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Capítulo III Tecnologias da informação e comunicação

3.3. A importância do exercício físico e do treino cognitivo

“Como as maquinas, o organismo necessita ser lubrificado e estar em movimento. Tanto os ossos, os tendões e os músculos como a mente os órgãos internos, devem de ser cuidados e atendidos da melhor forma possível, sem caírem no esquecimento”.

(Geis, 2003, p.49)

Segundo Geis (2003, p. 49) o individuo, mesmo que numa faixa etária mais avançada, “mediante o movimento e com a prática de uma atividade física adaptada e contínua” poderá eventualmente aumentar o seu bem-estar e qualidade de vida promovendo, de um modo saudável o prolongamento dos seus anos de vida. Contudo é fundamental que tais atividades ou exercícios sejam adaptados, isto é, que se foquem em objetivos específicos, em cada pessoa, cada grupo, e que atendam à faixa etária do praticante.

Neste sentido, a autora refere que se têm desenvolvido mais medidas, por parte de entidades públicas, que visam sensibilizar as sociedades relativamente à importância de uma prática de exercício físico diária (Geis, 2003). Deste modo, as medidas anteriormente realçadas reafirmam-se segundo Araújo (2011, p.13) como um caminho ideal, apontado pela Organização Mundial da Saúde, para “um estilo de vida ativo e como uma das principais formas de prevenir doenças, manter o funcionamento cognitivo e providenciar a integração na sociedade” (Araújo, 2011, p.13).

Para Geis (2003) a atividade física ajuda na superação da depressão, da solidão, mas também, na melhoria das relações que o mesmo mantém com o seu meio envolvente. Estes aspetos são altamente relevantes para o bem-estar do individuo sendo que, segundo o autor, “alguns remédios deixam de ser tao necessários (para a insónia, o cansaço, a depressão, etc)” (Geis, 2003, p.51).

Assim, no processo de envelhecimento pretende-se a manutenção de uma boa qualidade de vida na qual se mantenha, durante um máximo de tempo, a autonomia mental e física adequada que lhe permita conservar condições psíquicas e física, além de uma boa saúde (Geis, 2003).

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Segundo Araújo (2011, p.13) a atividade física quando adaptada, permite prevenir algumas decadências salientes do passar dos anos nomeadamente tais como: “alterações patológicas, quer anatómicas, quer funcionais”. Contudo, a prevenção não se fundamenta pela rejuvenescência, mas sim, por envelhecer do melhor modo possível (Araújo, 2011).

Atendendo à prevenção como meio adequado para se viver mais e melhor Geis (2003) salienta que não existirá qualquer regressão do envelhecimento através da prática de exercício físico mas, antes, a prevenção de decadências que segundo o autor podem “atrasar algumas das modificações atribuídas ao processo de envelhecimento” (Geis, 2003, p.55). A prática regular de exercício físico requer a motivação que “(…) fará com que a atividade não seja abandonada, já que toda a conduta humana necessita de ser motivada para que haja esforço e assiduidade na atividade física” (Geis, 2003, p.53).

Segundo Geis (2003):

“Enquanto na infância o que se busca é a aprendizagem e a recreação, na adolescência é o aperfeiçoamento e a perfeição. Já para o adulto, o objetivo é a manutenção, a recreação, e para os idosos, por sua vez, o objetivo é mais utilitário: a prevenção, a manutenção, a reabilitação e a recreação”.

(Geis, 2003, p.53) Para além de um método atrativo de passar o tempo e de interagir socialmente quando praticado em grupo(s), vários autores apontam que este é um dos métodos promotores de uma melhor qualidade e bem-estar que beneficia as capacidades de quem o pratica.

Segundo Geis (2003, p.54) os fatores que justificam o porquê e o para quê da atividade física agrupam-se em quatro:

 “Os três primeiros são: prevenção, manutenção e reabilitação, que podem ser agrupados sob o conceito de bem-estar físico e de saúde que têm uma finalidade basicamente utilitária”.

 “Um quarto grupo chamado de recreativa, englobaria os aspetos lúdicos, sociais e afetivos”.

Também a OMS (WHO, 1998 citado por Araújo, 2011, p.14) destaca que a prática regular de exercício pode ser uma forma de atingir um envelhecimento potencialmente ativo através de um conjunto de exercícios físicos que englobem: “a manutenção ou aumento da resistência, força muscular, flexibilidade e equilíbrio, objetivos psíquicos, com a melhoria das capacidades cognitivas, percetivas e de

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coordenação, e objetivos sociais ao implicar a manutenção ou melhoria das capacidades comunicativas consigo mesmo, com os outros que o rodeiam e com o ambiente”. Estas salientam-se como mais valias em termos físicos e psíquicos que podem retardar declínios expectáveis como a perda de equilíbrio, a perda de memória, ou até mesmo a perda de autonomia que muita das vezes deriva de uma ou mais percas acima transcritas, projetadas num nível mais geral como sendo parte da condição física e psíquica. Pois, as alterações cognitivas podem de facto, ao longo do tempo, pôr em causa o desempenho das atividades de vida diária dos idosos, nomeadamente quando persistem problemas como a perda de memória, por exemplo.

Segundo Azevedo&Teles (2011) um estilo de vida estimulante do ponto de vista cognitivo poderá ter um impacto positivo na cognição do idoso e no seu processo de envelhecimento, do qual é ainda necessário optar por um estilo de vida saudável que inclua, não só o exercício físico mas também, um envolvimento em atividades sócio recreativas que permitam a manutenção de uma mente ativa e estimulada. Contudo, são vários os fatores que podem interagir direta ou indiretamente no funcionamento cognitivo sendo que, segundo Azevedo&Teles (2011, P.81) o corpo e a mente interligam-se continuadamente, “a mente habita o corpo e, portanto, a saúde física tem uma forte influência na saúde mental, verificando-se também o oposto”.

Assim sendo, sobrevaloriza-se a importância de uma prática de exercício físico regular seja para a estimulação cognitiva ou até física do indivíduo o que junto de um ativo de vida saudável lhe pode potenciar uma maior qualidade de vida e bem-estar consigo e com os outros.