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ADNILSON XAVIER DA SILVA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS – ICEN

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE – PGCMA

CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

ADNILSON XAVIER DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRANSDICIPLINARIEDADE EM TERRAS INDIGENAS TIKUNA: UMA ABORDAGEM CTSA NO ENSINO MÉDIO

MANAUS – AM 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS – ICEN

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE – PGCMA

CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

ADNILSON XAVIER DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRANSDICIPLINARIEDADE EM TERRAS INDIGENAS TIKUNA: UMA ABORDAGEM CTSA NO ENSINO MÉDIO.

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Pará (UFPA). Instituto de Ciências Exatas e Naturais. Programa de Pós Graduação em Ciências e Meio Ambiente, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil.

MANAUS – AM 2019

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ADNILSON XAVIER DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRANSDICIPLINARIEDADE EM TERRAS INDIGENAS TIKUNA: UMA ABORDAGEM CTSA NO ENSINO MÉDIO

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Pará (UFPA). Instituto de Ciências Exatas e Naturais. Programa de Pós Graduação em Ciências e Meio Ambiente, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre.

Área de concentração: Ciências e Meio Ambiente

Aprovada em: 04/11/2019

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil (UFPA) Orientador

___________________________________

Prof. Dr. Gilmar Wanzeler Siqueira (UFPA)

__________________________________ Prof.ª Drª. Nadime Mustafa Moraes (UEA)

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Todo o caminho trilhado, em especial, dedico a vocês: aos Tikunas, da Comunidade Indígena de Vila de Betânia, toda a minha admiração por suas lutas e conquistas.

A meu pai, minha mãe e meus irmãos, meu filho, pelo apoio incondicional em todos os momentos de minha vida, quem devo tudo que sou, pelo amor, incentivo e confiança.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, à minha família, minha Mãe, meus irmãos e Filho, pela dedicação para comigo durante toda essa fase de estudos e aprimoramentos.

A todos que direta ou indiretamente me ajudaram nesta caminhada.

Aos Tikunas da Comunidade Indígena de Vila de Betânia pelo acolhimento, em especial ao Cacique (Augusto Paulo Rosindo), que autorizou documentando a realização da pesquisa na comunidade.

A amiga Liete Garcia, Gestora da Escola a qual me acolheu abrindo as portas para que pudesse fazer meus trabalhos com os alunos e professores.

Ao Orientador Dr. Davi do Socorro Barros Brasil pela disponibilidade.

À Professora Dra. Luciane Brasil pela dedicação em seus apontamentos durante minha qualificação.

Ao amigo Turenko pela ajuda na elaboração das imagens da cartilha. A Elzinai pela organização e confecção da cartilha.

Aos Colaboradores durante a pesquisa de campo na Comunidade de Indígena de Vila de Betânia.

Agradeço ao Prof. Jandecy Cabral e a Professora Mestra Tereza Rodrigues Felipe Cabral, diretores do Instituto de Tecnologia e Educação Galileu da Amazônia – ITEGAM, a Universidade Federal do Pará – UFPA que nos proporcionaram este Mestrado na cidade de Manaus-Am.

Ao ITEGAM por nos dá à oportunidade de nos oferecer o curso em parceria com a Universidade Federal do Pará.

À Universidade Federal do Pará pela oportunidade de realizar meu sonho de cursar um Mestrado e nos certificar com o Diploma de Mestre.

Aos demais amigos da turma de mestrandos em Ciências e Meio Ambiente turma 04 de 2017 a 2019.

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“O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”

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RESUMO

A educação ambiental nas escolas públicas Indígena de ensino médio disposta pela legislação brasileira, não como disciplina isolada, mas numa perspectiva interdisciplinar ainda é uma prática pouco trabalhada nesta modalidade. Assim é necessário que as escolas estejam sensíveis a esta questão, na organização do seu Projeto Político Pedagógico para a inserção da educação ambiental de forma interdisciplinar, tendo em vista um meio ambiente ecologicamente equilibrado para todos. Desse modo, objetivou-se compreender a importância da inserção da Educação ambiental por meio de uma prática docente de forma interdisciplinar, na Escola de Ensino Médio na Comunidade Indígena de Vila de Betânia, Município de Santo Antônio do Içá – AM, para que haja aplicabilidade na vida dos estudantes. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental descritiva. A pesquisa foi realizada em uma escola pública Indígena de ensino médio, na qual foram aplicado questionários para alunos e professores com perguntas fechadas para entender a percepção de docentes e discentes sobre a educação ambiental no contexto escolar para esta modalidade. A fase seguinte foi a análise dos dados na qual constatou-se que a educação ambiental vem sendo trabalhada nessas escolas, porém de forma isolada, não interdisciplinar como se investiga neste estudo. Constatou-se ainda que o percentual de alunos e professores que não tem interesse pelas questões ambientais é mínimo. Evidenciou-se também que uma das dificuldades dos docentes é falta de formação na área de educação ambiental, isso reflete no percentual grande quando os alunos responderam que suas atitudes destroem o meio ambiente. Evidenciou-se ainda que as escolas necessitam criar ferramentas de sensibilização para docentes e discentes dentro da educação ambiental para a conservação do meio ambiente e uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.

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ABSTRACT

A educação ambiental nas escolas públicas Indígena de ensino médio disposta pela legislação brasileira, não como disciplina isolada, mas numa perspectiva interdisciplinar ainda é uma prática pouco trabalhada nesta modalidade. Assim é necessário que as escolas estejam sensíveis a esta questão, na organização do seu Projeto Político Pedagógico para a inserção da educação ambiental de forma interdisciplinar, tendo em vista um meio ambiente ecologicamente equilibrado para todos. Desse modo, objetivou-se compreender a importância da inserção da Educação ambiental por meio de uma prática docente de forma interdisciplinar, na Escola de Ensino Médio na Comunidade Indígena de Vila de Betânia, Município de Santo Antônio do Içá – AM, para que haja aplicabilidade na vida dos estudantes. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental descritiva. A pesquisa foi realizada em uma escola pública Indígena de ensino médio, na qual foram aplicado questionários para alunos e professores com perguntas fechadas para entender a percepção de docentes e discentes sobre a educação ambiental no contexto escolar para esta modalidade. A fase seguinte foi a análise dos dados na qual constatou-se que a educação ambiental vem sendo trabalhada nessas escolas, porém de forma isolada, não interdisciplinar como se investiga neste estudo. Constatou-se ainda que o percentual de alunos e professores que não tem interesse pelas questões ambientais é mínimo. Evidenciou-se também que uma das dificuldades dos docentes é falta de formação na área de educação ambiental, isso reflete no percentual grande quando os alunos responderam que suas atitudes destroem o meio ambiente. Evidenciou-se ainda que as escolas necessitam criar ferramentas de sensibilização para docentes e discentes dentro da educação ambiental para a conservação do meio ambiente e uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Caracterização e design da pesquisa... 42

Figura 2 Gênero dos alunos... 46

Figura 3 Gênero dos professores... 46

Figura 4 Interesse dos alunos pelo meio ambiente... 47

Figura 5 Interesse dos professores pelo meio ambiente... 47

Figura 6 Frequência assuntos meio ambiente... 48

Figura 7 Aborda assuntos do meio ambiente em sala... 48

Figura 8 Desliga as luzes de dia... 49

Figura 9 Desliga as luzes à noite... 49

Figura 10 Economia de água na escola... 50

Figura 11 Economia de água com os professores na escola... 50

Figura 12 Você descarta papel na lixeira?... 51

Figura 13 Docente, você descarta papel na lixeira?... 51

Figura 14 Coleta seletiva na escola... 52

Figura 15 “Coleta seletiva na escola – Docentes... 52

Figura 16 Disciplinas que mais abordam meio ambiente na visão dos discentes... 53

