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2 COMPROMISSO COM A TEORIA A EXPERIÊNCIA

5.2 A PEDAGOGIA DOS SURDOS

Na escola de ouvintes-

Mudei para o Curso Magistério para Ouvintes, senti-me incluída com os demais ouvintes, sentei esperando a exposição, mas foi totalmente oralizada com som seqüencial, esperava ansiosa o recebimento do conhecimento, mas nada, nada, era o “conhecimento vazio”, veio à minha mente ”vazia”.

Ansiei, encarei a perguntar o que? o que? mas recebi pouquíssimas respostas, olhando no quadro, aprendi pouquíssimo.

Sofri alguns meses passados até junho, e nada, não passei nas provas.

Rodei, por não conhecer as palavras, os profundos significados, conceitos, por causa do não recebimento das mensagens através do canal auditivo/oral, ou seja, eu por ser surda, as aulas foram ministradas concentrando-se oralmente ou em voz oral sonoro.

Sofria angustiada pelas respostas desses conhecimentos. (E2)

Na escola de ouvintes com inclusão dos surdos-

Em Tupanciretã, as professoras não sabiam como fazer com a presença da aluna surda na aula, aliviaram-se com a presença do intérprete, mas ela não freqüentava tudo (vinha às vezes, depois desaparecia), tinha seu próprio trabalho na classe de crianças surdas. Só havia uma única intérprete em Tupanciretã.

Eu consegui com a ajuda dos colegas que aprenderam alguns sinais pois elas foram orientadas pela intérprete e educadora especial. (E2)

Ingressei começando no curso de Magistério que era próprio para os ouvintes, sempre foi aprendida / adquirida / recebida a informação / conhecimentos sempre pelo canal auditivo com mensagem em voz sonoro.

Nós sempre fomos mudados, traduzíveis para o canal manual / visor com mensagem gesto / visual, sempre com os trabalhos dos intérpretes de LIBRAS/LP, inclusive com a apresentação de nossos trabalhos para os professores e alunos conhecerem sempre admiravelmente. Eles apresentaram em grupos a apresentação e nós surdos apresentamos sempre diferente, as professores aceitaram.

No curso não ofereceram currículo próprio, nem disciplinas adequadas, o curso próprio conforme a influência do poder/saber ouvicêntrica. (E4)

Afirmo que o curso era próprio para ouvintes, não tinha a condição do curso para surdos, não tivemos o apetite de nutrir esse.

Necessitaria que com professores surdos com a visão epistemológica e metodológica própria para que nós pudéssemos desenvolver com modelo identitário e com disciplinas com especificidade da cultura surda, e a LS para ministrar as crianças surdas.

O curso era equivoco, escuro, era ouvicêntrico, os surdos não recebiam aprendendo o que necessitavam. Eles deram os métodos o que era deles, surdos não recebiam aprender nada, ”vazio”, perdíamos muito neste curso.

Grupo de surdos sentiam com o desejo de fazer a formação própria, eles toleravam seguindo o curso e recebiam diploma mesmo sem formação concreta, mesmo sem LS.

É verdade, aprendi algo, e levei textos, para casa, percebia que tinha um conhecimento “vazio”.

Se eu aprendesse com própria visão epistemológica, com especificidade temporal - espacial da cultura surda, aprenderia. Levei textos da visão do “outro” ouvicêntrico, o desprezei obsoletamente e guardei-os em local fechado. Surdos se alegravam ao entrar nos cursos de Magistério/Pedagogia, e em seguida não conseguiram encontrar a volta e a reverberação da Pedagogia dos Surdos a condição do território de aprendizagem dentro do curso de formação, que era da visão epistemológica ouvicêntrica nem tinham as referências bibliográficas referentes a cultura surda. (E5)

Eu estudei no Ensino Médio Comum em outra escola estadual, e depois fiz um ano no Magistério Municipal em Pelotas, com alunos ouvintes, com adaptações, porém as disciplinas / o currículo era para ouvintes, a inclusão dos surdos fez algumas adaptações como metodologias e didáticas, principalmente aulas visuais, mesmo baseadas em Língua Portuguesa. (E6)

Na escola de surdos-

Acho que aqui no Brasil não tem Pedagogia Surda verdadeira, só vejo que tem aqui em Santa Maria o recém curso Normal (Magistério) para Surdos..., sinto, que aqui não existe lacunas vazias nem reclamações no currículo por exemplo: temos as disciplinas: Didática de LS, História dos Surdos e LIBRAS que ensinados por mim, como professor.(E1)

De novo mudei para ficar com o meu pai, “o par surdo” em Santa Maria.

Contatei de novo os contatos culturais dos surdos, desenvolvimento e aprimoramento em LS, Poesia Surda, SW, para o meu conhecimento. Bem como Matemática com LS claramente, Escrita de LS, e demais disciplinas com mais referência a especificidade da Cultura Surda, inclusive com a Filosofia, com o Corpo Surdo, com a Pesquisa em LS, etc.

Não houve nenhuma opressão na escola, o curso foi bem ministrado calmamente.(E2)

Na escola de surdos com inclusão dos ouvintes-

Foi criada a Pedagogia para Surdos, o pioneiro, é na Universidade Estadual em Florianópolis - SC, me cursei, ligado a Educação à Distância contatando com os surdos dos interiores de SC à capital, todas as sextas e sábados.

Alguns alunos inscritos eram vindos dos interiores de SC, alguns não sabiam bem a LS, poucos sabiam bem a LS, outros sabiam bem pouco a LS e uns fluentes e conhecedores dos contatos identitário cultural, se formaram em três turmas com 2 líderes cada turma, com paciência, não dava para juntar como um todo.

Temos os docentes, as lingüistas explicaram os fundamentos da lingüística de LIBRAS, e ministraram um pouco ...a SW ... por pouco tempo.

Nós adquiríamos / entendíamos melhor essas especialidades.

No início, durante um mês só tínhamos 4 sábados com essas especialidades, depois, nada. As demais aulas eram traduzidas pela intérprete, que não tinha conhecimento adequado e ministradas pelas outras – ouvintes, nós ajudávamos “a dar sinal”, era difícil formar a esse tempo. Em conseqüência, o curso foi ampliado para sete anos, nós lutamos e conseguimos de volta para 4 anos. (E3)

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