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A IMPORTÂNCIA DAS ESCOLAS DENTRO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No documento ADNILSON XAVIER DA SILVA (páginas 40-46)

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO

2.4. A IMPORTÂNCIA DAS ESCOLAS DENTRO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Oiagen et al. (2001, p. 17) define a educação ambiental como:

“Adaptação contínua do homem ao ambiente como ao ambiente onde ele vive, respeitando e interagindo com os demais seres vivos do seu nicho ecológico, é necessária a participação ativa do aluno durante as aulas e o seu envolvimento com o ambiente onde vive. Para tanto seria necessário iniciar o trabalho de educação ambiental nas escolas desde a educação infantil, pois ao chegar ao ensino médio os discentes poderiam ter um melhor entendimento do meio ambiente”

Dada à importância das escolas dentro da educação ambiental para a formação do cidadão é repensar uma educação que proponha caminhos que leve a mudanças, que compreenda o seu redor, a biodiversidade de micro-organismos, espécies, fauna e flora são decisivas para a sobrevivência humana. Ou seja, não existe nas escolas dois tipos de educação, uma que trabalha na preparação do aluno para adentrar nas universidades (no caso ensino médio) e outra que trabalha a educação ambiental em apenas disciplinas na área de humanas. Sobre esse tema Silva (1997) diz que a educação ambiental não deve ser vista como uma disciplina à parte, pois uma educação transformadora deve ter como finalidade a formação de sujeitos críticos, responsáveis e participantes, sendo necessário construir atitudes e habilidades práticas, distinguindo os conhecimentos necessários para poder entender a sociedade moderna.

Assim, uma das estratégias das escolas seria inserir a educação ambiental em seus currículos com a perspectiva de uma educação plena que leve o aluno a sair de uma condição de aluno indiferente para ativo com um entendimento sensível ao meio ambiente. Dessa maneira a educação ambiental poderia apresenta-se como um instrumento de construção de um indivíduo socioambiental que pode colaborar consigo e com os outros em seu meio.

Diante disso, observa-se que os estudos em educação ambiental são estabelecidos pela Lei 9.795/99 (Brasil 1999), que foi regulamentada pelo decreto 4.281/02 que instituiu a PNEA (Política Nacional de Educação Ambiental) determina que a educação ambiental seja tarefa do Ministério do Meio Ambiente - Departamento de Educação ambiental em sua organização não formal e do Ministério da Educação - coordenação geral de educação ambiental em âmbito formal. Sobre a abrangência da educação ambiental não formal Reis, Semêdo, Gomes (2012) falam que ela abrange espaços que vão além dos muros colegiais, como parques, áreas verdes e discussões em trilhas e passeios turísticos, envolvendo e trazendo à discussão os diversos sujeitos componentes das comunidades, os quais se integram e pertencem a determinados lugares, devendo buscar a integração entre a escola e diversos setores da sociedade. Para a educação ambiental formal, Santos e Costa (2017) corroboram que esta deve ser desenvolvida nas propostas curriculares das disciplinas escolares, sendo essencial que seja abordado de forma contínua e interdisciplinar, possibilitando uma formação crítica e reflexiva dos educandos, sensibilizando-os acerca da atual crise ambiental e

o papel da humanidade sobre tal evento, como também motivá-los a tomar decisões frente às necessidades das futuras gerações.

É perceptível que os estudos em educação ambiental de maneira formal e não formal estabelecido pela lei 9.795/99 que todos os indivíduos sejam alcançados. Na escola por sua vez como educação formal se estabelece de forma organizada, sistematizada com conteúdos prévios que prepare o indivíduo como cidadãos conscientes de suas atitudes com o meio ambiente. A educação formal continua sendo um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ecológica e social (PIMENTA; LIMA, 2004).

Neste sentido, os parâmetros curriculares nacionais, temas transversais Ministério da Educação Brasília (1997) fala que: a tarefa da escola é proporcionar um ambiente saudável e coerente com o que ela pretende que seus alunos apreendam, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente e capaz de atitudes de proteção e melhoria em relação a ele, a problematização e o entendimento das consequências das alterações no ambiente permitem compreende-las como algo produzido pela ação humana.

