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1.4 A Regional Metropolitana I no contexto da SEEDUC

1.4.1 A Inspeção Escolar nas escolas da Regional Metropolitana I

Assim como todo o estado, a Regional Metropolitana I também sofreu os efeitos do longo tempo sem contar com a reposição de inspetores para o desempenho do trabalho (de 1990 a 2008). No seu caso específico, de 1990 até a

realização do concurso de 2007, no final, somente sete profissionais eram responsáveis por todas as escolas da rede de ensino (composta por cerca de 250 unidades, entre públicas e privadas) de todos os municípios que eram, à época, de abrangência da Regional Metropolitana I. Em 2008, com a chegada dos novos profissionais, um novo direcionamento foi dado a sua atuação, junto às DRA, DRP e unidades educacionais, e a inspeção deixou de ser orientada de forma emergencial, e passou a ter uma forma planejada e estruturada em seu modelo.

Dos 25 profissionais que trabalham atualmente no quadro da CRIE, a maioria, 23, é composta por inspetores concursados em 2007, sendo os demais remanescentes de 1990. Os que participaram do processo seletivo são profissionais que demonstraram sua capacidade em um concurso que exigiu conhecimento da legislação educacional e da realidade escolar, além da comprovação de experiência educacional na prova de títulos. Os remanescentes são profissionais com a mesma formação, e que contam com a experiência desenvolvida nos anos de atuação na função.

Esses novos profissionais, em sua maioria, se apresentaram, em sua formação, enquadrados na nova concepção da formação em Pedagogia. Pereira (2012, p. 25) nos fala da aprovação da Resolução nº 01 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2008), que extinguiu as habilitações no Curso de Pedagogia, transformando-o em Licenciatura. Dentro dessa nova concepção, os novos componentes do quadro estão, em sua maioria, já com essa nova formação, ou seja, com uma formação mais ampla, sem as especializações.

Os profissionais da Inspeção Escolar que desenvolvem seu trabalho na Regional Metropolitana I estão alocados na Coordenação de Inspeção Escolar (CRIE). A CRIE está organizada conforme apresentado no organograma da Figura 2.

Figura 2 - Organograma da CRIE na Regional Metropolitana I

Fonte: Elaborado pelo autor.

Coordenadora Funcionários administrativos Inspetores Escolares Assistente

A Figura 2 representa a posição hierárquica da CRIE na Regional Metropolitana I em Nova Iguaçu. Na distribuição de responsabilidades, a de acompanhamento da certificação nas escolas da rede estadual é da Coordenadora da CRIE, sendo que a sua execução envolve todos os inspetores. Já no que se refere à certificação nas escolas extintas, a responsabilidade do acompanhamento é, por delegação de competência, da Assessora da CRIE, e sua execução é feita por um grupo composto por seis inspetores.

Em sua atuação nas escolas da Regional Metropolitana I, tendo em vista a atuação abrangente desses profissionais, tanto do ponto de vista administrativo como pedagógico, o Inspetor precisa registrar suas atividades em um documento chamado “termo de visita”, de confecção obrigatória, que deve relatar todas as atividades desenvolvidas pelo Inspetor no momento da inspeção, se necessário apontando os problemas encontrados e as soluções sugeridas (Ver anexos A, B, C, D e E). As informações relatadas nesses documentos trazem informações que possibilitam uma visão da situação, principalmente no aspecto administrativo, do que está sendo observado nas unidades educacionais, assim como se as ações que ocorrem estão, ou não, alcançando os seus objetivos. Além disso, é possível que se tenha informações suficientes para a tabulação dos dados necessários para análise posterior.

As informações constantes no termo possibilitam que as irregularidades administrativas nas escolas sejam apreendidas, e se tornem motivo de ações em momento posterior. Sejam as ações previamente estabelecidas pela DICA ou pela CRIE ou as que se baseiam em situações que foram levantadas pela atuação do Inspetor Escolar, todas estão voltadas para a melhoria da escola enquanto instituição, seja na área educacional, de infraestrutura, de gestão de pessoas e, por consequência, na garantia dos direitos dos alunos, entre elas a certificação. Entre as ações que ocorrem sistematicamente estão:

 Ações emergenciais: aquelas que, por vários motivos, entre eles o acompanhamento sistemático do Inspetor Escolar, provocam uma resposta imediata por parte do poder público no sentido de resolver determinada situação (Ver modelo no Anexo K);

 Ação dos “30 dias”: que visa mostrar a realidade de matrículas no período inicial do ano. Os alunos que não estejam frequentando a escola

efetivamente, nesse período, ficam com suas matrículas canceladas, proporcionando a oportunidade de abertura de vagas para outros alunos;  Ação de Certificação: que busca realizar a publicação em Diário Oficial de

alunos concluintes do ano anterior e de anos anteriores;

 Ação de expedição de documentos de escolas extintas: que visa minimizar a demanda de documentos comprobatórios de itinerário acadêmico e/ou de certificação, de alunos dessas instituições de ensino;

 Ação de “caracterização”: que mostra a efetiva necessidade da escola na parte estrutural, e;

 Outras: que permitem o acompanhamento do trabalho pedagógico e administrativo da escola.

No que se refere às escolas extintas, o trabalho da Inspeção, realizado sem que se tenha que se deslocar da sede da Regional, consiste no atendimento a processos de requisição desses documentos, que deverá ocorrer no “Rio Poupa Tempo”8, e serem atendidos obedecendo à legislação em vigor e diante de comprovação do efetivo vínculo com a instituição educacional extinta. Os quantitativos estabelecidos pela demanda crescente dessas solicitações são grandes, e tentam recuperar um período em que essa atuação permaneceu em ritmo lento, prejudicando assim o andamento da vida escolar de muitos alunos.