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Este capítulo aborda a política de extensão universitária desenvolvida na UFMG. Inicialmente, um breve histórico das origens da UFMG será apresentado. Posteriormente, a política de extensão universitária – estrutura, organização e suas diretrizes situadas entre os anos de 2006 e 2013 – serão contextualizadas e analisadas. Finalmente, a relação da UFMG com a educação básica por meio da extensão universitária será abordada. As fontes consultadas foram os documentos legais, publicações institucionais, site da Universidade e entrevistas realizadas com as Pró-Reitoras de Extensão dos períodos de 2006-2010 e 2012- 2014 e a Coordenadora Geral PEI/UFMG80.

4.1 – Origem, estrutura e organização atual da extensão na UFMG

A UFMG é uma instituição com quase 90 anos de existência e encontra-se entre as maiores e mais conceituadas universidades federais do país81. Instituída pela Lei n. 956 de 7 de setembro de 1927 e composta, tal como o modelo francês, pela reunião da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, das Escolas de Odontologia, Farmácia e Engenharia e Faculdade de Medicina, a Universidade de Minas Gerais foi a segunda instituição universitária criada no Brasil de caráter duradouro. Desde a sua constituição, essa instituição vem se dedicando à formação de profissionais orientada pelo ensino eficiente dos conhecimentos humanos e estímulo do espírito de investigação original necessários ao progresso da ciência (PEIXOTO, 2006).

Federalizada pela Lei n. 971 de 16 de dezembro de 1949, teve sua denominação alterada para Universidade Federal de Minas Gerais pela Lei n. 4.756/196582. No contexto da

80 Deste capítulo em diante, a identificação dos sujeitos entrevistados ocorrerá de acordo com as siglas

explicitadas na metodologia.

81 Em 2014, a UFMG manteve a quinta colocação entre as universidades brasileiras e continua integrando o

grupo 481-490 no ranking mundial QS World University Ranking 2014, que compara o desempenho de 700 universidades em todo o mundo. Disponível em https://www.ufmg.br/online/arquivos/032184.shtml. Acesso em 15/05/2014.

82 Nesse período, a Escola de Arquitetura e as faculdades de Filosofia e de Ciências Econômicas já estavam

incorporadas à universidade. Em seu processo de expansão e diversificação, vários cursos e unidades foram sendo criados gradativamente: a Escola de Enfermagem (1950), a Escola de Veterinária (1961), o Conservatório

170 reforma universitária instituída à época, sobretudo pela Lei n. 5.540/1968, já mencionada anteriormente, as universidades brasileiras, entre elas a UFMG, transitaram “do predomínio de uma organização universitária com base em escolas profissionais, para a introdução do modelo humboldtiano de universidade de pesquisa” (PEIXOTO, 2006, p. 130). Nesse período, inicia-se também a implantação do campus Pampulha, o qual abriga atualmente a maioria das unidades acadêmicas83.

No processo de modernização da UFMG, a formulação de uma nova concepção questionava a ideia de universidade até então existente e a revisão da relação entre essa instituição e a sociedade. Defendia-se a autonomia universitária; buscava-se sua participação no processo de emancipação nacional e que “a atuação da Universidade não poderia limitar-se à pesquisa e ao progresso do conhecimento, voltando-se, também, para a comunicação e utilização social do saber” (PEIXOTO, 2006, p.133). O desenvolvimento das atividades da Universidade – ensino, pesquisa, extensão – deveria ocorrer de maneira articulada.

O primeiro, estruturado com base na separação entre as disciplinas consideradas básicas e as profissionais, enfatizando-se também o ensino das ciências básicas, de modo que todos os setores fossem incentivados e propondo-se, para tanto, que a Universidade organizasse institutos centrais. Para a pesquisa, ressaltava-se a criação de uma mentalidade nova, interessada tanto na pesquisa pura quanto na aplicada, e na implantação de organismos que a tornassem viável institucionalmente, destacando-se, entre eles, os cursos de pós-graduação. A extensão deveria ser resultado necessário da Universidade, ao se colocar a serviço da comunidade, modernizando-a e desenvolvendo-a, fortemente associada, portanto, à ideia de aplicação social numa universidade criadora de saber, de técnicas, ou recriadora, ao adaptar o saber aprendido às condições locais (PEIXOTO, 2006, p.133).

