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A PRIMEIRA FASE DA COLETA: APREENDENDO AS REPRESENTAÇÕES

Esquema 6 Contribuições das associações livre de palavras para a categoria “sexo é

3.8 A PRIMEIRA FASE DA COLETA: APREENDENDO AS REPRESENTAÇÕES

Segundo Abric (1994), embora baseado em produção verbal, a evocação livre de palavras permite reduzir as dificuldades e limites das expressões discursivas comumente utilizadas nos estudos de RS, e acessar mais rápido o conteúdo das representações, o que não é possibilitado por meio dos métodos clássicos de entrevista ou questionário.

A evocação livre é também denominada associação livre ou teste por associação de palavras (OLIVEIRA et al. 2005). De acordo com a autora, a Técnica de Associação Livre foi idealizada por Freud como primeira técnica utilizada no atendimento aos clientes, (1885- 1900) substituindo a técnica da hipnose e da sugestão, nos estudos sobre a histeria, por uma abordagem que permitisse ao paciente liberdade para expressar seus sentimentos através da fala e assim, extrair conteúdos dos relatos desses sujeitos. Através dessa técnica, Freud descobriu elos associativos que permitiam explorar o conteúdo dos sonhos, utilizando elementos relatados pelos pacientes durante a análise para estimular essa associação.

Durante as sessões de psicanálise “[...] Freud propunha a seus pacientes que associassem livremente, que falassem tudo o que lhes viesse à mente sem censurar nenhum conteúdo, invariavelmente eles lhe contavam sonhos”. (FROEMMING, 1995, p.38). Mediante o uso desta técnica, os pacientes eram estimulados a evocar recordações traumáticas reprimidas no inconsciente, causadoras de transtornos psíquicos como a histeria e a neurose.

2 Embora nos anos 60 do século passado, os termos estória e história fossem utilizados para designar

distintamente “estória” como folclore, contos, literatura, e “história” como ciência que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado, no dicionário da lingua portuguesa o termo “estória” foi abolida, neste estudo porém, o termo foi mantido para respeitar as fontes que referem a técnica do desenho-estória tema em sua forma original.

Freud chegou a utilizar a Associação Livre para analisar os próprios sonhos. Entretanto, segundo Froemming (1995), a idealização do uso da associação antecede às iniciativas de Freud de substituir a hipnose como método analítico, citando Roudinesco (1998) afirma:

[...] foi Aristóteles (384 a.C. . 332 a.C.) quem primeiro enunciou o conceito de

associação de idéias (grifo nosso). As leis que regem a associação obedecem à

lógica da contigüidade, da semelhança e do contraste. Já encontramos na pré-história da psicanálise, num artigo originalmente escrito em francês, encomendado a Freud por Charcot, referência ao tema da associação [...] (p.44)

[...] um artigo de Havelock Ellis, escrito em 1919, endereçando-lhe críticas, leva-o a falar sobre a pré-história da técnica analítica. Ellis refere o trabalho do médico e poeta J.J. Garth Wilkinson, datado de 1857, que teria sido o criador de um método chamado de impressão que consistia em dar livre curso às idéias que surgissem a partir da escolha de um tema. Razão e vontade eram deixadas de lado, e o método era deixar fluir, por mais estranhas e exóticas que parecessem, frases ou palavras que viessem à mente, as quais, infalivelmente terminavam por se referir ao tema. (p.45)

Embora tenha sido atribuída a Freud por sua aplicação em estudos sobre os sonhos, foi Jung, psiquiatra suíço, dissidente da escola Freudiana, que aprofundou os estudos sobre a utilização desta técnica e, em 1903, desenvolveu o “teste de associação livre de palavras”, utilizado ainda hoje pela psicologia clínica para avaliar a personalidade através da leitura de uma lista-padrão cujas palavras são lidas e o sujeito é solicitado a responder prontamente com a primeira palavra que lhe vier à lembrança (OLIVEIRA et al, 2005).

Os estudiosos em RS utilizam-se desta técnica para identificar as dimensões latentes das RS “através das configurações dos elementos que constituem a trama ou rede associativa dos conteúdos evocados em relação a cada estímulo indutor”. (NÓBREGA; COUTINHO, 2003, p.68).

