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CAPÍTULO II – EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL

2.2 A INSTITUIÇÃO DE ENSINO E O USO DA TECNOLOGIA

A sociedade, dentro do contexto de informatização, mostra-se dinâmica, e oferece espaço a uma interação muito mais ágil. Diante desse cenário, é fundamental que novos padrões sejam trabalhados de forma ética, através de uma educação que tenha como foco não apenas o conteúdo clássico, mas sim, a substância necessária à vida em sociedade digital.

Professor a instituição educacional devem ficar atentos, na mesma proporção, aos compromissos assumidos diante desta nova realidade, para que todos os maiores interessados no processo educacional – os alunos – recebam um aprendizado atualizado e continuado. As instituições de ensino devem elaborar uma estratégia de comunicação pedagógica com o intuito de fazer chegar à comunidade esta representatividade social, para orientação no uso adequado dos meios eletrônicos. Assim, é preciso educar para fazer uso da tecnologia, criar uma política que propicie à instituição não apensa cumprir um papel educacional e social, mas que também contribua para a evolução da sociedade. É papel da instituição promover não apenas a inclusão digital, mas sim a ―Educação Digital‖, posto a mera disponibilização de tecnologia desacompanhada do preparo e orientação dos indivíduos pode representar impactos mais negativos do que benéficos.

A consciência de que o computador possibilitará mais rapidamente o acesso ao conhecimento desvinculada da imagem de que é utilizado apenas como máquina de escrever, de entretenimento ou de armazenagem de dados é necessária, por parte dos profissionais do ensino, para que tal tecnologia sirva como ferramenta para a educação, como auxiliadora para uma aprendizagem mais consistente.

Valente (1993, p. 16) esclarece que:

(...) na educação de forma geral, a informática tem sido utilizada tanto para ensinar sobre computação, o chamado

computer literacy, como para ensinar praticamente qualquer

Borges Neto (1999), ao analisar o fenômeno brasileiro de informatização escolar, destaca a predominância da falta de planejamento como responsável pela segmentação do processo educacional, no sentido de supervalorização da estrutura de aulas de informática em prejuízo das aulas de outras matérias, compostas por turmas superlotadas, alunos desmotivados, falta de material didático e tendo como únicas ferramentas tecnológicas o quadro negro, o giz, a voz e quando muito, o livro didático.

Para Borges (1999), a Informática Educativa se caracteriza pelo uso da informática como uma ferramenta extra em sua sala de aula, no qual o professor tem condições de utilizar os recursos colocados a sua disposição. Nesse nível, o computador é empregado pelo professor em toda sua potencialidade, tornando possível simular, praticar ou vivenciar situações, podendo até sugerir conjecturas abstratas, fundamentais a compreensão de um conhecimento ou modelo de conhecimento que se está construindo.

Segundo Valente (1993, p. 13):

(...) para a implantação dos recursos tecnológicos de forma eficaz na educação são necessários quatro ingredientes básicos: o computador, o software educativo, o professor capacitado para usar o computador como meio educacional e o aluno‖, sendo que nenhum se sobressai ao outro. O autor acentua que, ―o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por intermédio do computador. A alteração operacional do computador como meio educacional se dá em conjunto com um questionamento da função da escola e do papel do profissional em educação. Core Valente (1993), o verdadeiro papel das ferramentas utilizadas no processo educacional não deve ser o de educar, mas antes deve criar condições de aprendizagem. Nesse sentido, o professor deve desempenhar o papel de criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento

intelectual do aluno, e não um mero repassador de conhecimento, pois o computador pode fazer isso de forma tão eficiente quanto o próprio professor.

A tecnologia aplicada em um ambiente de aprendizagem tem o potencial de provocar mudanças de padrão. Quando bem aproveitada, oferece uma vastidão de recursos para o desenvolvimento de diversas atividades desenvolvidas com os alunos.

Conforme Ferreira (2002, p. 29), dentre os fatores potencialmente vantajosos com a adoção das TIC´s37 por parte das instituições de ensino, destacam-se os seguintes:

a) ser ‗sinônimo‘ de status social, visto que seu usuário, geralmente crianças e adolescentes, experimentam a inversão da relação de poder do conhecimento que consideram ser propriedade dos pais e professores, quando estes não dominam a Informática; b) possibilitar resposta imediata, o erro pode produzir resultados interessantes; c) não ter o erro como fracasso e sim, um elemento para exigir reflexão/busca de outro caminho. Além disso, o computador não é um instrumento autônomo, não faz nada sozinho, precisa de comandos para poder funcionar, desenvolvendo o poder de decisão, iniciativa e autonomia; d) Favorece a flexibilidade do pensamento; e) estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico, pois diante de uma situação-problema é necessário que o aluno analise os dados apresentados, descubra o que deve ser feito, levante hipóteses, estabeleça estratégias, selecione dados para a solução, busque diferentes caminhos para seguir; f) Possibilita ainda o desenvolvimento do foco de atenção- concentração; g) favorece a expressão emocional, o prazer

37 As Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC´s - correspondem a todas as

tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem.

com o sucesso e é um espaço onde a criança/jovem pode demonstrar suas frustrações, raiva, projeta suas emoções na escolha de produção de textos ou desenhos.

A utilização das TIC´s por parte das instituições de ensino é crucial para uma mudança de paradigmas, considerando-se, sobretudo, o aumento da vontade em aprender, pois as tecnologias digitais exercem um deslumbre nos estudantes. Se a tecnologia for utilizada de forma ajustada, tem muito a oferecer, a aprendizagem se tornará mais proveitosa, pois, conforme Valente (1993), ―a possibilidade de uso do computador como ferramenta educacional está crescendo, e os limites dessa expansão são desconhecidos‖.

É papel das instituições de ensino a democratização da acessibilidade às ferramentas tecnológicas, gerando a inclusão sócio-digital dos alunos. É preciso também que os dirigentes aventem as possibilidades pedagógicas deste recurso. Contudo, é preciso estar conscientes de que não é somente a introdução da tecnologia em sala de aula, que trará alterações na aprendizagem.