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INVESTIGAÇÃO METODOLÓGICA 55 4.1 TIPO DE ESTUDO

2.2 A GESTÃO UNIVERSITÁRIA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Com o passar dos anos, cada vez mais está se exigindo qualidade das Instituições de ensino superior, públicas ou privadas. Desse modo, a produção de ciência, atrelada a tecnologia e ao desenvolvimento de pesquisas em extensão assumem vital importância, colaborando positivamente para o crescimento e desenvolvimento da universidade e o seu entorno.

Neste cenário, os docentes universitários, muitas vezes, acabam desempenhando nas instituições universitárias, múltiplas atividades, como as funções de gerenciamento, atividades acadêmicas, dentre outras, buscando adotar no seu cotidiano práticas gerenciais, que facilitem o alcance das metas e objetivos traçados pela organização (MARRA; MELLO, 2005).

Marra e Mello (2005) estudaram sobre as práticas gerenciais desenvolvidas por docentes universitários e descobriram que a maior dificuldade na gestão acadêmica ocorre devido a sua complexidade e ao pouco preparo gerencial para administrá-la. O estudo destaca, que dentre as práticas desenvolvidas pelos docentes, está à participação e coordenação de reuniões (63,33%), visando à resolutividade de problemas.

Entende-se, que por meio da gestão universitária, busca-se estabelecer um adequado andamento das atividades internas e externas da organização. Ela depende de seus responsáveis, de seus representantes, na sua grande maioria, docentes que acabam dividindo sem tempo entre as ações gerenciais e acadêmicas.

No cotidiano, surgem algumas situações, como o excesso de atividades, que podem exigir um pouco mais de habilidade por parte do profissional. Em seu estudo, Marra, Mello (2005) revelam alguns exemplos de adversidades enfrentadas no cotidiano laboral: os conflitos vivenciados pelos gerentes universitários relacionado à gestão de pessoas (23,33%), tarefa abarcar e motivar representantes (6,67%); administrar a insatisfação dos subordinados (6,67%); reunir professores

(6,67%); administrar conflitos interpessoais (6,67%); ser cobrado pelas pessoas (3,33%); ser constantemente julgado (3,33%); ser incompreendido por pares e discentes (3,33%).

Na sua prática laboral o gestor Universitário enfrenta conflitos, desentendimentos, interesses e divergências pessoais, dificuldades nas relações e interações em equipe. Neste sentido, torna-se um desafio ao profissional responsável pela gestão universitária desenvolver as atividades gerenciais nas esferas institucionais, independentemente de ser público ou privado, inserido nos diferentes níveis de complexidade.

Ao sintetizar sobre as dificuldades encontradas pelos docentes gestores, Marra, Mello (2005, p.28) entendem que:

O gerente universitário tem na gestão de pessoas sua principal fonte de conflitos e pressões. Administrar grupos, principalmente seus pares docentes, com interesses divergentes, e fazer com que eles trabalhem em equipe é, além de fonte de conflito, um desafio gerencial.

Corroborando, Sampaio e Laniado (2009) em seu estudo sobre uma experiência de mudança de gestão, destacam, que as exigências impostas às universidades de grande porte possuem semelhanças quando equiparadas com as aquelas enfrentadas por instituições de médio e pequeno porte no Brasil. Em que pese, apresentam estruturas e diferentes níveis de complexidade, os desafios enfrentados pelos gestores possuem semelhanças, seja relacionada aos aspectos organizacionais, ou as políticas de ensino superior implantadas, dentre outros.

Neste sentido, Cunha (2003) em seu estudo enfatiza, que a partir das políticas públicas direcionadas em prol do ensino superior impulsionaram reformas em prol da melhoria do cenário da educação no país. Primeiramente, na reforma da Constituição, destacando a educação; seguido com projeto de LDB e a nova redação da Carta Magna, posteriormente complementando a LDB por meio das diretrizes e bases da educação nacional. Entende-se, que esses movimentos ocorridos, foram em prol da educação no sentido de reformar e fortalecer as políticas nacionais da educação no país.