Figura 17 Disciplina que aborda meio ambiente na visão dos docentes... 53

Figura 18 Projeto de educação ambiental na escola... 54

Figura 19 Aborda a temática meio ambiente em casa?... 55

Figura 20 Sua escola tem parceria com outras instituições?... 56

Figura 21 Oportunidade de Aperfeiçoamento em Educação Ambiental... 57

Figura 22 Atitudes destroem o meio ambiente... 57

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Figura 24 É fácil trabalhar educação ambiental na sua disciplina?... 59

Figura 25 As pessoas têm consciência de degradar o meio ambiente... 60

Figura 26 Você já plantou uma árvore?... 61

Figura 27 Consideram importantes abordar assuntos de Educação Ambiental em casa... 62

Figura 28 Você desliga a energia elétrica quando sai dos cômodos?... 63

Figura 29 Você fecha a torneira da pia?... 63

Figura 30 Você Separa o lixo em casa por tipo, como plástico, vidro, papel, orgânico e metal?... 64

Figura 31 O que sua família faz com o lixo da casa?... 65

Figura 32 Como é feita a limpeza do quintal ou calçada da sua casa?... 66

Figura 33 Palestra sobre preservação do meio ambiente... 67

Figura 34 Sensibilização aos alunos sobre o meio ambiente... 68

Figura 35 Ação de coleta do lixo no entorno da escola... 69

Figura 36 Alunos do 5º ano na prática do projeto conservação do patrimônio escolar... 69

Figura 37 Coleta do lixo dentro da escola... 70

Figura 38 Alunos coletando o lixo... 70

Figura 39 Resumo da entrevista com a pedagoga da escola x (anos iniciais) quanto ao envolvimento dos alunos no projeto da Agenda 21... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo do posicionamento obtido de um grupo de35 estudantes do Ensino Médio na Comunidade Indígena de Vila de Betânia Município de Santo Antônio do Içá- AM, quanto à preferência de disciplinas nesse nível de escolaridade... 85

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SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO...11 1.1. JUSTIFICATIVA...12 1.2. OBJETIVOS...13 1.2.1. Objetivo Geral...13 1.2.2. Objetivo Específico...13 1.3. CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA...14 1.4. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...15 1.5. ESCOPO DA PESQUISA...16

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO...18

2.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL...18

2.2. OS AVANÇOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL...22

2.3. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO...27

2.4. A IMPORTÂNCIA DAS ESCOLAS DENTRO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO...35

CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E MÉTODOS...41

3.1. LOCAL DA PESQUISA...43

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA...43

3.3. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...44

3.4. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS...44

3.5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...45

3.5.1. Identificação da percepção dos alunos de Ensino Médio em relação à educação Ambiental na escola e seu entorno...45

3.5.2. Promover palestras que tragam reflexões aos discentes sobre a importância de atuação prática da educação ambiental na escola...66

3.5.3. Verificação de ações pedagógicas que possam ser inseridas nas aulas dos docentes que sensibilize os discentes nos cuidados com o meio ambiente em seu cotidiano para que tenham uma melhor qualidade de vida...68

3.5.4. Elaboração de manual de cunho pedagógico contextualizado que auxilie professores e alunos nas informações práticas do cotidiano sobre a Educação ambiental de forma interdisciplinar...70

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CAPÍTULO 4...72

4.1. DA CULTURA E DA ETNIA TIKUNA...72

4.2. PRODUTO DA PESQUISA...80

4.3. METODOLOGIA...82

4.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...83

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO...87

5.1. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...88

5.2. ALGUNS TEMAS SUGERIDOS...88

REFERÊNCIAS...90

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

A educação ambiental tem sido vista como um processo de construção de valores, competências e habilidades que implica na preservação do habitat natural do homem, importante para sua sobrevivência. As questões referentes ao meio ambiente envolvem a vida dos seres vivos na terra, pois todos necessitam ter uma melhor qualidade de vida. Porém, as agressões ao meio ambiente, como o desperdício de água, acúmulo de lixo, desmatamentos, queimadas, poluição dos rios, do ar e outras, tem causado impactos negativos ao meio ambiente que comprometem o futuro da humanidade. O presente estudo vem contribuir com docentes e discentes no despertar de uma nova consciência ambiental para a transformação social.

A pesquisa foi realizada em uma escola pública Indígena de Ensino Médio na Comunidade Indígena de Vila de Betânia, Município de Santo Antônio do Içá–Am, objetivando compreender a importância de se desenvolver uma prática docente voltada para a Educação ambiental, de forma interdisciplinar, nas turmas do 2º ano do Ensino Médio a fim de que haja aplicabilidade na vida dos estudantes.

De acordo com a política nacional de educação ambiental a Lei 9.795/99 em seu art. 2º institui que a educação ambiental esteja presente de maneira formal em todas as modalidades de ensino do processo educativo e seja trabalhada de forma integrada, continua e permanente.

Trata-se nesta pesquisa de uma análise da percepção dos professores e alunos de ensino médio sobre as práticas pedagógicas em educação ambiental neste nível de escolaridade, não somente em disciplinas da área de humanas, mas trabalhar essa temática de forma interdisciplinar, sendo um importante instrumento de base da educação nacional alicerçada na Lei 9.795/99.

Visto ser um desafio na escola trabalhar a educação ambiental de forma integrada associando teoria à prática devido ainda não ser uma disciplina específica e por muitos entenderem que deve ser trabalhada apenas por meio de projetos ou nas disciplinas de Geografia e História, a partir daí, surgiram inquietações a respeito de como os docentes vêem as questões de educação ambiental nas escolas públicas de ensino médio, faixa etária de 15 a 17 anos, na Comunidade Indígena?

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Os decentes são receptíveis a essas questões relacionadas ao meio ambiente? Qual a percepção dos alunos e professores sobre temas como desenvolvimento sustentável e sustentabilidade? No mundo atual observa-se um cenário onde uma grande parcela da população não demonstra preocupação com a preservação do planeta.

Por essa razão, pretende-se desenvolver nesta pesquisa ações educativas na escola junto com os educandos um manual que contenha informações que fazem parte do dia a dia dos alunos sobre como cuidar do ambiente em que vivem para preservação da vida no planeta. Onde haja o envolvimento de todos de forma interdisciplinar, pois nas escolas a informação e a sensibilização chegam de forma rápida através da disseminação dos conhecimentos sobre o assunto. Para Santos e Costa (2017, p.13) afirmam que:

O mais apropriado para ações interdisciplinares e que promovam a formação holística do educando enquanto cidadão crítico e reflexivo é que seja pensada uma EA em um contexto integrado, que possam abranger também o “pensar e agir localmente”, levando em consideração os valores daqueles que vivem diariamente a escola e, corroborando com isso, visualizar criticamente os instrumentos didáticos que ditam as posturas docente e discente e a forma como os conceitos ambientais são discutidos.

