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A globalização na prática e seu histórico

MÓDULO I – O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO

CAPÍTULO 2: A INSERÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO DA

2.2 A globalização na prática e seu histórico

2.2 A globalização na prática e seu histórico

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A globalização, de maneira sintética, pode ser definida como a expressão concreta da fase mais avançada do capitalismo. Mais quais são, afinal, as FASES DO CAPITALISMO?FASES DO CAPITALISMO? 1) CAPITALISMO MERCANTIL OU COMERCIALCAPITALISMO MERCANTIL OU COMERCIAL: Refere-se ao período em que se praticava o Mercantilismo. É uma fase onde o lucro advém, basicamente, do comércio. As relações de produção se estabeleciam por meio de salários oferecidos pelas propriedades privadas aos trabalhadores. Essa etapa se transforma com as grandes navegações dando início às relações entre metrópole e colônia. No pacto colonial, a DITDIT (divisão internacional do trabalho) é estabelecida. Nessa etapa, os produtos eram primordialmente manufaturados.

Dicionário do Geógrafo: Dicionário do Geógrafo: MERCANTILISMO

MERCANTILISMO - Esse modelo tinha como principais pressupostos: o Metalismo (nações que possuíam mais metais eram mais poderosas), controle sobre o mediterrâneo, balança comercial favorável e a busca pelas mercadorias das índias que gerou o início das Grandes Navegações e do colonialismo, posteriormente

DIT (Divisão Internacional do Trabalho)

DIT (Divisão Internacional do Trabalho) – É um padrão de relações comerciais que se estabelecia no mundo desde a primeira etapa do capitalismo. As colônias mandavam produtos primários para a metrópole que enviava, em troca, os produtos manufaturados. A relação comercial era claramente identificada em todas as suas etapas e instâncias.

2) CAPITALISMO INDUSTRIAL OU CONCORRENCIALCAPITALISMO INDUSTRIAL OU CONCORRENCIAL: Com a revolução industrial o cenário de relações comerciais se modifica. O carvão, inicialmente, passa a ser a fonte de energia necessária para o funcionamento das máquinas e as indústrias mudam-se para locais próximos a fonte de extração dessa matéria-prima. Surge, posteriormente, as maquinas à vapor que aceleram ainda mais a produção e, desse modo, o processo de concentração dos meios de produção se intensifica. Anteriormente, o trabalhador convivia com todas as etapas de produção e agora ele participa apenas de fases isoladas. As linhas de As linhas de produçãoprodução tornam-se um marco desse período permitindo a produção em massa acelerada. O capitalismo se fortalece e alguns países formam conglomerados econômicos destacando-se, em relação a outros, como potências mundiais. 3) CAPITALISMO FINANCEIRO OU MONOPOLISTACAPITALISMO FINANCEIRO OU MONOPOLISTA: Surge após a Segunda Guerra Mundial e é caracterizado pelo sistema monetário que vivemos hoje em dia. Os bancos detém poder absoluto se fortalecendo como grandes atores hegemônicos juntamente com as grandes corporações e alguns estados-nações. Há a formação de monopólios e oligopólios responsáveis pela super produtividade. Como consequência, se caracteriza como um momento de constante crises econômicas a exemplo do que vivemos em 1929 com a queda da bolsa de valores, a crise do petróleo em 1973 e em 2007 com a crise dos bancos. A primeira crise alertou os capitalistas da insuficiência do modelo liberal adotado, onde propriedades privadas se desenvolviam sem

limitações. Percebeu-se a necessidade de um fortalecimento do Estado, gerando uma transformação do modelo liberalmodelo liberal para o KeynesianoKeynesiano. Esse modelo defendia alguma intervenção estatal de modo que as grandes corporações não comandassem por completo a economia, permitindo que o próprio Estado se tornasse um investidor. O Keynesianismo foi adotado entre 1930 e 1970, dando lugar para o atual NEOLIBERALISMONEOLIBERALISMO. Milton Friedman, após a crise de 1973, repensou o liberalismo e defendeu a não intervenção do Estado na economia além de outros elementos como:

 política de privatização de empresas estatais;

 livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;  abertura da economia para a entrada de multinacionais;  adoção de medidas contra o protecionismo econômico;  posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

 aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;

a base da economia deve ser formada por empresas privadas;  fusão de empresas.

O Neoliberalismo é consolidado com a teoria de John Williamson que deu srcem ao chamado Consenso de Washington

Consenso de Washington em 1989 (mesmo ano da queda do Muro de Berlim e fim da Guerra Fria).

