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A transferência de competências deverá fazer-se, predominantemente, para as escolas ou

a V. Exª a marcação de uma entrevista, com a duração de cerca de 1.30h, de preferência durante o mês de Janeiro, numa data e hora marcada por V Exª.

7. A transferência de competências deverá fazer-se, predominantemente, para as escolas ou

Municípios?

Há competência, que são as que enunciei anteriormente, que podem ser transferidas para as autarquias, porque se a administração central até agora as fazia de uma forma mais ou menos administrativa, não vejo porque não. No entanto,

ica, à tutela dos professores pois há uma profissionalidade docente que na cultura portuguesa não joga muito bem com uma tutela local. O currículo, claramente, deve ficar na administração central dando alguma flexibilidade às escolas. As escolas devem ter alguma autonomia na gestão do currículo, devendo o núcleo do mesmo ser definido centralmente, como é óbvio. Cada unidade organizacional deve poder gerir uma parte do seu currículo de acordo com o seu projeto educativo, daí que também a constituição dos agrupamentos num determinado território seja fundamental. É muito mais difícil ter alguma flexibilidade na gestão do currículo quando temos numa mesma cidade várias escolas da mesma tipologia, alunos que transitam frequentemente de uma para outra escola, o que compromete os interesses dos alunos. Se tivermos num território, coincidente ou não com o município de acordo com a sua escala, será mais fácil utilizar a autonomia para a gestão do currículo. A escola deve ter alguma autonomia na gestão do currículo e ter mais autonomia na gestão dos recursos. Defendo que deve ter mais autonomia na gestão do seu orçamento, sendo esta

uma das medidas que no anterior governo estava prevista, no âmbito do alargamento da autonomia dos agrupamentos e estava relacionada com a constituição dos agrupamentos. Relativamente à questão do financiamento dos agrupamentos a mesma estava a ser estudada, mas defendo que as escolas devem ter mais autonomia a este nível. As escolas nos últimos anos conquistaram alguma autonomia, por exemplo em matéria de contratação de Professores ao nível da contratação de escola, embora seja uma situação residual. Poderá haver mais autonomia nessa matéria, embora com alguns limites que temos de perceber, sob pena de existirem alguns atropelos. A minha visão do problema é que deve haver mais autonomia para as escolas e para as autarquias deve-se transferir o que até agora se transferiu, não indo mais longe, conforme foi a linha de ação que me foi percetível na última legislatura (até Junho de 2011).

Bloco C – Relação com autarquias e escolas

1.Que tipo de relações são estabelecidas entre DRE e as Câmaras Municipais ou outras estruturas

autárquicas.

A relação com as câmaras era muito próxima, sobre várias matérias. Quase todas as autarquias têm as atividades de enriquecimento curricular, existindo desse modo a necessidade de contactos com as autarquias a esse propósito, assim como da ação social escolar, do programa de generalização das refeições do pré-escolar e 1º ciclo, a propósito das cartas educativas onde existiu nas últimas duas legislaturas uma aproximação enorme entre a administração central desconcentrada (DREC) e as autarquias. Todas as cartas educativas passaram primeiro pela Direção Regional, pedindo muitas as vezes as autarquias apoio técnico à Direção regional, tendo existido muita articulação. Um assunto muito comum de contacto foram os centros escolares e os projetos dos centros escolares relativamente aos quais os serviços das autarquias procuravam o apoio técnico dos recursos que ainda restavam na Direção Regional, pois existia um conjunto de requisitos técnicos a que os projetos tinham de obedecer, daí a frequência de contactos e reuniões entre a DREC e as autarquias. Do ponto de vista da análise política nem sempre havia coincidência entre o ponto de vista da administração e o das autarquias, relativamente à tipologia e solução encontrada para resolver os problemas da rede. Muitas das vezes as autarquias propunham centros escolares de reduzida dimensão, que não permitia cumprir um dos objetivos da criação dos centros escolares, que era um professor por ano de escolaridade, logo o centro escolar devia ter no mínimo 4 salas e que houvesse alunos para essas 4 salas.

2.Que avaliação é feita dessa relação?

A relação foi sempre de colaboração e quando não existiram coincidência de pontos de vista caminhou-se no sentido de encontrar uma solução. A DREC não era o fim da linha, era o GEPE e este organismo baseava-se na informação da DREC, embora fossem sempre procuradas soluções que não comprometessem os princípios de orientação de política educativa, que eram 1 professor por ano de escolaridade, haver alunos que enchessem o centro escolar o que implicava o encerramento das escolas de pequena dimensão. Na região centro houve alguma resistência, por parte de algumas autarquias, ao encerramento de escolas, tendo sido um dos principais aspetos de diálogo, nem sempre sendo possível encontrar a concordância, pois as autarquias têm as suas próprias pressões locais, pelo que nem sempre foi fácil abrir caminho para encerrar uma ou outra escola, mesmo quando tinham um número reduzidíssimo de alunos e com 4 anos de escolaridade por professor. Portanto, procuramos sempre que os centros escolares dessem resposta a esses alunos que frequentavam escola pequeninas, isoladas, onde as condições de aprendizagem necessárias ao mundo atual não existiam. Este processo iniciou-se em 2006, com a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, tendo sido feito o levantamento e cruzamento com o sucesso escolar, tendo-se constatado que nessas escolas pequeninas com vários anos de escolaridade por professor o insucesso era muito elevado, logo havia que tomar alguma iniciativa para melhorar o sucesso escolar. A questão não foi económica, mas sim pedagógica, pois nalguns casos o ensino ficou mesmo mais caro. O objetivo foi encontrar uma melhor resposta da escola pública do 1º Ciclo, que se mantinha igual há décadas, algumas a funcionar nas velhas escolas do plano centenário, que tinham cumprido a sua missão, mas que neste momento estavam desajustadas por serem muito pequeninas, algumas com 3 ou 4 alunos. Este foi uma das razões que motivaram mais contactos entre a DREC e as autarquias, sendo que nos últimos anos as autarquias foram sempre parceiros do Ministério da Educação. As DREs e as estruturas mais desconcentradas, como as equipas de apoio às escolas, estavam em permanente contacto com as autarquias, sobretudo nestas últimas matérias que acabei de

referenciar. Este aspeto do encerramento de escolas exigiu muito diálogo, existindo com alguns municípios mais de 6 reuniões ao longo de cada ano letivo, para resolver algumas das situações. Foi um trabalho muito articulado, com muita parceria, a propósito do encerramento de escolas, dos centros escolares, das cartas educativas e também da transferência de competências, pois todos os autarcas foram convidados para a transferência de competências. O processo iniciou-se na 1ª legislatura do Governo Socialista e parou na última legislatura porque foi muito curta e não houve condições políticas para se pensar num processo que estava a ser ponderado. Houve algumas autarquias que manifestaram vontade em renunciar ao contrato de execução, sendo na região centro um único caso.