Desse modo, trabalhar com a sensibilização nas escolas ainda pode ser um caminho para que possibilite uma visão consciente em busca da preservação do ambiente tanto no presente quanto para as futuras gerações. Dar ênfase e incentivo aos docentes a uma pratica pedagógica diferenciada pode minimizar os problemas causados pela irracionalidade do homem e exercer sua cidadania com consciência de um mundo ambientalmente equilibrado, que reine o bem-estar para todos, com justiça, igualdade e solidariedade.

1.1. JUSTIFICATIVA

Neste trabalho de pesquisa o foco maior é a contribuição que as políticas de Educação Ambiental podem oportunizar na transdiciplinaridade nas escolas de terras indígenas Tikuna na Região do Estado do Amazonas, observadas as experiências dos professores, buscamos entender essa perspectiva, de grande importância que é saber que conceituar competência envolve perspectiva de transformação nas práticas em sala de aula. Os discursos apresentados nas leituras

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difundem que é preciso transformar a educação em um momento de formação crítica no campo social e na comunidade acadêmica. Por este motivo o presente estudo propôs fazer uma reflexão com os docentes e discentes sobre a percepção da educação ambiental no 2º ano do Ensino médio, com a proposta de despertar o senso crítico sobre o desenvolvimento sustentável, seu eixo principal a sustentabilidade, que está inteiramente ligada aos diversos setores da sociedade como a economia, educação e a cultura, implicando que estes não agridam ao meio ambiente.

No entanto, busca-se desenvolver esta proposta de forma interdisciplinar, onde todas as disciplinas abordem temas relacionados ao meio ambiente, que forme uma consciência ambientalmente crítica, levando os discentes a pensar numa nova relação do homem com o meio, que vai além da utilização dos recursos naturais, a conservação, ou a recuperação de ambientes degradados, como a garantia destes para as gerações futuras.

Por meio do eixo Educação ambiental nos permite interagir com os docentes, discentes e a comunidade escolar experiências que tragam a conscientização e a sensibilização de todos, onde possam cuidar do seu próprio habitat em prol de um ambiente ecologicamente equilibrado onde as pessoas tenham uma vida mais saudável.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Compreender e analisar a importância de se desenvolver uma prática docente voltada para a Educação ambiental, de forma interdisciplinar, na Escolas de Ensino Médio na Comunidade de Vila de Betânia – AM, a fim de que haja um processo de aplicabilidade na vida dos estudantes.

1.2.2. Objetivos Específicos

 Constatar a percepção dos professores e alunos sobre as práticas ambientais na instituição.

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 Verificar atividades que tratam os professores na área do meio ambiente em sala de aula.

 Descrever a formação de professores e seus princípios básicos para instrumentalizar a EA.

 Identificar as ações de professores sobre EA como parte de sua formação continuada.

 Conferir a inserção de temas transdisciplinares no Curso de Pedagogia e nas políticas públicas relacionadas ao tema ambiental.

1.3. CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA

As contribuições e relevâncias estão inseridas na Educação Ambiental e divide-se em:

Aspectos Ambientais: A falta de conscientização da sociedade em geral a

respeito da conservação ambiental, o equilíbrio e a relação do homem com o meio na utilização dos recursos naturais sem causar impactos negativos ao ambiente está implícita na Constituição Federal, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações” (BRASIL, 1998).

Aspectos Educacionais: é de suma importância trabalhar uma educação voltada

para a sensibilização quanto à conservação do meio ambiente sob a ótica educacional nos aspectos formal e não formal. É notório esses aspectos contidos nos objetivos do ProNEA - Programa Nacional de Educação Ambiental que faz as seguintes abordagem:

Estimular e apoiar processos de educação Ambiental na construção de valores e relações sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competência que contribuam para a participação de todos na edificação de sociedades sustentáveis. Estimular e apoiar processos de formação de Educadores ambientais. Estimular e apoiar processos de formação Ambiental continuada e inicial de professores dos sistemas de ensino. Contribuir com a organização de voluntários, profissionais e instituições que atuam em programas de intervenção, ensino e pesquisa em educação ambiental. Contribuir para a internalização da dimensão ambiental no projeto de desenvolvimento e de melhoria da qualidade de vida, nas políticas e programas setoriais do governo em todas as esferas e setores, nas empresas, nas escolas, e nas organizações da sociedade civil (BRASIL, 2003, p.20).

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Aspectos Sociais: a questão social é um desafio, no processo relação entre capital

e exploração da natureza deve ocorrer a transformação social articulando a vida com o meio ambiente garantindo qualidade de vida e cidadania.

1.4. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Na presente pesquisa utilizou-se a pesquisa documental descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa. O escopo do estudo é a produção científica brasileira sobre Educação Ambiental no país, especificamente as disponíveis na biblioteca eletrônica da ScientificElectronic Library Online - (SciELO), na Scientific Periodicals Electronic Library - (SPELL).

É importante apresentar no decorrer deste trabalho motivo que levaram à dedicação deste estudo: a preocupação de um professor de ensino médio. Essa vivência despertou o autor para uma realidade sobre a EA e, mais ainda, sobre fazer acontecer políticas de Educação Ambiental de forma crítica, de maneira que desperte para a necessidade de transformação do comportamento dos alunos. O que se vê é o que se fala e não o que se faz. Todas as escolas dizem fazer acontecer a EA e, mesmo assim, percebe-se que a nova geração está cada vez mais distante de práticas e sensibilidades ambientais. O que temos é uma percepção de EA tradicional e não crítica, além de conservacionista, impedindo uma compreensão de escola crítica como viés de transformação.

De acordo com Fachin (2003), a coleta de dados é realizada através de questionários que apresentam variáveis distintas, cujas análises são geralmente apresentadas através de tabelas e gráficos. Para Marconi e Lakatos (2011), nesse tipo de pesquisa, a representação dos dados ocorre através de técnicas quânticas de análise, cujo tratamento objetivo dos resultados dinamiza o processo de relação entre variáveis (MARCONI; LAKATOS, 2011).

Dentro deste contexto, esta pesquisa busca analisar os dados coletados através da aplicação de questionários, realização de palestras para a comunidade escolar e atividade prática com os alunos sobre a conservação do ambiente escolar, tudo com o foco para a Educação Ambiental.

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Indígena de Ensino médio, Dom Pedro l na Comunidade de Vila de Betânia município de Santo Antônio do Içá - Amazonas. Será investigado como estão às práticas pedagógicas dos docentes com

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relação à inserção de temas ambientais em seus conteúdos de forma interdisciplinar, a interação de docentes e discentes em relação a sua percepção quanto à educação ambiental na escola e seu entorno, para que haja um despertar crítico desse ensino na comunidade escolar e, por conseguinte auxiliar de alguma forma no fazer pedagógico dos professores e ensino para transformação social.

1.5. ESCOPO DA PESQUISA

A referida pesquisa está voltada para o âmbito educacional, na qual objetivou-se compreender a importância de uma prática docente voltada para a Educação Ambiental, de forma interdisciplinar, nas Escolas públicas Indígena no 2º ano do Ensino Médio na Comunidade de Vila de Betânia – AM, bem como a sua verdadeira aplicabilidade na vida dos estudantes, tanto na escola quanto fora dela, para que haja sensibilização sobre os impactos causados ao meio ambiente e ações práticas que podem ser tomadas para que a sociedade local tenha uma melhor qualidade de vida.

