A realização da atividade dos Jogos Digitais

A atividade teve início às 14 horas. Os/as jovens estavam muito entusiasmados porque o meu supervisor local os/as tinha informado de que iriam realizar uma atividade comigo. Estava calma e tentei acalmar também os/as jovens para que a comunicação entre todos/as fosse mais fácil, pedindo-lhes para se sentarem à frente dos computadores enquanto ia iniciando sessão na plataforma online do WordWall que utilizei para a criação

66 dos jogos. Assim que terminei o início de sessão em todos os computadores, fui abordada por dois jovens do grupo com a proposta de fazerem a atividade em conjunto, mesmo sem ainda ter explicado em que consistia a atividade. Quando pensei nesta atividade, planeei que ela fosse realizada individualmente, isto para que cada um/a pudesse experimentar a plataforma separadamente e num primeiro momento, trabalhasse os conteúdos de forma individual. Contudo, no momento, ao ser confrontada com esta proposta, ocorreu-me a ideia de que também traria vantagens se eles trabalhassem em equipa, uma vez que, ao serem confrontados com algum problema, iriam pensar em conjunto, teriam mais soluções para resolvê-lo e estariam a trabalhar as competências do trabalho em equipa, algo que lhes pode ser muito útil para a vida, tanto profissional como pessoal. Assim sendo, acabei por aceitar esta proposta, com a condição de que, como eram dois a criar o jogo, teriam de criar um jogo mais longo dentro das opções que aparecem na plataforma online do WordWall. Sendo que estes dois jovens apresentaram esta proposta, para que não existisse uma diferenciação, abordei os outros dois jovens se também queriam criar um jogo em conjunto, ao qual me responderam que não, dado que queriam criar o seu próprio jogo. Sendo assim, iniciei a explicação de como funcionava a plataforma, com dois jovens a criar os jogos individualmente e os outros dois em conjunto.

Numa primeira fase da explicação, realcei que estes jogos teriam por base os conteúdos programáticos presentes na matriz que o professor do EaD da disciplina de História tinha fornecido para estudarem para o teste, dado que este, além de ser um momento lúdico, seria também um momento educativo, ou seja, estavam-se a preparar para o teste de uma forma diferente da que estão habituados/as em que criam resumos para o teste e o leem diversas vezes até perceberem e interiorizarem a matéria.

Estes/as jovens estão muito à-vontade com as novas tecnologias, mesmo eu explicando como funcionava a plataforma, os/as próprios/as tentaram descobri-la sozinhos/as, experimentando diferentes jogos e formas de os criar. Expliquei-lhes que teriam de ter atenção na escolha do jogo que queriam criar, pois teriam de pensar como enquadrariam a matéria na estrutura de cada jogo. Os jovens que trabalharam em equipa escolheram criar um jogo em formato de questionário (Figura 1) onde estruturaram algumas questões com várias opções de resposta em que apenas uma delas estaria correta.

De forma a criarem um jogo mais dinâmico, este grupo dos dois jovens optou por colocar imagens e uma música de fundo.

67 Outro jovem do grupo do sétimo ano, optou por criar um jogo de “abrir a caixa”

(Figuras 2 e 3), ou seja, um jogo com cinco caixas diferentes em que, ao ser selecionado um número da caixa, esta abria e surgia uma questão relacionada com matéria.

A última jovem do grupo optou por escolher criar o jogo “avião” (Figura 4) ou seja, um jogo em são feitas algumas perguntas e quem está a jogar terá de conduzir o avião através das quatro setas do teclado do computador, em direção à nuvem à qual corresponde a resposta correta para a pergunta que é feita. Neste jogo, cada jogador/a tem três vidas, isto é, poderá errar ao responder às perguntas três vezes. Assim que as vidas forem todas utilizadas, o jogo termina e há a possibilidade de iniciar o jogo novamente.

Figura 1 Jogo em formato de questionário criado por dois jovens da Instituição

Figura 4 Jogo "avião"

Figura 2 Jogo "abrir a caixa" - as caixas Figura 3 Jogo "abrir a caixa"- abertura de uma caixa

68 Enquanto estavam a criar estes jogos, fui percorrendo a sala para esclarecer pequenas dúvidas que iam surgindo aos/às jovens e que estavam relacionadas com o como adicionar imagens ao jogo e o como mudar o tema do jogo (cores).

Quando terminaram a criação de todos os jogos, acederam aos jogos uns dos outros e jogaram com o objetivo de errarem o mínimo de perguntas possíveis. Passaram bastante tempo concentrados e também houve espaço para algumas gargalhadas.

A atividade teve a duração de uma hora e vinte minutos. O grupo adaptou-se com grande facilidade à plataforma e no final afirmaram ter sido um momento “excelente”

(Jovem da Instituição, Grupo de Discussão Focalizada, p. 14). No mesmo dia, escrevi nas minhas notas de terreno “penso que correu muito bem. O grupo aderiu bastante, mostraram-se interessados e notou-se que gostaram de participar” (Nota de terreno 43, p.68).

Tendo em conta as outras atividades que a Instituição oferece aos/às jovens, esta atividade organizada por mim, foi um pouco diferente daquilo a que estão habituados/as porque não estão com todos/as os/as colegas da Instituição reunidos/as e trata-se de uma atividade em que é necessário estarem à frente de um computador. Apesar das diferenças e de ser uma atividade que não lhes permite estar ao ar livre, foi uma atividade que lhes permitiu aprenderem e mobilizarem conhecimentos e adquirirem aprendizagens que lhes poderão ser úteis no futuro quando pretenderem estudar e quiserem fazê-lo de uma forma mais lúdica. Não tenho qualquer dúvida de que foi um momento rico para estes/as jovens e que ficaram orgulhosos/as do que tinham feito. A prova disso, foi o facto de terem falado com o professor da disciplina de História do EaD, terem-lhe relatado a situação e fazerem questão de lhe enviarem os jogos que tinham criado, para que também ele pudesse ver outra forma de preparação para o teste da disciplina.

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