A escola em sua tarefa multifuncional pode garantir o acesso a informação adequada das questões ambientais a toda a comunidade escolar. Deve ser uma preocupação da escola no desenvolvimento de um trabalho que parte do individual para o coletivo e vai ocorrendo gradativamente, principalmente no estímulo ao enfrentamento das questões ambientais e sociais. Sobre isso Mousinho (2003, p. 158) diz que “desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política”. Os meios de comunicação acabam pré-determinando “valores” que levam os jovens ao consumismo e o trabalho social com os alunos é de extrema importância para desmitificar o que lhes é imposto. Para Leff (2012), a Educação Ambiental não corresponde a um saber já construído e acabado, na verdade, ele se desenvolve por meio de processos educativos e na construção de conceitos, o aluno torna-se autor do saber ambiental ao participar das práticas sustentáveis e assumir uma reflexão crítica perante o meio ambiente.

Muito embora a educação ambiental ainda não seja uma disciplina do currículo é importante que as equipes gestoras sejam sensíveis a essa questão e

discutam com os professores como inseri-la na escola como saber sistematizado de forma que todos tenham acesso e conhecimento nos espaços escolares. Em alguns momentos a discussão sobre essa temática possa ser delicada ou questionada pelos moldes mais complexos de organização escolar. Porém, se faz necessário na escola um compartilhamento de saberes, para poder gerar frutos como resultado de um trabalho interativo, comprometido com a colaboração de todos. Sobre isso, Janke (2012, p.07) fala que “a educação ambiental tenta se estruturar num espaço historicamente disputado, acirradamente entre as correntes tradicionais e críticas e o processo educativo pela manutenção do capital contra a luta por uma educação para a transformação social”.

Dessa maneira, a escola como uma instituição social cria possibilidades para que o aluno se desenvolva intelectualmente, moralmente e tenha em mente seus objetivos com a construção de seu projeto de vida, colaborando de forma consciente com a construção de um ambiente mais humanizado para todos.

Para nosso conforto intelectual, podemos verificar que a questão educacional alarga continuamente seu ponto de inflexão e o coloca para além dos anteriormente referidos e das interconexões que estabelecem entre si. Neste texto, queremos acentuar a vinculação entre Educação e a ação formadora do ser humano, bem como o modo como essa vinculação se concretiza em diversas situações históricas. Esta perspectiva abre novas pistas que direcionam nosso espírito a um retorno original à natureza fundante da ação pedagógica: precisamos ir ao seu encalço. Sabe-se que o contínuo movimento de recolher a mesma questão ou desconfiar do que foi, em algum momento, considerado conclusivo, permite ao investigador galgar um patamar mais elevado de resposta em relação ao momento anterior. O conhecimento só avança quando são colocadas, sob suspeita, conclusões já assumidas como verdadeiras.

O exercício de cidadania compreende duas ações interdependentes: a primeira refere-se à participação lúcida dos indivíduos em todos os aspectos da organização e da condução da vida privada e coletiva; e a segunda, à capacidade que estes indivíduos adquirem para operar escolhas. Ambos os aspectos caracterizam o sujeito identificável como cidadão. Como já apontamos que o exercício da cidadania pressupõe a liberdade, a autonomia e a responsabilidade, fica evidente que se constitui um dever dos cidadãos participar na organização da vida social. Essa organização deve assegurar a todos o exercício da liberdade e da

responsabilidade. Isso significa que a prática da cidadania deve demolir todas as interdições à construção de espaços de liberdade à ação dos cidadãos. Tais espaços são o lócus onde o cidadão erige o seu modo de ser e de se expressar.

Cidadania é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente ligado à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração.

Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cidadão pela educação, porque a educação atualiza a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social. A cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la, de poder votar em quem quiser sem constrangimento, de praticar o exercício pleno dos direitos civis, políticos e sociais. Cidadania é, nesse sentido, um processo. Um processo que começou nos primórdios da humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos humanos, não como algo pronto, acabado, mas como aquilo que se constrói.

A origem da palavra cidadania vem do latim "Civita", que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicara situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo Dalmo Dallari:

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não consegue ser ouvida, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena, cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada.

A cidadania é algo que não se aprende somente com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a

nossa cidadania. Os cidadãos, munidos dos instrumentos da cidadania, tornam-se construtores de formas organizativas e de ação na vida pública. Essa forma de organização social e de ação política denomina-se Democracia.

No documento ADNILSON XAVIER DA SILVA (páginas 40-46)

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