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Formação Discursiva – (FD): PROGEPE e a aplicabilidade dos conceitos de Gestão,

No documento Luis Gonzaga Neto - Tese FORMATADA (páginas 100-104)

CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.6 Formação Discursiva – (FD): PROGEPE e a aplicabilidade dos conceitos de Gestão,

Na FD voltada para a aplicabilidade dos conceitos de Gestão e os valores agregados aos Gestores, existiu um aspecto quase que unanime entre as respostas dos Gestores. Foi possível observar que este aspecto rege as atitudes, tomadas de decisão e desenvolvimento dos projetos, assume o papel de “fôlego” para que se haja resultados positivos. Vejamos a seguir:

FD: O PROGEPE e a aplicabilidade dos conceitos de Gestão, valores agregados aos Gestores

G1

O mais importante para mim foi a motivação, pois o gestor assume o papel de motivador ao lidar com planejamento, com a execução, com o feedback da comunidade. A partir dela (motivação) é que coloquei em prática todo o meu conhecimento e visão estratégica, relativos à minha função.

G2

De uma maneira ideal, seria a motivação, porém não é o que acontece. Hoje existe uma cobrança para se alcançar metas, mas para isso o Gestor precisa de algo que o motive, mas diversos fatores como excesso de trabalho; jornada de trabalho; renumeração, não contribuem para tal.

G3

É necessário um gestor participativo, um gestor facilitador, isso porque tem coisas no PROGEPE que na realidade é outra. O Gestor tem que tá envolvendo, tem que tá motivando, a empolgação da equipe, o Gestor tem que tá munido disso aí.

G4

O Gestor precisa ser uma pessoa que motive, e ser transparente no sentido de coerência. Ser uma pessoa aberta a ouvir mas também à dizer. Ter lisura.

G5

A gente tem que trabalhar com legalidade, moralidade, no sentido de transparência, e imparcialidade. Às vezes ser imparcial é mais complexo pois trabalhamos com pessoas e temos as nossas relações interpessoais.

G6

A compreensão do conhecimento das leis, a aplicabilidade das mesmas. O PROGEPE facilitou o conhecimento através da troca de experiências e também não é só através da experiência que se sabe, o conhecimento é fundamental.

O termo motivação(do Latimmovere, mover) refere-se empsicologia, emetologiae em outrasciências humanasà condição doorganismoque influencia adireção(orientação para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva àação. Reis Neto e Marques (2004) entendem que “a motivação é vista como uma força propulsora, cujas origens se encontram na maior parte do tempo escondidas no interior do indivíduo”.

Sendo a motivação, o foco das respostas do G1, G2, G3 e G4, observamos que os gestores dependem dela para “mover-se”. No exposto do G1, ele é bem claro quando diz: “A partir dela (motivação) é que coloquei em prática todo o meu conhecimento e visão estratégica, relativos à minha função”, atrelando à motivação como um impulso

para execução do seu trabalho. Em um trecho de sua fala o G2 coloca que “o Gestor precisa de algo que o motive”, e coloca isso em relação ao seu desempenho e resultado para o alcance de suas metas e objetivos. Na visão do G3, o gestor precisa ser o objeto motivador, ou seja, essa ferramenta precisa fazer parte do seu perfil, para que os que trabalham com ele, desempenhem suas funções de maneira satisfatória. A ótica do G4, é a mesma do G3, é possível observar isso em parte de sua fala: “O Gestor precisa ser uma pessoa que motive”.

Indo de encontro, em partes, à algumas colocações dos Gestores, diversos autores, afirmam que a maneira pela a qual a motivação se processa no indivíduo, se dá por meio de um processo interno, mas que pode sofrer influência de fatores externos. Para Araújo (2006), “ninguém motiva ninguém”, mas ele acha que os gestores devem “proporcionar condições que satisfaçam ao mesmo tempo necessidades, objetivos e perspectivas das pessoas e da organização”.

Para Lawler (1993) a motivação assume um papel crítico em qualquer planejamento organizacional; por esse motivo, é preciso observar quais arranjos organizacionais e práticas gerenciais fazem sentido, visando evitar o impacto que terão sobre os comportamentos individuais e organizacionais. O autor ainda afirma que compreender a teoria motivacional, é necessário, para se pensar de maneira analítica sobre os comportamentos nas organizações. Precisa-se esclarecer que o papel da Gestão/Liderança não é a de motivar as pessoas que trabalham numa organização. Até porque, já vimos que isto é impossível, levando-se em consideração que a motivação é um processo intrínseco; íntimo para cada pessoa. No entanto, a organização pode e deve criar um ambiente motivador, onde as pessoas devem buscar satisfazer suas necessidades próprias. Segundo Archer (1989), [...] “a motivação, portanto, nasce somente das necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem estas necessidades”. É possível vislumbrar essa mesma visão na resposta do G2, quando este coloca que a motivação não ocorre, e exemplifica através de alguns fatores: “...excesso de trabalho; jornada de trabalho; renumeração, não contribuem.”

Um outro aspecto abordado por três de nossos gestores, G4, G5 e G6, está ligado às leis e o conhecimento das mesmas e aos Princípios da Administração/Gestão Pública. Alguns desses princípios citados por eles são: princípios de legalidade, imparcialidade e moralidade. Os Gestores expressam a importância de tomar como base tais princípios para se exercer um trabalho com excelência e dignidade.

No tocante ao Princípio da Legalidade, este é considerado o mais importante dos princípios, pois é dele que decorrem os outros. Este é caracterizado tanto como diretriz,

quanto limitador da atuação do gestor público, onde somente é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza. Dessa maneira, a atuação do agente público e da administração dar-se-á exclusivamente se houver alguma previsão legal.

“Ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido; ao administrador somente o que estiver permitido pela lei (em sentido amplo). Não há liberdade desmedida ou que não esteja expressamente concedida. Toda a atuação administrativa vincula-se a tal princípio, sendo ilegal o ato praticado sem lei anterior que o preveja. (Rosa, 2003, p.11).”

Ao abordarmos o próximo Princípio, o da Imparcialidade, entende-se que este é um princípio que imputa como obrigação uma Administração/Gestão, que em sua atuação, exerça atos com objetivos voltados a atender, essencialmente, os interesses sociais, regidos pelos ditames legais, e de maneira nenhuma, seus atos devem ser voltados para suprir interesses pessoais, de um grupo ou de alguém em particular.

“Significa tanto a atuação imparcial, genérica, ligada à finalidade da atuação administrativa que vise a satisfação do interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do interesse exclusivo de administrado, como também significa a imputação da atuação do órgão ou entidade estatal, não o sendo quanto ao agente público, pessoa física. (Rosa, 2003, p.12)”

O último Princípio a ser abordado é o da Moralidade, este, delega ao Gestor/Administrador a obrigação de agir e atuar com ética, moral, lealdade e boa-fé. Tais características foram colocadas, e bem colocadas, pelo G5, e o G6 coloca a importância do conhecimento das leis para a sua aplicabilidade, ora proporcionada pelo PROGEPE.

“Em suma, em matéria de gestão administrativa, precisa-se verificar o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, o princípio de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade.” (Di Pietro, 2002, p.79)”

É valido salientarmos que muitas vezes no ato emanado, é possível, que o mesmo esteja em concordância com uma determinada lei, porém, pode apresentar algumas características ou aspectos imorais.

5.7 Formação Discursiva – (FD): Impactos do PROGEPE como ferramenta de

No documento Luis Gonzaga Neto - Tese FORMATADA (páginas 100-104)