Para Abric (1994 apud SÁ, 1996, p.115-116) a evocação livre refere-se a uma técnica importante na identificação dos conteúdos de uma representação e, por seu caráter espontâneo apresenta vantagens sobre outras técnicas, como a entrevista, ao permitir um acesso mais rápido e fácil dos conteúdos. Segundo este pesquisador, a evocação livre propicia “ a atualização de elementos implícitos ou latentes, que seriam perdidos ou mascarados nas produções discursivas”.

Para De Rosa (apud OLIVEIRA et al, 2005), a livre associação como técnica revela: as dimensões latentes que estruturam o universo semântico, específico das representações estudadas (...) as associações livres permitem o acesso aos núcleos figurativos da representação (...) Elas são capazes de sondar os núcleos estruturais latentes das representações, enquanto as técnicas mais estruturadas, como o

questionário, permitiriam captar as dimensões mais periféricas das representações sociais ( p.575)

Esta técnica estimula os sujeitos a evocar respostas de conteúdos afetivos e cognitivo- avaliativos que permite, ainda, proceder a análise qualitativa de dados que foram processados quantitativamente, a partir de softwares que façam a análise fatorial de correspondência (PAIVA, 2003).

Essa técnica de Associação livre de palavras pode ser aplicável a indivíduos ou grupos, de várias faixas etárias e diversos graus de instrução, o que a torna amplamente utilizada na apreensão de conteúdos da cultura de variados grupos sociais, tornando esta uma de suas maiores vantagens na pesquisa social.

Por sua natureza projetiva, ao acessar lembranças, permite apreender conteúdos que conscientemente seriam eliminados pelo filtro da censura dos sujeitos investigados. Assim, tem sido privilegiada por facilitar “a análise multivariável” recomendada para estudos de Representações sociais.

O uso da associação livre de palavras nas RS aproxima os métodos quantitativos e qualitativos uma vez que, aos participantes, confere-se liberdade de expressão para produzir conteúdos a respeito do objeto investigado, compatível com abordagens qualitativas, ao tempo em que possibilita um processamento estatístico típico das abordagens quantitativas.

A lista de palavras evocadas representam um sistema categorial duma representação. O trabalho da análise tem como objectivo a compreensão da natureza e da estrutura das associações através dum número de abordagens: semântica (a síntese dos significados transmitidos a partir dos termos induzidos, codificação de sinônimos, metáforas, conotações), temática (criação dum grupo de categorias que permite a classificação de termos induzidos por tema e sub-tema, calculando as freqüências, co-ocorrências, dispersão, e relação de concordância e contradição), e lexical (o racio dos verbos/adjectivos, os termos mais citados, fluidez verbal, proporção do número de termos diferentes comparado com o número total de termos induzidos). (SECA 2001, apud DE ROSA, 2005, p.71).

Madeira (2006) defende a necessidade de combinar estratégias que se complementam e enriqueçam, o aprofundamento das relações, em contextos complexos da produção das RS, opondo-se ao uso de técnicas isoladas que, segundo a estudiosa tendem a tornarem-se “apenas um veículo para elementos discretos e desarticulados”. (MADEIRA, 2006, p.462).

Para a coleta das associações, utilizou-se um instrumento no qual foram registradas as 5 (cinco) palavras evocadas pelos participantes do estudo; para evitar perda das palavras evocadas, as palavras foram registradas no instrumento de coleta, pela pesquisadora e pelo

próprio entrevistado (de acordo com a capacidade de cada participante, baseado na capacidade de ler e escrever), obedecendo a ordem de aparição das mesmas. Os casos em que os sujeitos não podiam escrevê-las, o registro foi imediatamente feito pela investigadora. Independente de quem procedeu o registro, as palavras evocadas foram registradas, obedecendo a ordem de aparição das mesmas.

