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A Gestão Escolar Democrática e a Melhoria da qualidade da Educação e o Ensino

No documento Luis Gonzaga Neto - Tese FORMATADA (páginas 65-85)

CAPÍTULO 3 GESTÃO ESCOLAR

3.2 A Gestão Escolar Democrática e a Melhoria da qualidade da Educação e o Ensino

Os afazeres do gestor escolar são muitos e complexos, as vezes, alguns até assumem sala de aula na ausência inesperada de um dos docentes, outras vezes, chegam até a intervir diretamente junto aos pais de estudantes, que de alguma forma estão sendo omissos com formação escolar, social e da personalidade do filho/filha, mas, entre estes e outros afazeres que lhe competem, está a responsabilidade de conhecer profundamente os documentos oficiais que trazem em seu bojo as diretrizes norteadoras, tanto interligados ao sistema de ensino (a nível nacional e local), como as diretrizes norteadoras diretivas para a práxis pedagógica cotidiana.

O mesmo deve ser também conhecedor da luta social que se alonga por anos e anos por equidade social e por melhor qualidade da educação e de ensino, assim, terão respaldo teórico para avaliar, juntamente com os demais colaboradores, toda e quaisquer propostas de políticas públicas educacionais oriunda de qualquer esfera governamental.

Por exemplo, o gestor deve ter ciência de que o PNE (Plano Nacional de Educação), um dos documentos oficiais que regulariza a educação a nível nacional, por exemplo, surgiu de uma demanda constitucional, documento oficial esse, que atualmente representa a política pública de educação do Estado, que possui sua abrangência superior a qualquer governo, consolidando-se a partir da aprovação da Lei Nº 10.172 de janeiro de 2001. O PNE tem como um dos objetivos principais assegurar a continuidade das políticas públicas educacionais dando um caráter plurianual, fato este que não assegura sua eficácia, pois para tanto é preciso existir um grau de compromisso do gesto escolar, da sociedade e do próprio governo para que de fato tais políticas sejam asseguradas e eficazes, além disso:

“Este Plano define as diretrizes para a gestão e o financiamento da educação, as diretrizes e metas para cada nível e metas de ensino e as diretrizes e metas para a formação e valorização do magistério e demais profissionais da educação, nos próximos dez anos. Tem como objetivos principais: a) a elevação global do nível de escolaridade da população; b) a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; c) a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública; d) democratização da

gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (OEI MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE BRASIL, 2015).”

Ou seja, este é um documento oficial que, de certa forma, diretriza todas as áreas da educação, assim como as ações e funções dos evolvidos no processo educativo como profissionais, governos, colaboradores e os representantes da sociedade e, entre os profissionais da educação, o gestor é um dos que mais está envolvido direto e indiretamente com a melhoria do ensino e da educação, pois compete a ele, gerir de forma clara e democrática todo o processo administrativo e pedagógico dentro da instituição onde “ele” atual como líder.

Desta feita, fica evidente que a melhoria da qualidade do ensino e da educação não é uma responsabilidade única e exclusiva dos governantes e dos doentes, pois os projetos educacionais governamentais, as diretrizes e orientações advindas do Estado por meio dos documentos oficiais, como por exemplo, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – OCN’s, entre outros e, no caso do Estado de Pernambuco há a Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino de Pernambuco – BCC.

Estes são alguns documentos que norteiam a prática de ensino no Brasil, uns a nível nacional e outros a nível local, porém todos desenvolvidos a partir da Constituição Federal Brasileira e da LDBN e é, justamente com base na na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9.394/96), que a gestão da escola pública passa a ser norteada por princípios democráticos, respeitando a especificidade de cada organização de ensino, assim como também, a historicidade e identidades da sociedade local, garantindo a participação desta na elaboração dos projetos políticos pedagógicos da escola (PPP’s) e dos conselhos de escola. Vale ressaltar que os princípios democráticos contribuirão para propiciar a emancipação e libertação dos sujeitos. Nesta ótica Ferreira e Aguiar (2001, p. 309):