O trabalho foi realizado na Escola Estadual Indígena Dom Pedro I na Comunidade de Vila de Betânia com um universo de 300 alunos. Para a efetivação da pesquisa foram realizados aplicação de questionários, com a amostra de 79 alunos dasegunda série do ensino médio e 27 professores da escola.

Achamos ser um número bastante expressivo de alunos trabalhados, com isso nos possibilitou um conhecimento concreto da situação de momento da Comunidade. Assim nos orientou a tomar alguns horizontes futuros, apresentado mais oportunidade para população que lá reside, proporcionando aos pais e professores da Localidade um melhor desempenho educativo. Oportunizando a todos um conhecimento Cientifico voltado para o bem estar das pessoas comunitárias. E ofertou a nós sujeitos envolvidos nesta pesquisa a possiblidade de sermos protagonistas na construção do saber e fazendo com que este amplie a sua visão relacionado a forma metodológica em questão e sua aplicação, conseguindo, assim, relacioná-la no seu cotidiano.

A superação dessa lógica de que a criança aprende por níveis hierarquizados – no caso do espaço, por níveis espaciais que vão se ampliando sucessivamente – requer o estabelecimento, pelo menos, de uma clareza de termos. Não estamos considerando que o estudo do meio é inócuo e desligado da realidade. Pelo

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contrário, ele pode constituir uma interessante possibilidade de ensino e aprendizagem.

Consideramos que a leitura do mundo é fundamental para que todos nós, que vivemos em sociedade, possamos exercitar nossa cidadania.

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CAPITULO 2

REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Lei de nº 9.795, de 27 de Abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental em seu artigo 1º diz que “entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999, p. 1).

Entende-se que essa relação não está dissociada do indivíduo, as pessoas fazem parte do ambiente e o ambiente das pessoas. Por isso emerge a necessidade de olhar a educação ambiental não somente na dimensão ecológica, mas num processo histórico que leva em consideração as demandas sociais, culturais, econômicas, políticas e educacionais. Uma dimensão educacional que se preocupa em promover um ambiente de construção de conhecimentos entre docentes e discente mais consciente como cidadãos que exerçam sua cidadania, comprometidos na construção de uma sociedade mais humanizada para todos.

Assim, examinar os princípios em educação ambiental vão além de uma visão apenas ecológica, mas que na prática tenha um enfoque integrado que possibilite a construção de novos saberes capazes de transformar a vida das pessoas que nas suas ações promovam um desenvolvimento sustentável que garantam a manutenção dos recursos naturais para todos os indivíduos. A esse respeito Knorst, Resende e Goldim (2010, p.132) diz o seguinte:

“A Educação Ambiental nos leva a pensar em novas formas de ações em relação ao meio ambiente. Constitui uma educação ampla e abrangente, preparada para reagir às constantes mudanças do planeta”. Na qual, sabe-se que na atualidade é essencial conhecer e utilizar as técnicas ecológicas, em prol de uma melhor qualidade de vida e da conservação ambiental.

Essa preocupação também é explicitada na leitura dos encontros que tiveram lugar em Estocolmo, no ano de 1972, conscientizando a todos acerca da responsabilidade que devem ter sobre as questões ambientais. Daí a necessidade

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de uma perspectiva transdisciplinar, considerando que o ensino é um caminho sensibilizador da realidade em relação aos problemas do meio ambiente.

Em Tbilisi, no ano de 1977, já havia uma visão crítica em relação a uma educação focada no meio ambiente, significando que a Educação Ambiental está englobando o contexto político, cultural e ético para a sociedade como um todo. A Educação Ambiental é uma realidade que facilita a integração de trabalhos educativos propiciando uma relação intrínseca entre escola e meio socioambiental. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) abrem concordância com os dizeres acerca do problema ambiental e suas abrangências. A citação (BRASIL, 2011, p. 14) a seguir reforça a idéia de que:

A vida cresceu e se desenvolveu na Terra como uma trama, uma grande rede de seres interligados, interdependentes. Essa rede entrelaça de modo intenso e envolve conjuntos de seres vivos e elementos físicos. Para cada ser vivo que habita o planeta existe um espaço ao seu redor com todos os outros elementos e seres vivos que com ele interagem, através de relações de troca de energia: esse conjunto de elementos, seres e relações constitui o seu meio ambiente.

É no contexto escolar que a Educação Ambiental deve estar em conformidade com aspectos documentais e satisfazer, com certeza, as reais necessidades humanas; por isso, deve sempre desenvolver criticidade nas suas reflexões, fato que não se percebe no cotidiano. É relevante que a formação de professores se torne uma discussão sobre essa realidade e que ressalte a imponência das políticas públicas de Educação Ambiental em conformidade com as temáticas postas em discussão na sala de aula. A Educação Ambiental precisa estar inserida em um contexto de comunidade educativa e é nesse cenário que devemos compreender a formação de professores como uma via de processo para estabelecer relação entre a EA e as Políticas Públicas de Educação Ambiental (PPEA), conforme apresenta Lopes (2015, p. 43):

Há necessidade de trabalhar a Educação Ambiental relacionada a um planejamento participativo. O autor determina que “a ação de planejar implica a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo de ensino; deve priorizar a busca entre a teoria e a prática; o planejamento deve partir da realidade concreta (aluno, escola, contexto social.); deve estar voltado para atingir o fim mais amplo da educação”.

Na verdade, o zelo que a todos compete pelo meio ambiente está dimensionado na política dos municípios que demonstram grande preocupação com

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o destino e a preservação do meio natural; porém, associado a isso se deve chamar a atenção para uma sensível relação educativa e formação ligada ao meio ambiente de adolescentes e jovens de Tikuna-AM, Brasil.

Educadores com formação ambiental podem tratar a questão como um novo descobrimento, fazendo da escola um espaço transformador e prático, pois, conhecendo a teoria, fica mais fácil a sua construção junto ao aluno e, com isso, as temáticas ambientais passam a ser discutidas com proveito no contexto da comunidade.

A viabilidade de desenvolver a EA e as PPEA na formação de pedagogos e professores da rede de ensino contribui para o despertar de uma reflexão sobre o histórico-cultural do município, e, de forma ativa, além de construtiva, ampara as discussões com o propósito de diminuir os impactos sobre o ambiente da comunidade, desenvolvendo a cidadania.

A atividade educativa voltada para a Educação Ambiental passa a ser uma ação responsável, estabelecendo laços afetivos e com resultados concretos em longo prazo na comunidade. Nesse contexto, a Educação Ambiental é uma forma preventiva de lutar contra os problemas ambientais da comunidade e o seu papel é combater o caos que a sociedade está vivendo neste século, envolvendo desde as questões urbanas até as rurais, e buscando melhor qualidade de vida para a humanidade. Essa é a visão de Reis Júnior (2011, p. 68):

As questões referentes ao meio ambiente devem receber tratamento diferenciado, segundo a localidade ou escola, os seus interesses e particularidades, para que os alunos compreendam as noções básicas sobre meio ambiente, [...] como também outros temas contemporâneos, deverá ser tratada num contexto em que haja interação com as outras áreas do conhecimento convencional, a fim de estar presente em todas elas, relacionando-se com questões da atualidade.

É relevante destacar a contextualização e o nascimento das questões que serão abordadas no presente trabalho, os enfoques metodológicos e o local da pesquisa e, depois, as teorias da transdisciplinaridade, as quais são a base para o professor que tem bom planejamento fazer abordagens teóricas para facilitar o seu trabalho de EA.