Essa reformulação nas concepções fundantes do modelo de universidade que se buscava construir já evidenciava a necessidade de integrar as atividades acadêmicas, bem como a vinculação das mesmas à sociedade desde a década de 1970. Outro movimento ocorrido à época foi a organização da administração central da UFMG e a integração das unidades. A reitoria passou a exercer um papel centralizador, em substituição ao modelo vigente, de administração e tomada de decisões pelas unidades. A administração central foi composta pelo Conselho Universitário, Conselhos de Pesquisas e de Pós-Graduação, por duas

Mineiro de Música (1962), e as escolas de Biblioteconomia (1962), Belas-Artes (1963) e Educação Física (1969). Disponível em www.ufmg.br/conheca/hi_index.shtml. Acesso em 16/12/2013.

83 As reformas implementadas nesse período resultaram no desdobramento da antiga Faculdade de Filosofia em

várias faculdades e institutos: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, o Instituto de Ciências Biológicas, o Instituto de Ciências Exatas, o Instituto de Geociências e as faculdades de Letras e de Educação. Disponível em

171 Coordenações, de Graduação e de Extensão, por uma Comissão de Planejamento e Desenvolvimento e duas Coordenações, das Bibliotecas e do Setor Estudantil.

O processo de ampliação das construções no campus Pampulha se deu entre os anos de 1970 e 1990 e na primeira década do século XXI84. Atualmente, a UFMG é composta por 20 unidades acadêmicas. Destas, 15 estão localizadas no campus Pampulha juntamente com a Escola de Educação Básica e Profissional (EBAP). Na área central da cidade de Belo Horizonte, encontram-se mais 4 unidades acadêmicas distribuídas entre o campus Saúde, a Faculdade de Direito e a Escola de Arquitetura. Em relação à última, a UFMG possui também o campus Montes Claros, com o Instituto de Ciências Agrárias, além de outros órgãos situados nas cidades de Diamantina, Tiradentes, Pedro Leopoldo e também em Belo Horizonte (Hospital Veterinário, Centro Cultural, Museu de História Natural e Jardim Botânico, entre outros).

A UFMG, ainda que tenha um curto período de existência, revela-se bastante complexa e ampla. Oferece 76 cursos de graduação (27 deles criados no âmbito do Reuni, sendo 16 ofertados no período noturno) e 72 programas de pós-graduação (com 62 cursos de doutorado e 72 de mestrado), totalizando cerca de 40 mil alunos, 3 mil professores (na maioria doutores e em regime de tempo integral) e cerca de 4.300 técnicos administrativos. Possui também 800 grupos de pesquisa, cerca de 2.500 ações de extensão, além de 5 cursos de graduação a distância e 76 de especialização, sendo os últimos com cerca de 6.000 alunos (UFMG, 2013; 2014).

A gestão colegiada e centralizada iniciada na década de 1960 está mais consolidada. Atualmente se constitui pelo Conselho Universitário, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (composto por câmaras de graduação e pós-graduação, de pesquisa e de extensão), sete Pró-Reitorias (graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, administração, planejamento e recursos humanos) e várias diretorias.

Em seu art. 1º, a Resolução n. 4 de 4 de março de 1999, que aprova o atual Estatuto da UFMG, define essa instituição como “pessoa jurídica de direito público mantida pela União, dotada de autonomia didático-científica, administrativa, disciplinar e de gestão financeira e patrimonial”. De acordo com o parágrafo 1º desse mesmo artigo, a autonomia didático- científica consiste em, entre outros aspectos, “estabelecer a política de ensino, pesquisa e

84Cinco cursos foram criados entre os anos de 2005 e 2010: Agronomia (em Montes Claros), Artes Cênicas,

Engenharia de Controle e Automação, Matemática Computacional, Fonoaudiologia e, mais recentemente, Nutrição.

172 extensão, indissociáveis no âmbito da Universidade”. O Estatuto define ainda os fins da universidade como a “geração, o desenvolvimento, a transmissão e a aplicação de conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, de forma indissociada entre si e integrados na educação do cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura e na criação filosófica, artística e tecnológica” (art. 5º).

No Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMG (PDI/UFMG, 2008-2012) e no atual (PDI/UFMG, 2013-2017), os fins da Universidade constituídos ao longo do seu processo de construção e consolidação foram reafirmados. Em ambos, a missão da Universidade é descrita e evidencia o lugar das atividades da Universidade (pesquisa, ensino e extensão) no implemento de sua função social: produzir conhecimento e formar pessoas de maneira vinculada aos interesses da sociedade.