“A gestão da educação acontece e se desenvolve em todos os âmbitos da escola, inclusive e fundamentalmente, na sala de aula, onde se objetiva o projeto político-pedagógico não só como desenvolvimento do planejado, mas como fonte privilegiada de novos subsídios para novas tomadas de decisões para o estabelecimento de novas políticas. […] A razão de ser da gestão da educação consiste, portanto, na garantia de qualidade do processo de formação humana – expresso no projeto político-pedagógico – que possibilitará ao educando crescer e, através dos conteúdos do ensino que são conteúdos de vida, hominizar-se, isto é, tornar-se mais humano.”

Ou seja, é por meio da gestão da escola que todo e qualquer trabalho docente pode ou não ser viabilizado, qualitativo no sentido de formar cidadãos para a equidade social. Neste sentido, é importante que se tenha a concepção do espaço educativo como sendo um local de convivência para o trabalho de práticas coletivas e a construção de conhecimento, deste modo potencializa-se a formação do ser humano em sua totalidade e plenitude, e não como um sujeito fragmentado e dividido, por isso, é preciso provocar as condições necessárias para efetivação do processo de cidadania dentro da organização escolar. É nessa linha de pensamento que Bordignon e Gracindo desenvolvem a ideia de que:

“A educação escolar realiza sua finalidade tanto na dimensão individual, no espaço das consciências humanas, quanto na dimensão social, pois vive e se realiza no espaço coletivo, na relação com o outro, em um tempo e espaço determinados. Assim, a escola tem sua finalidade definida na filosofia da educação, que concebe o ser humano em suas dimensões individual e social, e na sociologia, situando-a no tempo e espaço social. Os fins da educação situam a finalidade da escola no desenvolver o ser autônomo e livre, mas que se realiza pelo fazer ao relacionar-se com os outros, na construção de uma nova sociedade. Assim, a finalidade da escola, nos regimes democráticos, se fundamenta na concepção de homem histórico, autônomo e livre, vivendo solidariamente entre iguais num espaço e tempo determinados (Bordignon e Gracindo, 2006, p. 154.).”

Logo, a partir das colocações dos autores acima citados, entende-se que a escola é um espaço de vivencia, de trocas, de experiências e de construções que também perpassam pelas nuanças da gestão da escola. Hoje em dia, a organização escolar absorve um novo perfil, não apenas inspirado nos princípios científicos da administração, mas com uma concepção de gestão comprometida com os ideais de um conjunto de atores de caráter totalmente democrático.

Com este princípio a gestão escolar, em seu conjunto de ações visa promover a organização, a mobilização e a articulação de todos os participantes do processo com o compromisso de promover e desenvolver os projetos socioeducativos com o foco de orientar a efetiva aprendizagem. Neste contexto a escola passa a ser visualizada como uma organização detentora de autonomia, com identidade e cultura própria, capaz de interagir com as solicitações locais e os contextos sociais.

“Na busca de uma compreensão de racionalidade administrativa a partir da ação comunicativa, espera-se desenvolver uma espécie de descolonização da administração, porque sua proposição não se constitui na aplicabilidade de técnicas, métodos e procedimentos, geralmente advindos da administração empresarial. Para nós, a identidade epistemológica de um profissional da educação, seja ele professor, diretor, supervisor, coordenador, reside na sua prática pedagógica. Por isso, o objeto central da administração escolar está

sendo compreendida como a prática administrativa interessada e preocupada com o seu fazer pedagógico (Medeiros, 2007, p. 208).”

O novo desafio da gestão escolar pública é construir de maneira sólida mecanismos de participação, entre os gestores e os demais atores que desenvolve o cotidiano escolar para a consolidação da gestão democrática. Com este entendimento, é necessário que a gestão escolar assuma uma postura de administração, tendo como princípio a emancipação humana, rompendo com as amarras da burocracia imposta pela administração capitalista que influenciou a gestão pública.