Os PCNs colocam de forma explícita todos os aspectos problemáticos que o professor pode inserir em seus planejamentos junto à comunidade educativa. Os apontamentos feitos no decorrer demonstram que as políticas públicas de Educação

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Ambiental, de forma bem elaborada e planejada, são grandemente aceitas pela comunidade da escola; porém, é viável colocar de forma clara as questões relativas à Educação Ambiental no contexto do Brasil.

É viável também destacar que a crise ambiental e a crise educacional podem fragilizar o papel educativo e a formação crítica dos educandos; por isso, necessita-se de um professor que tenha formação contínua. É importante salientar que uma comunidade educativa, que põe em discussão a EA e as questões políticas, pode repassar de forma peculiar para seus alunos a sua realidade; dar vez a novos conhecimentos e trazer à tona novos horizontes, tornando a Educação Ambiental um processo de inter-relação entre a sociedade e o meio natural.

É relevante também apresentar um propósito de trabalho prático para a comunidade de professores após perceber que há uma necessidade de abordar conhecimentos sobre as PPEA e EA na formação de professores. Nesta tese se apresenta a viabilidade de inserção das PPEA e da EA, tanto na formação de professores do EF como na formação interdisciplinar.

Neste trabalho procurou-se perceber na fala dos professores envolvidos na pesquisa suas angústias quanto ao processo de formação que recebem e suas fragilidades na EA e nas PPEA, pois se sabe que a Educação Ambiental construída de forma crítica e o conhecimento de suas políticas dependem de um currículo vivo e de uma formação construída com bases sólidas. Dentro desse contexto, a tese está estruturada da seguinte forma:

No capítulo 1 introduzem-se as questões que apresentam o cenário da pesquisa, parte introdutória do estudo.

O capítulo 2 aborda a fundamentação, na qual o pesquisador se apoia nas teorias e se fazem presentes a Transdisciplinaridade, possibilitando realizar a inserção das PPEA e da EA na formação dos professores, para que tenham base e confiança em desenvolver práticas da EA e reflexões sobre PPEA no ambiente educativo.

O capítulo 3 trata da questão metodológica da pesquisa, caminhos percorridos para realização do estudo. Tem-se ai a estrutura metodológica da pesquisa, sendo o espaço no qual se constroem a descrição do lugar estudado, a população e a amostra, o modelo, o tipo e abordagem, as técnicas e instrumentos e as análises dos dados e validação dos instrumentos.

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No capítulo 4 apresentam-se os pré resultados, as pré análises segundo as propostas da pesquisa, e a seguir apresentam-se as possíveis conclusões, hipóteses e recomendações para esse projeto de pesquisa.

A desenvoltura dos capítulos desta pesquisa oportuniza um avanço nos entendimentos sobre as implicações das políticas públicas de Educação Ambiental inseridas no processo de formação para uma construção inovadora e transformadora de forma global e local para a comunidade educativa. É possível trazer uma contribuição para os professores da educação do ensino médio.

Percebe-se que o percurso em que a pesquisa se estrutura é muito importante para os professores, pois abre reflexões e discussões que desencadeiam novas concepções do termo conhecimento ambiental e práticas de Educação Ambiental na comunidade educativa. Esta pesquisa, portanto, se aprofunda sobre a formação de professores diante da realidade ambiental em que o ser humano está inserido, de um modo transdisciplinar.

2.2. OS AVANÇOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Diante dos problemas ocorridos na relação entre seres humanos e natureza que provocaram a crise ambiental global, houveram inúmeras iniciativas voltadas para a minimização das graves consequências para o meio ambiente. Segundo Klein (2007) no ano de 1972, em Estocolmo, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.

Neste encontro se reuniram 113 nações que mantiveram o intuito de debater a respeito da importância de diminuir o impacto ambiental proveniente das ações inconsequentes do ser humano.

De acordo com Campos (2014), no Brasil, a iniciativa mais importante se deu através da Conferência do Rio de Janeiro (ECO 92), em junho de 2013, onde o objetivo do encontro era fortalecer as práticas que visavam o desenvolvimento sustentável, a fim de alcançar níveis melhores de equidade social e preservação ambiental (Maneia, 2013).

Durante este evento, foram redigidos cinco documentos, porém o mais importante foi a Agenda 21, o documento mais completo sobre o tema do país no século XXI.

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A educação ambiental deve tratar das questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico. Aspectos primordiais relacionados com o desenvolvimento e o meio ambiente, tais como população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome, degradação da flora e da fauna, devem ser abordados dessa maneira (CASCINO, 2012, p.45).

Em 2012, com a aprovação da Lei nº 9.795 de 27 de abril de 2012, e em 2015, com o estabelecimento do Decreto nº 4.281 de 25 de junho, responsáveis pela Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), o segmento educacional foi beneficiado com novos argumentos voltados para a necessidade de desenvolver ações em Educação Ambiental nas instituições escolares (Maneia, 2013).

A trajetória da presença da educação ambiental na legislação brasileira apresenta uma tendência em comum, que é a necessidade de universalização dessa prática educativa por toda a sociedade. Já aparecia em 1973, com o Decreto nº 73.030, que criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente explicitando, entre suas atribuições, a promoção do “esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente”. A Lei nº 6.938, de 31.8.1981, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, também evidenciou a capilaridade que se desejava imprimir a essa dimensão pedagógica no Brasil, exprimindo, em seu artigo 2º, inciso X, a necessidade de promover a "educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente” (LIPAI; LAYRARGUES; PEDRO, 2007, p. 24-25).

Com isso, entende-se que o objetivo da PNEA é reforçar e qualificar o direito de todos os cidadãos à Educação Ambiental, considerando-a como uma área permanente do sistema educacional brasileiro.

Para tanto, a Lei nº 9.795/99 qualifica a Educação Ambiental a partir dos princípios e objetivos essenciais para a sua inclusão na área educacional (MANEIA, 2013).

Apesar das iniciativas em reduzir os impactos ambientais em todo o mundo, o campo da Educação Ambiental ainda precisa ser debatido de modo que promova a construção de práticas mais sustentáveis, visto que não há dúvida sobre a necessidade da mesma, mas quais as melhores metodologias a serem utilizadas, visando uma mudança significativa no comportamento dos cidadãos.

Infelizmente, há a carência de instrumentos que assegurem a qualidade no processo prático educacional, essencial para fortalecer a sustentabilidade da sociedade voltada para a utilização consciente dos recursos naturais (Maneia, 2013).

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Além disso, existe o obstáculo cultural da população em reconhecer a necessidade de diminuir a degradação do meio ambiente, passando a praticar medidas e ações ambientalmente corretas, mudando comportamentos e atitudes, objetivando adotar um novo paradigma ambiental.

Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes áreas de saber. Mas também questiona valores e premissas que norteiam as práticas sociais prevalecentes, implicando mudança na forma de pensar e transformação no conhecimento e nas práticas educativas (JACOBI, 2011, p. 191).

Dessa maneira, a qualidade educacional voltada ao meio ambiente deverá promover a expansão da consciência ambiental, orientando a população a adotarem uma postura mais correta, de modo a alcançar a sustentabilidade.

É por este motivo que a participação conjunta das políticas públicas e da sociedade em geral é fundamental para a garantia dos projetos de Educação Ambiental (MANEIA, 2013).