Visando ao cumprimento integral das suas finalidades e ao seu compromisso com os interesses sociais, a UFMG assume como missão gerar e difundir conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais, destacando-se como Instituição de referência na formação de indivíduos críticos e éticos, dotados de sólida base científica e humanística e comprometidos com intervenções transformadoras na sociedade, visando o desenvolvimento econômico, a diminuição de desigualdades sociais e a redução das assimetrias regionais, bem como o desenvolvimento sustentável. (UFMG, 2008a; UFMG, 2013)

Compreende-se, assim, a extensão universitária como parte orgânica da missão da universidade, definida como atividade acadêmica desenvolvida junto à pesquisa e ao ensino, em consonância com as concepções processual, crítica, acadêmica e processual-orgânica da extensão (SILVA 2000; 2001; JEZINE, 2006a; REIS, 1996). Do ponto de vista legal, a UFMG adota a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão como modelo de universidade e referência para a construção de sua política acadêmica. Tal como analisado por Mazzili (2011), verifica-se o reconhecimento desse princípio nos documentos normativos e institucionais da Universidade. Quanto à política de extensão especificamente, verificar-se-á que a indissociabilidade também se constitui como uma diretriz para as ações de extensão desenvolvidas pela UFMG.

De acordo com o art. 34 do Regimento Geral da UFMG aprovado em 2010, o ensino, a pesquisa e a extensão são reafirmados como atividades fundamentais e indissociáveis da Universidade. Em consonância com a política nacional de extensão formulada pelo FORPROEX, a concepção de extensão presente nesse documento prevê a extensão vinculada ao ensino e à pesquisa, devendo ser realizada tanto pelos professores como pelas unidades

173 acadêmicas de maneira a ampliar as relações entre a UFMG e a sociedade. Em seu art. 60, estabelece o objetivo e os tipos de atividades de extensão.

A extensão como processo educativo, artístico, cultural e científico, articulado com o ensino e a pesquisa, de forma indissociável, cujo objetivo é ampliar a relação da Universidade com a sociedade.

§ 1o As atividades de extensão, nas áreas técnica, científica, artística e cultural, serão realizadas sob as formas de programas, projetos, cursos, assessoramentos, prestação de serviços e/ou consultorias, entre outras.

§ 2o As atividades de extensão integrarão os planos de trabalho tanto dos docentes envolvidos em sua realização, como das Unidades que as promovem. (UFMG, 2010a)

Tendo como referência esses parâmetros legais, a política de extensão universitária da UFMG também está fundamentada nos princípios norteadores do Projeto Pedagógico Institucional que integra seus PDI/UFMG (2008-2012 e 2013-2017). De acordo com esses documentos, a Universidade deve aliar o seu papel institucional na produção e democratização do conhecimento, bem como na formação de pessoas ao compromisso social com a melhoria da qualidade de vida de amplas camadas da população. Entre as diretrizes pedagógicas norteadoras da instituição, consta a “integração permanente e efetiva entre os níveis e modalidades de ensino, pesquisa e extensão” (UFMG, 2008a, p.34; UFMG, 2013, p.37) e o caráter inseparável dado à extensão na formação dos estudantes de graduação e pós- graduação.

As ações de extensão, indicações da relevância social presente na formação dos estudantes, devem converter-se em objetos de pesquisa e em temas disciplinares que sejam trabalhados em sala de aula, seja na graduação, seja na pós-graduação. O componente da extensão é parte inseparável da formação do estudante. Entendida como produção efetiva de conhecimento e como intervenção mais imediata na realidade que cerca a universidade, atividades de extensão indicam o tipo de interação com a sociedade que a UFMG acredita como apropriada a uma instituição Pública de ensino superior. Seja no que diz respeito às políticas públicas, seja no que diz respeito à construção de um espaço privilegiado de interdisciplinaridade, seja na aproximação do ensino com os desafios postos por problemas mais complexos de intervenção social a partir de recursos de conhecimento, a extensão deve constituir- se em um instrumento singular e insubstituível na formação do estudante da UFMG. Nela estará alocado, com recursos próprios da instituição, um amplo número de bolsas discentes, indispensáveis para se viabilizar a compreensão exposta neste parágrafo. (UFMG, 2013, p. 35-36)

Essas referências à extensão nos dois últimos PDI da Universidade evidenciam a consolidação do lugar dessa atividade na política acadêmica da UFMG, em coerência com o modelo de universidade adotado, que parece se perpetuar.