Em geral, as escolas possuem uma gestão burocráticas e formais, tendo como fundamentação, as técnicas de administração como referência a organização de empresas privadas e capitalistas. Este caminho tem sido um grande problema enfrentado pelas escolas brasileiras, deixando o cotidiano das instituições precário, dificultando a emancipação dos sujeitos que fazem parte do contexto escolar.

Os gestores educacionais que estão dentro do processo da gestão escolar, possuem um grande desafio de se relacionar com o pedagógico dentro de suas ações cotidianas, como algo natural do processo de gerir as instituições de ensino. É preciso romper com o passado e a irracionalidade que perpetua nas práticas administrativas em um grande número das escolas públicas brasileiras, diante da burocracia. É preciso desenvolver uma gestão democrática na construção coletiva de projeto pedagógico.

“Um processo de gestão que construa coletivamente um projeto pedagógico de trabalho tem já, na sua raiz, a potência da transformação. Por isso é necessário que atuemos na escola com maior competência, para que o ensino realmente se faça e que a aprendizagem se realize, para que as convicções se construam no diálogo e no respeito e as práticas se efetivem, coletivamente, no companheirismo e na solidariedade. Falo de um ensino que é uma prática social, não só porque se concretiza na interação professor/aluno/a, mas também porque estes sujeitos refletem, constituem e constroem a cultura e contextos sociais a que pertencem. Falo de uma aprendizagem dos conteúdos da vida que abrangem os conceitos científicos da cultura erudita e os conteúdos éticos de convivência social. Este rigor é o maior humanismo que se pode exigir de todos os profissionais da educação, a fim de que os alunos e alunas, homens e mulheres, profissionais intelectualmente, ajustados emocionalmente, capazes tecnicamente e ricos de caráter – grifos da autora (Ferreira, 2006, p. 113).”

Dentro das práticas de gestão, em particular as ações que buscam compreender as relações do administrativo com o pedagógico não constitui tarefa fácil de desenvolver. A parte administrativa está literalmente ligada a parte burocrática do processo de gestão e a parte pedagógica estão ligada as ações que envolvem o processo de ensino e aprendizagem, e essa sensibilidade reducionista não contribuem para o diálogo que precisa ser trabalhado e desenvolvido dentro do interior das instituições de ensino

público, e precisa ser superada pela intersubjetividade entre os atores envolvidos que constituem o fazer administrativo e pedagógico dentro do âmbito escolar, na busca audaciosa de efetivar o projeto político pedagógico.

Na verdade, as organizações escolares como as empresariais são constituídas por um conjunto de indivíduos que estabelecem entre si relações recíprocas, e todas elas atuam em um ambiente dinâmico e se utilizam de recursos disponíveis com o objetivo de atingir o resultado comum a todos. Dentro deste sistema organizacional, existe o processo de liderança, bem como o processo de gestão que surge como ferramenta indispensável para a melhoria da gestão escolar.

Dessa forma, os lideres escolares devem desenvolver seu trabalho dentro de um princípio ético e moral, ou seja, com o foco no bem universal. Liderar escolas, tal como qualquer organização, requer dos diretores um discernimento a flor da pele, muita coragem e capacidade para construir relacionamentos e uma nova cultura que possibilite trilhar caminhos mais seguros aos resultados almejados. Vale lembrar que os diretores escolares terão que provocar melhorias e prestar contas que vai muito mais além do um simples resultado financeiro operacional.

“Na verdade, se a gestão da escola se limitasse à mera aplicação de leis ou gestão administrativa financeira, haveria boas razões para a gestão se autonomizar da docência como carreira específica. Mas o objeto central da atividade gestionária da escola continua a ser a ação pedagógica, pelo que, na administração escolar, os critérios de natureza pedagógica devem sobrepor-se aos de natureza administrativa. Assim, a jurisdicionalização e a gestão financeira na escola também carecem do enquadramento da pedagogia, sob pena de descaracterização da escola. Por isso, não vemos hoje ganhos substantivos para a qualidade da educação em contexto escolar com a criação de uma carreira autónoma de gestor escolar (Machado, 2003, p.62).”