Concretamente, a educação ambiental crítica se insere no mesmo bloco ou é vista como sinônimo de outras denominações que aparecem com frequência em textos e discursos (transformadora, popular, emancipatória e dialógica), estando muito próxima também de certas abordagens da denominada ecopedagogia. A sua marca principal está em afirmar que, por ser uma prática social como tudo aquilo que se refere à criação humana na história, a educação ambiental necessita vincular os processos ecológicos aos sociais na leitura de mundo, na forma de intervir na realidade e de existir na natureza. Reconhece, portanto, que nos relacionamos na natureza por mediações que são sociais, ou seja, por meio de dimensões que criamos na própria dinâmica de nossa espécie e que nos formam ao longo da vida (cultura, educação, classe social, instituições, família, gênero, etnia, nacionalidade etc.). Somos sínteses singulares de relações, unidade complexa que envolve estrutura biológica, criação simbólica e ação transformadora da natureza (LOUREIRO, 2007, p. 66).

A Educação Ambiental contribui com a expansão dos conhecimentos sustentáveis, assegurando a escolha de valores responsáveis pelo aperfeiçoamento de práticas que interagementre si, fundamentais para o equilíbrio do meio ambiente e o atendimento das necessidades da sociedade.

No entanto, a realidade do país é outra. Enquanto o objetivo é fortalecer as metodologias que visem à disseminação do conhecimento a respeito da

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sustentabilidade ambiental, muitas escolas, instituições, ONGs e outras organizações, ainda adotam temáticas básicas sobre o meio ambiente, sendo abordadas apenas em disciplinas como a Biologia e Geografia, passando a ser um saber aleatório, e não específico.

Desse modo, não há a verdadeira integração da Educação Ambiental com o ensino.

Conforme relata Layrargues (2015, p. 09):

[...] a educação ambiental aparece como um fenômeno social que, mais do que representar a porta-voz das ideologias ambientalistas, constitui-se na instância dinamizadora e potencializadora capaz de acelerar o processo de disseminação do pensamento ecológico no tecido social e promover a conversão para uma sociedade sustentável. Essa constatação evidencia a importância que a educação ambiental adquire, pois muito do destino futuro das relações entre a sociedade e a natureza, passa pelo crivo da educação e seus respectivos modelos político-pedagógicos em constante disputa ideológica.

A Educação Ambiental busca o alcance da cidadania nas questões ambientais, desafiando a imaginação e as estratégias políticas a convencerem a população em geral em reduzir a margem de consumo inconsciente dos recursos naturais, assegurando os mesmos para sociedades futuras (Maneia, 2013).

É fundamental que toda a sociedade se demonstre engajada na mobilização de atividades e recursos que possam combater catástrofes ambientais responsáveis por arruinar países e prejudicar o bem-estar social de seus cidadãos.

A cidadania é considerada como um conjunto de direitos e deveres de toda a população, cujos benefícios envolvem a participação nas decisões políticas e públicas.

Assim, os indivíduos podem assegurar seu direito de escolha e voto, sendo possível fazer parte efetivamente do exercício público.

Nossa Carta Magna nos com firma no seu Art. 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou

diretamente, nos termos desta Constituição.

A efetivação da cidadania exige não só um estado de direito, como também um convívio social regido pelos princípios democráticos. Para isso, é necessário que, além dos governantes, cada cidadão e cada cidadã adote esses princípios e oriente sua atuação social e seu comportamento pessoal por eles (BRASIL, 2013, np).

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Melo (1990, p. 92) afirma que a construção de um ser humano cidadão “é a realização, numa sociedade conflituosa, da efetivação da liberdade de pessoa e que em última instância, não pode ser senão aquela de um ser dotado de razão”.

É durante o processo de construção individual da cidadania acerca do caráter permanente que as emergências coletivas são ressaltadas, contribuindo com a articulação das regras e normas estabelecidas pelo Estado, permitindo a obtenção de maior complexidade e melhor elaboração (MANEIA, 2013).

Moreira e Marinho ainda demonstram que a vida social:

[...] passa a ser sinônimo de convívio que nem sempre pode ser harmonioso, pois “existem determinadas áreas cruciais em” torno das quais tem de haver um acordo quanto às regras que assegurem a sua existência como palco de negociações (congresso, sindicato, tribunais). A iniciativa em promover e consolidar acordos traz em si uma busca por padrões de convivência que garantam a preservação do grupo social. A este esforço de explicitação dos acordos, em categorias racionais, os gregos chamaram de ética (MOREIRA; MARINHO,2015, p. 14).

Para Del Prette e Del Prette (2012, p. 208) a educação para a cidadania deve ser mantida também no âmbito da educação formal que permite a “análise dos valores e práticas sociais da instituição escolar e do grau em que efetivamente promovem ou suprimem a cidadania enquanto compromisso com mudanças sociais”.

Baseado nesses princípios é preciso ressaltar que os indivíduos iniciam seu desenvolvimento logo quando crianças, estabelecendo relações com seu meio social em função da interação adquirida.

De acordo com Piaget (2011, p. 225) existem dois tipos de relacionamentos sociais, a coação social, compreendida como “toda relação entre dois ou n indivíduos na qual intervém um elemento de autoridade ou de prestigio”; e a cooperação, definida como “toda relação entre dois ou n indivíduos iguais ou que acreditam ser iguais, ou seja, toda relação social na qual não intervém nenhum elemento de autoridade ou de prestigio” (PIAGET, 2011, p. 226).

Desde os primórdios da civilização, o ser humano mantém um comportamento focado na prática de atividades que buscavam alcançar seu bem-estar, no entanto, para que o seu desenvolvimento ocorresse, passou a utilizar os recursos naturais, alterando a natureza e suas fontes de modo inconsciente e irresponsável, prejudicando notoriamente sua própria existência (Maneia, 2013).

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Historicamente, com o advento da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, o uso dos recursos naturais se tornou excessivo, provocando danos irreversíveis ao meio ambiente (HUTCHISON et al, 2011).

De acordo com Leff (2011) a crise ambiental exige que a população adote um novo comportamento tanto econômico quanto populacional, sendo possível assim minimizar os desequilíbrios ecológicos e garantir um padrão ambiental adequado para a vivência social.

O autor afirma ainda que o desenvolvimento científico moderno foi responsável pela promoção da tecnologia da vida e economização da natureza, substituindo os verdadeiros valores ambientais por valores individuais e sociais, onde os bens de uso foram transformados em bens de negócio e de livre mercado, provocando uma crise de civilização.

Esta crise permaneceu regida pelo predomínio do crescimento tecnológico sobre a organização dos recursos naturais.

A exposição aos fatores sociais, criados pelo homem, a população está exposta a criminalidade, poluição e fatores biológicos e psicossociais que interferem em sua própria vida se expandindo para o resto da população.

A falta de organização das estruturas e as consequências geradas por esses fatores criam certa frustração nos cidadãos pelo stress causado através de engarrafamentos, situações de riscos, etc.

Dessa forma, Leff (2006) afirma que na atual fase da modernidade, torna-se imprescindível a construção de um novo paradigma, considerando os elementos que promoveram a crise da civilização, mas que nos dias de hoje serão utilizados para ressignificar o homem e a natureza, retomando o discurso responsável pela formação de vínculos significativos, estabelecendo diálogos que fortalecem o consumo consciente.

