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A pressão Inicial do 2º período

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 52-55)

4. Realização da Prática Profissional

4.1 Organização e gestão do ensino e da aprendizagem

4.1.3 A pressão Inicial do 2º período

Assumindo antecipadamente que esta é uma etapa em que devemos estar constantemente a evoluir e a aprender e atendendo a que sou uma pessoa muito perfecionista, tinha a ambição e o dever de igualar ou melhorar o desempenho que tinha evidenciado ao longo do 1º período. No entanto, este sentimento despoletou em mim alguma pressão, proveniente não só da vontade de querer fazer melhor que no 1º período, mas essencialmente da incerteza em relação ao sucesso da aplicação em contexto de ensino dos conhecimentos adquiridos na didática de Badminton, única experiência nesta modalidade ao longo da minha formação. Porém, os conhecimentos adquiridos nesta unidade curricular foram bastante proveitosos e esclarecedores relativamente à forma como devemos ensinar o Badminton na escola.

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Na prática pedagógica, ao longo do 1º período, os meus colegas de estágio ensinaram a mesma modalidade nas suas turmas e, nesse período, a minha tarefa funcionou muito como observador, fazendo sempre uma reflexão das aulas observadas, no sentido de adequar a minha ação a esse conhecimento e também fornecer informações importantes para auxiliar o colega a perceber os aspetos mais e menos positivos da sua aula. Nesse período, mantive uma atitude ativa, por vezes, fui bastante crítico com a forma como eles encararam o ensino da modalidade. Frequentemente não seguiam as sugestões metodológicas que foram lecionadas na didática de Badminton. O Professor Cooperante, na sua função, questionava as minhas opiniões, as quais procurei sempre justificar com recurso à bibliografia, nomeadamente à sebenta de didática de Badminton.

Iniciando-se o 2º período, chegava o momento de passar de observador a professor. Despontava, então, em mim esse sentimento de pressão que referi anteriormente, pois agora chegava a minha vez.

Assim, antes de começar o 2º período tive uma preocupação extrema de, inicialmente, relembrar com todo o detalhe, tudo o que foi ensinado na didática de Badminton e ainda analisar outros documentos relacionados com a modalidade para poder ter um conhecimento profundo do conteúdo quando estivesse a ensinar.

O MEC de Badminton elaborado revelou-se imprescindível, essencialmente o módulo 7, uma vez que no momento da construção tive o cuidado de distribuir as situações de aprendizagem por tarefas de informação, extensão, refinamento e aplicação. Esta divisão possibilitou uma condução progressiva e minuciosa de todo o processo de ensino-aprendizagem, auxiliando-me no momento de planear, organizar e selecionar as tarefas mais adequadas às necessidades dos alunos.

Para que os alunos obtenham resultados elevados, é necessário apreender, o mais exatamente possível, o nível concreto dos seus conhecimentos e capacidades. Deve partir-se sempre da «zona atual» do seu desenvolvimento, mas apontando para a «zona próxima» (Bento 2003). Portanto, a unidade didática foi iniciada com a habitual avaliação diagnóstica.

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Nesse instante apercebi-me de que a turma era bastante heterogénea, havendo uma parte da turma que nunca tinha praticado Badminton e outra parte já tinha estado em contato com a modalidade em anos anteriores, encontrando-se assim num nível de desempenho superior relativamente ao primeiro grupo, pois já possuíam algum conhecimento, essencialmente acerca dos diferentes batimentos.

Após verificar o nível de conhecimento e capacidades dos alunos, passei para a fase da planificação. Aqui muito tempo foi despendido, a refletir, a pensar, a idealizar e realizar todo o planeamento, pois a experiência já vivenciada no 1º período dizia-me que para se atingir uma boa qualidade de ensino é necessário um grande envolvimento na preparação e planeamento de todo o processo de ensino.

Assim, todo o plano foi preparado minuciosamente, de modo a dar-me segurança na ação. A elaboração da unidade didática serviu-me de base para a preparação das diferentes aulas, pois, como refere Bento (2003), o plano da unidade temática apresenta-se como o esquema de referência para a elaboração do projeto da aula.

Bento (2003) apresenta uma definição de Plano como sendo um modelo racional, que permite ao professor ter um reconhecimento antecipado da sua ação e regular o seu comportamento. De entre as várias funções inerentes ao plano, evidenciam-se as de orientação, controlo e de racionalização da ação. A elaboração do plano permite definir objetivos, tomar decisões e optar pelas estratégias e métodos mais adequados, de modo a regular o processo de ensino-aprendizagem.

Devido à pressão que sentia inicialmente, considero que a concretização de uma boa planificação foi a base para encarar a prática com maior segurança, visto que, em cada plano, tentava sempre realizar uma antecipação mental da ação, permitindo-me atuar de uma forma racional, intencional e sustentada.

A capacidade de dominar e de me libertar para outras funções no desenrolar das aulas, derivou muito da eficácia do planeamento. Esta

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estratégia de antecipadamente preparar toda a planificação, com cuidado e rigor, permitiu-me evoluir e acrescentar qualidade às minhas aulas.

Como vemos, planear revela ser uma ação fundamental da atividade do professor, é um trabalho volumoso mas imprescindível. De acordo com Bento (2003), o professor é responsável por tarefas que não pode delegar noutras pessoas nem resolver de outra forma. O planeamento desempenha o papel de guia da educação dos alunos, organiza o processo da educação, conduz e direciona o processo de desenvolvimento da personalidade dos alunos, ou seja, delimita o percurso, definindo as estratégias a apontar, a fim de se atingir os objetivos ou resultados definidos.

No final da unidade didática, após uma reflexão e análise do processo de ensino-aprendizagem, pode-se concluir que este se desenvolveu de uma forma bastante positiva como comprovaram as diferenças entre os resultados da avaliação sumativa e os da avaliação diagnóstica. Inicialmente, uma parte da turma desconhecia os diferentes batimentos, no final da unidade didática em jogo qualquer aluno consegue executar e explicar como se realizam os diferentes batimentos, o que considero ser extremamente positivo. Este momento foi a confirmação de que o planeamento é muito útil.

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 52-55)