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A História e o Processo de Ocupação do Território

Fonte: Adaptado de SOUZA (2009).

4.2 O MUNICÍPIO DE PINHALZINHO: CONTEXTUALIZAÇÃO

4.2.1 A História e o Processo de Ocupação do Território

O início da colonização do município de Pinhalzinho ocorreu entre as décadas de 1930 e 1940 pelos povos migrantes de origem alemã, oriundos do Rio Grande do Sul, em busca de áreas agricultáveis e da extração de madeira (ECKERT, 2002). Ao final dos anos 50, migrantes descendentes de italianos também chegam às terras, e além das atividades agrícola e madeireira, destacaram-se pela atividade comercial (SEBRAE, 2013).

Primeiramente, as terras onde se localiza Pinhalzinho pertenciam à união e foram cedidas à empresa colonizadora Companhia Territorial Sul Brasil SA, com sede em Porto Alegre – RS. Como ocorrido em toda a mesorregião Oeste, a empresa colonizadora vendeu as terras aos colonizadores oriundos do estado vizinho, gradativamente a partir da década de 1930 (BEN et al, 2011).

A localização do município - centro geográfico da microrregião de Chapecó – tornou Pinhalzinho um ponto de parada para quem viajava pela região e foi um dos principais motivos que fez com que Pinhalzinho se desenvolvesse rapidamente (PREFEITURA DE PINHALZINHO, 2010). Inicialmente, o vilarejo de Pinhalzinho pertencia ao município de Chapecó, cuja jurisdição abrangia todo o Oeste de Santa Catarina.

Posteriormente, seu território passou a pertencer ao município de São Carlos, até então centro urbano mais próximo. Em 1956, elevou- se a categoria de Distrito do município de São Carlos e em poucos anos, em dezembro de 1961, o município foi emancipado. A partir da emancipação o crescimento populacional acelerou, e na década seguinte a BR 282 foi implantada, proporcionando a chegada de muitos imigrantes de diferentes estados brasileiros (SEBRAE, 2013).

Em relação ao processo de ocupação do território, Eckert (2002) relata que até o fim da década de 1950 a cidade não contava com um desenho planejado de quadras, assim o parcelamento inicial difere dos demais e não segue o padrão ortogonal. Ainda segundo o autor, a abertura de ruas e as divisões de lotes eram feitos casualmente, de modo aleatório, e quem guiava e ordenava o desenvolvimento eram moradores de influência do próprio município (ECKERT, 2002).

Figura 14. Avenida São Paulo no final da década de 50.

Fonte: Acervo do Museu Histórico de Pinhalzinho.

A primeira área a desenvolver-se, ainda nos anos 40 antes da emancipação, foi a região próxima à Igreja Matriz, atual Bairro Pioneiro. A área que hoje configura o centro da cidade desenvolveu-se mais tarde, e foi escolhida especialmente para abrigar a área central por ser em uma região mais alta, plana e drenada (ECKERT, 2002). Inicialmente, foi delimitado o local da praça central e em seu entorno desenvolveu-se o comércio do município. Segundo o autor, este centro comercial somente se consolidou após 1958.

Diante deste fato, surge uma nova conformação da cidade, com a Igreja e centro comercial distantes, o que acarretou no rápido crescimento e consolidação entre estas duas áreas na década de 1960. Na década seguinte, nos anos 1970, houve a maior expansão urbana e populacional já ocorrida em Pinhalzinho, motivada pela construção da BR 282, cujos operários instalaram-se no município e muitos permanecem até hoje. Como aponta BEN et al (2011), neste período começa certa segregação populacional, cidadãos com renda mais baixa fixavam-se no lado oposto da BR 282, hoje bairro Jardim Maria Terezinha, onde não havia infraestrutura alguma.

Figura 15. Vista aérea de Pinhalzinho, em 1978, com trecho da BR 282.

Fonte: Acervo do Museu Histórico de Pinhalzinho.

Na década de 1980, a expansão concentrou-se na parte norte do município, onde foi construído o parque de exposições Efacip – Exposição Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Pinhalzinho e o bairro com mesmo nome. Os bairros São José, antigo COHAB I, e Bela Vista, também surgem nesta década. A partir da década de 90 ocorre certa densificação na área urbana (PREFEITURA DE PINHALZINHO, 2010). Os terrenos baldios foram ocupados, as indústrias se deslocaram para o Setor Industrial Leste, a COHAB II foi construída no Bairro Bela Vista, e as áreas alagadas, que constituíam muitas das nascentes e cursos d’água do município, foram aterradas e seus córregos canalizados.

A década de 2000 foi marcada pelo início da verticalização do Bairro Centro, implantação do Setor Industrial Machado e abertura de novos loteamentos, em áreas relativamente distantes da malha urbana, fato que continua e intensifica-se nos loteamentos abertos nos últimos anos. Na Figura 16 é possível observar a relação entre a expansão da área urbana e a rodovia BR 282.

A partir da implantação da rodovia, a cidade passa a ter um desenvolvimento cada vez mais próximo a ela. Hoje, a BR 282 é o principal acesso ao município e também é o corredor principal de ligação da região Oeste com o Estado e com o restante do país (PREFEITURA DE PINHALZINHO, 2010). No entanto, quando analisada no contexto municipal, tanto a BR 282 quanto a SC 469, geram conflitos

entre velocidade e fluxos municipais, estaduais e de carga, e também criam um processo de segregação socioespacial e de fragmentação da paisagem.

Figura 16. Processo de ocupação do território urbano. Destaque para a BR 282, em vermelho, e SC469 em preto.

Fonte: Elaborado pela autora sobre imagem área Google Earth (2012). Nos últimos anos, novos loteamentos vêm sendo abertos, como o Loteamento Primavera e o Loteamento Universitário, ambos localizados do lado oposto da BR 282. O Primavera é um loteamento popular que se desenvolveu próximo ao setor industrial Leste que emprega a maioria de seus habitantes. Configura-se numa área residencial, distante e desintegrada do núcleo urbano consolidado. Já o Universitário está associado à recente implantação da UNOESC – Universidade do Oeste do Estado de Santa Catarina, e encontra-se praticamente desocupado.

Pinhalzinho é um município em processo de ascensão econômica e crescimento populacional. A população do município vem crescendo significativamente e a área urbana vem expandindo de forma acelerada. Esse crescimento deve-se às transformações na base

agrícola regional, que torna constante e crescente a transferência de população rural para os centros urbanos mais influentes na região (IBGE, 2008); e, principalmente, às novas áreas industriais e educacionais implantadas no município (PREFEITURA DE PINHALZINHO, 2010).