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A Liderança dos Professores – como se manifesta e correlaciona

Título: A Liderança dos Professores – como se manifesta e correlaciona

Cruz, J., Gaspar de Matos, M., Marques, A. & Alves Diniz, J.

1ª publicação: In prep. para submeter em inglês a Teachers and Teaching – theory and practice

A Liderança dos Professores – como se manifesta e correlaciona The Teachers Leadership – how it manifests itself and correlates

Jaqueline Cruz

Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa Margarida Gaspar de Matos

Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa José Alves Diniz

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Resumo

No seu quotidiano profissional, os professores vivem uma diversidade de situações que podem conduzir frequentemente a estados de exaustão emocional e de desmotivação profissional.

O presente estudo tem como finalidade identificar as variáveis relacionadas com a liderança e clarificar as relações que estabelecem entre si e com a insatisfação com a imagem corporal, que, por sua vez, podem influenciar positivamente ou negativamente o professor.

O instrumento utilizado foi um questionário divulgado online e os resultados estatísticos obtidos baseiam-se numa path analysis, tendo sido criado um modelo explicativo.

Os professores têm diferentes noções sobre as suas capacidades, o que os leva a acreditarem distintamente na sua capacidade de liderança, nas relações que estabelecem e na sua imagem corporal.

Palavras-chave: insatisfação com a imagem corporal, liderança, professores, relação

professor/aluno

Abstract

In their daily work, teachers live a variety of situations that can often lead to emotional exhaustion and professional demotivation.

This study aims to identify the variables related to leadership and clarify the relationships they establish with their colleagues and the dissatisfaction with body image, which in turn can influence positively or negatively the teacher.

The instrument used was an online questionnaire and the statistical results are based on a path analysis, is coming up to an explanatory model.

Teachers have different notions about their abilities, which leads them to believe distinctly in their leadership capability, in the relationships they establish and in their body image.

Key words: Dissatisfaction with body image, leadership, teachers, teacher / student

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Introdução

As exigências profissionais e a pressão a que os professores se encontram sujeitos, exercem uma influência negativa na sua motivação podendo levá-los à exaustão emocional (Heystek & Terhoven, 2015). No entanto, como referem Dicke et. al. (2015) existe um efeito protetor para os professores relativamente à exaustão emocional, quando existe um bom conhecimento profissional, melhor qualificação, preocupação com os alunos e realização na função profissional (Stronge et al.,2011). Também, Stronge et al. (2011) referem que o denominador comum na melhoria da escola e no sucesso dos discentes é o professor. Nesse sentido o sentimento de eficácia dos professores parece ser um fator motivacional muito importante, e o seu empenho em atividades de aprendizagem profissional, em particular a experimentação e reflexão, são poderosos preditores para as práticas de ensino (Thoonen et al., 2011).

O trabalho colaborativo e em equipa é também fundamental pois permite estabelecer relações de partilha, de confiança e pertença, promovendo desta forma a qualidade do ensino a longo prazo (Cruz, Gaspar de Matos & Alves Diniz, 2015).

Por outro lado, a inteligência emocional é considerada como relevante e vista como a capacidade de prestar atenção às emoções, conseguindo-se compreender os sentimentos subjacentes e regular estados emocionais. Assim sendo, poder-se-á sugerir que a mesma interfira na capacidade de liderança e até no estilo de liderança de cada um (Cruz, Gaspar de Matos & Alves Diniz, 2015). Salienta-se o papel da inteligência emocional do indivíduo na eficácia da liderança, e tal é suportado pela literatura que indica existirem diferenças significativas entre líderes eficazes e ineficazes (Kotze & Venter, 2011).

A liderança transformacional está associada a melhorias no desempenho da equipa e das organizações (Wang et al., 2011), estimula a aprendizagem profissional e a motivação dos docentes (Thoonen et al., 2011). No entanto, quando o foco é centrado no indivíduo sobressaem as relações de partilha positivas, como um reforço da capacidade de liderança e da capacidade emocional, resultando também num melhor desempenho (Stewart et al., 2011). Por outro lado, os líderes eficazes demonstram maior inteligência emocional, estando esta relacionada com o êxito e tudo se desenrola, então, a partir do próprio indivíduo e do seu papel na organização (Kotze & Venter, 2011).