Quadro 1 CLASSIFICAÇÁO ORDINARIA DOS ESTIMULOS INDUTORES

Antes de preencher o instrumento, os/as participantes foram orientados/as sobre a aplicação da técnica. Para tanto, foi apresentado um estímulo distinto do tema em estudo, este podia ser uma palavra, frase, tema ou objeto de modo a exemplificar e treinar o funcionamento da técnica. Recomenda-se o uso de termos simples e de fácil evocação na memória dos pesquisados, mas que nenhum deles tenha relação com o objeto de estudo, para evitar influências ou indução por parte do pesquisador. Desse modo, aplicou-se o estímulo “Estádio da Fonte Nova”. A escolha dessa expressão deveu-se ao fato de recentemente haver ocorrido um acidente de grande repercussão nos meios de comunicação local, regional e nacional, portanto, sendo de conhecimento de todos os participantes. Quando alguns dos/das

ESTIMULO INDUTOR NÚMERO DO ESTÍMULO

Fale cinco palavras que lhe vêm imediatamente à cabeça quando eu falo:“corpo ferido”

01

Fale cinco palavras que lhe vêm imediatamente à cabeça quando eu falo: “namoro”

02

Fale cinco palavras que lhe vêm imediatamente à cabeça quando eu falo: “namorar tendo ferida”

03

Fale cinco palavras que lhe vêm imediatamente à

cabeça quando eu falo: “sexo” 04

Fale cinco palavras que lhe vêm imediatamente à cabeça quando eu falo: “sexo tendo ferida”

participantes ao escutar tal estímulo alegava não recordar de nada por que não se identificavam com o futebol, usamos o estímulo “Trio elétrico”. O trio elétrico consiste numa alegoria de Carnaval originada em Salvador comum nos carnavais de rua e que se estendeu a festas populares de todo o estado e outras regiões do Brasil, tornando-se uma imagem muito popular das festas carnavalescas.

Ao assegurar que os/as participantes haviam compreendido a aplicação da técnica, iniciou-se a coleta do TALP propriamente dita, momento em que os/as participantes foram estimulados através de um termo indutor que é “o próprio rótulo verbal que designa o objeto da representação”. (SÁ, 1996, p.115), nesse sentido, foram convidados a emitirem e/ou registrar em instrumento de coleta de dados as palavras que lhes viessem à lembrança ao escutar os cinco termos estímulos deste estudo.

Recomenda-se rapidez na aplicação do teste, por acreditar que quanto mais rápido for evocada a resposta ao estímulo, mais fidedignos serão seus resultados (NÓBREGA; COUTINHO, 2003). Segundo essas pesquisadoras, se o participante demorar a responder, tende a ultrapassar a censura em busca de palavras “politicamente corretas” e reflexões mais elaboradas que podem deturpar os resultados da investigação.

No momento da aplicação da técnica, percebeu-se que algumas pessoas demoravam no registro do instrumento, por dificuldades em escrever. Para evitar que o tempo se alargasse, levando aos sujeitos a censurar suas palavras, optei por alterar a técnica, fazendo eu mesma o registro, enquanto os/as participantes evocavam as palavras e expressões, mais espontaneamente, sem preocupações em escrever.

Conforme recomenda Oliveira (2003), a aplicação da técnica foi realizada no consultório, uma vez que, segundo a autora, os ambientes reservados, tranqüilos e silenciosos garantem a concentração do entrevistado e evitam interrupções.

Para confirmar a adequação do instrumento de coleta, das evocações e sua validade semântica, os cinco primeiros instrumentos foram reavaliados como teste piloto. Dentre estes, aqueles em que os/as participantes demoraram mais de 5 minutos no preenchimento do mesmo, optei por descartá-los, desse modo, foram descartados 3 dos instrumentos.

Utilizou-se, também, nesta fase o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema, considerado como um outro teste projetivo, o qual possui normas qualitativas. Este procedimento é oriundo da psicologia clínica, desenvolvido a partir do procedimento de Desenho-Estórias, criado por Valter Trinca em 1976, que reúne e utiliza informações de técnicas temáticas e gráficas com objetivo de apreender elementos que ampliem o

conhecimento do dinamismo da personalidade. Além disso, agrega processos expressivos motores (desenho livre), processos aperceptivos-dinâmicos (verbalizações temáticas) e associações dirigidas do tipo “inquérito” (COUTINHO, 2005).