Entre os conceitos administrativos e pedagógicos, precisamos nos aprofundar no processo teórico e prático na tentativa de pensar e repensar as concepções de administração e do pedagógico em beneficio a uma gestão escolar democrática. E aos profissionais da educação, principalmente ao gestor escolar, o que pensar sobre a qualidade do ensino brasileiro que atualmente apresenta índices críticos. Esses índices da qualidade do ensino brasileiro podem estar ligados a não unificação do administrativo com o pedagógico?

A gestão democrática, ao lado da descentralização é uma das marcas importante dos processos de gestão estabelecidos pela Constituição de 1988. Esses conceitos são marcas objetivadas desde os macroprocessos de gestão dos sistemas educacionais até a ponta dos sistemas das unidades escolares.

O cenário de uma gestão escolar, só pode ser definida ou qualificada como democrática, desde que os processos desenvolvidos e praticados pelos gestores escolares respeitem a vontade e o interesse da coletividade, tendo as características participativas e flexíveis. É evidente que uma gestão democrática privilegia a construção de um trabalho coletivo, com o consenso de tomada de decisão e a abertura para discussão e resolução de divergências entre os atores, implicando em responsabilidades a todos os envolvidos nas diversas políticas, entretanto, ainda persiste uma velha e conhecida ideia sobre as atribuições do gestor que, de certa forma, inibe a compreensão dos sujeitos envolvidos na práxis administrativa sobre os preceitos, os, meios e os fins da gestão democrática, isso porque, de acordo com as colocações de Theobald et. al. (2009, p. 149).

“Os resultados do sucesso escolar ainda são considerados responsabilidade da direção escolar, e da equipe que nela atua. A responsabilidade maior está concentrada na autoridade do diretor escolar, já que a organização formal da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), mantém o “caráter hierárquico da distribuição da autoridade” (Paro, 1997), apesar da democratização sugerida que orienta a formulação do projeto político pedagógico.”

Ou seja, na concepção dos autores, a gestão democrática ainda caminha a passos lentos em direção da democratização, pois ele ainda não é de fato tão autônoma como deveria ser, isso porque quando há erros e acertos no que diz respeito as tomadas de decisões, a responsabilidade é dada quase que exclusivamente ao gestor. A gestão escolar democrática deve abrir espaço também para as críticas positivas e negativas, não só sobre o gestor, mas também sobre todos os colaboradores, uma vez que todos participaram do processo de decisão, de escolar e de ajustes.

Assim, gestão escolar deixa de ser um modelo estático, e trabalha para iniciar e concluir um processo de estruturação com o objetivo de buscar um modelo autônomo, descentralizado, dinâmico e democrático de gestão. Neste contexto é importante ressaltar a importância da escola no enfrentamento de questões culturais, econômicas, políticas e sociais, através de um debate educacional organizado pela sociedade civil, educadores e gestores escolares.

Não se pode esquecer que, a gestão escolar democrática é fruto das mudanças sócio-histórica-política que vem ocorrendo nas últimas décadas no contexto brasileiro por meio e influência lógica mercantil, pois é essa lógica que orienta as ações do Estado em todas as áreas sociais e, em particular, na educação e, por conta dessas mudanças relacionadas ao setor mercantil mundial, houve, e ainda está havendo modificações nas legislações educacionais brasileira.

Theobald (et. al, 2009) diz que:

“A História da educação brasileira vem se processando através de décadas marcadas por políticas educacionais extremamente centralizadoras e autoritárias. Apesar de todo o caminho percorrido e dos avanços dos sistemas educacionais, muitas escolas não acompanharam as transformações que a sociedade vem experimentando. No entanto, nem sempre mudar a concepção de escola é fácil e rápido, mas é necessário e urgente. Portanto, cabe à escola tornar-se um dos agentes de mudança social econstituir-se um espaço democrático, garantindo ao educando o direito de usufruir da construção do seu conhecimento, oferecendo aos seus professores educação continuada no sentido de se sentirem comprometidos com a qualidade da educação (p. 83).”