174 Na estrutura institucional da UFMG, cabe ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) “estabelecer as diretrizes do ensino, da pesquisa e da extensão na Universidade” (art. 17º). Esse conselho é composto por Câmaras acadêmicas com competência deliberativa em sua matéria específica (art. 18º, parag.2º). A Câmara de Extensão é responsável por acompanhar a implementação das políticas gerais de extensão definidas pelo CEPE e aquelas de responsabilidade da Proex. Essa câmara também propõe e examina o orçamento da extensão e pronuncia-se sobre a assinatura de convênios, acordos e contratos relativos à sua área.

O desenvolvimento de atividades de extensão na UFMG teve início logo depois de sua criação. Inicialmente era realizada de maneira informal com a realização de conferências. A partir de 1932, foi institucionalizada e a regulação das atividades era realizada pelo Conselho de Extensão, órgão integrante da Coordenação de Ensino e Pesquisa.

A Proex, criada somente em 1969, vem atuando desde então na coordenação das atividades de extensão universitária da instituição, com o apoio a programas, projetos, atividades e publicações85. Responsabiliza-se atualmente pelo fomento, acompanhamento, avaliação, articulação, divulgação e, em alguns casos, a coordenação das ações de extensão na Universidade. Representa a UFMG nas relações estabelecidas com órgãos públicos em todos os âmbitos, organizações não governamentais, da sociedade civil e instituições privadas. Participa também do FORPROEX e historicamente contribui ativamente na formulação e implementação da política nacional de extensão pactuada nesse Fórum.

A estrutura organizacional da Proex passou por diferentes reformulações ao longo de sua existência. A partir da gestão 2002-2006, foi organizada da seguinte maneira: 1) Gabinete da Proex; 2) Centro de Difusão da Ciência; 3) Coordenadorias acadêmicas: Coordenadoria de Comunicação e Meio Ambiente, Coordenadoria de Saúde e Educação, Coordenadoria de Direitos Humanos, Trabalho e Tecnologia; e 4) Coordenadoria Administrativa, composta pela Assistência Acadêmica, Setor Financeiro, Secretaria Administrativa, Sistema Nacional de Registro das Ações de Extensão (SIEX Brasil), posteriormente denominado Sistema de Registro das Ações de Extensão (SIEX) e Assessoria de Comunicação (UFMG, 2008b).

Desde então, a Proex organizou-se principalmente em torno das coordenadorias acadêmicas constituídas pelas áreas temáticas da extensão conforme o PNExt. Essas coordenadorias eram responsáveis pelo acompanhamento técnico, monitoramento e avaliação

175 das ações de extensão desenvolvidas nas unidades da UFMG por meio do apoio aos Centros de Extensão e coordenadores de ação de extensão. Essa configuração foi mantida na gestão 2006-2010.

No início da gestão 2010-2014, foi proposto um novo desenho organizacional, a partir de algumas constatações identificadas em discussões realizadas junto à comunidade acadêmica no âmbito da campanha eleitoral da referida gestão. O Plano de Gestão da Proex 2010-2014 apresenta tais constatações e o objetivo da reformulação.

As propostas que se seguem estão baseadas em três constatações: 1) que as atividades de extensão são indispensáveis ao pleno desenvolvimento do ensino e da pesquisa; 2) que as atividades de extensão são veículos privilegiados da interação da Universidade com a sociedade nas diversas áreas de políticas públicas em relação de via dupla – no sentido de que a extensão tanto responde a demandas variadas da sociedade quanto é instrumento de prospecção e introjeção de novos temas, problemas, conceitos, que devem informar as redefinições de nossas atividades de ensino e pesquisa; 3) que as atividades de extensão são, por definição e necessariamente, inter e transdisciplinares. A partir dessas constatações, foi elaborada a presente proposta, que tem por objetivo básico, e efetiva novidade, a reunião e coordenação, na Pró-Reitoria de Extensão, de atividades de acompanhamento e avaliação das ações de extensão, de divulgação científica, de cultura e de meio ambiente, sem prejuízo e sem interferir na autonomia de atividades similares desenvolvidas no âmbito das unidades acadêmicas. (PROEX, 2010a)

Perante esses objetivos, a estrutura organizacional da Proex foi reformulada resultando na seguinte disposição: 1) Administração86: composta pela Pró-Reitora e Pró-Reitora Adjunta, Gabinete e Secretaria Geral87; 2) Diretoria de Políticas de Extensão, composta pelas Coordenadorias de Apoio à Gestão da Extensão e Avaliação da Extensão; 3) Diretoria de Ação Cultural; e 4) Diretoria de Divulgação Científica.