2.3. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO

São muitas as dificuldades encontradas na Educação Ambiental no ensino médio, no qual é possível constatar que a maioria dos professores está consciente de suas responsabilidades socioeducativas, tendo um consenso da importância da educação ambiental como tema transversal (DIAS, 2014).

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O fato é que embora os professores tenham conhecimento sobre o tema, não há uma oferta de capacitação sobre o assunto para que a EA possa ser incluída como temas transversais em seus planos de aula.

Além disso, os professores questionam acerca da falta de material didático, não contendo os conteúdos voltados sobre a questão ambiental, sendo necessário que se use outras tecnologias com materiais que possam auxiliar na escola, para que possa tornar o trabalho menos difícil.

Neste escopo, os problemas ambientais são tratados como algo possível, sendo necessário que a escola busque transmitir para os educandos de forma completa o conhecimento acerca do meio ambiente, no qual a Educação Ambiental deve ser praticada nas escolas, não apenas como um projeto especial, extracurricular e sim como uma prática educativa que integre disciplinas (SATO, 2013).

Quando as questões ambientais são apresentadas de forma confusa aos alunos, aprendem apenas que é preciso preservar a natureza e não levam as políticas públicas a sério, sendo apenas ouvintes e não praticantes de atividades que despertem a sua conscientização sobre a realidade do meio ambiente.

Verifica-se que a EA não é trabalhada como se pede os PCN’s e a Lei 9.795 de 2012, tendo em vista que os professores não são estimulados e nem capacitados, pois a escola não oferece condições suficientes para o desenvolvimento deste tipo de trabalho e o professor acaba não tendo motivação para ir além do que pede a sua disciplina (SATO, 2013).

Diante as dificuldades enfrentadas pela educação ambiental, ainda tem as escolas que não oferecem condições adequadas para o desenvolvimento de uma educação de qualidade, por falta de investimentos.

Neste exposto, é fundamental que se tenha inter-relação entre as disciplinas do currículo escolar junto com a comunidade para que se possa realizar uma educação ambiental voltada para a mudança do comportamento humano (DIAS, 2013).

Discussões sobre educação e formas de Implementação intensificou ambiental e de qualidade ganhou, especialmente em vista da participação conjunta dos órgãos estaduais responsáveis pela questão (GALLI, 2008, p. 136-140).

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A Educação ambiental no ensino escolar, refere-se às ações desenvolvidas no âmbito do estudo, ambas as instituições educacionais públicas e privadas, estendendo-se através de todos os níveis e modalidades de ensino.

Com o intuito de criar instâncias de referência para a construção dos programas estaduais de Educação Ambiental, a extinta Sema e, posteriormente, o Ibama e o MMA fomentaram a formação das Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental. O auxílio à elaboração dos programas dos estados foi, mais tarde, prestado pelo MMA.

As direções dadas enquadram a legislação ambiental e educacional sobre a EA nas Diretrizes e Bases n. 9.394/96, que buscam um olhar estruturado na organização das menções sobre a questão ambiental, em que apresenta o ensino médio como um receptor dos interesses desta pesquisa.

Os documentos PCNs (BRASIL, 1998, p. 68), em uma leitura condizente com as afirmações acima, ajudam a compreender que os futuros professores devem refletir sobre a necessidade de:

 Compreender a cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e obrigações políticas, civis e sociais, adotando no cotidiano atitudes de solidariedade, compreensão e repúdio à injustiça, respeitando o outro e exigindo respeito para si mesmo.

 Considerar-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e interações, para contribuir ativamente na melhora do meio ambiente.

Na prática, os educadores e educandos valorizam o processo de educação por inteiro, estabelecendo uma mudança de atitudes a respeito da formação e ação do homem como ponto fundamental no trabalho de conscientização dos novos pedagogos.

O Programa Nacional de Educação Ambiental – PNEA integra-se aos Ministérios de Meio Ambiente e da Educação responsabilizando-se pela educação de forma sistemática.

O grande desafio encontrado é a forma de acompanhar o educador para o seu incentivo a uma leitura diferenciada para o meio ambiente e para a criticidade, abrindo-se para novos conhecimentos, para a pesquisa e atuações da cidadania nas escolas.

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A Educação Ambiental traz consigo uma forte necessidade de estarmos inseridos na realidade, sem o compromisso de buscar conceitos técnicos de meio ambiente, mas com posturas reflexivas e com valores pautados na ética, envolvendo toda comunidade no compromisso para uma prática pedagógica do conhecer diferente inserida no espaço escolar educativo.

Abrindo um diálogo com Ferreira, em sua Tese de Doutorado, trago sua ideia, reforçada por Santos (2007), relacionada ao conhecimento potencialmente emancipador, no qual o ato de conhecer é também um ato de reconhecer, no sentido de que o outro não mais é visto, tomado, apenas como um objeto, mas sim como sujeito do conhecimento, no qual se considera a solidariedade como saber (SANTOS, 2011).

A visão transformadora do professor o faz buscar práticas contextualizadas na escola. E não pode ser diferente.

A escola deve fazer o aluno refletir sobre a realidade e o conhecimento deve ser desenvolvido de forma global. Concordando com esses dizeres, temos um alerta (ALVES; GARCIA, 2008, p. 74-75):

Aqueles que têm estudado o cotidiano da escola – e da vida – sabem, no entanto, que as vozes, nos projetos dominantes, proibidas de falar, continuam falando; os sons interditados que nele circulam são ouvidos por alguém, os cheiros aí produzidos chegam a algum lugar. De maneira caótica, como na vida, nos cotidianos das escolas continuam a ser tecidas redes sem começo nem fim e que, como nos ensina Prigogine, do tão negado e temido caos pode emergir uma nova organização. E é isto que tanto assusta os que detêm o poder e que tanto se aferram à ordem.

Percebe-se que a preocupação do MEC (BRASIL, 2013) é universalizar a Educação Ambiental, em que a trajetória da sua presença na legislação brasileira apresenta uma tendência em comum, que é a necessidade de universalização dessa prática educativa por toda a sociedade.

O papel do professor passa a ser uma prática pedagógica crítica e consciente. Assim, procurou-se uma abordagem nova para a concepção do professor, do aluno, do processo e da sociedade como um todo.

Portanto, o tema na formação do professor busca um desempenho escolar em uma sociedade pluralista, preparando cidadãos críticos, solidários e respeitosos com o meio ambiente.

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A Educação Ambiental vem se disseminando no ambiente escolar brasileiro. Há uma crescente inserção em resposta às expectativas que a sociedade projeta sobre a escola.

E a institucionalização da EA, que vem se processando, reflete a demanda da sociedade e, reciprocamente, pressiona as escolas a desenvolverem ações que denominam de Educação Ambiental. Portanto, a EA já é uma realidade para os professores e estes estão fazendo, ou se sentem compelidos a se debruçar sobre essa nova dimensão educativa.

Essas reflexões têm a intenção de discutir o que Guimarães (2014) denomina eixos formativos, importantes para orientar os trabalhos de formação de educadores ambientais, aptos a participar da construção de ambientes educativos dentro de uma perspectiva crítica.

A Educação Ambiental é, portanto, uma prática pedagógica que não se realiza sozinha, mas nas relações do ambiente escolar, na interação entre diferentes atores, conduzida por um sujeito, chamado professor.