Cunha (2003) aborda, que a universidade tem sido a instituição idealizada para o ensino superior brasileiro, desde a promulgação do primeiro documento legal que lhe faz referência (o Estatuto de 1931), por mais que ela tenha sido entendida, na prática, como mera

aglomeração de escolas, faculdades ou institutos. Vale destacar, que nos anos 70, com o desenvolvimento e o crescimento da pós-graduação e da implantação dos projetos de pesquisa nas universidades federais e nas estaduais paulistas, impulsionou uma produção de conhecimento científico e tecnológico, considerando-os de fundamental para consolidação universitária sob esta perspectiva.

Na atualidade, algumas universidades estão trabalhando em busca da construção de projetos, como instrumentos e estratégias em prol de uma renovação na prática da gestão. Sampaio, Laniado (2009) em seu estudo referente à modernização da gestão, abordam, que os profissionais gestores, sujeitos do seu estudo, elencaram quatro aspectos centrais, que poderiam fazer a diferença neste contexto, sendo eles: “descentralização da gestão, qualificação profissional, elaboração conjunta da proposta de modernização e reestruturação organizacional”. A congruência e a visibilidade destes aspectos no âmbito laboral da gestão universitária poderão contribuir efetivamente para a melhoria das ações gerencias, bem como para a qualificação do processo formativo e do futuro profissional inserido na sua área de atuação.

Uma ferramenta importante que contribui para conhecer e identificar as potencialidades e as fragilidades enfrentadas no cotidiano das universidades refere-se às avaliações. Os autores Marchesam, Souza, Menezes, (2011) em seu estudo apontam, que os diferentes métodos de avaliação concebidos pelas instituições de ensino superior têm em comum a finalidade de contribuir para a qualidade e a eficiência institucional, bem como subsidiar a gestão acadêmica. A avaliação, enquanto compromisso de gestão, deverá proporcionar o conhecimento necessário para incorporar mudanças nas práticas acadêmicas.

Outro aspecto relevante e presente no cotidiano do profissional responsável pela gestão universitária, por meio da gestão colegiada, referem-se às reuniões deliberativas. A Instituição desenvolve esta atividade para decidir assuntos, resolver situações que precisam ser discutidos e deliberados dentro de uma perspectiva coletiva.

Pereira, Lobler, Simonetto (2010) em seu estudo sobre a esfera decisório, entendem que o ser humano inserido na sociedade ou nas organizações, busca utilizar-se como base os modelos construídos a partir de suas experiências e vivencias para se relacionar-se consigo, com o outro e com o ambiente. Para os autores, “estes modelos são utilizados para determinar suas atitudes, escolhas pessoais e a seleção das ações conscientes ou inconscientes, para realizar uma determinada tarefa” (2010, p. 261).

saúde, bem como as instituições educacionais, as escolas, faculdades, universidades, dentre outros, representam espaços organizacionais de extrema importância para uma nação, para um país. As organizações apresentam-se das mais diversas formas, caracterizam-se como espaço social de relações, interações e associações entre seus pares ou não, estabelecendo níveis hierárquicos de comando e poder de decisão, influenciando efetivamente nos rumos de cada organização.

Na atual conjuntura, a dinâmica e a complexidade do ambiente organizacional implica em diversos desafios aos responsáveis pelo gerenciamento das ações e serviços de cada organização.

Portanto, as organizações neste mundo contemporâneo esperam por profissionais qualificados, competentes, que revelem no seu cotidiano laboral seus potencias e aptidões, desvelando sabedoria e equilíbrio frente às circunstâncias positivas ou não. No espaço organizacional universitário, a gestão pública ou privada, apresenta semelhanças e disparidades, assim como diferentes níveis de complexidade. Por meio da gestão universitária, pode-se contribuir para o desenvolvimento desta instituição como um espaço social, bem como para os indivíduos e o seu entorno, visando à melhoria da qualidade de vida.