O referido método apresenta como vantagens: ser flexível, por adaptar-se facilmente à pesquisa de diferentes objetos sociais, em grupos de participantes com características variadas; possível de ser aplicável tanto individual como coletivamente; ser aplicável a sujeitos de qualquer faixa etária, sexo, diferentes condições psicopatológicas, em qualquer nível sócio-econômico, qualquer cultura, de variados graus de instrução, falantes de idiomas diferentes do pesquisador, além de escapar das declarações “politicamente corretas” que os procedimentos discursivos originam (AIELLO-VAISBERG, 1997; COUTINHO, 2005).

Os métodos projetivos podem ser usados nos casos em que o pesquisador se depara com dificuldades de expressão do investigado (AIELLO-VAISBERG, 1997). Neste estudo, o uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema tornou-se relevante, uma vez que este estudo abordou questões que envolvem tabus, preconceitos e fatos da vida afetivo- sexual dos investigados, estimulando-os a se expressarem sem censuras.

Trinca (1997, p.17) assegura que “[...] quanto menos diretivo e estruturado for o estímulo, maior será a probabilidade do aparecimento de material pessoal significativo”, favorecendo ao acesso de elementos da subjetividade. Por isso, na aplicação do procedimento, os participantes são estimulados a desenhar livremente sobre algo que esteja relacionado ao objeto da investigação e, em seguida desenvolver uma estória sobre aquilo que desenhou, resultando em exposição de elementos que estão guardados no inconsciente dos sujeitos, ultrapassando o filtro da censura (TRINCA, 1987; AIELLO-VAISBERG, 1997).

Para obter os dados com aplicação da técnica de forma completa, esta foi desenvolvida em duas etapas: Na primeira, foi oferecida ao participante uma folha de papel ofício em branco e a seguir, ao mesmo foi solicitado desenhar livremente. EX: “Você tem um papel em branco para desenhar o que quiser”. Neste momento, a pesquisadora permaneceu em silêncio e aguardou a conclusão do desenho.

Adotando as recomendações de Coutinho (2005), anterior à aplicação da técnica do Desenho Estória com Tema, deve-se aplicar o Desenho Estória Livre, o que, segundo a pesquisadora permite atingir uma expressão com maior liberdade, e favorecer a adaptação dos investigados à técnica. No entanto, observou-se muita dificuldade nesta fase com o grupo

estudado. “Era comum a justificativa “não sei desenhar”, ou” vou desenhar o quê?”e passar grande tempo com o olhar vago sem expressar nada no papel. Naquele momento, a investigadora tentava animá-los, afirmando que toda pessoa pode desenhar, que não estavam sendo avaliados, na tentativa de deixá-los menos inibidos.

Em parte, tal dificuldade inicial pode ser devida à distância que a relação entre profissional e usuário do serviço, se impõe uma distância inclusive de classe social, que formula representações nos usuários de que os profissionais de saúde, por haverem freqüentado a escola superior, ou transitar em universo distinto do que eles (os usuários) estão habituados, lhes confere habilidades “superiores” e o que, os profissionais de saúde solicitam está baseado em seu esquema de referências e não no esquema que está ao alcance da capacidade dos seus interlocutores, pertencentes a classes ditas “inferiores”. Tal aspecto pode encontrar-se reforçado pela linguagem técnica de difícil compreensão utilizada pelos profissionais durante a interação com os usuários, bem como na censura às medidas adotadas pelos usuários para resolver seus problemas de saúde, na maioria das vezes, desqualificadoras. Após conclusão do desenho, a folha era mantida na posse da/o participante e a pesquisadora solicitava que este contasse uma estória que estivesse relacionada ao desenho feito. Ex: “Você agora pode inventar / criar uma estória, dizendo o que acontece”. Vale lembrar que a estória necessita conter início, meio e fim, ou seja, uma estrutura na qual se identifique uma introdução, desenvolvimento e desfecho.

Segundo Coutinho (2005), nesta fase, se a (o) participante apresentar dificuldades de associação e de elaboração da estória, o pesquisador pode auxiliá-lo dizendo: “Você pode começar falando a respeito do desenho que fez”.