Qual a forma de romper com as práticas conservadoras de EA que não transformam significativamente a realidade (não mudam o curso do rio) e que vem se tornando comum observar no cotidiano das escolas brasileiras?

É fundamental um esforço de ruptura com a armadilha paradigmática que produz a limitação compreensiva e a incapacidade discursiva gerando práticas conservadoras.

Quanto mais analisamos a relação educador-educandos, na escola, em qualquer de seus níveis (ou fora dela), parece que mais nos podemos convencer de que essas relações apresentam um caráter especial e marcante [...] Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos vem sendo, realmente, a suprema inquietação dessa educação.

A reflexão crítica se abre para o novo, para as incertezas, que, tornando-se referências, relativizam as verdades, complexificando-as. Essa reflexão crítica que busca a complexidade permite práticas transformadoras, críticas e criativas, buscando superar a reprodução em um esforço de construção do inédito.

Percebendo o real como uma unidade complexa, "considerado sob o ângulo do todo, é uno e homogêneo; considerado sob o ângulo dos constituintes, é diverso e heterogêneo" (MORIN, 2011, p. 102).

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A reflexão crítica, ao desvelar essa realidade socioambiental estruturada pelas relações de poder constitutivas das relações entre indivíduos, sociedade e natureza, adquire clareza para guiar uma ação crítica que busque intervir no processo social, em suas múltiplas determinações.

A intervenção processual em uma realidade socioambiental se dá em um movimento coletivo conjunto que cria, de forma significativa, pela sinergia, uma resistência – como uma contra correnteza que pode transformar a força e o sentido da correnteza do rio.

A Educação Ambiental é uma ação educativa e deve estar articulada à formação e à sensibilidade ambiental, sendo uma fonte de mediação na esfera educacional na construção de novos valores e na preservação de futuras gerações.

Pode-se destacar que a ação transformadora tem como estrutura a construção de novas ideias, de reconstruções e de novas perspectivas de mundo e para o mundo.

Os dizeres de Layrargues (2015, p. 34) se confirmam quando: “A aproximação entre diversas ideias da Educação Ambiental e o pensamento de Freire é explicitada em muitos trabalhos acadêmicos de educadores ambientais [...]”.

Confirma-se que ideia de que a formação e a capacitação auxiliam na construção de conhecimentos inovadores para uma prática educativa e social, processando uma realização entre a ação e a reflexão na instituição de ensino.

O diálogo com Leff (2012, p. 35) nos ajuda a entender que a formação crítica para o socioambiental é enfatizada quando: “Sobretudo o produto da política do conhecimento vence os efeitos do encobrimento ideológico no qual são gerados os saberes úteis para o exercício do poder das classes dominantes”.

A articulação feita por lideranças ambientais evidencia a motivação necessária para potencializar a ação conjunta da comunidade escolar, exercendo a prática educativa de forma cidadã e diferente na sociedade.

A sociedade necessita de regras para conduzir o crescimento sem afetar (prejudicialmente) a qualidade de vida. Portanto, deve-se cuidar da Terra para que haja a preservação da humanidade.

Porém a educação não pode apresentar a Educação Ambiental de forma romântica ou poética, ingenuamente mostrada para convencer sobre um mundo sem o contexto de sofrimento e desastre que o homem está por enfrentar: deve-se apresentar o mundo real.

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A Educação Ambiental praticada por meio das temáticas ambientais deve estabelecer uma equivalência que proporcione uma postura individual ou coletiva transformada diante da natureza. Os conhecimentos transmitidos por meio das temáticas instrumentalizam a ação transformadora (Maneia, 2013).

Precisa-se perceber que, é a construção de novos caminhos, de novas relações entre a sociedade e a natureza [...] em que a educação como transmissora do conhecimento é consolidada na prática dos professores [...] na formação do educador ambiental (FREIRE, 2010, p. 167).

Como já disseram Gutiérrez e Prado (1999), a Educação se faz quando inserimos um sentido nas práticas educativas no dia a dia do aluno e do professor.

É viável expor aqui sobre a necessidade de construirmos uma comunidade que segundo o escritor Boff (2012) deve portar valores de relações de sentimento e responsabilidade, lembrando ele que sem desprezar as responsabilidades do uso da razão.

Tem-se aqui, portanto, a percepção de que há uma necessidade de construir um elo entre o conhecimento e a relação com as temáticas ambientais. O professor quando rompe com a “passividade” se propõe a colocar em prática uma reflexão científica e criativa na sala de aula.

A sociedade do homem é um conjunto de complexidades e por isso não há possibilidade de somente uma disciplina desenvolver respostas isoladas, pois, quando isso ocorre, torna-se frágil o trabalho educativo como um todo.

A sociedade como um todo deve interagir de forma a assumir sugestões de posturas a favor da realidade ambiental. Como é de prática, todos temos o conhecimento de que a educação pode trazer mudanças e bem-estar para o homem, a escola, aos poucos, foi crescendo quantitativa e qualitativamente na sociedade, grande número de pessoas teve acesso às escolas e, portanto, sabemos que a educação tem condições de ampliar a visão dos homens, desvendando lacunas por falta do conhecimento.

Na visão de Sato (2013), [...] a função transformadora da educação estimula a expressão de que os professores devem repensar a democratização ao acesso do saber para que a educação ganhe realmente força transformadora.

Um dos maiores desafios de nossa época é tirar algum sentido das mudanças ambientais em que estamos envolvidos. O processo de degradação do

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meio ambiente é uma realidade atual, e, para enriquecer a ideia, segundo Stursa (2010 p. 211):

A preservação do meio ambiente é um tema que está mais presente em todos os segmentos da sociedade, e, para que novas exigências ecológicas sejam disseminadas, é necessário um processo de reeducação, porque nós não tivemos uma formação prioritária nos aspectos ambientais.

É necessário, portanto, apoiar propostas interdisciplinares que ampliam a formação do pedagogo marcando conhecimentos sólidos na área da educação no exercício de práticas de atividades que venham a fazer o ambiente saudável para a sociedade.

Para que a prática da Educação Ambiental possa ser desenvolvida com maior eficiência é necessário destacar alguns princípios básicos para oferecer ao professor de Sociologia da Educação uma facilidade para desenvolver os conteúdos da Educação Ambiental.

Um dos fatores mais importantes para realizar a Educação Ambiental na sala de aula é um bom planejamento. Qualquer planejamento deve estar associado ao objetivo, garantir a continuidade e o nível científico do conteúdo, à administração do tempo, à seleção dos métodos e meios de ensino e ao desenho de atividades de avaliação que se ajustem à forma de organização da aula, de maneira que a interação de todos os componentes assegure a eficiência da aula.

O planejamento torna as aulas mais ricas, completas e integradas. Moretto (2011, p. 53) diz que “o planejamento consiste em racionalizar a ação educativa, antecipando o que poderá ocorrer na sala de aula”.

É muito importante assumir no planejamento os princípios e leis da Didática, tendo em vista que reflexões nos levam a confirmar que a preparação das aulas deve se desenvolver com o ensino do mestre e a aprendizagem do aluno, alcançando metas, desenvolvendo conteúdos com métodos práticos e eficazes.

Os princípios apresentados anteriormente constituem a base indispensável para alcançar a integração da Educação Ambiental no Curso de Pedagogia, mas são aplicáveis a qualquer projeto inter ou transdisciplinar sobre estes temas ambientais.

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