Nesta continuidade é essencial realçar que a motivação académica pode ser impulsionada quando os professores demonstram uma genuína preocupação pelos alunos, apoiando-os e dando-lhes suporte, quando conseguem construir uma relação de confiança e demonstram

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uma disponibilidade que os aproxima, e ainda, quando têm uma expetativa razoável mas positiva dos seus resultados académicos (Bullough, 2015; Jasmi & Hin, 2014).

A sala de aula pode ser então considerada como um espaço privilegiado de encontro entre alunos e professores, sendo que os estilos de liderança assumem particular importância na relação pedagógica (Cruz, Gaspar de Matos & Alves Diniz, 2014), podendo mesmo influenciar a forma como o professor se relaciona com os alunos (Cruz, Gaspar de Matos & Alves Diniz, 2014).

Vários autores dentro desta área científica reconhecem a necessidade de perceber melhor o papel do professor e a sua potencial relevância para o sucesso dos alunos (Stronge et al., 2011; Thoonen et al., 2011; Kirschner & Van Merriënboer, 2013).

Ressalva-se assim que o papel do professor pode ser analisado segundo várias perspetivas, tal como é evidenciado na literatura por diversos autores, mas nas várias apresentadas percebe-se quão fundamental é para a organização escolar, para a relação hierárquica e relação entre pares, bem como para o desenvolvimento integral dos discentes (Thoonen et al., 2011; Kotze & Venter, 2013).

O presente estudo pretende dar um contributo válido relativamente ao perfil do professor identificando as variáveis relacionadas com a liderança e clarificar as relações que estabelecem entre si e com a insatisfação com a imagem corporal.

Metodologia

Participantes

O estudo envolveu 471 professores (344 mulheres), com média de idades de 45,8 anos (DP = 7,9), variando entre os 24 e os 65 anos. Entre os participantes, 345 eram detentores de formação graduada (Licenciatura) e 126 de formação pós-graduada (maioritariamente Mestrado). Relativamente ao vínculo contratual, 386 professores estavam no Quadro de Nomeação Definitiva e 85 eram Contratados. Cento e quatro (104) docentes lecionavam em escolas do ensino básico (do 7º ao 9º anos de escolaridade), 214 em escolas básicas e secundárias (do 7º ao 12º anos de escolaridade) e 153 em escolas do ensino secundário (do 10º ao 12º anos de escolaridade), situadas em Portugal Continental e nos Açores (Ilha Terceira), num total de 65 Concelhos.

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Para a recolha dos dados foram utilizadas quatro escalas originais criadas e desenvolvidas pelos autores do presente artigo e a Contour Drawing Rating, sendo que para esta última, a sua utilização foi autorizada pela investigadora que conduziu a validação para a população Portuguesa (Francisco et al., 2012). As cinco escalas foram incluídas num único questionário difundido online, e implementado através da plataforma limesurvey. O questionário foi aplicado a professores que lecionavam em escolas públicas, básicas e/ou secundárias, do 7º ao 12º anos de escolaridade, no final do ano letivo de 2011/2012, em Portugal Continental e Ilhas.

A designação e dimensões das quatro escalas originais resultaram do significado do conjunto de itens que as constituíam (Tabelas 53, 54, 55 e 56), enquanto que na Contour Drawing Rating Scale foram utilizadas as mesmas sugeridas pelos investigadores Francisco et al. (2012) como se pode verificar pela consulta da Tabela 57. As quatro escalas são constituídas por um número diferente de itens, correspondendo à Escala de Autoperceção dos Comportamentos de Risco (27 itens), à Escala de Conceção de Liderança (21 itens), à Escala de Autoperceção e Perceção nos Outros da Capacidade de Liderança (35 itens), e à Escala do Grau de Conhecimento sobre Conceito de Liderança (9 itens), como se pode observar pela consulta das Tabelas 53, 54, 55 e 56.

