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1.3 A rede estadual de ensino em Barcelos

1.3.2 A Escola Estadual Padre João Badalotti

1.3.2.1 A gestão na Escola Estadual Padre João Badalotti

Padre João Badalotti, obtido a partir do questionário contextual aplicado juntamente com a Prova Brasil aos alunos do 9º ano do ensino fundamental em 2013, foi de 4,4, ocupando a posição média baixa. Diante dos dados e com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido pela gestora da escola e seus profissionais da educação, observamos a escola e conversamos com os membros da equipe gestora. Além disso, aplicamos um questionário constituído de 34 perguntas – entre questões fechadas e abertas – aos membros da equipe gestora, sendo que tais informações estão descritas na próxima seção deste trabalho.

1.3.2.1 A gestão na Escola Estadual Padre João Badalotti

Na Escola Estadual Padre João Badalotti, a equipe gestora é formada por cinco membros, um a mais que na Escola Estadual Angelina Palheta Mendes. De acordo com a Gestora 2, isso ocorre porque esta possui maior quantidade de alunos matriculados que as demais instituições da cidade. Nessa instituição de ensino, o período de tempo que o gestor passa na função é indeterminado, pois representa uma questão de interesse político-administrativo. Alguns ficaram no cargo por dois anos, por um ano, outros por quatro anos, nove, oito, e a atual gestora está há oito meses na função, pois foi empossada em junho de 2014 (GESTORA 2, 2014).

A Escola Estadual Padre João Badalotti possui uma gestora indicada politicamente, que pertence ao quadro efetivo da SEDUC/AM e tem autonomia para montar sua equipe com os profissionais da educação pertencentes à SEDUC/AM ou à Secretaria Municipal de Educação a partir de permuta, atendendo às suas especificidades escolares.

A equipe gestora da Escola Estadual Padre João Badalotti, de acordo com a Gestora 2, foi remontada parcialmente em junho de 2014, período em que a gestora assumiu a função, para evitar rupturas pedagógicas durante o ano escolar. Foram inseridos apenas dois novos membros, sendo retirados outros dois. Assim, constituem a equipe gestora a secretária, formada em Tecnologia de Saneamento Ambiental, com especialização em Gestão Escolar, que já pertencia à gestão anterior; um professor apoio pedagógico, licenciado em Matemática e especialista em Gestão em Escolar, membro novo na equipe; um pedagogo, com especialização em Psicopedagogia, que já fazia parte da equipe anterior; e uma pedagoga,

especialista em Administração Escolar, Supervisão e Orientação Educacional e Psicopedagogia, outro membro novo da equipe (GESTORA 2, 2014).

A Gestora 2 informou, no dia da observação da escola no mês de setembro, que é habilitada em Matemática e especialista em Gestão Escolar, que não tinha experiência na função até assumir o cargo e possui um bom relacionamento com a equipe gestora, pois já fazia parte dela na gestão anterior. Ademais, relatou que tem mais de 27 anos de experiência como docente e conhece a comunidade escolar, tendo, portanto, um bom relacionamento com pais e alunos (GESTORA 2, 2014).

A partir da aplicação do questionário à equipe gestora, ficamos sabendo que a secretária tem mais de cinco anos na função, já passou por três formações em serviço para o cargo e acompanha a frequência dos alunos, a evasão, retenção e distorção idade-série uma vez por bimestre. Nesse período, usa os dados para definir ou repensar as metas e estratégias para escola junto com a equipe gestora. Sobre a utilização dos dados das avaliações internas e externas para pensar as propostas pedagógicas da escola e discuti-las com os docentes, a secretária informou que isso é feito, mas apenas anualmente, apesar de a equipe gestora se reunir bimestralmente. Disse, ainda, que dedica cinco horas do seu tempo para atividades pedagógicas e tempo integral para as questões administrativas. Logo, observamos que houve incorreta interpretação dessa pergunta no questionário, ou não há uma divisão de tempo apropriada para as atividades escolares por parte da funcionária, ou, ainda, que ela não respondeu atentamente ao questionário. Quanto às reuniões regulares com toda a equipe escolar e com cada segmento, a secretária informou que isso não ocorre e não respondeu se a escola pede opinião de alunos, pais, professores e funcionários para tomar decisões importantes.

A pedagoga da escola declarou no questionário e em conversa que tem mais de dez anos de experiência na função, que nunca passou por processo de formação promovido pela SEDUC/AM e pertence ao quadro provisório da SEDUC/AM, pois é contratada por Processo Seletivo Simplificado. Informou, ainda, que acompanha bimestralmente os dados de frequência, evasão, retenção e distorção idade-série dos alunos da escola, mesmo período em que se vale desses dados para repensar as metas e estratégias escolares. Quanto ao uso dos dados das avaliações internas e externas, a pedagoga informou que os utiliza uma vez por

bimestre e que dedica seis horas do seu tempo para as atividades pedagógicas e seis horas para as atividades burocráticas (PEDAGOGO 2, 2014).

O outro pedagogo da escola tem mais de dez anos na função e já passou por cinco capacitações em Manaus. Da mesma forma que a outra pedagoga, também só acompanha os dados de frequência, evasão, retenção e distorção série- idade uma vez por bimestre. Todas as outras respostas são similares às da colega pedagoga, que, por sinal, é sua parente (irmã).

Contraditoriamente aos pedagogos, a Gestora 2 informou que utiliza todos os dias os resultados das avaliações internas e externas para pensar em propostas pedagógicas para a escola, mas informou no questionário que acompanha a frequência escolar, evasão, retenção e distorção idade-série uma vez por bimestre. Ademais, relatou que já passou por um curso de formação promovido pela SEDUC/AM e que usa tempo integral para se dedicar às questões burocráticas e apenas quatro horas para as questões pedagógicas. Identificamos que a Gestora 2, assim como a secretária, teve problemas com relação a essa questão.

O professor apoio, que é habilitado em Matemática, membro novo na equipe gestora, não respondeu todo o questionário. Apenas informou que tem mais de vinte anos no magistério, foi colocado na equipe por indicação da gestora e já participou de duas formações promovidas pela SEDUC/AM. Além disso, relatou que a escola possui Conselho Escolar e realiza Conselho de Classe sempre que necessário, mas não informou a frequência nem respondeu quanto tempo dedica às questões pedagógicas. O professor informou, ainda, que o relatório anual das atividades pedagógicas e financeiras da escola é submetido ao Conselho Escolar. Entretanto todos os demais membros da equipe foram unânimes em responder no questionário que, na escola, não há Conselho Escolar, não existe Grêmio Estudantil, que o Projeto Político Pedagógico está em construção e que, às vezes, os alunos e seus responsáveis participam das atividades promovidas pela escola.

Em conversa com a Gestora 2 no dia da aplicação do questionário, ela informou que acompanha de perto as atividades pedagógicas desenvolvidas no ambiente escolar por estar presente de maneira integral nos três turnos e pelo fato de a instituição ter um único pavimento, o que facilita o monitoramento do processo de ensino de aprendizagem. Além disso, relatou sobre a constituição do Conselho Escolar e do Grêmio Estudantil, que ainda vai estudar e verificar a possibilidade, ou não, da criação de ambos em 2015 (GESTORA 2, 2014).

Terminando as apresentações das escolas, a próxima seção traz a descrição da Escola Estadual São Francisco de Salles, terceira escola estadual da rede de ensino de Barcelos.

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