A qualidade do ensino

Para definirmos a qualidade do ensino baseámo-nos no conceito de competência pedagógica do professor. Para o efeito adoptámos o conceito de eficácia do ensino entendida como a “competência de ensino em acção manifestada na gestão adequada do trabalho dos alunos na aula, de forma a garantir a coerência entre as intenções inerentes às propostas do professor e o trabalho efectivamente desenvolvido pelos alunos” (Onofre, 2000, p. 296).

A qualidade do ensino foi analisada através das características da relação entre a participação do professor e dos alunos nos sistemas de tarefas da aula (Onofre, 2000).

Quadro 16 – Operacionalização da variável Qualidade do Ensino

Para uma melhor compreensão e facilidade de leitura, o que entendemos por cada uma das categorias está descrito junto dos quadros de apresentação dos resultados e no Protocolo de Observação dos Sistemas de Gestão das tarefas de instrução, gestão e do sistema social da turma que se encontra noAnexo 14.

Conceito Dimensão Componentes

Q ua lid ade do E ns ino

Características da relação entre a participação do professor e alunos nos sistemas de tarefas da aula

Comportamento de ensino na gestão da ecologia da aula: sistema de instrução, sistema de gestão, e negociação do sistema social da turma.

Participação dos alunos no sistema de instrução (oportunidades de aprendizagem) e no sistema de gestão.

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Quadro 17 – Categorias de observação dos Tempos de instrução e organização (Adaptado de Onofre, 2000)

Categorias de observação

Indicadores Tempo Útil

Tempo Total Instrução Introdução das

Actividades

Tempo Introdução das actividades

Tempo “na tarefa” Introdução das actividades Tempo “fora da tarefa” Introdução das actividades Informação Final Tempo Informação Final Tempo "na tarefa" em Informação Final

Tempo "fora da tarefa" em Informação Final

Prática

Tempo total em Prática Tempo "na tarefa" em Prática Tempo "mais fácil" em Prática Tempo "mais difícil" em Prática Tempo "fora da tarefa" em Prática Tempo "espera" em Prática Tempo "deslocamento" em Prática Tempo "em ajuda" em Prática

Organização/Gestão

Tempo Organização Tempo de Chamada

Tempo Formação de Grupos

Tempo "na tarefa" em Formação de Grupos Tempo "fora da tarefa" em Formação de Grupos Tempo Manipulação do Material

Tempo "na tarefa" em Manipulação do Material Tempo "fora da tarefa" em Manipulação do Material Tempo Transição

Tempo "na tarefa" em Transição Tempo "fora da tarefa" em Transição Outros

Total de Outros Episódios Tempo Outros Aquecimento Tempo Outros Disciplina Tempo Outras Situações

Posteriormente, contabilizámos a frequência dos episódios dos sistemas de instrução e de gestão:

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Quadro 18 - Categorias de observação da Frequência de Episódios de instrução e organização (Adaptado de

Onofre, 2000)

Categorias de observação Indicadores

Introdução das Actividades

Episódios de Instrução

Episódios de Introdução das Actividades Episódios Objecto de Comunicação Cognitiva Episódios Objecto de Comunicação Motora Episódios Comunicação Verbal

Episódios Demonstração

Episódios Comunicação Implícita Episódios Comunicação Explícita

Episódios Comunicação Parcialmente Explícita Episódios Disposição Limitativa

Episódios Disposição Favorável Episódios Sem Responsabilização Episódios Com Responsabilização

Informação Final

Episódios Informação Final

Episódios Informação Final Implícita Episódios Informação Final Explícita

Episódios Informação Final Parcialmente Explícita Episódios Informação Final Disposição Limitativa Episódios Informação Final Disposição Favorável Episódios Informação Final Sem Responsabilização Episódios Informação Final Com Responsabilização

Prática

Episódios Prática

Episódios Prática Cognitiva Episódios Prática Motora

Episódios Prática Massiva Simultânea Episódios Prática Massiva Alternada Episódios Prática Grupos/Tarefa Episódios Prática Áreas

Episódios Prática Jogo

Episódios Prática Responsabilização por Observação Episódios Prática Responsabilização por Feedback Episódios Prática Responsabilização por Avaliação Episódios Prática Responsabilização por Coacção Episódios Prática Sem Supervisão

Organização/Gestão

Episódios Gestão

Episódios Formação Grupos

Episódios Formação Grupos por Professor Episódios Formação Grupos por Alunos Episódios Manipulação de Material

Episódios Manipulação de Material por Professor Episódios Manipulação de Material por Alunos Episódios de Transição

Outros Outros Episódios

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Quadro 19 – Indicadores de gestão do sistema social da turma (Adaptado de Onofre, 2000) Categoria Indicadores

Clima Relacional

Na apresentação das actividades de aprendizagem, refere a sua utilidade para os alunos Na apresentação e avaliação das actividades solicita a opinião dos alunos sobre a aula Durante a prática de aprendizagem, acompanha as tarefas de maior complexidade Durante a prática de aprendizagem, acompanha os alunos com maior dificuldade Realça o esforço de aprendizagem dos alunos

Solicita os alunos a apreciarem os seus sucessos de aprendizagem Solicita apreciações positivas dos alunos entre si

Utiliza os alunos mais hábeis na ajuda aos colegas

Interage com os alunos a propósito de sentimentos que estes revelam sobre a aula Ajuda os alunos quando estes o solicitam

Intervém individualmente com os alunos acerca da sua participação na aula

Quando intervém com os alunos acerca da sua participação na aula, revela expectativas positivas

Dirige-se aos alunos utilizando o seu nome

Reage da mesma forma a comportamentos inapropriados semelhantes Durante a aula, interage com os alunos sobre assuntos pessoais

Durante a aula, expressa sentimentos positivos acerca de conteúdos de aprendizagem Utiliza o discurso substantivo (descritivo) quando interage com os alunos

Durante a aula, interage com a maioria dos alunos da turma

Utiliza formas de comunicação não-verbal para manter um clima positivo

Controlo da Disciplina

Explicita as regras de conduta na aula

Quando explicita as regras de conduta na aula, solicita e comenta a opinião dos alunos sobre as mesmas

Utiliza formas de evocação (verbais e escritas) de conduta na aula

Utiliza formas de comunicação não-verbal para controlar a conduta dos alunos

Reage aos comportamentos inapropriados referindo as regras de conduta da aula que foram desrespeitadas

Reage aos comportamentos inapropriados mantendo o ambiente positivo na aula Realça os comportamentos apropriados dos alunos

Controla a participação na aula dos alunos com comportamentos inapropriados

Reforça os comportamentos apropriados, quando ocorre um comportamento inapropriado Solicita os alunos a explicitarem os comportamentos inapropriados que assumiram e as razões dos mesmos

Quando reage aos comportamentos inapropriados explicita o seu prejuízo para a actividade da aula

Reage de forma consequente aos comportamentos inapropriados Ameaça os alunos que revelam comportamentos inapropriados Castiga os alunos que revelam comportamentos inapropriados

Promove castigos que utilizam características das actividades físicas como factores de punição

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