A Escala de Autoperceção dos Comportamentos de Risco e a Escala de Conceção de Liderança consistiram em escalas de Likert de 5 pontos, com a seguinte codificação: 1 – discordo fortemente, 2 – discordo, 3 – não discordo nem concordo, 4 – concordo e 5 concordo fortemente. A Escala de Autoperceção e Perceção nos Outros da Capacidade de Liderança consistiu numa escala de Likert de 5 pontos com a codificação: 1 – nada capaz, 2 – pouco capaz, 3 – nem capaz nem incapaz, 4 – capaz e 5 – muito capaz. A Escala do Grau de Conhecimento sobre Conceito de Liderança consistiu numa escala Likert com 5 pontos com a seguinte codificação: 1 – desconheço, 2 – conheço pouco, 3 – nem conheço nem desconheço, 4 – conheço e 5 – conheço muito. Neste caso a escala é constituída, apenas por uma dimensão.

A Contour Drawing Rating Scale consista numa escala de figuras de 1 a 9, sendo a silhueta 1 a menos volumosa e a 9 a mais volumosa, quer relativamente à imagem corporal atual (ICA) quer em relação à imagem corporal ideal (ICI). A satisfação ou insatisfação com a imagem corporal derivava da diferença entre, o número da silhueta selecionada em ICA e o número da silhueta selecionada em ICI.

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Cada escala tinha objetivos específicos, mas no seu conjunto procuraram perceber a correlação entre aspetos relacionados com a liderança e as relações estabelecidas pelos professores, bem como compreender qual a relevância da autoperceção da imagem corporal com aspetos ligados com a liderança e a relação. Assim, a escala de autoperceção dos comportamentos de risco, possibilitava perceber como os docentes observavam, analisavam e intervinham sobre os comportamentos de risco de alunos adolescentes; a escala de conceção de liderança permitia perceber como os docentes concebiam a liderança e como se situavam face a aspetos diretamente relacionados com a mesma; a escala de autoperceção e perceção nos outros da capacidade de liderança possibilitava compreender como os docentes percebiam a sua capacidade de liderança e como percebiam, nos colegas, a capacidade de liderança; a escala do grau de conhecimento sobre conceito de liderança permitia aferir o grau de conhecimento sobre conceitos de liderança; a Contour Drawing Rating Scale permitia perceber se os professores estavam satisfeitos ou insatisfeitos com a sua imagem corporal. Inserir Tabela 53 Inserir Tabela 54 Inserir Tabela 55 Inserir Tabela 56 Inserir Tabela 57 Procedimentos

Para a obtenção dos dados do nosso estudo foi utilizado um questionário que teve duas fases de divulgação, a primeira entre maio e setembro de 2012 e a segunda entre outubro e dezembro do mesmo ano. Na primeira fase pretendeu-se, através do sistema de amostragem de “bola de neve” chegar ao maior número possível de professores, enviando o link via email, primeiro aos contactos que possuíamos com o pedido de resposta e disseminação para outros colegas que conhecessem, não esquecendo que o questionário se destinava a docentes a lecionar em escolas públicas do ensino básico e/ou secundário.

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Dado considerarmos que o número de respostas obtidas até ao final de setembro não era satisfatório, avançou-se para a segunda fase que consistiu em escrever para as Direções Executivas das Escolas (órgão de gestão) cujos Concelhos ainda não consistissem da amostra. Desta forma, pretendeu-se alargar o número de participantes e alcançar todas as zonas do País criando-se um estudo a nível nacional.

Análise de dados

Após a aplicação do questionário, procedeu-se ao tratamento estatístico realizando-se inicialmente uma análise estatística descritiva, e posteriormente uma análise fatorial exploratória através do SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22. Após a análise fatorial exploratória seguiram-se duas análises confirmatórias com recurso ao software EQS (Structural Equation Modelling) versão 6.1.

Após a validação das escalas foi realizado um estudo da coerência interna (α de Cronbach) para cada dimensão de cada escala e os respetivos valores podem ser consultados na Tabela 58.

Inserir Tabela 58

No presente estudo realizou-se uma path analysis, visando perceber que correlações significativas existiam. Partindo das dimensões e testando-as na totalidade foram obtidos dezoito modelos ajustados. A partir da análise dos resultados obtidos e tendo em conta que o elevado número de correlações significativas alcançadas, tornava-se difícil a obtenção de um modelo explicativo percetível, pelo que se optou pelo foco na compreensão da correlação entre aspetos relacionados com a liderança e as relações estabelecidas pelos professores, bem como a relevância da autoperceção da imagem corporal relacionada com a liderança e com a relação. Assim, como forma de conseguir alcançar estes objetivos, independentemente da escala a que pertenciam, as dimensões das escalas foram divididas em quatro grandes domínios (Figura 11), tendo em conta o que encerrava cada uma das dimensões e os itens correspondentes.

