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A Guarda Nacional Republicana

PARTE I REVISÃO DA LITERATURA

3 A Guarda Nacional Republicana

3.1 Caraterização da GNR

3.1.1 Génese e História

A origem da Guarda Nacional Republicana remonta a 1801, quando o Príncipe Regente D. João criou a Guarda Real da Polícia de Lisboa, inspirando-se no modelo da Gendarmerie Francesa de 1791. Em 1802 a Guarda junta-se ao Exército, como tropa de linha. O seu efetivo era composto por 642 homens e 227 cavalos.

A exemplo da Guarda Real da Polícia de Lisboa foi criada a Guarda Real da Polícia do Porto.

Em Maio de 1834, D. Pedro, dissolve as Guardas Reais da Polícia de Lisboa e Porto e cria a Guarda Municipal de Lisboa, com idênticas características. No ano seguinte surge a Guarda Municipal do Porto.

Com a chegada da República, as Guardas Municipais são extintas por Decreto do Governo, sendo criadas as Guardas Republicanas, em Lisboa e Porto.

No dia 3 de maio de 1911, foi criada a Guarda Nacional Republicana, «para zelar pela segurança pública, manutenção da ordem e proteção das propriedades públicas e particulares de todo o país», conforme se dispunha no artigo 1º do decreto com força de lei, publicado no Diário do Governo do dia seguinte.

Atualmente a Lei Orgânica da GNR (LOGNR)8, no artigo 1º, define esta instituição

como “uma força de segurança de natureza militar, constituída por militares organizados

num corpo especial de tropas e dotada de autonomia administrativa”.

3.1.2 Missão

Tem por missão, no âmbito dos sistemas nacionais de segurança e proteção, assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, bem como colaborar na execução da política de defesa nacional, nos termos da Constituição e da Lei.

A Comunicação Interna na Guarda Nacional Republicana Página 32 Pela sua natureza e polivalência, a GNR encontra o seu posicionamento9 institucional no conjunto das forças militares e das forças e serviços de segurança, sendo a única força de segurança com natureza e organização militares, pelo que se considera mais correto designá-la por Força Militar de Segurança.

3.1.3 Visão

Alcançar os mais elevados padrões de segurança e de tranquilidade pública na sociedade portuguesa, afirmando-se como uma instituição de referência no conjunto das forças militares e das forças e serviços de segurança.

3.1.4 Valores

O alinhamento dos valores corporativos com a missão e com a visão da Guarda é um fator determinante para o fortalecimento e desenvolvimento de uma nova cultura organizacional em busca da excelência.

Os valores de Honra e Dever, Disciplina, Camaradagem e Espírito de Corpo, Lealdade, Deontologia Militar, Código de Honra do Militar da Guarda, têm como pressuposto fundamental a condição militar, que representa uma entrega total, pelo que encerra uma exigência constante de disponibilidade, de frequente renúncia a comodismos, de sacrifícios sem conta e, muitas vezes, com enormes incompreensões, a que se associa a prossecução de um ideal de servir.

Existem valores éticos e restrições voluntariamente assumidas que não têm paralelo em qualquer outra instituição, de que o juramento de doação da vida pela Pátria e a disponibilidade permanente, sem restrições, são aspetos únicos da condição militar10.

3.1.5 Estrutura

A GNR, desde 2007, sofreu uma profunda reestruturação decorrente da Lei n.º 63/2007, de 6 de Novembro, que aprovou a nova Orgânica da Guarda. Esta Lei determinou várias alterações à estrutura11 orgânica da instituição, designadamente a substituição do Estado-Maior do Comando-Geral por três Comandos Funcionais (para as áreas operacional, administração de recursos internos e doutrina e formação), extinguindo um

9 - Ver Anexo C – Posicionamento da Guarda Nacional Republicana

10 - Fonte: GNR - Plano de Atividades de 2011.

A Comunicação Interna na Guarda Nacional Republicana Página 33 escalão de comando, a Brigada Territorial. Por conseguinte, foram criados os Comandos Territoriais de âmbito Distrital e regiões autónomas (Madeira e Açores), as Unidades Especializadas (Unidade Nacional de Trânsito, Unidade de Ação Fiscal e Unidade de Controlo Costeiro), a Unidade de Representação (Unidade de Segurança e Honras de Estado), a Unidade de Intervenção e Reserva (Unidade de Intervenção) e o Estabelecimento de Ensino (Escola da Guarda). Assim, a Guarda passa a compreender a Estrutura de Comando, as Unidades e o Estabelecimento de Ensino.

Os novos Comandos Territoriais articulam-se em serviços e em subunidades operacionais, designadas por Destacamentos Territoriais, em que a sua área de ação representa um conjunto de concelhos. Por sua vez, os Destacamentos Territoriais articulam-se localmente em Subdestacamentos ou Postos Territoriais, que representam um conjunto de Freguesias, contando a GNR com quatrocentos e noventa e dois em todo o País.

Os Comandos Territoriais são comandados por oficiais superiores: Coronéis ou Tenentes-Coronéis. O Destacamento é comandado por majores ou capitães, o subdestacamento por oficiais subalternos e os Postos Territoriais por sargentos.

De salientar, que na Guarda Nacional Republicana a conduta que se espera dos seus militares está claramente prevista em normas e regulamentos da organização, formalizados por escrito. A função atribuída a militares com cargos específicos e rigidamente hierarquizados, a sua estrutura piramidal, a centralização das decisões e um total controlo pelos superiores hierárquicos, leva-nos a definir que a organização em estudo possui um caráter burocrático e mecanicista.

3.1.6 Efetivo

A Guarda Nacional Republicana em 30 de Setembro de 2012 tinha em exercício de funções 22 249 militares e 1929 civis, perfazendo um total geral de 24 17812 distribuídos pelas diversas categorias (Oficiais, Sargentos e Guardas), que se encontram distribuídos funcional e geograficamente pelas diversas unidades, órgãos e serviços.

A distribuição pelas três categorias é a seguinte: os Oficiais representam 3% do efetivo militar, os Sargentos 12% e os Guardas 85%, tal como representa o gráfico 1.

12 Fonte – mapa geral de efetivo presente, da divisão de planeamento e obtenção de recursos humanos do Comando da Administração dos Recursos Internos da GNR (CARI).

A Comunicação Interna na Guarda Nacional Republicana Página 34 Gráfico 1 – Distribuição do efetivo militar pelas diferentes categorias profissionais.

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