pode ser percebido pelo baixo nível de densidade (1,60%; 0,90% e; 0,56%) e pelo alto número de componentes (34, 64 e; 102), nos três períodos, respectivamente.
Figura 4 : Componente principal de pesquisadores sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Fonte: resultados da pesquisa. Nota: o tamanho do círculo representa a centralidade de grau dos autores.
Na Tabela 10 são apresentados os 23 pesquisadores que possuem melhor centralidade de grau e de intermediação, com os seus respectivos países. Conforme explorado no capítulo dedicado à Análise de Redes Sociais, a medida de centralidade de grau evidencia a capacidade de pesquisadores em ter relações em determinada rede, enquanto a de intermediação, a capacidade que eles possuem em intermediar relações. A intermediação pode ser ainda indicador de poder, indicando autores que podem controlar o fluxo de diferentes informações entre diferentes pesquisadores, o que atribui certo tipo de controle.
Tabela 10: Autores mais centrais na publicação sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Pesquisador País Centralidade de Grau Pesquisador País Centralidade de Intermediação
Verma, Rohit EUA 10 Roth, Aleda EUA 2.190
Chase, Richard EUA 9 Chase, Richard EUA 1.944
Johnston, Robert RU 8 Boyer, Kenneth EUA 1.560
Bowen, David EUA 8 Froehle, Craig EUA 1.154
Goodale, John EUA 8 Calantone, Roger EUA 988
Boyer, Kenneth EUA 8 Dasu, Sriram EUA 720
Youngdahl, William EUA 7 Rao, Jay EUA 648
Froehle, Craig EUA 7 Apte, Uday EUA 592
Rabinovich, Elliot EUA 7 Bowen, David EUA 551
Apte, Uday EUA 7 Verma, Rohit EUA 549
Metters, Richard EUA 7 Johnston, Robert RU 427
Hill, Arthur EUA 6 Vickery, Shawnee EUA 422
Collier, David EUA 6 Voss, Christopher RU 358
Nie, Winter EUA 6 Jayaram, Jayanth EUA 340
Seshadri, Sridhar EUA 6 Nie, Winter EUA 310
Roth, Aleda EUA 6 Sampson, Scott EUA 288
Sampson, Scott EUA 6 Youngdahl, William EUA 266
Tsikriktsis, Nikos RU 6 Soteriou, Andreas GRE 261
Dasu, Sriram EUA 6 Narasimhan, Ram EUA 258
Cheng, T HK 6 Goodale, John EUA 207
Vickery, Shawnee EUA 6 Young, Scott EUA 203
Voss, Christopher RU 6 Menor, Larry CAN 187
Field, Joy EUA 6 Frohlich, Markham EUA 175
Fonte: resultados da pesquisa.
Com base na Tabela 10 foi possível a identificação pesquisadores Rohit Verma e Richard B. Chase como mais centrais em termos de laços em toda a rede do período. As medidas de centralidade de grau destes autores foram iguais a 10 e 9, indicando que eles tiveram laços com 10 e 9 colaboradores diretos, respectivamente. Com relação à capacidade de ligar outros pesquisadores que não se conectam diretamente, a autora Aleda V. Roth possui posição de destaque. Vale ressaltar a predominância de pesquisadores norte-americanos como mais centrais.
Com relação à rede de instituições e com referência na Tabela 11, é possível perceber as instituições que apresentaram maior centralidade de grau e intermediação nas autorias sobre serviços dos principais periódicos de operações. A Michigan State University possui a melhor centralidade de grau, com 16 laços na
rede, enquanto a Cornell University apresentou a melhor centralidade de intermediação. A Figura 5 apresentará o componente principal da rede de colaboração de instituições.
Tabela 11: Instituições mais centrais na publicação sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Instituição Centralidade de Grau Instituição Centralidade de Intermediação
Michigan State University 16 Cornell University 1.849
DePaul University 13 Michigan State University 1.727
Ohio State University 13 DePaul University 1.697
University of Minnesota 13 University of Southern California 1.636
University of Cincinnati 10 McGill University 1.466
University of Utah 10 Ohio State University 1.329
University of Southern California 9 University of Minnesota 1.159
Colorado State University 9 University of Cincinnati 1.090
University of London 9 Clemson University 1.076
Cornell University 8 University of Texas Austin 981
University of Western Ontario 8 University of Utah 935
Emory University 8 University of London 926
Columbia University 7 Naval Postgraduate School 922
Clemson University 7 University of Western Ontario 878
Thunderbird School of Global
Management 7 University of Oregon 828
Ball State University 7 Columbia University 738
New York University 7 Indiana University 646
University of South Carolina 6 Warwick University 624
Indiana University 6 University of Florida 620
Southern Methodist University 6 Kansas State University 620
Fonte: resultados da pesquisa
Finalmente, a Figura 5 ilustra o componente principal da rede de instituições da área de operações e ele representa a maior rede interconectada, composta por 130 instituições, o que representa 45,6% do total das instituições que compôs a base de dados de operações.
Figura 5 : Componente principal de instituições que publicaram sobre o tema serviços nos periódicos de operações
Fonte: resultados da pesquisa. Nota: o tamanho do círculo representa a centralidade de grau das instituições.