Inserir Figura 11

Desta forma, após a divisão em quatro grandes domínios (domínio do professor, domínio da liderança, domínio relacional professor/aluno e domínio relacional professor/professor), e após a análise de todos os dados disponíveis, nomeadamente as relações significativas dentro

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de cada modelo (Figura 12), foi decidido dar enfoque à capacidade de liderança, relações de liderança e insatisfação com a imagem corporal, visando criar um modelo explicativo em sintonia com os objetivos gerais. O modelo explicativo desenvolvido é apresentado na Figura 13, e a Tabela 59 consiste num resumo com todas as relações significativas e não significativas, para as dimensões consideradas centrais no modelo.

Inserir Figura 12

Inserir Figura 13

Inserir Tabela 59

Resultados

Na path analysis pela análise do conteúdo da Tabela 59, podemos constatar que relativamente à capacidade de liderança, não existem relações significativas com a relevância da relação professor/aluno, com as preocupações com o comportamento dos alunos, com a intervenção face a comportamentos de risco dos alunos, com as perceções de comportamentos saudáveis, com a capacidade para identificar comportamentos de risco ou de realização académica dos alunos, com a relação professor/aluno, com o desejo de liderança, com a perceção da liderança na sala de aula (dos colegas), com a perceção da liderança/comunicação (dos colegas), com a sua liderança/comunicação, com o conhecimento sobre conceitos de liderança e com a insatisfação com a sua imagem corporal. Nas relações de liderança, não existem relações significativas com a intervenção face a comportamentos de risco dos alunos, com as perceções de comportamentos saudáveis, com a capacidade para identificar comportamentos de risco ou de realização académica dos alunos, com a relação professor/aluno, com os cargos de comando, com as qualidades do líder, com a perceção da liderança na sala de aula (dos colegas), com a perceção da liderança/comunicação (dos colegas), com a sua liderança na sala de aula, com a sua liderança/comunicação, com o conhecimento sobre conceitos de liderança e com a insatisfação com a sua imagem corporal (Tabela 59).

Na insatisfação com a sua imagem corporal só existe uma relação significativa relativa às preocupações com o comportamento dos alunos, sendo as restantes relações não significativas (Tabela 59).

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Ainda pela consulta do conteúdo da Tabela 59, podemos constatar que foram encontrados 3 modelos ajustados após o cálculo das regressões lineares múltiplas, utilizando-se o método “enter”. Naturalmente, tal como já referimos anteriormente, o caminho escolhido teve enfoque na capacidade de liderança, nas relações de liderança e na insatisfação com a imagem corporal.

Temos, então, quanto aos 3 modelos ajustados (1) F (29, 340) = 5.90, p ≤ 0.001, com uma variância explicada de 33.5% na capacidade de liderança; (2) F (29, 340) = 4.27, p ≤ 0.001, com uma variância explicada de 26.7% nas relações de liderança; (3) F (29, 340) = 1.77, p ≤ 0.011, com uma variância explicada de 13% na insatisfação com a imagem corporal. Os valores de β são de -.224, nas relações de liderança, de .175, no trabalho em equipa, de .106, nos cargos de comando, de -.126, nas qualidades do líder e de -.268, na liderança na sala de aula. A variável trabalho em equipa é a que tem correlação mais forte quanto às capacidades de liderança.

Os preditores, relações de liderança, trabalho em equipa, cargos de comando, qualidades do líder e liderança na sala de aula foram significativamente associados com a capacidade de liderança.

Os valores de β são de -.146, na relevância da relação professor/aluno, de .124, nas preocupações com o comportamento dos alunos, de -.247, na capacidade de liderança, de .170, no desejo de liderança e de -.151, no trabalho em equipa. A variável desejo de liderança é a que possui correlação mais forte com as relações de liderança.

Os preditores, relevância da relação professor/aluno, preocupações com o comportamento dos alunos, capacidade de liderança, desejo de liderança e trabalho em equipa foram significativamente associados com as relações de liderança.

O valor de β é de .123, nas preocupações com o comportamento dos alunos, sendo esta a única variável com uma correlação forte com a insatisfação com a imagem corporal. O preditor, preocupações com o comportamento dos alunos foi significativamente associado com a insatisfação com a imagem corporal.