Esquema1 COLETA DE DADOS - ETAPA 1

Posteriormente, se coletou o Desenho Estória com Tema, oferecendo-se uma folha de papel ofício em branco e solicitando-se ao participante que desenhasse algo que estivesse relacionado ao fenômeno. No caso do presente estudo, as (os) participantes foram convidadas/os a desenhar algo relacionado à “Vida afetiva e sexual de uma pessoa que vive com uma ferida”. Ao término, solicitou-se que contasse uma estória sobre o desenho, e ao final, foi requerido que lhe conferisse um título.

Esquema2 COLETA DE DADOS - ETAPA 2

Os testes projetivos contribuem, especialmente, para se explorar conteúdos de indivíduos ou grupos que vivem em situações problemáticas ou que dificultem a expressão do sujeito. Vale ressaltar que a técnica de Desenho-Estória com Tema já foi experimentada e

Desenho Estória com Tema

Faça um desenho relacionado à

Vida afetiva e sexual de alguém que vive com uma ferida ferido

Olhe para seu desenho e conte uma estória

Leia sua estória e escolha um título para ela

Desenho Estória Livre

Faça um desenho, o que quiser

Olhe para seu desenho e invente uma estória

validada em estudos de representações sociais (AIELLO-VAISBERG, 1995; COUTINHO, 2001; COUTINHO, 2005).

Logo na primeira fase, ao observar que as/os participantes apresentavam muitas dificuldades para escrever, decidi gravar as estórias, e logo em seguida, as escutava e transcrevia na mesma folha em que o participante havia produzido seu desenho. Em seguida, procedia à leitura e perguntava aos participantes se concordavam, se queriam retirar algo da estória ou acrescentar, e em seguida, os estimulava a eleger um tìtulo o qual era registrado pela própria investigadora. Desse modo, houve a necessidade de adaptação do esquema de coleta de dados proposto por Coutinho (2001), para possibilitar a coleta de dados com pessoas com limitações para ler e escrever, acrescentando a etapa de escutar sua própria estória por parte do investigado e a gravação e transcrição da estória por parte da investigadora.

Esquema 3 COLETA DE DADOS COUTINHO (2001) - ETAPA 2 ADAPTADO POR CARVALHO 3

3 O modelo proposto por Coutinho (2001) foi adaptado pela autora para atender a necessidade de expressão dos

participantes com limitações para ler e escrever, sendo a ele acrescentado intervenções da investigadora: gravar, expor à escuta do participante a estória contada por ele e logo com sua concordância a transcrição imediata do conteúdo gravado.

Desenho Estória com Tema

Faça um desenho relacionado à

Vida afetiva e sexual de alguém que vive com uma ferida ferido

Olhe para seu desenho e conte uma estória

Escute sua estória e escolha um título para ela Investigadora: Grava a estória

Investigadora: Transcreve a estória Investigadora: Proporciona a escuta para o participante

A fase de coleta de dados dos métodos projetivos foi extremamente desgastante, dadas às dificuldades das/dos participantes para ler e escrever. Acredito que em parte, minhas ansiedades partiam de experiências anteriores com outros grupos, em que a técnica demorava cerca de 30 a 40 minutos no máximo para a sua completa aplicação, enquanto que neste grupo investigado, a aplicação da técnica demandou cerca de 2 horas e meia sendo, portanto, possível coletar dados projetivos com uma média de um participante ao dia.

Os primeiros três trabalhos foram descartados, pois como havia solicitado que o próprio participante registrasse os dados, ao perceber que estavam incompletos ou ininteligíveis, apesar deles informarem de antemão que tinham escolaridade compatível com as habilidade requeridas para o preenchimento do instrumento, adotei a medida de solicitar as informações e as evocações, registrando prontamente, e a adoção do método de gravação da estória.

Destaco que todas as etapas de coleta de dados foram processadas de forma individualizada, garantindo o respeito ao tempo de cada um, permitindo a livre expressão, além de proteger a privacidade dos/as participantes.

3.9 A SEGUNDA FASE DA COLETA DE DADOS: APREENDENDO AS