Ou seja, por mais que seja presada, obrigatória e necessária o exercício da gestão escolar democrática, para que possa haver de fato transformações, tanto no seio escolar como na sociedade civil, ainda existem espaços educacionais onde são prevalecidas as ordens e os quereres do gestor, pois como explicou Theobald (et. al) o processo de mudança é lento e algumas instituições têm dificuldades em avançar em direção a novos paradigmas e concepções, isso porque, ainda está muito presente e forte a cultura histórica do autoritarismo no país.

No entanto, é dever da escola garantir aos estudantes, familiares e a sociedade de modo geral uma educação e um ensino de qualidade e, nesta tarefa deverão estar incumbidos todos os sujeitos que compõem a comunidade escolar para que, isto porque:

“A gestão democrática pode melhorar e é especifico da escola, isto é, o seu ensino. A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus atores; proporcionará um contato permanente entre professores e alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em conseqüência aproximará também as necessidades dos alunos dos conteúdos ensinados pelos professores (Gadotti, 1977, p. 38, apud. Theobald, et. al, 2009, p. 83).”

É a ação gestora que envereda a escola e seus adjacentes para o caminho da mudança, do novo e do necessário ajuste nas práticas educativas e sociais, é nesse sentido que Gadotti chama a atenção para a importância da gestão democrática, uma vez que é ela, assim como o próprio docente, um dos principais responsáveis pelo bom ou mau andamento das questões ligadas ao fazer pedagógico e a formação cidadão dos estudantes.

E de acordo comTheobald (et. al. 2009) a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei 9394/96) define nos artigos 12 e 14 que é da:

“Incumbência dos estabelecimentos de ensino, dentre elas elaborar e executar sua proposta pedagógica. O artigo 14 trata da gestão democrática do ensino público na educação básica, incluindo a participação de profissionais da educação na elaboração do projeto

pedagógico da escola e das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (p. 85).”

É nesse sentido que se diz que a escola é autônoma, pois mesmo havendo inúmeros documentos oficiais que direcionam o gestor e o docente em suas práticas diária, estes têm o direito, juntamente com os demais que fazem parte desse contexto e com os seguimentos sociais, o dever e a liberdade para elaborar e executar o Projeto Político Pedagógico, pois o mesmo deve estar em consonância com a realidade socioeconômica da sociedade onde a escola se encontra inserida.

Por isso, os autores (op. cit. p. 88) acreditam que:

“A gestão escolar, numa perspectiva democrática, tem características e exigências próprias. Para efetivá-la, deve observar procedimentos que promovam o envolvimento, o comprometimento e as participações das pessoas. Isso porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes (Luck, 1996).”

Atualmente não é cabível mais as ações, o autoritarismo e a prepotência do gestor que tenha a velha e ultrapassa concepção de que ele só é o responsável pelo funcionamento da escola e do andamento das questões inerentes a ela, sem levar em conta as características da localidade, dos sujeitos e do contexto sócio-histórico-cultural contemporâneos, que querendo ou não influenciam o setor educacional e a escola propriamente dita, logo, à gestão só é democrática quando “promovam o envolvimento, o comprometimento e as participações das pessoas”.

Gewirtz e Ball, (2011, p.198) distinguindo o discurso sobre a gestão escolar “bem- estar social” e o discurso sobre a gestão escolar “gerencialismo” explicam que:

“O Bem-Estar Social (welfarism) denota mais que um regime de controle interno ou uma forma organizacional específica. Ele também envolve um estilo de direção (ou forma de gerenciar) e crenças particulares sobre os fins e propósitos da liderança; ou seja, ambos, método e conteúdo [...]. O arquétipo do diretor do modelo de Bem-Estar Social opera de acordo

No documento Luis Gonzaga Neto - Tese FORMATADA (páginas 65-85)