Em meados de 2011, houve uma mudança na gestão da Proex com a entrada de uma nova Pró-Reitora de Extensão88. A partir dessa alteração, o planejamento e a estrutura administrativa da Proex passaram por um longo processo de discussão, resultando em uma segunda alteração da estrutura organizacional, dentro da mesma gestão, conforme abordado

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A Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura na UFMG está vinculada diretamente à administração central da Proex. É composta atualmente pelos Museus de Ciências Morfológicas, de História Natural e Jardim Botânico e da Escola de Arquitetura e Urbanismo; pelos Centros de Memória das Faculdades de Medicina, Odontologia, Veterinária, Farmácia e Escolas de Enfermagem, de Engenharia e de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional; pelo Centro de Referência em Cartografia Histórica e Centro de Geologia Eschwege; Estação Ecológica; Centro Cultural e Laboratório de Estudos em Museus e Educação e o Espaço TIM/UFMG do Conhecimento.

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Atualmente, a Secretaria Administrativa e o Setor financeiro estão ligados diretamente ao Gabinete da Proex, e a Coordenadoria de Informação (que integra o SIEX, o Sistema de Bolsas e o Sistema UFMG Conhecimento e Cultura no âmbito da extensão), Setor de eventos e Assessoria de Comunicação são instâncias vinculadas à Diretoria de Política de Extensão.

176 anteriormente, implicando na mudança da nomenclatura de alguns setores e redistribuição de algumas atividades, não implicando em mudanças substantivas. As coordenadorias anteriormente citadas foram transformadas em Diretoria de Fomento da Extensão (DIFE) e Diretoria de Avaliação da Extensão (DAEXT).

No que concerne aos objetivos da política de extensão, de acordo com o PDI/UFMG (2008/2012), os mesmos consistiam na aproximação com a sociedade em geral, “numa perspectiva transdisciplinar apoiada no compromisso com o saber, o fazer e o criar, em constante diálogo com os saberes científicos e não científicos”. Consistiam, ainda, em “estimular a interlocução da UFMG com diferentes atores sociais, com vistas à difusão e à disseminação do conhecimento e da informação, a fim de torná-los mais acessíveis à sociedade em geral” (UFMG, 2008, p.72).

Entre os anos de 1998-2006, a discussão da política nacional de extensão, a articulação e o acompanhamento das ações de extensão por meio dos seus registros organizados nas áreas temáticas se constituíam no foco da gestão da Proex. Na gestão 2006-2010, apesar da manutenção de sua estrutura administrativa, o foco foi modificado. De acordo a CGP/UFMG, na gestão 2006-2010, a proposta era a coordenação de grandes programas e projetos de extensão, além das rotinas da Proex voltadas para a organização de eventos, editais entre outras, como explicitado no excerto abaixo.

Na gestão [da PRE 2006-2010]89, ela mudou um pouco. Na estrutura organizacional, não foi mudada, mas nas funções que a gente trabalhava sim. Nas gestões [1998- 2002 e 2002-2006], a prioridade era a política de extensão, discussão, implementação e tal, e a gente, inclusive, evitava que coordenasse projeto. [O Pró- Reitor] achava que a Pró-Reitoria de extensão não era lugar de coordenar projeto, mas, lugar de articular, acompanhar, etc. A gente fazia a articulação intersetorial. Intersetorial não! Interunidades, interárea de conhecimento, no sentido de agregar mais ações, agregar conhecimentos que tinham. Às vezes, pessoas trabalhando na mesma área, mas sem conversar uma com a outra; às vezes, dentro do mesmo local, sem conversar; então a gente teve muito esse trabalho de articulação. Na gestão [da PRE 2006-2010], esse foco da política de extensão é desviado. A política, a proposta dela era exatamente ao contrário, que a gente coordenasse grandes programas, grandes projetos dentro da coisa [Proex]. Então, aquele esforço todo que vinha sendo feito, ele se desmobilizou um pouco. (CGP/UFMG)

Diferentemente dessa percepção da CGP/UFMG, segundo a PRE (2006-2010), ao longo de sua gestão, foi realizado um trabalho de discussão conceitual da extensão universitária em nível nacional, inclusive dando visibilidade às ações desenvolvidas na

89 Por questões de natureza ética, a referência nominal às pessoas envolvidas com o assunto abordado nas

entrevistas foi substituída pelo cargo e período conforme o relato dos entrevistados. Essas alterações encontram- se entre colchetes.

177 UFMG em todo o país. A mesma coordenava a área temática da educação junto ao FORPROEX, o que a possibilitava realizar articulações junto ao MEC e à ANDIFES.

Com a mudança de gestão na Universidade no início do ano de 2010, os objetivos da