Analisando o conteúdo da Figura 12 retiramos que no domínio do professor existem relações significativas entre a capacidade de liderança com relações de liderança e com a liderança na sala de aula. Quanto às relações de liderança existem relações significativas com a capacidade de liderança e com o desejo de liderança. Por sua vez o desejo de liderança estabelece uma relação significativa com as relações de liderança. Ainda neste domínio, a liderança na sala de aula e a liderança/comunicação estabelecem entre si relações significativas.

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No domínio relacional professor/ professor a perceção da liderança na sala de aula e a perceção da liderança/comunicação detêm uma relação significativa mútua.

No domínio da liderança não existe nenhuma relação significativa entre as qualidades do líder, cargos de comando, trabalho em equipa e conhecimento sobre conceitos de liderança. No domínio relacional professor/aluno existem várias relações significativas, nomeadamente entre a relevância da relação professor/aluno com as preocupações com o comportamento dos alunos e vice-versa, com a capacidade para identificar comportamentos de risco ou de realização académica dos alunos e vice-versa, e com a relação professor/aluno e vice-versa. Existe uma relação significativa mútua entre as perceções de comportamentos saudáveis e a relação professor/aluno. A capacidade para identificar comportamentos de risco ou de realização académica dos alunos estabelece uma relação significativa mútua com a intervenção face aos comportamentos de risco dos alunos. A intervenção face aos comportamentos de risco dos alunos estabelece, também, uma relação significativa mútua com as preocupações com o comportamento dos alunos.

Relativamente ao modelo explicativo (Figura 13) verificamos que a capacidade de liderança estabelece relações significativas recíprocas dentro do seu próprio domínio com as relações de liderança e com a liderança na sala de aula; com o domínio da liderança com as qualidades do líder, com os cargos de comando e com o trabalho em equipa. As relações de liderança estabelecem relações significativas recíprocas dentro do seu domínio com o desejo de liderança e com a capacidade de liderança; com o domínio relacional professor/aluno com a relevância da relação professor/aluno e com as preocupações com o comportamento dos alunos; com o domínio da liderança com o trabalho em equipa. A insatisfação com a imagem corporal só estabelece uma relação significativa recíproca com o domínio relacional mais propriamente com as preocupações com o comportamento dos alunos.

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Discussão/conclusão

O objeto principal deste artigo foi perceber a interdependência entre variáveis relacionadas com a liderança, com as relações e com a insatisfação com a imagem corporal, permitindo alcançar um modelo explicativo através da path analysis, de forma a se poder esboçar um perfil de professor.

Quando focamos a nossa atenção na capacidade de liderança verificamos que esta estabelece cinco relações significativas, duas no domínio do professor (a que pertence) e três com o domínio da liderança. Assim, observamos que existem duas relações significativas recíprocas em sentido negativo com as relações de liderança e com a liderança na sala de aula (domínio do professor), e três relações significativas recíprocas, duas são em sentido positivo e uma em sentido negativo, respetivamente, com o trabalho em equipa e com os cargos de comando, e por último com as qualidades do líder.

Observando as relações de liderança verificamos que esta estabelece cinco relações significativas, duas no domínio do professor (a que pertence), uma com o domínio da liderança e duas com o domínio relacional professor/aluno. Analisamos, agora as ligações referindo que existe uma relação positiva recíproca com o desejo de liderança e uma relação em sentido negativo com a capacidade de liderança (ambas pertencentes ao domínio do professor), quanto ao domínio da liderança existe uma relação significativa recíproca em sentido negativo com o trabalho em equipa, as duas relações significativas seguintes são com o domínio relacional professor/aluno, sendo em sentido negativo com a relevância da relação professor/aluno e em sentido positivo com as preocupações com o comportamento dos alunos.

A insatisfação com a imagem corporal estabelece uma relação significativa recíproca em sentido positivo com as preocupações com o comportamento dos alunos que pertence ao domínio relacional professor/aluno.

Os professores que acreditam ser capazes de promover a liderança na sala de aula em prol dos alunos, que dão importância à liderança e que consideram conseguir exercê-la em algumas situações, são os que consideram ter mais capacidade de liderança percebendo-se