Essa etapa de um capitalismo neoliberal beneficia os grandes atores hegemônicos e aumenta as possibilidades de exclusão social (necessária à sobrevivência do modelo que precisa de mão de obra barata para existir). A GLOBALIZAÇÃ A GLOBALIZAÇÃOO é um marco dessa etapa do capitalismo e por isso também pode ser entendida como perversidade.

Dicionário do Geógrafo: Dicionário do Geógrafo: ATORES

ATORES HEGEMÔNICOSHEGEMÔNICOS: Corporações, Estados-nações, indivíduos ou grupos que exercem hegemonia sobre outros/outrem. Para haver hegemonia é necessário que haja subordinação.

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Cinema do Geógrafo: Cinema do Geógrafo: Adeus Len

Adeus Leninin – Wolfgang Becker

No diagrama sobre a Globalização nos referimos a determinadas pressuposições que vamos compreender agora. Para que esse movimento global se consolide é necessário que PRESSUPOSTOS

PRESSUPOSTOS sejam seguidos, são eles:

1) PRESSUPOSTO TERRITORIALPRESSUPOSTO TERRITORIAL: deve existir um alcance global. Isso é conquistado na Nova Ordem Mundial estabelecida pós Guerra Fria onde o capitalismo de consolida e se expande cada vez mais.

2) PRESSUPOSTO POLÍTICOPRESSUPOSTO POLÍTICO: as barreiras devem ser cada vez menos restritas para que o neoliberalismo possa expandir-se territorialmente. A alfândega menos exigente permite uma internacionalização de produtos (característica marcante da Globalização). Os países precisam se inserir no jogo de trocas globais para ganhar visibilidade e se desenvolverem economicamente. A atuação das políticas neoliberais compõem essa pressuposição.

3) PRESSUPOSTO TÉCNICOPRESSUPOSTO TÉCNICO: No meio Técnico –científico –informacional em que vivemos, seria impossível falar em globalização sem conhecer a importância da técnica. Esta se sustenta, atualmente, em cinco ramos da ciência já listados no diagrama: Biotecnologia, Genética, Nanotecnologia, Tecnologia Aeroespacial e Telecomunicações. A técnica representa a história da humanidade e está sempre mediada por interesses políticos (um dos pressupostos da globalização). No mundo globalizado, a técnica é invasora e vai muito além do local srcinal de sua instalação. Um produto final pode ter seus elementos primários produzidos em diferentes localidades e quando pronto não necessariamente circulará no território de sua finalização, porque hoje a produção tem alcance global para muito além dos limites de uma Nação.

Os mercados são agora mundia45ºlizados e uma guerra de lugaresguerra de lugares emerge. Determinados locais lutam para abrigar grandes corporações como forma de atrativo turístico, demográfico e, principalmente, financeiro (além de outros). A exclusão socialexclusão social se acentua e permanece distante de uma solução. Percebe-se que a antiga DIT, tão simplória e objetiva não responde mais. Tornando-se necessário pensar uma NOVA DITNOVA DIT. Se antigamente apenas as metrópoles, que eram ricas, exerciam a tarefa de produção, hoje, países periféricos suportam em seu território grandes polos industriais e vendem tecnologia para os países centrais. A divisão internacional do trabalho tornou-se complexa com a descentralização da atividade industrial e a formação de polos, assim como com as relações de exportação e difusão de produtos acelerada e intencionalmente.

Antes de finalizar a análise do diagrama compreendendo o que é regionalização, torna-se importante frisar que a Globalização é possibilitada pela circulação PRECISAPRECISA e ACELERADA ACELERADA de mercadorias com cinco níveis de fluxos, de acordo com Milton Santos:

Pessoas FLUXOSFLUXOS

MATERIAIS Mercadorias

Capital FLUXOSFLUXOS

IMATERIAIS Informação

Comunicação

Citação bibliográfica

A revolução das telecomunicações, iniciada no Brasil dos anos 70, foi um marco no processo de reticulação do território. Novos recortes espaciais, estruturados a partir de forças centrípetas e centrífugas, decorriam de uma nova ordem, de uma divisão territorial do em processo de realização. Do telégrafo ao telefone e ao telex, do faz e do computador ao satélite, à fibra óptica e à Internet, o desenvolvimento das telecomunicações participou vigorosamente do jogo entre a separação material das atividades e unificação

organizacional dos comandos.

Santos, Milton, 1926 –

O Brasil: território e sociedade no início do século XXI / Milton Santos, María Laura Silveira. – Rio de Janeiro: Record, 2001 (p.73)